PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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XXIII Domingo do Tempo Comum - A

JCperd20A liturgia deste Domingo sugere-nos uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.

A primeira leitura fala-nos do profeta como uma "sentinela" do Senhor no meio do Povo para perscrutar atentamente a realidade e alertar os perigos que a ameaçam. Como profundo conhecedor de Deus e das realidades dos homens, o profeta não pode ficar indiferente diante dos perigos que ameaçam a comunidade.

Na segunda leitura, Paulo ensina que o AMOR é a plenitude da Lei e o caminho para corrigir o irmão que erra. O verdadeiro amor não deixa as pessoas como são, com os seus defeitos. Por isso, faz parte do amor corrigir com humildade o irmão, que está errado. A correcção fraterna é fácil quando animada pela caridade e muito difícil quando a comunhão fraterna não existe.

O Evangelho sugere o modo de proceder com o irmão que errou.


Primeira Leitura (Ez 33,7-9)
Leitura da Profecia de Ezequiel

Eis o que diz o Senhor:
«Filho do homem,
coloquei-te como sentinela na casa de Israel.
Quando ouvires a palavra da minha boca,
deves avisá-los da minha parte.
Sempre que Eu disser ao ímpio: 'Ímpio, hás-de morrer',
e tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho,
o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade,
mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte.
Se tu, porém, avisares o ímpio,
para que se converta do seu caminho,
e ele não se converter,
morrerá nos seus pecados,
mas tu salvarás a tua vida».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 94 (95)
Refrão: Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
Pois Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz:
«Não endureçais os vossos corações,
como em Meriba, no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras».


Segunda Leitura (Rom 13,8-10)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Não devais a ninguém coisa alguma,
a não ser o amor de uns para com os outros,
pois, quem ama o próximo, cumpre a lei.
De facto, os mandamentos que dizem:
«Não cometerás adultério, não matarás,
não furtarás, não cobiçarás»,
e todos os outros mandamentos,
resumem-se nestas palavras:
«Amarás ao próximo como a ti mesmo».
A caridade não faz mal ao próximo.
A caridade é o pleno cumprimento da lei.


Evangelho (Mt 18,15-20)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Se o teu irmão te ofender,
vai ter com ele e repreende-o a sós.
Se te escutar, terás ganho o teu irmão.
Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas,
para que toda a questão fique resolvida
pela palavra de duas ou três testemunhas.
Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja;
e se também não der ouvidos à Igreja,
considera-o como um pagão ou um publicano.

Em verdade vos digo:
Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu;
e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu.

Digo-vos ainda:
Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa,
ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus.
Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome,
Eu estou no meio deles».


Ressonâncias

Iniciamos neste Evangelho o "Discurso Eclesial", em que Jesus apresenta uma catequese sobre Correcção Fraterna. Como corrigir o irmão que errou e provocou conflitos na Comunidade? O Evangelho propõe um caminho em quatro etapas:

1. Um encontro pessoal a sós com esse irmão. Muitas vezes costumamos espalhar o erro ao quatro ventos. O AMOR é mais importante do que a VERDADE. A verdade nua e crua, muitas vezes destrói a convivência entre as pessoas, pode destruir uma pessoa, arruinar uma família e destruir um casamento. Convém dizer sempre toda a verdade? A verdade que não produz amor, mas provoca perturbações, gera discórdias, ódios e rancor, não deve ser dita. Falando, "Vai ajudar?" (calando, quantos dissabores evitaríamos!) Convém saber quando devemos calar, quando devemos falar e como falar.

2. Se ele não ouvir, pedir a ajuda de outrasg13 pessoas, que tenham sensibilidade e sabedoria.

3. Se essa tentativa também falhar, levar o assunto à Comunidade para recordar ao infractor as exigências do caminho cristão. Mas a intervenção deve ser guiada pelo amor.

4. Se persistir no erro, será considerado um gentio, um pagão. Não é a Igreja que exclui o infractor, é ele que recusa a proposta do Reino e se coloca à margem da Comunidade.

E o Evangelho acrescenta uma Exortação à Oração em comum: «Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles.» Isso quer recordar-nos que, mesmo quando a correcção não for possível por outros meios, ainda poderá ser possível pela oração, feita em comum, em nome de Jesus.

