PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4

XX Domingo do Tempo Comum - A

CananeiaA liturgia deste Domingo reflecte sobre a universalidade da salvação. Deus ama cada um dos seus filhos e a todos convida para o banquete do Reino.

Na primeira leitura, Jahvé garante ao seu Povo a chegada de uma nova era, na qual se vai revelar plenamente a salvação de Deus. No entanto, essa salvação não se destina apenas a Israel, mas a todos os que aceitarem o convite para integrar a comunidade do Povo de Deus.

A segunda leitura sugere que a misericórdia de Deus se derrama sobre todos os seus filhos. Deus respeita sempre as opções dos homens, mas não desiste de propor, em todos os momentos e a todos os seus filhos, oportunidades novas de acolher essa salvação que Ele quer oferecer.

O Evangelho apresenta a realização da profecia do Trito-Isaías, apresentada na primeira leitura deste domingo. Jesus, depois de constatar como os fariseus e os doutores da Lei recusam a sua proposta do Reino, entra numa região pagã e demonstra como os pagãos são também dignos de acolher o dom de Deus. Face à grandeza da fé da mulher cananeia, Jesus oferece-lhe essa salvação que Deus prometeu derramar sobre todos os homens e mulheres, sem excepção.


Primeira Leitura (Is 56,1.6-7)
Leitura do Livro de Isaías

Eis o que diz o Senhor:
«Respeitai o direito, praticai a justiça,
porque a minha salvação está perto
e a minha justiça não tardará a manifestar-se.
Quanto aos estrangeiros que desejam unir-se ao Senhor
para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servos,
se guardarem o sábado, sem o profanarem,
se forem fiéis à minha aliança,
hei-de conduzi-los ao meu santo nome,
hei-de enchê-los de alegria na minha casa de oração.
Os seus holocaustos e os seus sacrifícios
serão aceites no meu altar,
porque a minha casa
será chamada casa de oração para todos os povos».


Salmo Responsorial – Salmo 66 (67)
Refrão: Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.

Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu temor aos confins da terra.


Segunda Leitura (Rom 11,13-15.29-32)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
É a vós, os gentios, que eu falo:
Enquanto eu for Apóstolo dos gentios,
procurarei prestigiar o meu ministério
a ver se provoco o ciúme dos homens da minha raça
e salvo alguns deles.
Porque, se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo,
o que será a sua reintegração
senão uma ressurreição de entre os mortos?
Porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Vós fostes outrora desobedientes a Deus
e agora alcançastes misericórdia,
devido à desobediência dos judeus.
Assim também eles desobedeceram agora,
devido à misericórdia que alcançastes,
para que, por sua vez,
também eles alcancem agora misericórdia.
Efectivamente, Deus encerrou a todos na desobediência,
para usar de misericórdia para com todos.


EVANGELHO – Mt 15,21-28
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia.
Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores,
começou a gritar:
«Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim.
Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio».
Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra.
Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe:
«Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós».
Jesus respondeu:
«Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel».
Mas a mulher veio prostrar-se diante d'Ele, dizendo:
«Socorre-me, Senhor».
Ele respondeu:
«Não é justo que se tome o pão dos filhos
para o lançar aos cachorrinhos».
Mas ela replicou:
«É verdade, Senhor;
mas também os cachorrinhos
comem das migalhas que caem da mesa de seus donos».
Então Jesus respondeu-lhe:
«Mulher, e grande a tua fé.
Faça-se como desejas».
E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.


Ressonâncias

Na verdade, mereces todo o louvor, Deus de todos os povos, porque o teu amor ao homem não tem fronteiras de raça e cor, povo e língua, cultura e sexo, classe social e nacionalidade. Jesus Cristo abriu as portas do teu reino a uns e a outros, e na mesa da Eucaristia do seu corpo reparte continuamente o pão com todos nós.

Ajuda-nos, Senhor, a fazer o mesmo para que a tua Igreja apareça como sacramento de unidade e salvação.

Faz, Senhor, que a nossa comunidade se mantenha sempre fiel à missão de saber repartir o teu pão por todos os pobres do mundo. E ensina-nos a unir, na nossa vida, a fé adulta e a oração madura, no diálogo fecundo de amor, ao serviço do teu reino. Amen.


