PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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VII Domingo do Tempo Comum - B

JC_ParaliticoO Evangelho de S. Marcos apresenta-nos "Quem é Jesus". Vimos que é Aquele que nos liberta dos males físicos. Hoje veremos que Ele nos liberta também dos males espirituais e, o pior deles, é o pecado.

Num tempo não muito distante, havia exagerada a ideia que "tudo era pecado". Hoje, perdeu-se o sentido do pecado e, consequentemente, a necessidade do perdão e da misericórdia.
A Palavra deste Domingo fala-nos do pecado e da atitude de Deus diante do pecador. Toda a História da Salvação é uma mensagem de esperança, um anúncio de perdão, uma manifestação do amor misericordioso de Deus.

A primeira leitura mostra Deus e o pecado do seu Povo. Os israelitas, escravos e humilhados na Babilónia, perguntavam-se: "Porque é que Deus permitiu que nos tornássemos escravos, depois de ter dado, no passado, tantas provas de amor? Terá Deus esgotado sua paciência diante da dureza do nosso coração?"
Deus, em todos os momentos da história, está ao lado do seu Povo. Sugere, no entanto, que o Povo necessita de percorrer um caminho de conversão e de renovação, antes de poder acolher a libertação que Deus tem para oferecer.

O Evangelho retoma a mesma temática. Diz que, através de Jesus, Deus derrama sobre a humanidade sofredora e prisioneira do pecado a sua bondade, a sua misericórdia, o seu amor. Ao homem resta acolher o dom de Deus, ir ao encontro de Jesus e aderir a essa proposta libertadora que Jesus veio apresentar.

A segunda leitura recomenda àqueles que aderiram à proposta de Jesus que vivam com coerência, com verdade, com sinceridade o seu compromisso, sem recurso a subterfúgios ou a lógicas de oportunidade.


LEITURA I – Is 43,18-19.21-22.24b-25
Leitura do Livro de Isaías

Eis o que diz o Senhor:
«Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados,
não presteis atenção às coisas antigas.
Eu vou realizar uma coisa nova,
que já começa a aparecer; não o vedes?
Vou abrir um caminho no deserto,
fazer brotar rios na terra árida.
O povo que formei para Mim proclamará os meus louvores.
Mas tu não Me chamaste, Jacob,
não te preocupaste Comigo, Israel.
Pelo contrário, obrigaste-Me a suportar os teus pecados,
cansaste-Me com as tuas iniquidades.
Sou Eu, sou Eu que, em atenção a Mim,
tenho de apagar as tuas transgressões
e não mais recordar as tuas faltas».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 40 (41)
Refrão: Salvai-me, Senhor, porque pequei contra Vós.

Feliz daquele que pensa no pobre:
no dia da desgraça o Senhor o salvará.
O Senhor lhe concederá protecção e vida, fá-lo-á ditoso na terra
e não o abandonará ao ódio dos seus inimigos.

No leito do sofrimento o Senhor o assistirá
e na doença o aliviará.
Eu digo: Senhor, tende piedade de mim,
curai-me, pois pequei contra Vós.

Vós me conservareis são e salvo
e em vossa presença me estabelecereis para sempre.
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel,
desde agora e para sempre. Amen.


LEITURA II – 2 Cor 1,18-22
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Deus é testemunha fiel
de que a nossa linguagem convosco não é sim e não.
Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo,
que nós pregamos entre vós
– eu, Silvano e Timóteo –
não foi sim e não, mas foi sempre um sim.
Todas as promessas de Deus são um sim em seu Filho.
É por Ele que nós dizemos 'Amen' a Deus para sua glória.
Quem nos confirma em Cristo – a nós e a vós – é Deus.
Foi Ele que nos concedeu a unção,
nos marcou com o seu sinal
e imprimiu em nossos corações o penhor do Espírito.