– Pode Deus contar contigo como uma Sentinela fiel? Diante das diferenças, dos erros e das falhas dos teus irmãos, és tu tolerante?, tentas ajudá-los com misericórdia e com caridade?
– Aceitas com humildade as correcções justas que os outros te fazem, ou acha que isso é uma intromissão?
– As acções erradas devem ser condenadas. Os que as cometeram devem ser vistos como irmãos, a quem se ama, acolhe e a quem se dá sempre outra oportunidade para voltar.

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Corrigir-se!

1.Necessidade da correcção fraterna.
O pecado nunca é um facto isolado pois nenhum homem é uma ilha. Cada um é parte dum continente. Quando uma ave poisa num ramo é perturbado o equilíbrio de toda a planta. Quando uma pedra cai no lago comunica o movimento a toda a água.

2. Como corrigir.
a) Com serenidade para não aumentar o mal; a sós;Perd3 na intimidade e num relacionamento pessoal.
Conta-se que um dia Platão teve que corrigir um aluno impertinente. Sentando-se, pediu ajuda a um amigo dizendo-lhe:« Eu não posso corrigi-lo agora porque não me encontro suficientemente calmo.»

b) Em espírito de comunhão e oração. É por isso que Jesus, no Evangelho deste Domingo, conclui que onde dois ou três se reunirem em seu nome, estaria no meio deles. Isto porque a comunidade reúne-se para fazer oração mas afinal é a oração que constrói a comunidade.

Um dia, uma mãe lamentava-se ao pároco que o seu filho, em crise espiritual, andava transviado pelas más companhias. Dizia com tristeza:
– Eu falo muitas vezes de Deus ao meu filho mas não serve de nada.

Então o santo pároco, consolando-a respondeu:
– Coragem! Se quer obter melhores resultados, mais do que falar de Deus ao seu filho, fale do seu filho a Deus.

E assim fez.. Quanto mais rezava mais calma e compreensiva ficava de modo que o seu filho, assim acolhido, não precisou mais de procurar satisfações longe de casa e corrigiu-se. E a mãe chegou à conclusão que para corrigir é preciso corrigir-se.

Pe. José David Quintal Vieira, scj
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Erros fecundos

Crescemos numa saudável convivência com os nossos erros. Dos mais simples aos mais notáveis dos homens e mulheres não há quem não erre, sucedendo até, como dizia o P. António Vieira, que "nos grandes são mais avultados os erros, porque erram com grandeza e ignoram com presunção". Educar para o perfeccionismo cultivando o medo de falhar é criar almas escrupulosas e mentes atrofiadas. Aquelas capazes de ver "o argueiro no olho do irmão" e não a "trave" no seu próprio olho, especializadas na letra da lei e não no seu espírito. Mas o contrário também é pernicioso: a desresponsabilização pessoal e social, o erro instituído em costume, o deixar de viver como se pensa passando a pensar como se vive.perdao2

Não estou aqui a fazer um elogio do erro mas, como dizia alguém, brincando, "a vida ficou bem mais interessante com aquela falta de Adão e Eva no paraíso". Claro que não estava a referir-se à profundidade teológica do pecado original nem a querer ofender Santo Agostinho e logo juntou: "não se canta na noite de Páscoa, "ó ditosa culpa que nos mereceu tão grande Redentor"? A possibilidade de errar e de reconhecer o erro não nos diminui; é a persistência no erro, a pretensão de sermos deuses, de viver auto-suficientes que impedem a comunhão com Deus e com os outros, e esse é o maior erro da vida!

Jesus não andou à procura dos pecadores para os acusar. Era conhecido por comer com eles e sentia-se bem com a sua autenticidade. Acolhia e libertava valorizando mais o futuro do que o passado. Custava-lhe o fingimento e a sobranceria dos que se julgavam justos e impecáveis. O amor não lida bem com a aparência, prefere a transparência, ainda que seja como uma janela a precisar de limpeza. Assim não desiste de salvar e de oferecer um amor incondicional. Porque acredita nas extraordinárias capacidades de cada um de nós. Não andaremos longe de Jesus quando nos habituamos a excluir, a querer perfeito sem oferecer e fazer caminho, a congelar o que existe sem arriscar o novo por medo de errar?

