PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Oração a Maria

«Sob a tua proteção procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus!»Fatima22

Na dramática situação atual,
carregada de sofrimentos e angústias
que afligem o mundo inteiro, recorremos a Ti,
Mãe de Deus e nossa Mãe,
e procuramos refúgio sob a tua proteção.

Ó Virgem Maria,
volta para nós os teus olhos misericordiosos
nesta pandemia do coronavírus
e conforta quantos se sentem perdidos
e choram pelos seus entes queridos falecidos
e, por vezes, sepultados de um modo que fere a alma.
Ampara os que estão angustiados pelas pessoas doentes
de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio.
Infunde confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto
e as consequências na economia e no trabalho.

Mãe de Deus e nossa Mãe,
implora por nós a Deus Pai de misericórdia,
para que esta dura provação termine
e volte um horizonte de esperança e de paz.
Como em Caná, intervém junto do teu Divino Filho,
pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas
e que abra o seu coração à confiança.

Protege os médicos, os enfermeiros,
os profissionais de saúde, os voluntários que,
neste período de emergência, estão na linha da frente
arriscando a própria vida para salvar outras vidas.
Acompanha o seu esforço heróico e dá-lhes força, bondade e saúde.

Permanece junto daqueles que, noite e dia, assistem os doentes
e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos
com solicitude pastoral e dedicação evangélica.

Virgem Santa,
ilumina as mentes dos homens e mulheres da ciência,
para que encontrem soluções justas para vencer este vírus.

Assiste os Responsáveis das Nações,
para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade,
socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver,
programando soluções sociais e económicas
com clarividência e espírito de solidariedade.

Maria Santíssima,
toca as consciências para que os enormes montantes de dinheiro,
usados para aumentar e aperfeiçoar os armamentos,
sejam antes destinados a promover estudos adequados
para prevenir semelhantes catástrofes no futuro.

Mãe de todo o amor,
faz crescer no mundo o sentido de pertença
a uma única grande família,
na consciência do vínculo que une a todos,
para que, com espírito fraterno e solidário,
vamos em auxílio de tantas pobrezas e situações de miséria.
Estimula a firmeza na fé, a perseverança no serviço,
a constância na oração.

Ó Maria, Consoladora dos aflitos,
abraça todos os teus filhos atribulados
e alcança-nos a graça que Deus intervenha
com a sua mão omnipotente
para nos libertar desta terrível epidemia,
de modo que a vida possa retomar
com serenidade o seu curso normal.

Confiamo-nos a Ti,
que resplandeces no nosso caminho
como sinal de salvação e de esperança,
ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amen.

(Papa Francisco, Jardins do Vaticano, 30-05-2020)

Baptismo do Senhor

Bapt7

A Liturgia deste Domingo apresenta-nos o início da vida pública de Jesus. Tudo começa com o Baptismo de Jesus, cuja festa hoje celebramos.

No Baptismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projecto do Pai, Jesus fez-Se um de nós, partilhou da nossa fragilidade humana, libertou-nos do egoísmo e do pecado, empenhou-Se em promover-nos para que pudéssemos chegar à vida plena.

A primeira leitura anuncia um misterioso "Servo", escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim... Animado pelo Espírito de Deus, Ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus.

A segunda Leitura narra o Baptismo de Cornélio. Pedro dá seu testemunho e catequese na casa de Cornélio e no final baptiza toda a sua família. Cornélio é o primeiro pagão a ser admitido ao cristianismo por um apóstolo.

No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética veiculada pela primeira leitura: Jesus é o "Servo" enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito, e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-se pessoa, identificou-Se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.


LEITURA I – Is 42,1-4.6-7
Leitura do Livro de Isaías

Diz o Senhor:
«Eis o meu servo, a quem Eu protejo,
o meu eleito, enlevo da minha alma.
Sobre ele fiz repousar o meu espírito,
para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz,
nem se fará ouvir nas praças;
não quebrará a cana fendida,
nem apagará a torcida que ainda fumega:
proclamará fielmente a justiça.
Não desfalecerá nem desistirá,
enquanto não estabelecer a justiça na terra,
a doutrina que as ilhas longínquas esperam.
Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça;
tomei-te pela mão, formei-te
e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos,
tirares do cárcere os prisioneiros
e da prisão os que habitam nas trevas».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 28 (29)
Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz.

Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e poder.
Tributai ao Senhor a glória do seu nome,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados.

A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa,
a voz do Senhor é majestosa.

A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo todos clamam: Glória!
Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se como rei eterno.

LEITURA II – Act 10, 34-38
Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Na verdade,
eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas,
mas, em qualquer nação,
aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável.
Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel,
anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos.
Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando todos os que eram oprimidos pelo Demónio,
porque Deus estava com Ele».


EVANGELHO – Mc 1, 7-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele Naquele tempo,
João começou a pregar, dizendo:
«Vai chegar depois de mim
quem é mais forte do que eu,
diante do qual eu não sou digno de me inclinar
para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo na água,
mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
Sucedeu que, naqueles dias,
Jesus veio de Nazaré da Galileia
e foi baptizado por João no rio Jordão.
Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se
e o Espírito, como uma pomba, descer sobre ele.
E dos céus ouviu-se uma voz:
«Tu és o meu Filho muito amado,
em Ti pus toda a minha complacência».