EVANGELHO – Mc 2,1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum
e se soube que Ele estava em casa,
juntaram-se tantas pessoas
que já não cabiam sequer em frente da porta;
e Jesus começou a pregar-lhes a palavra.
Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens;
e, como não podiam levá-lo até junto d'Ele, devido à multidão,
descobriram o tecto por cima do lugar onde Ele Se encontrava
e, feita assim uma abertura,
desceram a enxerga em que jazia o paralítico.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico:
«Filho, os teus pecados estão perdoados».
Estavam ali sentados alguns escribas,
que assim discorriam em seus corações:
«Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar.
Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes:
«Porque pensais assim nos vossos corações?
Que é mais fácil?
Dizer ao paralítico 'Os teus pecados estão perdoados'
ou dizer 'Levanta-te, toma a tua enxerga e anda'?
Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem
tem na terra o poder de perdoar os pecados,
'Eu to ordeno – disse Ele ao paralítico –
levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa'».
O homem levantou-se,
tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente,
de modo que todos ficaram maravilhados
e glorificavam a Deus, dizendo:
«Nunca vimos coisa assim».


Ressonâncias

O poder que Jesus tinha de perdoar os pecados, continua na Igreja a quem foi entregue na primeira aparição do Cristo Ressuscitado, num clima de grande alegria e de vitória sobre a morte e o pecado: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23)." Os apóstolos foram perdoados e enviados a perdoar em nome do Senhor.

A Igreja é comunidade do perdão fraterno. A igreja não é uma comunidade de santos, mas de pecadores perdoados que precisam pedir e oferecer o perdão. No Pai-Nosso afirmamos: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos..." Portanto, o perdão, que necessitamos, depende sempre do perdão que damos aos outros.

Sacramento da Reconciliação não pode reduzir-se a apenas a um ritualismo de contar os pecados ao padre. É necessário sempre um processo de conversão, pelo qual o cristão se reconhece pecador e deseja refazer sua vida cristã.
O Sacramento da Reconciliação é Sacramento da Alegria. A alegria de experimentar o perdão do Senhor e a da comunhão com os irmãos, sentir-se perdoado e aceite por um Deus pai e amigo, que nos repete: "Filho, teus pecados estão perdoados."

Gesto de solidariedade: caminho de libertação: Enquanto os ouvintes e seguidores de Cristo "sentados" enchiam a casa e impediam o doente de se aproximar, os quatro amigos encontraram a maneira para levar o doente até Jesus. E Jesus "vendo a fé que eles tinham" curou o doente...

Quantas pessoas poderiam reconstruir a própria vida, se houvesse algum cristão disposto a apoiá-las e ajudá-las a chegar a Jesus? E nós, que participamos na mesa da Eucaristia, podemos ficar pensando só em nós impedindo que os "doentes" se aproximem de Jesus ou acompanhamos essas pessoas até Cristo, para que as liberte? Qual é a nossa atitude diante do pecado? Reconhecemos com humildade os nossos pecados? Buscamos com regularidade o perdão de Deus, que nos é dado através da Igreja?


Levanta-te e vai

Eu não gosto de me confessar porque tenho medo que o Padre ralhe comigo.
Mas, afinal, quando chegas ao pé do confessor, o que é que lhe pedes em primeiro lugar?
— Como toda a gente, digo: Abençoai-me, Padre, porque pequei...

— Exactamente. Não pedes que te ralhe ou te castigue porque pecaste mas pedes-lhe uma bênção, uma palavra de conforto ou de gratidão. Não tenhas medo. O confessor apenas felicitar-te-á porque recebeste uma graça de Deus e um dom do Espírito Santo: reconheceste que és pecador e que desejas ser melhor!

Quem confessa as suas faltas, está disposto a levantar-se e a caminhar. É por isso que um paralítico apresentou-se um dia diante de Jesus que lhe disse:
— Os teus pecados estão perdoados, ou por outras palavras, levanta-te, toma a tua enxerga e vai...