É comprometedora a proposta que hoje nos é feita no evangelho para lidar com os erros dos irmãos. Do diálogo a sós, passando por pelo encontro com dois ou três amigos, confiando na comunidade, nunca se propõe desistir do outro. Curiosamente, mesmo depois de tentar tudo, a ideia de tratar o irmão como um pagão ou um publicano não significa excomunhão: não são eles os grandes destinatários do amor de Deus, aqueles que, surpreendentemente, acolhem Jesus com alegria? Felizes os que descobrem nos erros ocasiões para viver um amor maior, sementes de uma verdade que só encontra quem está disposto a caminhar!

Pe. Vítor Gonçalves

XX Domingo do Tempo Comum - A

CananeiaA liturgia deste Domingo reflecte sobre a universalidade da salvação. Deus ama cada um dos seus filhos e a todos convida para o banquete do Reino.

Na primeira leitura, Jahvé garante ao seu Povo a chegada de uma nova era, na qual se vai revelar plenamente a salvação de Deus. No entanto, essa salvação não se destina apenas a Israel, mas a todos os que aceitarem o convite para integrar a comunidade do Povo de Deus.

A segunda leitura sugere que a misericórdia de Deus se derrama sobre todos os seus filhos. Deus respeita sempre as opções dos homens, mas não desiste de propor, em todos os momentos e a todos os seus filhos, oportunidades novas de acolher essa salvação que Ele quer oferecer.

O Evangelho apresenta a realização da profecia do Trito-Isaías, apresentada na primeira leitura deste domingo. Jesus, depois de constatar como os fariseus e os doutores da Lei recusam a sua proposta do Reino, entra numa região pagã e demonstra como os pagãos são também dignos de acolher o dom de Deus. Face à grandeza da fé da mulher cananeia, Jesus oferece-lhe essa salvação que Deus prometeu derramar sobre todos os homens e mulheres, sem excepção.


Primeira Leitura (Is 56,1.6-7)
Leitura do Livro de Isaías

Eis o que diz o Senhor:
«Respeitai o direito, praticai a justiça,
porque a minha salvação está perto
e a minha justiça não tardará a manifestar-se.
Quanto aos estrangeiros que desejam unir-se ao Senhor
para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servos,
se guardarem o sábado, sem o profanarem,
se forem fiéis à minha aliança,
hei-de conduzi-los ao meu santo nome,
hei-de enchê-los de alegria na minha casa de oração.
Os seus holocaustos e os seus sacrifícios
serão aceites no meu altar,
porque a minha casa
será chamada casa de oração para todos os povos».


Salmo Responsorial – Salmo 66 (67)
Refrão: Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.

Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu temor aos confins da terra.


Segunda Leitura (Rom 11,13-15.29-32)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
É a vós, os gentios, que eu falo:
Enquanto eu for Apóstolo dos gentios,
procurarei prestigiar o meu ministério
a ver se provoco o ciúme dos homens da minha raça
e salvo alguns deles.
Porque, se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo,
o que será a sua reintegração
senão uma ressurreição de entre os mortos?
Porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Vós fostes outrora desobedientes a Deus
e agora alcançastes misericórdia,
devido à desobediência dos judeus.
Assim também eles desobedeceram agora,
devido à misericórdia que alcançastes,
para que, por sua vez,
também eles alcancem agora misericórdia.
Efectivamente, Deus encerrou a todos na desobediência,
para usar de misericórdia para com todos.


EVANGELHO – Mt 15,21-28
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia.
Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores,
começou a gritar:
«Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim.
Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio».
Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra.
Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe:
«Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós».
Jesus respondeu:
«Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel».
Mas a mulher veio prostrar-se diante d'Ele, dizendo:
«Socorre-me, Senhor».
Ele respondeu:
«Não é justo que se tome o pão dos filhos
para o lançar aos cachorrinhos».
Mas ela replicou:
«É verdade, Senhor;
mas também os cachorrinhos
comem das migalhas que caem da mesa de seus donos».
Então Jesus respondeu-lhe:
«Mulher, e grande a tua fé.
Faça-se como desejas».
E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.


Ressonâncias

Na verdade, mereces todo o louvor, Deus de todos os povos, porque o teu amor ao homem não tem fronteiras de raça e cor, povo e língua, cultura e sexo, classe social e nacionalidade. Jesus Cristo abriu as portas do teu reino a uns e a outros, e na mesa da Eucaristia do seu corpo reparte continuamente o pão com todos nós.

Ajuda-nos, Senhor, a fazer o mesmo para que a tua Igreja apareça como sacramento de unidade e salvação.