RessonânciasBapt77
Jesus é o Filho ("o Servo de Javéh)" enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito do Senhor, e cuja missão é realizar a libertação dos homens.

O Baptismo de Jesus foi acompanhado de três acontecimentos:
– "O céu abriu-se..." – Deus encerrou o seu silêncio; abriu o seu coração e voltou a ser amigo dos homens. É o momento da reconciliação entre o céu e a terra, entre Deus e o homem.
– "O Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal de pomba..." – faz-nos relembrar o dilúvio, quando o céu estava fechado e a pomba com o raminho de oliveira foi o sinal de que a paz havia sido restabelecida.
– "E do céu fez-se ouvir uma voz..." – há mais de 300 anos que o povo não ouvia a voz de Deus pelos profetas. Ao enviar o Espírito sobre Jesus, Deus voltou a falar com os homens. Era a Trindade presente comemorando o grande acontecimento.

Precisava Jesus de receber o Baptismo?
É claro que não. João até nem queria baptizar Jesus. Mas Jesus desejava mostrar que a sua actividade, que estava a iniciar, seria a continuação daquilo que João Baptista já estava a anunciar.
O Baptismo de João não era sacramento. Mas um rito de iniciação à Comunidade Messiânica. Renunciava-se ao pecado, convertia-se a uma vida nova e passava-se a integrar a Comunidade do Messias. Era uma antecipação do Baptismo cristão, na "água e no Espírito".

O que significa para nós o Baptismo?
– A Nicodemos, Jesus afirma: "Só se salvará quem renascer..."
– Na Ascensão, recomenda: "Ide... Baptizai..."
– São Paulo resumia as obrigações e esperanças dos cristãos: "Pelo baptismo tornamo-nos filhos de Deus."

Todos sabemos o que realiza na pessoa o baptismo: lava-nos da mancha do pecado original; dá-nos uma vida nova; torna-nos membros do Povo de Deus e da Igreja; torna-nos Filhos de Deus e herdeiros do céu.

Pelo Baptismo assumimos o compromisso de servir a Deus com fidelidade; e tudo isso se realiza através de sinais: de palavras e gestos escolhidos por Deus; de pessoas escolhidas por Deus (na Igreja).
Sabemos muitas coisas. Mas o que é que o Baptismo realmente representa na nossa vida?

Para ser cristão, basta apenas receber o Baptismo?
Ninguém duvida do valor e da eficácia do Baptismo dado às crianças. Mas será oportuno baptizar uma criança se os pais não praticam, não vivem o seu baptismo? O que importa não é marcar a data do baptismo, mas percorrer o caminho de fé. Ser cristão é muito mais do que uma cerimónia religiosa.

O Baptismo torna-nos cristãos seguidores de Cristo. Para isso é necessário Conhecer (catequese permanente); Viver (o amor, o perdão, a fraternidade); Anunciar (pela palavra, pela oração, pela acção); Ser comunidade.

"É Este é o meu filho muito amado." Essa maravilha renovou-se em cada um de nós, quando fomos baptizados. Por isso, Ele espera que conservemos essa vida divina e que possamos testemunhar essa vida nova que o Baptismo confere a cada um de nós.

Agradeçamos o grande dom do nosso Baptismo e peçamos as forças para sermos fiéis a esse compromisso que assumimos.


Baptismo do Senhor – ser bem parecido
Conta um missionário que, um dia, estava a rezar o breviário e um garoto espreitou a página e viu uma estampa com o Menino Jesus.

– Oh, que lindo! É seu filho?
– Não. Respondeu-lhe, a sorrir, o sacerdote – é meu irmão...
– Ah, está bem. Mas olhe que ele não se parece nada consigo.
– Pois é – pensou aquele missionário - durante toda a minha vida não faço outra coisa do que procurar ficar parecido com Ele.

Ainda hoje faz-se ouvir a mesma voz de Deus: Tu és meu filho muito amado. Nós somos da mesma Família de Cristo. E como diz a sabedoria popular quem sai aos seus não degenera. Através do Baptismo cada um torna-se parecido com Cristo. Ele deixou-se baptizar para Se identificar connosco e para santificar aquelas águas pelas quais um dia havíamos de passar. Agora é tempo de nos tornarmos parecidos com Ele, nas palavras, nas obras, na vida e no caminhar. É por isso que rezamos nesta Festa do Baptismo do Senhor: já que Cristo se manifestou aos homens na realidade da nossa natureza, que saibamos reconhecê-lo exteriormente semelhante a nós para sermos por Ele interiormente renovados.

Precisamos muito de alguém que seja em tudo parecido com Cristo.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

Na Festa do Baptismo do SenhorBapt76

Neste Domingo do Baptismo do Senhor, os céus abrem-se novamente porque Deus tem urgência em amar.
Ele está impaciente em abrir os seus braços num infinito abraço que nos acolhe. E o Evangelho conta-nos que Jesus se imerge no rio da frágil humanidade: o Filho de Deus faz-se irmão. E ali, a todos nós irmãos, Deus faz-nos filhos predilectos e amados.