O mal parece não estar no ter caído mas em não querer levantar-se e prosseguir a caminhada. E perdoar é dar a oportunidade de alguém recomeçar o seu caminho. Todos somos paralíticos, amarrados a velhos hábitos e muletas, à espera duma palavra que nos levante. Vivemos agora na esperança de recomeçar todos os dias. Cair e levantar-se é igual a progredir.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

XVII Domingo do Tempo Comum - A

perola1A Palavra de Deus que hoje é proclamada convida-nos a reflectirmos nas nossas prioridades, nos princípios sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Propõe que construamos a nossa vida sobre os valores propostos por Jesus.

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo do rei Salomão, homem "sábio", que consegue perceber e escolher o que é importante, não se deixando seduzir ou alienar pelos valores efémeros.

Na segunda leitura, S. Paulo convida-nos a seguir o caminho e a proposta do Senhor. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.

Evangelho conclui o discurso das parábolas de Cristo sobre o Reino de Deus. Recomenda que façamos do Reino de Deus prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse "tesouro" supremo que é o Reino.


Primeira Leitura (1 Reis 3,5.7-12)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias,
O Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse-lhe:
"Pede o que quiseres".
Salomão respondeu:
"Senhor, meu Deus,
Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David
e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido,
um povo imenso, inumerável,
que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente,
para saber distinguir o bem do mal;
pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?"
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe:
"Porque foi este o teu pedido,
e já que não pediste longa vida, nem riqueza,
nem a morte dos teus inimigos,
mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo.
Dou-te um coração sábio e esclarecido,
como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti".


Salmo Responsorial – Salmo 118 (119)
Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

Senhor, eu disse: A minha herança
é cumprir as vossas palavras.
Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em ouro e prata.

Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias.

Por isso, eu amo os vossos mandamentos,
mais que o ouro, o ouro mais fino.
Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos
e detesto todo o caminho da mentira.

São admiráveis as vossas ordens,
por isso, a minha alma as observa.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples.


Segunda Leitura (Rom 8,28-30)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Nós sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam,
dos que são chamados, segundo o seu desígnio.
Porque os que Ele de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou, também os chamou;
àqueles que chamou, também os justificou;
e àqueles que justificou, também os glorificou.


Evangelho (Mt 13,44-52)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus às multidões:
"O reino dos Céus é semelhante
a um tesouro escondido num campo.
O homem que o encontrou tornou a escondê-lo
e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía
e comprou aquele campo.

O reino dos Céus é semelhante
a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor,
foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola.

O reino dos Céus é semelhante
a uma rede que, lançada ao mar,
apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia
e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos
e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo:
os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente.
Aí haverá choro e ranger de dentes.

Entendestes tudo isto?"
Eles responderam-Lhe: "Entendemos".
Disse-lhes então Jesus:
"Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus
é semelhante a um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas".


Ressonânciatesouro1

Deus como tesouro
Um tesouro é algo raro, recorda histórias de aventuras, sonhos de riqueza... Deus como tesouro significa que Ele não é uma renúncia, uma diminuição, uma mortificação, mas é uma conquista, mais vida dentro da própria vida. Quando conquistado não se troca por nada, não se vende, não se perde!

Como tesouro Deus é o contrário das coisas banais e supérfluas, o oposto de uma vida qualquer, mas é multiplicação de vida, de projectos, de possibilidades. Deus é surpresa, encanto, horizonte ilimitado.

Por um tesouro arrisca-se tudo! É o que Deus sempre faz: o seu tesouro é o ser humano. Por nós abandona a tranquilidade da eternidade para contemplar o homem, como pérola preciosa. Por causa desta paixão comete loucuras, até a folia irracional da cruz: Deus “vende” tudo por causa do tesouro da humanidade, até o seu bem mais precioso, o próprio Filho no Gólgota.