Faz, Senhor, que a nossa comunidade se mantenha sempre fiel à missão de saber repartir o teu pão por todos os pobres do mundo. E ensina-nos a unir, na nossa vida, a fé adulta e a oração madura, no diálogo fecundo de amor, ao serviço do teu reino. Amen.


Lição de Fidelidade

"Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos". Também os cachorrinhos dão-nos grandes lições de fé, de fidelidade e de amor. Podemos recordar uma oração que alguém pôs na boca de um cão:

"Ó Senhor de todas as criaturas,Cao_que_reza
Fazei que o homem, meu dono,
Seja fiel aos outros homens
como eu próprio lhe sou fiel.
Fazei-o afeiçoado à família e aos amigos
como eu próprio lhe sou afeiçoado.
Fazei que ele guarde honestamente os bens
que Tu lhe confias como eu honestamente guardo
os que ele me confia a mim.
Dai-lhe, senhor, a humildade e a fé
como eu me contento com as coisas simples.
Fazei-o tão pronto à gratidão
como eu sempre tão pronto o reconheço.
Dai-lhe uma paciência igual à minha
que o sigo sem nenhum queixume.
Que ele tenha a minha coragem
e a minha prontidão no sacrifício.
Conserva-lhe a juventude do meu coração e a alegria do meu viver.
Por fim, Senhor de todas as criaturas,
fazei-o sempre tão verdadeiramente homem,
como eu sempre tão verdadeiramente sou cão. Amen."

Pe. José David Quintal Vieira, scj

Festa da Assunção da Virgem Maria - 15 de Agosto

AssuncaoBendita és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu... Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas...

A primeira leitura apresenta-nos Maria a imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.

Na segunda leitura Ela é a imagem da nova Eva. Jesus, novo Adão, faz da sua mãe, a Virgem Maria a nova Eva, o sinal de esperança para todos os homens.

O Evangelho exalta-nos Maria como a Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!


Primeira Leitura (Ap 11,19a;12,1-6a.10ab)
Leitura do Apocalipse de São João

O templo de Deus abriu-se no Céu
e a arca da aliança foi vista no seu templo.
Apareceu no Céu um sinal grandioso:
uma mulher revestida de sol,
com a lua debaixo dos pés
e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Estava para ser mãe
e gritava com as dores e ânsias da maternidade.
E apareceu no Céu outro sinal:
um enorme dragão cor de fogo,
com sete cabeças e dez chifres
e nas cabeças sete diademas.
A cauda arrastava um terço das estrelas do céu
e lançou-as sobre a terra.
O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe,
para lhe devorar o filho, logo que nascesse.
Ela teve um filho varão,
que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro.
O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono
e a mulher fugiu para o deserto,
onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus
e o domínio do seu Ungido».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 44 (45)
Refrão: À vossa direita, Senhor, está a Rainha do Céu.

Ao vosso encontro vêm filhas de reis,
à vossa direita está a rainha, ornada com ouro de Ofir.

Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.

Da tua beleza se enamora o Rei;
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.

Cheias de entusiasmo e alegria,
entram no palácio do Rei.


Segunda Leitura (1Cor 15,20-27)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Cristo ressuscitou dos mortos,
como primícias dos que morreram.
Uma vez que a morte veio por um homem,
também por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram,
assim também em Cristo serão todos restituídos à vida.
Cada qual, porém, na sua ordem:
primeiro, Cristo, como primícias;
a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim,
quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai
depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É necessário que Ele reine,
até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
E o último inimigo a ser aniquilado é a morte,
porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés.
Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido.


Evangelho (Lc 1,39-56)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses
e depois regressou a sua casa.


Ressonâncias

"Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seu seio". A saudação usada é "Shalom", que significa Paz. Para os judeus é o resumo dos bens prometidos por Deus ao seu Povo. Nos lábios de Maria, significa: o Messias esperado já chegou. Maria, com Jesus, leva a Paz, a Alegria.

"Bendita és tu entre as mulheres...". Saudação dirigida, no Antigo Testamento, a Jael e Judite. Maria também pertence à categoria dos instrumentos frágeis e pobres, com que Deus se serviu para realizar as suas maravilhas.

"Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe Visit20do meu Senhor?". Palavras de David, quando recebeu a Arca da Aliança em Jerusalém. Maria é a nova Arca da Aliança. Desde que Deus escolheu fazer-se homem, não habita mais em construções de pedra, num templo ou num lugar sagrado, mas no ventre de uma mulher. O Filho de Maria é o próprio "Senhor". Levar o Senhor dentro de si não é um privilégio reservado a Maria. Cada um de nós é chamado a ser, como Maria, uma "Arca da Aliança", com a tarefa de levar o Senhor aos homens. Existe um sinal evidente que permite verificar se os cristãos de hoje são "arca da aliança": é a alegria. Maria onde chega, provoca uma explosão de alegria (com Isabel...; em Belém...). A nossa presença nos diversos ambientes provoca alegria ou é motivo de tristeza? As nossas comunidades sabem comunicar a alegria e a esperança?

"Bem-aventurada és tu porque acreditaste..." É a primeira bem-aventurança do evangelho de S. Lucas. Maria é também bem-aventurada não porque viu, mas porque acreditou na Palavra do Senhor. A fé autêntica funda-se na escuta da Palavra e manifesta-se na adesão incondicional a essa mesma Palavra.

Nesta festa, Maria ensina-nos um tríplice segredo: o segredo da fé: "Eis aqui a serva do Senhor"; o segredo da esperança: "Nada é impossível para Deus"; e o segredo da caridade: "Maria pôs-se a caminho..."

"A minha alma glorifica o Senhor...". Este cântico de Maria descreve o programa de Deus, que começou a realizar desde o início, que prosseguiu em Maria e que se cumpre agora na Igreja. Palavras que lembram o "Cântico de Ana", mãe de Samuel. É um cântico composto depois da Ressurreição do Senhor, inicialmente atribuído à "Virgem de Siãol", pobre, humilhada, desprezada pelos povos vizinhos, mas agora glorificada. Nos lábios de Maria: Ela é essa Virgem, porque dela nasceu o Salvador. É um grito de alegria, de gratidão e de esperança. Alegremo-nos pela glorificação de Maria e pela esperança da nossa própria Glorificação.

Que um dia possamos, também nós, Maria, estar onde Tu reinas com Teu Filho Jesus, como Senhora do Céu e da Terra.

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Não há maior glória do que a que recebeu Maria, escolhida para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. Do seu ventre virginal nasceu o nosso Salvador, por isso, Deus lhe reservou a melhor das recompensas. Terminado o seu tempo de vida terrestre, Maria foi "assumpta", isto é, levada ao céu em corpo e alma. O que a tradição cristã diz é que Ela nem mesmo morreu, apenas "dormiu". Narra também que foram os arcanjos Gabriel e Miguel que A levaram para o céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou o Seu Filho.

A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe Assunc_coroacdesde os primórdios da Igreja. A meados do século V já se celebrava em Jerusalém – a 15 de Agosto, na basílica da Dormição –, esta festa em honra de Nossa Senhora. Esta festa veio a ser oficializada para os católicos orientais, no século VII, com um édito do imperador bizantino Maurício. Em 687, a festa da Dormição foi introduzida também em Roma, pelo Papa Sérgio I, de origem oriental. Mas foi preciso transcorrer um outro século para que o nome "dormição" cedesse o lugar àquele mais explicito de "gloriosa assunção", usado até os nossos dias no mundo Ocidental.

Em 1950 foi solenemente definido este dogma de Maria, pelo Papa Pio XII. Pela singular importância de Sua missão como Mãe de Jesus, Maria não só foi proclamada Rainha do céu, quando levada para viver ao lado de Deus, mas proclamada Mãe da Igreja.

Na Assunção da Virgem Maria, vemos a nossa esperança de ressurreição já realizada. Nela a Igreja atinge a plenitude do triunfo final, a vitória definitiva sobre a morte e sobre o mal. Por isto esta festa é uma das solenidades mais comemoradas pelos católicos. Depois da Assunção, Nossa Senhora com maternal benevolência participa com Sua oração e intercessão na obra de seu Filho: a salvação da humanidade, Ela que é a medianeira de todas as graças.

Rogai por nós, Santa Maria da Assunção!

XIX Domingo do Tempo Comum - A

Pedro1A Palavra de Deus deste Domingo tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus que nos estende a mão e percorre connosco os caminhos da história. Não se pode atravessar o mar da vida sem estar sujeito a tempestades. Mas se Cristo vai connosco, nada há a temer. Ele passa na brisa suave; é preciso reconhecê-l'O.