Há aberturas que nós também podemos fazer. Há pontes que devemos estabelecer. Cada um de nós também pode abrir o Céu ao irmão. Temos ao nosso alcance o segredo para os maiores milagres, quando conseguimos olhar o outro, com sincero encanto, e declarar-lhe: "tu és amado!", "tu és amada!"

Senhor, de ténue esperança e persistente ansiedade,
pinto cada página da minha busca.

Nas manchas entranhadas do pecado em mim,
há um grito que me lança para Ti,
no desejo de arrependimento, de purificação e da liberdade do sentir.
Só o Teu abraço me faz digno de ser teu,
só o fogo do teu Espírito me ensina a orar,
a escutar, a estar contigo.
Em Ti descubro as cores desafiantes do amor,
da entrega, da abertura aos outros.
Preciso de olhar o céu e escutar de coração aberto:
Tu és meu filho muito amado!


O teu desafio é mergulhar!
A palavra Baptismo significa mergulho. Por isso, hoje, o teu desafio é mergulhar!
Se tantas vezes vives a vida à superfície, sem arriscar ir ao interior, na margem, passando apenas pela tangente das coisas, hoje é o dia para, com Jesus, mergulhares, e ressurgires renovado pela força do seu Amor.
Talvez o interior não tenha apenas coisas belas! Haverá, talvez, manchas para limpar, feridas para curar, nós que é preciso desatar, pecados para perdoar. Mas ficar à superfície é perder a ocasião de ir mais fundo e descobrir o INFINITO AMOR, d'Aquele que, em Jesus, te fez seu Filho.
Mergulhar é a oportunidade de descobrires que a tua vida é sustentada por esse amor maior que tudo, que Ele te impele a caminhar sem medo, que te confere um dignidade intocável. Por isso, como Jesus, reza ao Pai e deixa que o Espírito inunde a tua vida.
És filho de Deus, filho muito amado! Nada pode apagar isso, nada o pode destruir. Vive segundo a grandeza desse AMOR que te habita!

DIGNIDADE DO BAPTISMObaptismo2

«O Baptismo, porta da vida e do reino, é o primeiro sacramento da nova lei, que Cristo propôs a todos para terem a vida eterna (Cf. Jo 3, 5), e, em seguida, confiou à sua Igreja, juntamente com o Evangelho, quando mandou aos Apóstolos: «Ide e ensinai todos os povos, baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19). Por essa razão, o Baptismo é, em primeiro lugar, o sacramento daquela fé pela qual os homens, iluminados pela graça do Espírito Santo, respondem ao Evangelho de Cristo. Assim, não há nada que a Igreja deseje tanto, nem missão que considere mais própria de si do que despertar a todos, catecúmenos, pais das crianças a baptizar e padrinhos, para esta fé verdadeira e activa pela qual, aderindo a Cristo, iniciam ou confirmam o pacto da nova aliança. A esse fim se ordenam, de facto, quer a formação pastoral dos catecúmenos e a preparação dos pais, quer a celebração da palavra de Deus e a profissão de fé baptismal.

Além disso, o Baptismo é o sacramento pelo qual os homens se tornam membros do corpo da Igreja, edificados uns com os outros em morada de Deus no Espírito (Cf. Ef 2, 22), e em sacerdócio real e povo santo (Cf. 1Pe 2, 9); é também o vínculo sacramental da unidade que existe entre todos os que são assinalados por ele (Vaticano II, Unitatis redintegratio, n. 22).

Em razão desse efeito imutável, que a própria celebração do sacramento na liturgia latina manifesta, quando os baptizados são ungidos com o Crisma na presença do povo de Deus, o rito do Baptismo é tido na maior estima por todos os cristãos, e a ninguém é lícito repeti-lo uma vez celebrado, validamente, ainda que pelos irmãos separados.

baptismo55a

O Baptismo, banho de água acompanhado da palavra da vida (Cf. Ef 5, 26), limpa os homens de toda a mancha de culpa, tanto original como pessoal, e torna-os participantes da natureza divina (Cf. 2Pe 1,4) e da adopção de filhos. (Cf. Rom 8,15; Gal 4, 5) Com efeito, o Baptismo, como se proclama nas orações da bênção da água, é o banho de regeneração dos filhos de Deus (Cf. Tit 3, 5) e do seu nascimento do alto. A invocação da Santíssima Trindade sobre os baptizandos faz com que estes, marcados pelo seu nome, Lhe sejam consagrados e entrem em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Para essa dignidade tão sublime preparam e a ela conduzem as leituras bíblicas, a oração da assembleia, e a tríplice profissão de fé.

Superando de longe as purificações da antiga lei, o Baptismo produz estes efeitos pela força do mistério da Paixão e Ressurreição do Senhor. Na verdade, os que são baptizados, são configurados com Cristo por morte semelhante à sua, sepultados com Ele na morte, (Cf. Rom 6,5.4) também n'Ele são restituídos à vida e juntamente com Ele ressuscitam. (Cf. Ef 2, 5.6) No Baptismo, nada mais se comemora e realiza senão o mistério pascal, enquanto nele os homens passam da morte do pecado para a vida. Por isso, na sua celebração, sobretudo quando esta se realiza na Vigília pascal ou em dia de domingo, é necessário que se torne manifesta a alegria da ressurreição.»