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Cheios da felicidade que o Espírito Santo infunde nos nossos corações, bendizemos-te, Senhor Jesus, por descobrirmos no teu Evangelho, na tua pessoa, em toda a tua vida e no teu amor para connosco, o tesouro escondido e a pérola valiosa do reino de Deus, pelo qual vale a pena arriscar tudo, sábia e generosamente.
Bendito sejais, também porque nos falaste do reino com parábolas e sinais de libertação que unem o anúncio do reino de Deus com a salvação e a felicidade do homem.

Faz, Senhor, que a boa nova do tesouro do teu reino transforme as nossas pequenas vidas à medida do teu projecto, e alcançaremos pelo teu amor todo o resto por acréscimo. Amen.

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Qual é para mim o maior tesouro?
O dinheiro, os prazeres, o poder, o prestígio, a saúde, a graça de Deus?
Se encontrei realmemte a Cristo,
estou também eu disposto a "vender" tudo o resto para o possuir?

Não basta despojar-se de tudo para acolher o Evangelho; é preciso fazê-lo com alegria!


A melhor jóiaperola

Ao tomar a praça de Winsberg, Conrado III, duque de Franconia, permitiu às mulheres que saíssem, levando o que tivessem de mais precioso. Elas então pegaram nos maridos às costas, e o triunfador, comovido por este acto de amor conjugal, perdoou aos vencidos. Onde estiver o teu coração aí se encontrará o vosso tesouro, disse Jesus. É bom dizer que Deus é o nosso melhor tesouro, mas é melhor saber que nós somos o único tesouro de Deus. Ele bem sabe o que escolheu.

Conta-se que Pandita Nerhu, ao tratar com representantes da Igreja, a fim de conhecer os seus pontos de vista em assuntos de controvérsia, disse uma vez com perspicácia e respeito:
- Há uma coisa que de facto notei nestes cristãos, sabem o que querem.

Um cristão é uma pessoa que sabe o que quer. O homem vai-se construindo por meio de decisões. Elas formam a sua personalidade, definem o seu carácter e integram a sua vida. As ideias, estudos, leituras, inclinações, também influenciam e exprimem aquilo que cada um é, mas a base da pessoa são as suas decisões, as suas determinações, aquilo que faz diariamente ao escolher o seu caminho. Escolher é viver, e decidir-se é definir-se. Eu sou o que forem as minhas decisões.

A Parábola do Tesouro Escondido lembra-nos que afinal Deus é o nosso tesouro porque nós somos a sua melhor jóia. Para decidir-se é preciso saber o que se quer.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

VIII Domingo do Tempo Comum - A

Jc1Hoje, a Liturgia dá-nos a oportunidade de contemplar a verdadeira imagem de Deus: é uma mãe carinhosa e um pai providente.

Na primeira Leitura, Deus é comparado a uma mãe carinhosa que jamais se esquece do seu filhinho.
«Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta e não ter compaixão do filho das suas entranhas? Mas ainda que ela se esqueça, Eu não te esquecerei.
» (Is 49,14-15)
É a expressão bíblica mais profunda e eloquente da ternura maternal de Deus e do seu amor para com o homem.

Na segunda Leitura, S. Paulo não se perturba com aquilo que possam dele dizer ou pensar. Ele põe toda a confiança em Deus: «Cada um receberá da parte de Deus o louvor que merece(1Cor 4,1-5)

No Evangelho, Deus é comparado a um pai providente que cuida de todos os seus filhos, e provê às suas necessidades. Por isso, afirma: "não vos preocupeis com o dia de amanhã". (Mt 6,24-34)
Jesus adverte para o perigo do dinheiro e das vãs preocupações. Os cidadãos do Reino devem optar sempre entre os tesouros passageiros deste mundo e os tesouros do céu; entre Deus e o dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro.» O perigo dele se transformar em senhor paira constantemente sobre todos, ricos e pobres. Por isso, Jesus propõe servir ao Senhor, abandonando-se à Providência amorosa do Pai.