Lição de Fidelidade

"Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos". Também os cachorrinhos dão-nos grandes lições de fé, de fidelidade e de amor. Podemos recordar uma oração que alguém pôs na boca de um cão:

"Ó Senhor de todas as criaturas,Cao_que_reza
Fazei que o homem, meu dono,
Seja fiel aos outros homens
como eu próprio lhe sou fiel.
Fazei-o afeiçoado à família e aos amigos
como eu próprio lhe sou afeiçoado.
Fazei que ele guarde honestamente os bens
que Tu lhe confias como eu honestamente guardo
os que ele me confia a mim.
Dai-lhe, senhor, a humildade e a fé
como eu me contento com as coisas simples.
Fazei-o tão pronto à gratidão
como eu sempre tão pronto o reconheço.
Dai-lhe uma paciência igual à minha
que o sigo sem nenhum queixume.
Que ele tenha a minha coragem
e a minha prontidão no sacrifício.
Conserva-lhe a juventude do meu coração e a alegria do meu viver.
Por fim, Senhor de todas as criaturas,
fazei-o sempre tão verdadeiramente homem,
como eu sempre tão verdadeiramente sou cão. Amen."

Pe. José David Quintal Vieira, scj

XIX Domingo do Tempo Comum - A

Pedro1A Palavra de Deus deste Domingo tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus que nos estende a mão e percorre connosco os caminhos da história. Não se pode atravessar o mar da vida sem estar sujeito a tempestades. Mas se Cristo vai connosco, nada há a temer. Ele passa na brisa suave; é preciso reconhecê-l'O.

A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a caminharem ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, simplicidade e interioridade.

A segunda leitura sugere que Deus tem uma proposta de salvação que oferece a todos e convida-nos a estarmos atentos às suas manifestações e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.

O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à "outra margem" a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa "viagem", a comunidade do Reino não está sozinha, o Deus do amor e da comunhão vem ao seu encontro, estende-lhes a mão, dá-lhes força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como "o Senhor".


Primeira Leitura (1Re 19,9a.11-13a)
Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias,
o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb,
e passou a noite numa gruta.
O Senhor dirigiu-lhe a palavra, dizendo:
«Sai e permanece no monte à espera do Senhor».
Então, o Senhor passou.
Diante d'Ele, uma forte rajada de vento
fendia as montanhas e quebrava os rochedos;
mas o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, sentiu-se um terramoto;
mas o Senhor não estava no terramoto.
Depois do terramoto, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando o ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto,
saiu e ficou à entrada da gruta.


Salmo Responsorial – Salmo 84 (85)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor e dai-nos a vossa salvação.

Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.


Segunda Leitura (Rom 9,1-5)
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Eu digo a verdade, não minto,
e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo:
Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Quisera eu próprio ser separado de Cristo
por amor dos meus irmãos,
que são do mesmo sangue que eu, que são israelitas,
a quem pertencem a adopção filial, a glória, as alianças,
a legislação, o culto e as promessas,
a quem pertencem os Patriarcas
e de quem procede Cristo segundo a carne,
Ele que está acima de todas as coisas,
Deus bendito por todos os séculos. Amen.


Evangelho (Mt 14,22-33)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Depois de ter saciado a fome à multidão,
Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco
e a esperá-l'O na outra margem,
enquanto Ele despedia a multidão.
Logo que a despediu,
subiu a um monte, para orar a sós.
Ao cair da tarde, estava ali sozinho.
O barco ia já no meio do mar,
açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
Na quarta vigília da noite,
Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar,
assustaram-se, pensando que fosse um fantasma.
E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo:
«Tende confiança. Sou Eu. Não temais».
Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor,
manda-me ir ter contigo sobre as águas».
«Vem!» – disse Jesus.
Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas,
para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se,
gritou: «Salva-me, Senhor!»
Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o.
Depois disse-lhe:
«Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
Logo que saíram para o barco, o ventou amainou.
Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus,
e disseram-Lhe:
«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».


Ressonâncias

Senhor nosso Deus e nosso Pai, que nos aceitas como somos,
confessamos-Te que são múltiplos os medos e as angústias que nos invadem
ao sentirmos na noite a força do vento e a violência do mar:
– medo e desconfiança em nós mesmos;
– medo das pessoas e da vida;
– medo do amanhã e da morte;
– medo da decisão e de nos equivocarmos;
– medo de tudo...
Então ouvimos a voz quente do Teu Filho, Jesus Cristo, que nos anima:
«Coragem, Eu estou convosco, não tenhais medo, não duvideis!».

Obrigado, Senhor!
Dá-nos a tua mão para continuarmos a aventura da fé,
avançando para lá das nossas seguranças mesquinhas,
sem outro ponto de apoio a não ser uma absoluta confiança em Ti. Amen.