(Ritual do Baptismo das crianças, nn. 3-6)

Solenidade da Epifania do Senhor

Magos15O tempo de Natal é uma caminhada à procura de Jesus. Com a festa da Epifania, que hoje celebramos, concluimos esse tempo, recordando a procura e o encontro de Jesus pelos Magos, que representam todos os povos e nações. (A palavra Epifania significa manifestação de Deus aos homens.)

A Liturgia deste Domingo leva-nos à manifestação de Jesus. Ele é uma "Luz", que se acende na noite do mundo e ilumina os caminhos dos homens, conduzindo-os ao encontro da Salvação.

A primeira leitura anuncia a chegada da Luz salvadora do Senhor, que transfigurará Jerusalém e atrairá a ela povos de todo o mundo. Esta Jerusalém nova representa a Igreja, comunidade dos que aderiram a Jesus e acolheram a Luz salvadora que ele veio trazer.

A segunda leitura apresenta o projecto salvador de Deus, como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos, numa mesma comunidade de irmãos, a comunidade de Jesus.

No Evangelho vemos a concretização da promessa da primeira leitura. Guiados pela luz da Estrela, procuram com esperança o Messias e reconhecem n'Ele a "Salvação de Deus" e aceitam-no como "Senhor".


Primeira Leitura (Is 60,1-6)
Leitura do Livro de Isaías

Levanta-te e resplandece, Jerusalém,
porque chegou a tua luz
e brilha sobre ti a glória do Senhor.
Vê como a noite cobre a terra
e a escuridão os povos.
Mas sobre ti levanta-Se o Senhor
e a sua glória te ilumina.
As nações caminharão à tua luz
e os reis ao esplendor da tua aurora.
Olha ao redor e vê:
todos se reúnem e vêm ao teu encontro;
os teus filhos vão chegar de longe
e as tuas filhas são trazidas nos braços.
Quando o vires ficarás radiante,
palpitará e dilatar-se-á o teu coração,
pois a ti afluirão os tesouros do mar,
a ti virão ter as riquezas das nações.
Invadir-te-á uma multidão de camelos,
de dromedários de Madiã e Efá.
Virão todos os de Sabá,
trazendo ouro e incenso
e proclamando as glórias do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 71 (72)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra.

Ó Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.

Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão-de servir.

Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.


Segunda Leitura (Ef 3,2-3a.5-6)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios

Irmãos:
Certamente já ouvistes falar
da graça que Deus me confiou a vosso favor:
por uma revelação,
foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo.
Nas gerações passadas,
ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens
como agora foi revelado pelo Espírito Santo
aos seus santos apóstolos e profetas:
os gentios recebem a mesma herança que os judeus,
pertencem ao mesmo corpo
e participam da mesma promessa,
em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.


EVANGELHO (Mt 2,1-12)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia,
nos dias do rei Herodes,
quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente.
«Onde está – perguntaram eles –
o rei dos judeus que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adorá-l'O».
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado
e, com ele, toda a cidade de Jerusalém.
Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo
e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias.
Eles responderam: «Em Belém da Judeia,
porque assim está escrito pelo profeta:
'Tu, Belém, terra de Jusá,
não és de modo nenhum a menor
entre as principais cidades de Judá,
pois de ti sairá um chefe,
que será o Pastor de Israel, meu povo'».
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos
e pediu-lhes informações precisas
sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela.
Depois enviou-os a Belém e disse-lhes:
«Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino;
e, quando O encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-l'O».
Ouvido o rei, puseram-se a caminho.
E eis que a estrela que tinham visto no Oriente
seguia à sua frente
e parou sobre o lugar onde estava o Menino.
Ao ver a estrela, sentiram grande alegria.
Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe,
e, prostrando-se diante d'Ele, adoraram-n'O.
Depois, abrindo os seus tesouros,
ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra.
E, avisados em sonhos
para não voltarem à presença de Herodes,
regressaram à sua terra por outro caminho.


RessonânciasNatal018

Esta narrativa não é uma reportagem jornalística, mas uma catequese sobre Jesus e a sua Missão. A Estrela não é um astro no céu, mas a pessoa de Jesus. Ele é a "Luz" anunciada pelos profetas. Os Magos representam os povos estrangeiros que vão ao encontro de Jesus e se deixam guiar pela sua mensagem de paz e de amor. São imagem da Igreja, formada de todos os povos que aderem a Jesus e O reconhecem como o seu "Senhor".

A intenção de S. Mateus era apresentar Jesus como o novo Moisés, o ungido de Deus, recusado pelos judeus e aceite pelos pagãos, que formarão o novo Israel, o novo povo de Deus: a Igreja.

Atitudes diante desta estrela: adoração, indiferença e rejeição.
– Adoração: os Magos viram a "estrela", deixaram tudo e puseram-se a caminho para descobrir Jesus e adorá-l'O: "Vimos e viemos". Os Magos representam todos os povos não judeus, agora associados à História da Salvação.
– Indiferença: os Sacerdotes conheciam-n'O bem nas Escrituras. Sabiam até o lugar onde Ele deveria nascer, mas não perceberam o sinal da sua chegada, nem se preocuparam de ir ao seu encontro. Estavam muito seguros da sua sabedoria, por isso não acolheram a alegria de encontrar e adorar o Salvador.
– Rejeição: Herodes tentou até apagar essa Luz. Ele simboliza os grandes deste mundo que temem a Sua chegada. Poderia roubar-lhe o trono.