1.ª LEITURA (Is 49, 14-15)
Leitura do Livro do Êxodo

Sião dizia:
«O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim».
Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta
e não ter compaixão do filho das suas entranhas?
Mas ainda que ela se esqueça,
Eu não te esquecerei.
 


Salmo Responsorial – Salmo 61 (62)

Só em Deus descansa, ó minha alma.

Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.

Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.

Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
o meu abrigo, o meu refúgio está em Deus.
Povo de Deus, em todo o tempo ponde n’Ele a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações.
 


2.ª LEITURA (1 Cor 4, 1-5)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Todos nos devemos considerar como servos de Cristo
e administradores dos mistérios de Deus.
Ora o que se requer nos administradores é que sejam fiéis.
Quanto a mim, pouco me importa
ser julgado por vós ou por um tribunal humano;
nem sequer me julgo a mim próprio.
De nada me acusa a consciência,
mas não é por isso que estou justificado:
quem me julga é o Senhor.
Portanto, não façais qualquer juízo antes do tempo,
até que venha o Senhor,
que há-de iluminar o que está oculto nas trevas

e manifestar os desígnios dos corações.
E então cada um receberá da parte de Deus
o louvor que merece.


EVANGELHO (Mt 6, 24-34)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro,
ou se dedicará a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida,
com o que haveis de comer ou de beber,
nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir.

Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu:
não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros;
o vosso Pai celeste as sustenta.
Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe,
pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário?
Olhai como crescem os lírios do campo:
não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo:
nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada ao forno,
não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo:
‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas.
Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça,
e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã,
porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações.
A cada dia basta o seu cuidado».

 


Jesus está a promulgar o programa do Reino dos Céus. É o Sermão da Montanha. Francisco

O primeiro dever do cristão, como membro da Igreja, é colaborar para o anúncio e instauração do Reino de Deus na História dos Homens. Para isso não pode viver demasiado as preocupações da riqueza, porque perde a disponibilidade de coração e a capacidade de entrega ao Reino; nem as preocupações do alimento ou do vestuário, pois tal ansiedade tira-lhe a paz interior indispensável para experimentar o amor que Deus lhe tem; nem as interrogações do dia de amanhã, pois entretanto perde o dia de hoje – e o Reino constrói-se cada dia. Por isso, Jesus ensinou a pedir apenas o pão de cada dia (Mt 6, 11).

Que fique claro, o Senhor Jesus não recomenda a preguiça nem desvaloriza o trabalho do homem. Apenas quer dizer: se tudo é de Deus e está em Suas mãos, procura primeiro o Seu Reino e a Sua vontade sem dramatismos nem ansiedades e, quanto ao resto,confia n'Ele. Deus cuida dos Seus filhos. Naturalmente, dando-lhes a capacidade para cuidarem de si naquilo que está ao seu alcance realizarem, se for para seu bem.

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Ressonâncias: 

– Sou dos que querem servir a dois senhores? De qual dos dois me lembro mais: de Deus, ou do dinheiro (comida, vestuário, etc.)? A qual dos dois dedico eu mais tempo e energias?

– Encaro com ansiedade o problema do comer, do vestir, do dia de amanhã? Porquê? Essa ansiedade tem prejudicado a minha entrega ao serviço do Reino? Tem-me tirado a alegria de viver?

– Esforço-me por fazer tudo o que depende de mim e confio mais em Deus quanto ao resto que não depende de mim?

 


 

 

 

Meu Pai,

em ti me abandono.Charles_de_Foucauld
Faz de mim o que te agradar.

Tudo o que fizeres de mim,
eu to agradeço.
Estou disposto
a tudo,
aceito tudo.

Contanto que a tua vontade se cumpra em mim
e em todas as tuas criaturas,
não desejo mais nada, meu Deus.

Nas tuas mãos deponho a minha alma.
Dou-ta, meu Deus,
com todo
o amor do meu coração,
porque te amo
e é para mim uma necessidade de amor
o dar-me
e o colocar-me nas tuas mãos sem condições,
porque tu és o meu Pai.