-----------------------------------

Salva-nos, Senhor, no meio das tormentas deste navegar em que nos encontramos.
Anima a nossa fé débil que não fica alerta, que tantas vezes se acomoda e que “se deixa ir na onda”.
Vem em auxílio da nossa presunção que acha que tudo pode experimentar, que tudo pode controlar!
Estende-nos a tua mão segura onde esperamos cada recomeço, cada regresso humilde à tua barca.
Acolhe-nos, Senhor, e ensina-nos a navegar com a confiança de estares sempre presente!

Confiemos ao poder de Jesus os nossos medos, as nossas inseguranças, bem como o nosso esforço.


A Voz do Silênciosilencio

O Profeta Elias procurava o Senhor e pensava que ia encontrá-lo através de manifestações extraordinárias. Afinal, Deus estava na brisa ligeira, quase despercebido. A voz do Senhor fez-se ouvir, não sob os sinais majestosos das teofanias, mas na meditação silenciosa da Sua Palavra inspirada.

Não são as grandes tempestades que levam o agricultor a esperar grandes colheitas; são as chuvas calmas e constantes que descem ao fundo das raízes. As grandes chuvadas só estragam e estraçalham as lavouras.
Não são os gritos que fazem os bons amigos; são a conversa tranquila, as histórias, as recordações.
Não são os vendavais que distribuem o pólen de flor em flor; são os insectos, as borboletas, as abelhas, na brisa suave.
Não são as discussões que edificam uma família; são as palavras criteriosas da mãe que entram no coração dos filhos e fazem crescer a paz e o bem no lar.

As melhores preces são aquelas que proferimos em voz calma ou silenciosamente. O orador que esbraveja não comove. As grandes ideias não são fruto do barulho mas da reflexão. "O silêncio é um dos meios mais fecundos da perfeição" — disse-nos o Pe. Dehon.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

XVIII Domingo do Tempo Comum - A

Eucar23A Palavra de Deus deste Domingo apresenta-nos o convite que o Senhor nos faz para nos sentarmos à Sua mesa, onde nos oferece gratuitamente o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade, de eternidade.

Na primeira leitura, Deus convida o seu Povo a deixar a terra da escravidão e a dirigir-se ao encontro da terra da liberdade — à nova Jerusalém onde reina a justiça, o amor e a paz. Aí, Deus saciará definitivamente a fome do seu Povo e oferecer-lhe-á gratuitamente a vida em abundância, a felicidade sem fim.

A segunda leitura é um hino ao amor de Deus pelos homens. É esse amor — do qual nenhum poder hostil nos pode afastar — que explica porque é que Deus enviou o seu próprio Filho ao mundo, para todos convidar para o Seu banquete.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o novo Moisés, cuja missão é realizar a libertação do Seu Povo. No contexto de uma refeição, Jesus mostra aos seus discípulos que é preciso acolher o pão que Deus oferece e reparti-lo com toda a humanidade. É dessa forma que os membros da comunidade do Reino se afastarão da escravidão do egoísmo de forma a alcançar a liberdade do amor.


Primeira Leitura (Is 55,1-3)
Leitura do Livro de Isaías

Eis o que diz o Senhor:
"Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas.
Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei.
Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite.
Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta
e o vosso trabalho naquilo que não sacia?
Prestai-Me atenção e vinde a Mim;
escutai e a vossa alma viverá.
Firmarei convosco uma aliança eterna,
com as graças prometidas a David.


Salmo Responsorial – Salmo 144 (145)
Refrão: Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Todos têm os olhos postos em Vós
e a seu tempo lhes dais o alimento.
Abris as vossas mãos
e todos saciais generosamente.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.


Segunda Leitura (Rom 8,35.37-39)
Leitura da Epístola de S. Paulo aos Romanos

Irmãos:
Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição,
a fome, a nudez, o perigo ou a espada?
Mas em tudo isto somos vencedores,
graças Àquele que nos amou.
Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida,
nem os Anjos nem os Principados,
nem o presente nem o futuro,
nem as Potestades nem a altura nem a profundidade
nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus,
que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.


Evangelho (Mt 14,13-21)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus

Naquele tempo,
quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto,
retirou-Se num barco para um local deserto e afastado.
Mas logo que as multidões o souberam,
deixando as suas cidades, seguiram-n'O a pé.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão
e, cheio de compaixão, curou os seus doentes.
Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus
e disseram-Lhe:
"Este local é deserto e a hora avançada.
Manda embora toda esta gente,
para que vá às aldeias comprar alimento".
Mas Jesus respondeu-lhes:
"Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer".
Disseram-Lhe eles:
"Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes".
Disse Jesus: "Trazei-mos cá".
Ordenou então à multidão que se sentasse na relva.
Tomou os cinco pães e os dois peixes,
ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção.
Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos
e os discípulos deram-nos à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados.
E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens,
sem contar mulheres e crianças.