A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a caminharem ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, simplicidade e interioridade.

A segunda leitura sugere que Deus tem uma proposta de salvação que oferece a todos e convida-nos a estarmos atentos às suas manifestações e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à "outra margem" a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa "viagem", a comunidade do Reino não está sozinha, o Deus do amor e da comunhão vem ao seu encontro, estende-lhes a mão, dá-lhes força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como "o Senhor".


Primeira Leitura (1Re 19,9a.11-13a)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias,
o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb,
e passou a noite numa gruta.
O Senhor dirigiu-lhe a palavra, dizendo:
«Sai e permanece no monte à espera do Senhor».
Então, o Senhor passou.
Diante d'Ele, uma forte rajada de vento
fendia as montanhas e quebrava os rochedos;
mas o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, sentiu-se um terramoto;
mas o Senhor não estava no terramoto.
Depois do terramoto, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando o ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto,
saiu e ficou à entrada da gruta.


Salmo Responsorial – Salmo 84 (85)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor e dai-nos a vossa salvação.

Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.


Segunda Leitura (Rom 9,1-5)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Eu digo a verdade, não minto,
e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo:
Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Quisera eu próprio ser separado de Cristo
por amor dos meus irmãos,
que são do mesmo sangue que eu, que são israelitas,
a quem pertencem a adopção filial, a glória, as alianças,
a legislação, o culto e as promessas,
a quem pertencem os Patriarcas
e de quem procede Cristo segundo a carne,
Ele que está acima de todas as coisas,
Deus bendito por todos os séculos. Amen.


Evangelho (Mt 14,22-33)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Depois de ter saciado a fome à multidão,
Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco
e a esperá-l'O na outra margem,
enquanto Ele despedia a multidão.
Logo que a despediu,
subiu a um monte, para orar a sós.
Ao cair da tarde, estava ali sozinho.
O barco ia já no meio do mar,
açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
Na quarta vigília da noite,
Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar,
assustaram-se, pensando que fosse um fantasma.
E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo:
«Tende confiança. Sou Eu. Não temais».
Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor,
manda-me ir ter contigo sobre as águas».
«Vem!» – disse Jesus.
Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas,
para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se,
gritou: «Salva-me, Senhor!»
Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o.
Depois disse-lhe:
«Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
Logo que saíram para o barco, o ventou amainou.
Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus,
e disseram-Lhe:
«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».


Ressonâncias

Senhor nosso Deus e nosso Pai, que nos aceitas como somos,
confessamos-Te que são múltiplos os medos e as angústias que nos invadem
ao sentirmos na noite a força do vento e a violência do mar:
– medo e desconfiança em nós mesmos;
– medo das pessoas e da vida;
– medo do amanhã e da morte;
– medo da decisão e de nos equivocarmos;
– medo de tudo...
Então ouvimos a voz quente do Teu Filho, Jesus Cristo, que nos anima:
«Coragem, Eu estou convosco, não tenhais medo, não duvideis!».

Obrigado, Senhor!
Dá-nos a tua mão para continuarmos a aventura da fé,
avançando para lá das nossas seguranças mesquinhas,
sem outro ponto de apoio a não ser uma absoluta confiança em Ti. Amen.

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Salva-nos, Senhor, no meio das tormentas deste navegar em que nos encontramos.
Anima a nossa fé débil que não fica alerta, que tantas vezes se acomoda e que “se deixa ir na onda”.
Vem em auxílio da nossa presunção que acha que tudo pode experimentar, que tudo pode controlar!
Estende-nos a tua mão segura onde esperamos cada recomeço, cada regresso humilde à tua barca.
Acolhe-nos, Senhor, e ensina-nos a navegar com a confiança de estares sempre presente!

Confiemos ao poder de Jesus os nossos medos, as nossas inseguranças, bem como o nosso esforço.


A Voz do Silênciosilencio

O Profeta Elias procurava o Senhor e pensava que ia encontrá-lo através de manifestações extraordinárias. Afinal, Deus estava na brisa ligeira, quase despercebido. A voz do Senhor fez-se ouvir, não sob os sinais majestosos das teofanias, mas na meditação silenciosa da Sua Palavra inspirada.