Todos viram a mesma realidade: um menino recém-nascido, mas as opções foram e são diferentes.
Com quem nos assemelhamos? Com os Magos, atentos aos sinais, capazes de ler os acontecimentos de nossa vida e a história do mundo à luz de Deus? Com os Sacerdotes, orgulhosos do seu saber, mas acomodados? Com Herodes, que procura matar o menino?

Há um caminho a seguir n procura de Deus.
O itinerário seguido pelos magos reflecte o processo que os pagãos percorreram para encontrar Jesus: Estão atentos aos sinais (a estrela); percebem que Jesus traz a Salvação; põem-se a caminho para O encontrar perguntam aos judeus, que conhecem as Sagradas Escrituras, o que fazer; encontram Jesus e o adoram-n'O; oferecem-Lhe "os seus tesouros" e "voltam por outro caminho".
Neste relato, descobrimos as etapas do nosso caminho à procura de Jesus: a sensibilidade em distinguir os sinais de Deus e a generosidade em aceitar o convite.

"Os magos viram a estrela e vieram adorá-l'O". Natal732Eles não perderam a esperança na incompreensão dos contemporâneos, nem diante das dificuldades da longa caminhada, da ignorância e maldade de Herodes, ou do ambiente rústico em que encontraram o Menino, o Rei dos judeus.
Se olharmos o mundo e os homens com os olhos da fé tudo será uma manifestação e presença de Deus, uma perene Epifania.

Os magos não se apresentaram de mãos vazias. Ofereceram as suas riquezas: ouro, incenso e mirra.
O que temos nós hoje para lhe dar?

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Obrigado, Senhor Jesus, porque vieste também para nós! Obrigado porque nos arrancaste do poder das trevas, porque nos fizeste encontrar o Deus vivo e verdadeiro! 

Hoje, também nós vemos a luz e somos convidados a seguir a estrela do Menino; hoje, também nós somos convidados a adorá-lo, presenteando-o com os nossos melhores dons: o ouro das nossas boas obras, a mirra do nosso coração, o incenso do nosso amor!

Hoje, também somos convidados a admirar o exemplo dos sábios do Oriente, que vendo no céu o sinal do Rei nascido, não temeram deixar tudo e, humildemente, seguir a luz!
Como Abraão, o pai de todos os crentes, deixou a sua terra e partiu à ordem de Deus, sem saber para onde ia, assim também, aqueles que hoje são as nossas primícias para Cristo, partem, obedecendo ao apelo do Senhor, sem saber para onde vão!

Partamos nós também! Partamos da nossa vida cómoda, partamos da nossa fé tíbia, partamos do nosso cristianismo burguês, que deseja ser compreendido, aceite, e aplaudido pelo mundo... ou não veremos a luz do Menino!
Partamos, pois, e encontraremos Aquele que é a Luz do mundo!


"Regressaram à sua terra por outro caminho." (Mt 2, 12)

Quem procura?

De procuras e encontros (e também alguns desencontros!) se vai escrevendo a nossa história. Revelamo-nos tanto em tudo o que procuramos. Por isso também gosto muito de olhar para os magos que chegam ao presépio como representantes da procura humana que se agita dentro de nós. Procuramos mais felicidade, mais realização, mais conhecimento, mais amor. Não se trata de uma mera insatisfação porque nos maravilhamos com o que alcançamos, mas é como se um dinamismo maior do que nós nos habitasse. O problema é quando se transforma a procura na ânsia desmesurada de "ser deus" e não agradecemos nem saboreamos o que já alcançámos!

Quantas vezes procuramos fora de nós aquilo que está tão íntimo e próximo! Santo Agostinho di-lo nas suas Confissões: "Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que estavas dentro de mim e eu fora, e aí te procurava, e eu, sem beleza, precipitava-me nessas coisas belas que tu fizeste. Tu estavas comigo e eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti aquelas coisas que não seriam, se em ti não fossem. Chamaste, e clamaste, e rompeste a minha surdez; brilhaste, cintilaste, e afastaste a minha cegueira; exalaste o teu perfume, e eu respirei e suspiro por ti; saboreei-te, e tenho fome e sede; tocaste-me, e inflamei-me no desejo da tua paz." Procuramos longe o que está perto, como também diz Sophia de Mello Breyner Andressen, num poema sobre a estrela que guiou os magos.: "Quanto deserto / Atravessei para encontrar aquilo / Que morava entre os homens e tão perto". No meio de todas as procuras não podemos esquecer a do nosso universo interior, aquela que faz descobrir riquezas incontáveis no íntimo de cada pessoa.

Mas o que verdadeiramente me espanta Natal742é que Deus também nos procure. Mais do que o "motor imóvel" de Aristóteles revela-se como Pai a lançar-se nos braços do filho pródigo, como Filho a pisar os nossos caminhos de terra e flores, como Espírito que sopra e semeia incêndios de amor. É d'Ele que aprendemos a alegria de procurar uns com os outros, de potenciar os dons diversos e tão interdependentes, de fazer a festa do encontro. É com Ele que vencemos o medo (até o medo de errar e de nos perdemos), que celebramos o esforço e promovemos a iniciativa, que recusamos as teias de aranha e a tentação fácil de condenar. É n'Ele que cada dia pode encher-se de descobertas e o que é pequeno e frágil ter uma beleza imensa. Que outro e novo caminho trazemos do Natal acabado de celebrar? Como se pode traduzir numa procura maior o encontro com Jesus Emanuel, o Deus-connosco? Queremos mesmo procurar?