Ressonânciaspaes

As Liturgia da Palavra de hoje reafirma-nos 3 verdades:
1. Deus convida-nos todos para o Banquete do Reino. Os que vivem à margem da vida e da história; os que têm fome de amor e de justiça; os que vivem mergulhados no desespero; os que o mundo condena e marginaliza; os que não têm pão na mesa, nem paz no coração. Todos são convidados para a Mesa do Reino.

2. Jesus compromete-nos com a fome do mundo. A fome é companheira cruel de muitos filhos de Deus. Quase dois terços da humanidade passa fome. Os apóstolos encontram a solução mais fácil: "Manda embora toda esta gente...". Jesus não fica na mera compaixão: cura os doentes, ilumina o povo com a sua palavra, partilha com eles o pão, entrega-se pessoalmente a todos eles como o Pão da Vida.
Quando os Apóstolos falam em comprar, Jesus manda dar: "Dai-lhe vós mesmos de comer..."
Nós também somos responsáveis pela fome no mundo. Nenhum cristão pode ficar alheio a essa triste realidade!... E o problema da fome no mundo também não se resolve apenas com programas de assistência social, mas com a partilha, com o amor.
O milagre da partilha pode acontecer na medida em que todos saibam dar do pouco que têm. Não se trata tanto da quantidade, mas da generosidade que permite a realização do milagre. E o milagre da partilha não se fecha nas coisas materiais. Muitos necessitam um pouco do nosso tempo, de um olhar, de um abraço, de uma visita...

3. Jesus convida-nos a sentarmo-nos à mesa e recebermos o Pão que Ele oferece. A narração tem um contexto eucarístico. Sentar-se à mesa com Jesus é comprometer-se com a dinâmica do Reino e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço. Celebrar a Eucaristia obriga-nos a lutar contra as desigualdades, os sistemas de exploração, os esbanjamentos (recolheu as sobras...).
Quando celebramos a Eucaristia, tornamos Jesus presente no mundo, fazendo com que o seu Reino se torne uma realidade viva na história.

__________________________________________________

Bendizemos-Te, Deus dos pobres e dos esfomeados do mundo, porque Jesus se compadeceu da multidão cansada e faminta, e repartiu com abundância o pão do reino aos pobres. Ele convida para a sua mesa eucarística todos os seus filhos, como irmãos que participam do mesmo pão familiar.

Queremos celebrar dignamente a Ceia do Senhor, com um coração aberto ao amor e à fraternidade universal, partilhando a fé, o pão, e a vida com os nossos irmãos, especialmente com os mais pobres de bens e de direitos.

Dá-nos sempre Senhor, fome do pão da vida que és Tu, e sacia-nos definitivamente no banquete do Teu reino. Amen.

__________________________________________________

Quantas fomes estão em nós, para as quais gastamos o nosso dinheiro e as nossas forças, sem nunca ficarmos saciados!
Ousemos ir até Ele e levemos-Lhe com toda a confiança o pouco que temos, seguros de que só Ele nos pode saciar.

Erguemos os olhos para Ti e damos-Te graças, Senhor, pela infinita ternura do Teu Filho Jesus.
Nós Te bendizemos pelo pão da vida que nos ofereces em cada Eucaristia que celebramos.
Nós Te pedimos pelos teus discípulos encarregados em distribuí-lo; que a tua bênção cumule as nossas refeições com a graça do teu Espírito Santo.

 


Dar-se...

Ao proclamar a frase de Jesus no Evangelho:cc061 "Dai-lhes vós de comer" — sempre tive a sensação de que Jesus pedia aos seus discípulos que se dessem às pessoas. O que elas precisavam não era só de pão para comer mas sobretudo de alguém que lhes falasse, lhes desse atenção, que as escutasse e acolhesse. Por isso os discípulos deviam oferecer-se às pessoas, antes de lhes servir o pão.

Ainda hoje nós teimamos em dar coisas às pessoas em vez de nos darmos. Isto vai contra aquilo que Jesus fez e continua a fazer. Sempre que celebramos a Eucaristia, no ofertório apresentamos no altar de Deus coisas: pão e vinho, frutos da terra e do nosso trabalho. Em troca recebemos não coisas mas o próprio Jesus, o Seu Corpo e Sangue. Ele não dá coisas, dá-se a si próprio.