Não são as grandes tempestades que levam o agricultor a esperar grandes colheitas; são as chuvas calmas e constantes que descem ao fundo das raízes. As grandes chuvadas só estragam e estraçalham as lavouras.
Não são os gritos que fazem os bons amigos; são a conversa tranquila, as histórias, as recordações.
Não são os vendavais que distribuem o pólen de flor em flor; são os insectos, as borboletas, as abelhas, na brisa suave.
Não são as discussões que edificam uma família; são as palavras criteriosas da mãe que entram no coração dos filhos e fazem crescer a paz e o bem no lar.

As melhores preces são aquelas que proferimos em voz calma ou silenciosamente. O orador que esbraveja não comove. As grandes ideias não são fruto do barulho mas da reflexão. "O silêncio é um dos meios mais fecundos da perfeição" — disse-nos o Pe. Dehon.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

XVIII Domingo do Tempo Comum - A

Eucar23A Palavra de Deus deste Domingo apresenta-nos o convite que o Senhor nos faz para nos sentarmos à Sua mesa, onde nos oferece gratuitamente o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade, de eternidade.

Na primeira leitura, Deus convida o seu Povo a deixar a terra da escravidão e a dirigir-se ao encontro da terra da liberdade — à nova Jerusalém onde reina a justiça, o amor e a paz. Aí, Deus saciará definitivamente a fome do seu Povo e oferecer-lhe-á gratuitamente a vida em abundância, a felicidade sem fim.

A segunda leitura é um hino ao amor de Deus pelos homens. É esse amor — do qual nenhum poder hostil nos pode afastar — que explica porque é que Deus enviou o seu próprio Filho ao mundo, para todos convidar para o Seu banquete.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o novo Moisés, cuja missão é realizar a libertação do Seu Povo. No contexto de uma refeição, Jesus mostra aos seus discípulos que é preciso acolher o pão que Deus oferece e reparti-lo com toda a humanidade. É dessa forma que os membros da comunidade do Reino se afastarão da escravidão do egoísmo de forma a alcançar a liberdade do amor.


Primeira Leitura (Is 55,1-3)
Leitura do Livro de Isaías

Eis o que diz o Senhor:
"Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas.
Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei.
Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite.
Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta
e o vosso trabalho naquilo que não sacia?
Prestai-Me atenção e vinde a Mim;
escutai e a vossa alma viverá.
Firmarei convosco uma aliança eterna,
com as graças prometidas a David.


Salmo Responsorial – Salmo 144 (145)
Refrão: Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Todos têm os olhos postos em Vós
e a seu tempo lhes dais o alimento.
Abris as vossas mãos
e todos saciais generosamente.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.


Segunda Leitura (Rom 8,35.37-39)
Leitura da Epístola de S. Paulo aos Romanos

Irmãos:
Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição,
a fome, a nudez, o perigo ou a espada?
Mas em tudo isto somos vencedores,
graças Àquele que nos amou.
Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida,
nem os Anjos nem os Principados,
nem o presente nem o futuro,
nem as Potestades nem a altura nem a profundidade
nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus,
que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.


Evangelho (Mt 14,13-21)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus

Naquele tempo,
quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto,
retirou-Se num barco para um local deserto e afastado.
Mas logo que as multidões o souberam,
deixando as suas cidades, seguiram-n'O a pé.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão
e, cheio de compaixão, curou os seus doentes.
Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus
e disseram-Lhe:
"Este local é deserto e a hora avançada.
Manda embora toda esta gente,
para que vá às aldeias comprar alimento".
Mas Jesus respondeu-lhes:
"Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer".
Disseram-Lhe eles:
"Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes".
Disse Jesus: "Trazei-mos cá".
Ordenou então à multidão que se sentasse na relva.
Tomou os cinco pães e os dois peixes,
ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção.
Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos
e os discípulos deram-nos à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados.
E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens,
sem contar mulheres e crianças.


Ressonânciaspaes

As Liturgia da Palavra de hoje reafirma-nos 3 verdades:
1. Deus convida-nos todos para o Banquete do Reino. Os que vivem à margem da vida e da história; os que têm fome de amor e de justiça; os que vivem mergulhados no desespero; os que o mundo condena e marginaliza; os que não têm pão na mesa, nem paz no coração. Todos são convidados para a Mesa do Reino.