Beato Carlos de Foucauld

VII Domingo do Tempo Comum - A

JC2

A liturgia deste sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o “caminho cristão” é um caminho nunca acabado, que exige de cada um de nós um compromisso sério e radical - feito de gestos concretos de amor e de partilha - com a dinâmica do “Reino”. Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem.

A primeira leitura apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige de nós o ser santo... E isto passa fundamentalmente pelo amor ao próximo.


No Evangelho, no contexto do “sermão da montanha”, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade. Convida-nos que aceitemos inverter a lógica da violência e do ódio – pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte – e pede-nos, um amor que não marginaliza nem discrimina ninguém – nem mesmo os inimigos. É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.


Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e a todos nós – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela. Para que isso aconteça, devemos renunciar à “sabedoria do mundo” e optarmos pela “sabedoria de Deus”, que é dom da vida, amor gratuito e total.


1.ª LEITURA  (Lv 19, 1-2.17-18)
Leitura do Livro do Levítico

O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes:
‘Sede santos,
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos,
mas corrigirás o teu próximo,
para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás,
nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo.
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 102 (103)

Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.

Como Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor Se compadece dos que O temem.


2.ª LEITURA  (1 Cor 3, 16-23)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Não sabeis que sois templo de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá.
Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões.
Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo,
faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus,
como está escrito:
«Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda:
«O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens.
Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro,
o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras.
Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.


EVANGELHO  (Mt 5, 38-48)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Olho por olho e dente por dente’.
Eu, porém, digo-vos:
Não resistais ao homem mau.
Mas se alguém te bater na face direita,
oferece-lhe também a esquerda.
Se alguém quiser levar-te ao tribunal,
para ficar com a tua túnica,
deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha,
acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir
e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito:
‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos:
Amai os vossos inimigos
e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus;
pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus
e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos,
que fazeis de extraordinário?
Não o faze
m também os pagãos?
Port
anto, sede perfeitos,
como o vosso Pai celeste é perfeito».


Ressonâncias...

1. Também eu sou chamado a dar testemunho da vida de Deus diante dos meus irmãos e a ser um sinal vivo de Deus, do seu amor, da sua perfeição, da sua santidade, no meio do mundo.
– Aceito esse desafio e estou disposto a corresponder-lhe?

2. A dinâmica do “Reino” implica, não o cumprimento de ritos ou de leis, mas uma atitude nova, que resulta de um compromisso interior com Deus verdadeiramente assumido, e manifestado em atitudes concretas. Exige a superação de uma religião feita de leis, de gestos externos e o viver em comunhão com Deus, de tal forma que a vida de Deus encha o coração do crente e transborde em gestos de amor para com os irmãos.
– O que é que define a minha atitude religiosa: o cumprimento dos ritos, a letra da lei, ou a comunhão com Deus que enche o meu coração de vida nova e que depois se expressa em atitudes de amor radical para com os irmãos?

3. Jesus pede a superação de uma lógica de vingança, de responder na mesma moeda, e o assumir uma atitude de não resposta às provocações, que inverta a espiral de violência e inaugurando um novo espírito nas relações entre os homens. Não é esta a lógica do mundo.
– Como é que eu vejo a questão da violência, do terrorismo, da guerra? O que é que é mais interpelador e transformador: a violência das armas, ou a violência desarmada do amor?

4. Jesus pede-nos o amor a todos, inclusive aos inimigos, subvertendo assim a lógica do mundo.
– Como é que eu me situo face a isto? A minha atitude é a de quem não exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo aqueles que assumem atitudes opostas a tudo em que eu acredito?


A Eucaristia que hoje celebramos é de facto um convite ao perdão
e à comunhão com Deus e com os irmãos.
Bom Domingo e boa semana!

Pe. Alexandre Santos

 

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