Vítor Gonçalves, in Voz da Verdade, 08.01.2012

Em Dia de Reis

Natal é a certeza de um Deus-Menino,
acampado no meio de nós.

Solidário com as nossas alegrias e tristezas,
as nossas esperanças, dificuldades e frustrações...

E agora, outra vez os Reis,Magos1
os representantes da procura e do sonho
que nos habita e agiganta o coração.

Para compreender a festa de Reis:
- É preciso pés novos,
para partir em demanda de outros horizontes,
abandonando rotinas e dogmas e sofás.

- É preciso olhos novos,
para descobrir, na terra e nos céus,
as estrelas e os sinais
que nos guiam no encontro com Deus na história.

- É preciso um coração novo,
para se encantar com um Menino,
e prostrar-se diante dele em humilde adoração,
perante a rejeição dos senhores do Tempo e do Templo
e a indiferença dos "sábios" da corte.

- É necessário mãos novas,
que se abram em partilha e gratidão,
com presentes generosos e solidários...

- É preciso uma vontade nova,
decididos a regressar ao seu interior
e ao coração dos irmãos por outro caminho:
o caminho da Fraternidade, do Perdão e da Festa.


Ser Estrela

Os Magos chegaram a Belém guiados por uma estrela. estrelaÉ que as pessoas são como estrelas ou como cometas.
Os cometas passam, as estrelas permanecem. Há gente cometa que passa pela vida apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém se prende, gente sem amigos que passa pela vida sem iluminar, sem guiar ou marcar presença.

O importante é ser estrela, estar junto, ser luz, ser calor, ser vida. Um amigo é uma estrela. Podem passar anos, podem surgir distâncias mas a marca fica no coração. Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder contar com elas e poder sentir a sua luz e calor.

Ser estrela neste mundo passageiro de pessoas cometas é um desafio e uma recompensa.Recompensa por ter sido luz para muitos amigos, ter sido calor para muitos corações, ter nascido e ter vivido e não apenas existido.
Na nossa constelação cada estrela tem o seu brilho próprio onde o importante não é brilhar mais, mas brilhar sempre.Há um autor desconhecido que escreveu: "Para que a sua estrela brilhe, não é preciso apagar a minha."

Pe. José David Quintal Vieira, scj
 

«Ao iniciar este ano, descubramos de novo a adoração como exigência da fé. Se soubermos ajoelhar diante de Jesus, venceremos a tentação de olhar apenas aos nossos interesses. De fato, adorar é fazer o êxodo da maior escravidão: a escravidão de si mesmo.»

Homilia do papa Francisco na Solenidade da Epifania

No Evangelho (Mt 2, 1-12), os Magos começam por manifestar a intenção que os move: «Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo» (2, 2). Adorar é o objetivo do seu percurso, a meta do seu caminho. De facto, chegados a Belém, quando «viram o Menino com Maria, sua mãe, prostrando-se, adoraram-No» (2, 11). Se perdermos o sentido da adoração, falta-nos o sentido de marcha da vida cristã, que é um caminho rumo ao Senhor, e não a nós. O risco existe, como nos adverte o Evangelho, quando, a par dos Magos, mostra personagens incapazes de adorar.

O primeiro deles é o rei Herodes, que usa o verbo «adorar», mas de maneira falaciosa. Com efeito, pede aos Magos que o informem do local onde encontrarem o Menino, «para – diz ele – ir também eu adorá-Lo» (2, 8). Na realidade, Herodes adorava apenas a si mesmo e por isso, com uma mentira, o que ele queria era livrar-se do Menino. Que nos ensina isto? Que o homem, quando não adora a Deus, é levado a adorar-se a si mesmo; e a própria vida cristã, sem adorar o Senhor, pode tornar-se uma forma educada de se louvar a si mesmo e a sua habilidade. É um risco sério: servir-se de Deus, em vez de servir a Deus. Quantas vezes trocamos os interesses do Evangelho pelos nossos; quantas vezes revestimos de religiosidade aquilo que a nós nos convém; quantas vezes confundimos o poder segundo Deus, que é servir os outros, com o poder segundo o mundo, que é servir-se a si mesmo!

Além de Herodes, há outras pessoas no Evangelho que não conseguem adorar: são os chefes dos sacerdotes e os escribas do povo. Com extrema precisão, indicam a Herodes o local onde havia de nascer o Messias: em Belém da Judeia (cf. 2, 5). Conhecem as profecias e citam-nas de forma exata. Sabem aonde ir, mas não vão. Disto, também podemos tirar uma lição: na vida cristã, não basta saber. Sem sair de si mesmo, sem ir ao encontro de Deus, sem O adorar, não O conhecemos. De pouco ou nada servem a teologia e a ação pastoral, senão se dobram os joelhos; senão se faz como os Magos, que não se limitaram a ser sábios organizadores duma viagem, mas caminharam e adoraram. Quando se adora, apercebemo-nos de que a fé não se reduz a um belo conjunto de doutrinas, mas é a relação com uma Pessoa viva, que devemos amar. É permanecendo face a face com Jesus que conhecemos o seu rosto. Quando O adoramos, descobrimos que a vida cristã é uma história de amor com Deus, onde não basta ter boas ideias sobre Ele, mas é preciso colocá-Lo em primeiro lugar, como faz um namorado com a pessoa amada. Assim deve ser a Igreja: uma adoradora enamorada de Jesus, seu esposo.