2. Jesus compromete-nos com a fome do mundo. A fome é companheira cruel de muitos filhos de Deus. Quase dois terços da humanidade passa fome. Os apóstolos encontram a solução mais fácil: "Manda embora toda esta gente...". Jesus não fica na mera compaixão: cura os doentes, ilumina o povo com a sua palavra, partilha com eles o pão, entrega-se pessoalmente a todos eles como o Pão da Vida.
Quando os Apóstolos falam em comprar, Jesus manda dar: "Dai-lhe vós mesmos de comer..."
Nós também somos responsáveis pela fome no mundo. Nenhum cristão pode ficar alheio a essa triste realidade!... E o problema da fome no mundo também não se resolve apenas com programas de assistência social, mas com a partilha, com o amor.
O milagre da partilha pode acontecer na medida em que todos saibam dar do pouco que têm. Não se trata tanto da quantidade, mas da generosidade que permite a realização do milagre. E o milagre da partilha não se fecha nas coisas materiais. Muitos necessitam um pouco do nosso tempo, de um olhar, de um abraço, de uma visita...

3. Jesus convida-nos a sentarmo-nos à mesa e recebermos o Pão que Ele oferece. A narração tem um contexto eucarístico. Sentar-se à mesa com Jesus é comprometer-se com a dinâmica do Reino e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço. Celebrar a Eucaristia obriga-nos a lutar contra as desigualdades, os sistemas de exploração, os esbanjamentos (recolheu as sobras...).
Quando celebramos a Eucaristia, tornamos Jesus presente no mundo, fazendo com que o seu Reino se torne uma realidade viva na história.

__________________________________________________

Bendizemos-Te, Deus dos pobres e dos esfomeados do mundo, porque Jesus se compadeceu da multidão cansada e faminta, e repartiu com abundância o pão do reino aos pobres. Ele convida para a sua mesa eucarística todos os seus filhos, como irmãos que participam do mesmo pão familiar.

Queremos celebrar dignamente a Ceia do Senhor, com um coração aberto ao amor e à fraternidade universal, partilhando a fé, o pão, e a vida com os nossos irmãos, especialmente com os mais pobres de bens e de direitos.

Dá-nos sempre Senhor, fome do pão da vida que és Tu, e sacia-nos definitivamente no banquete do Teu reino. Amen.

__________________________________________________

Quantas fomes estão em nós, para as quais gastamos o nosso dinheiro e as nossas forças, sem nunca ficarmos saciados!
Ousemos ir até Ele e levemos-Lhe com toda a confiança o pouco que temos, seguros de que só Ele nos pode saciar.

Erguemos os olhos para Ti e damos-Te graças, Senhor, pela infinita ternura do Teu Filho Jesus.
Nós Te bendizemos pelo pão da vida que nos ofereces em cada Eucaristia que celebramos.
Nós Te pedimos pelos teus discípulos encarregados em distribuí-lo; que a tua bênção cumule as nossas refeições com a graça do teu Espírito Santo.

 


Dar-se...

Ao proclamar a frase de Jesus no Evangelho:cc061 "Dai-lhes vós de comer" — sempre tive a sensação de que Jesus pedia aos seus discípulos que se dessem às pessoas. O que elas precisavam não era só de pão para comer mas sobretudo de alguém que lhes falasse, lhes desse atenção, que as escutasse e acolhesse. Por isso os discípulos deviam oferecer-se às pessoas, antes de lhes servir o pão.

Ainda hoje nós teimamos em dar coisas às pessoas em vez de nos darmos. Isto vai contra aquilo que Jesus fez e continua a fazer. Sempre que celebramos a Eucaristia, no ofertório apresentamos no altar de Deus coisas: pão e vinho, frutos da terra e do nosso trabalho. Em troca recebemos não coisas mas o próprio Jesus, o Seu Corpo e Sangue. Ele não dá coisas, dá-se a si próprio.

Recordo um episódio ocorrido num grande Centro Comercial. Mãe e filho passeavam por entre a multidão. O miúdo vinha carregado de prendas. A mãe oferecera-lhe um livro, uma cassete, um jogo, um gelado, etc. A certa altura mostrou-se insatisfeito, nervoso até. A mãe perguntou-lhe:
— E agora o que é que queres que eu te dê?
— Eu quero que me dês a tua mão.
E assim de mãos dadas, foram passeando felizes, indiferentes a tantas prendas e a tantas maravilhas.

Quando as pessoas se dão a si próprias, nada faltará a ninguém, porque tudo o mais virá por acréscimo.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

 

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