Ao principiar este ano, descubramos de novo a adoração como exigência da fé. Se soubermos ajoelhar diante de Jesus, venceremos a tentação de olhar apenas aos nossos interesses. De facto, adorar é fazer o êxodo da maior escravidão: a escravidão de si mesmo. Adorar é colocar o Senhor no centro, para deixarmos de estar centrados em nós mesmos. É predispor as coisas na sua justa ordem, reservando o primeiro lugar para Deus. Adorar é antepor os planos de Deus ao meu tempo, aos meus direitos, aos meus espaços. É aceitar o ensinamento da Escritura: «Ao Senhor, teu Deus, adorarás» (Mt 4, 10). «Teu Deus»: adorar é sentir que nos pertencemos mutuamente, eu e Deus. É tratá-Lo por «Tu» na intimidade, é depor a seus pés a nossa vida, permitindo-Lhe entrar nela. É fazer descer sobre o mundo a sua consolação. Adorar é descobrir que, para rezar, basta dizer «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28) e deixar-me invadir pela sua ternura.

Adorar é ir ter com Jesus, não com uma lista de pedidos, mas com o único pedido de estar com Ele. É descobrir que a alegria e a paz crescem com o louvor e a ação de graças. Quando adoramos, permitimos a Jesus que nos cure e transforme; adorando, damos ao Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor, iluminar as nossas trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações. Adorar é ir ao essencial: é o caminho para se desintoxicar de tantas coisas inúteis, de dependências que anestesiam o coração e estonteiam a mente. De facto, adorando, aprende-se a rejeitar o que não deve ser adorado: o deus dinheiro, o deus consumo, o deus prazer, o deus sucesso, o nosso eu arvorado em deus. Adorar é fazer-se pequenino na presença do Altíssimo, descobrir diante d’Ele que a grandeza da vida não consiste em ter, mas em amar. Adorar é descobrir-nos como irmãos e irmãs face ao mistério do amor que ultrapassa todas as distâncias: é beber o bem na fonte, é encontrar no Deus próximo a coragem de nos aproximarmos dos outros. Adorar é ficar calado diante do Verbo divino, para aprender a dizer palavras que não magoem, mas consolem.

Adorar é um gesto de amor que muda a vida. É fazer como os Magos: levar ao Senhor o ouro, para Lhe dizer que nada é mais precioso do que Ele; oferecer-Lhe o incenso, para Lhe dizer que só com Ele se eleva para o alto a nossa vida; apresentar-Lhe a mirra – com ela se ungiam os corpos feridos e dilacerados – como promessa a Jesus de que socorreremos o próximo marginalizado e sofredor, porque nele está o Senhor.

Amados irmãos e irmãs, hoje cada um de nós pode interrogar-se: «Sou um cristão adorador?» A pergunta impõe-se-nos, pois muitos cristãos que rezam, não sabem adorar. Encontremos momentos para a adoração ao longo do nosso dia e criemos espaço para a adoração nas nossas comunidades. Cabe a nós, como Igreja, colocar em prática as palavras que acabamos de rezar no Salmo: «Adorar-Vos-ão, Senhor, todos os povos da terra». Adorando, descobriremos também nós, como os Magos, a direção certa do nosso caminho. E sentiremos, como os Magos, uma «imensa alegria» (Mt 2, 10).

Basílica de S. Pedro, 06-01-2020

Festa da Sagrada Família

SFamilia17A liturgia deste domingo propõe-nos a Família de Jesus como exemplo e modelo das nossas Famílias.
Foi num quadro comum duma família humana que se realizou o mistério da Encarnação, pelo qual Deus feito Homem habitou entre os homens.
Assim como a Família de Jesus foi sagrada também as nossas famílias recebem as mesmas bênçãos de Deus e são sagradas.

- Bem-aventuradas as Famílias que, mais do que interesses materiais, ou atracções naturais, têm a uni-los Jesus e a alegria da mútua entrega!
- Bem-aventuradas as Famílias que têm memórias referenciais e não têm medo de sonhar;
- Bem-aventuradas as Famílias que vivem na Lei do Senhor e reforçam os seus laços na força da Palavra de Deus, que se refazem no perdão, se fortalecem na caridade e se enriquecem na partilha;
- Bem-aventuradas as Famílias cujos membros são capazes de se perdoar e de se valorizarem mutuamente, mantendo activo o sentido da gratidão e do respeito mútuo.

Uma Família Feliz não é sinónimo de prosperidade económica, de sucesso profissional, de estabilidade financeira. Mas é o ambiente em que todos são capazes de se encontrar, contemplar-se a mútua beleza e promover-se na caridade.

Jesus, Maria e José, abençoai as nossas famílias!

IV DOMINGO DO ADVENTO - B

Luz4A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projecto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projecto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.

A primeira leitura apresenta a "promessa" de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A "promessa" de Deus irá concretizar-se num "filho" de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade e a paz, a abundância e a fecundidade, a felicidade sem fim.

A segunda leitura chama a esse projecto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o "mistério"; e, sobretudo, garante que esse projecto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.

O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, afim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projecto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer "sim" ao projecto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l'O ao mundo.


Primeira Leitura (2Sam 7,1-5.8b-12.14a.16)
Leitura do Segundo Livro de Samuel

Quando David já morava em sua casa
o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam,
o rei disse ao profeta Natã:
«Como vês, eu moro numa casa de cedro,
e a arca de Deus está debaixo de uma tenda».
Natã respondeu ao rei:
«Faz o que te pede o teu coração,
porque o Senhor está contigo».
Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor:
Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos,
para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste
e exterminei diante de ti todos os teus inimigos.
Dar-te-ei um nome tão ilustre
como o nome dos grandes da terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel:
e nele o instalarei para que habite nesse lugar,
sem que jamais tenha receio
e sem que os perversos tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel.
Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos.
O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa.
Quando chegares ao termo dos teus dias
e fores repousar com teus pais
estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti
e consolidarei a tua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome
e Eu consolidarei para sempre o teu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente
e o teu trono será firme para sempre.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89)
Refrão: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

«Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David meu servo:
'Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações'».

«Ele Me invocará: 'Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador'.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável».


Segunda Leitura (Rom 16,25-27)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Àquele que tem o poder de vos confirmar,
segundo o meu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo
— a revelação do mistério encoberto desde os tempos eternos
mas agora manifestado
e dado a conhecer a todos os povos
pelas escrituras dos Profetas
segundo a ordem do Deus eterno,
dado a conhecer a todos os gentios
para que eles obedeçam à fé —
a Deus, o único sábio,
por Jesus Cristo,
seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.


EVANGELHO (Lc 1,26-38)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo;
bendita és tu entre as mulheres».
Ela ficou perturbada com estas palavras
e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?»
O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então:
«Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».


Ressonâncias

O que é que história de Maria nos diz hoje?
Deus ama os homens e tem um projecto de vida plena para lhes oferecer, através de Jesus Cristo.

Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um Sim incondicional ao projecto de Deus. Ele espera também o nosso Sim para continuar a vir ao mundo e oferecer aos irmãos a Salvação e a Vida de Deus.

Maria torna-se instrumento de Deus porque esteve atenta ao projecto de Deus e disponível para acolher e testemunhar com amor as suas propostas.
Qual a nossa resposta aos apelos de Deus? Maria respondeu com um "sim" total e incondicional. A exemplo dela, devemos também nós dar o nosso "Sim" generoso, numa entrega total nas mãos de Deus e no acolhimento radical dos caminhos de Deus.

Como é possível essa entrega total a Deus? Através de uma vida feita diálogo, comunhão e de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n'Ele. O caminho é o mesmo ainda hoje para todos nós.

No meio da agitação de todos os dias, encontramos nós tempo e disponibilidade para ouvir o Senhor, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais?
A exemplo de Maria, digamos um sim generoso e total ao Senhor. Preparemos para ele uma morada no nosso lar e no nosso coração.

Só assim o "Senhor estará também connosco" e a nossa alegria neste Natal será completa.


VOZ DA SENTINELA!

Senhor, Tu vais nascer
e o mundo em dor materna
de parto prematuro, sem ter enxoval,
nem casa ou hospital aonde te acolher.

Senhor, Tu vais nascer
e há ódios a explodir em cenas de terror
com homens a mandar e homens a matar
e homens a morrer.

Senhor, Tu vais nascer
e há esgotos entupidos por fetos enjeitados
e órfãos sem ter pão e sem habitação
nem escola onde aprender.

Senhor, Tu vais nascer
e há velhos sem família, casais
desempregados, doentes sem consulta
e jovens que procuram razões para viver.

Senhor, Tu vais nascer
e tanto suor perdido em terras calcinadas
e sangue e tanta dor em guerras sem valor
que é bem melhor perder.

Senhor, Tu vais nascer
e a gente sem saber a forma de acolher-Te.

Se ainda hoje
não podes nascer numa estalagem;
se ele há tantos herodes que temem
a tua influência no espírito do povo,
para que tentar de novo? Não chega
essa experiência que Te levou à Cruz?

Ah! Vem, Senhor Jesus!

(Lopes Morgado)


Maria,Maria014
Virgem de poderosa ternura
e de poder tão terno,
de quem brota a fonte de todo o amor,
não deixes de conceder
esta verdadeira misericórdia,
lá onde tu encontras a verdadeira miséria.

Se me confundo diante
da tua poderosa santidade, não cores por causa
dos teus sentimentos misericordiosos
pois são tão naturais.

Virgem de poder tão terno, o Senhor está contigo!
Estás tão cheia de graça,
que incessantemente dás força
a todas as criaturas que recorrem a ti.

Faz com que o grito das minhas necessidades
te siga sempre e em toda a parte
e que o teu olhar de bondade me acompanhe.
Amen.

(S. Bernardo)

 

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