Recordo um episódio ocorrido num grande Centro Comercial. Mãe e filho passeavam por entre a multidão. O miúdo vinha carregado de prendas. A mãe oferecera-lhe um livro, uma cassete, um jogo, um gelado, etc. A certa altura mostrou-se insatisfeito, nervoso até. A mãe perguntou-lhe:
— E agora o que é que queres que eu te dê?
— Eu quero que me dês a tua mão.
E assim de mãos dadas, foram passeando felizes, indiferentes a tantas prendas e a tantas maravilhas.

Quando as pessoas se dão a si próprias, nada faltará a ninguém, porque tudo o mais virá por acréscimo.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

IV Domingo do Tempo Comum – Ano C

Jesus rejeitadoNo Domingo passado, vimos a importância da Palavra de Deus na vida do Povo. E Deus precisa de gente, que proclame a sua Palavra. São os profetas.

O tema da liturgia deste Domingo convida-nos a reflectir sobre o “caminho do profeta”: caminho de sofrimento, de solidão, de risco, mas também caminho de paz e de esperança, porque é um caminho onde Deus está. A liturgia de hoje assegura ao “profeta” que a última palavra será sempre de Deus: “não temas, porque Eu estou contigo para te salvar”.

A 1.ª Leitura apresenta a figura do profeta Jeremias. Jeremias tentou recusar o convite: "Eu não sei falar... sou apenas uma criança..." Deus porém não desiste: "Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te fiz profeta das nações. Não tenhas medo, não conseguirão vencer-te, estarei contigo para te salvar".
Deus escolheu Jeremias para profeta e ele foi um exemplo de disponibilidade e fidelidade à Palavra de Deus. E apesar do penoso sofrimento e aparente fracasso que teve de enfrentar por parte dos seus concidadãos, nunca desistiu e Deus nunca o abandonou.

O Evangelho apresenta em Nazaré o profeta Jesus, também Ele rejeitado pelos conterrâneos e até pelos próprios parentes: esperavam um Messias espectacular e não entenderam a sua proposta profética. O seu desabafo: "Nenhum profeta é bem recebido na sua terra".

Na 2ª Leitura, Paulo afirma que a Caridade é a profecia permanente. É o "Hino do Amor" desinteressado e gratuito. Só o amor dá sentido à vida – ele é a essência da vida cristã; sem amor até as melhores coisas ficam sem sentido.
O Profeta deve, portanto, deixar-se guiar pelo Amor e nunca pelo próprio interesse. Só consegue ser verdadeiro profeta, quem tiver uma profunda experiência do amor de Deus. Só assim a sua missão fará sentido.


LEITURA I – Jer 1,4-5.17-19
Leitura do Livro de Jeremias

No tempo de Josias, rei de Judá,
a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi;
antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei
e te constituí profeta entre as nações.
Cinge os teus rins e levanta-te,
para ires dizer tudo o que Eu te ordenar.
Não temas diante deles,
senão serei Eu que te farei temer a sua presença.
Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada,
uma coluna de ferro e uma muralha de bronze,
diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus chefes,
diante dos sacerdotes e do povo da terra.
Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te,
porque Eu estou contigo para te salvar».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 70 (71)
Refrão: A minha boca proclamará a vossa salvação.

Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclamará a vossa justiça,
dia após dia a vossa infinita salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.


LEITURA II – 1 Cor 12,31-13,13
Leitura da primeira epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados.
Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver caridade,
sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu possua a plenitude da fé,
a ponto de transportar montanhas,
se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A caridade é paciente, a caridade é benigna;
não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse;
não se irrita, não guarda ressentimento;
não se alegra com a injustiça,
mas alegra-se com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
O dom da profecia acabará,
o dom das línguas há-de cessar,
a ciência desaparecerá;
mas a caridade não acaba nunca.
De maneira imperfeita conhecemos,
de maneira imperfeita profetizamos.
Mas quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança,
sentia como criança e pensava como criança.
Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil.
Agora vemos como num espelho e de maneira confusa,
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de maneira imperfeita,
depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e a caridade;
mas a maior de todas é a caridade.


EVANGELHO – Lc 4,21-30
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor
e se admiravam das palavras cheias de graça
que saíam da sua boca.
E perguntavam:
«Não é este o filho de José?»
Jesus disse-lhes:
«Por certo Me citareis o ditado:
‘Médico, cura-te a ti mesmo’.
Faz também aqui na tua terra
o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum».
E acrescentou:
«Em verdade vos digo:
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra.
Em verdade vos digo
que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias,
quando o céu se fechou durante três anos e seis meses
e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas,
mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu;
contudo, nenhum deles foi curado,
mas apenas o sírio Naamã».
Ao ouvirem estas palavras,
todos ficaram furiosos na sinagoga.
Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade
e levaram-n’O até ao cimo da colina
sobre a qual a cidade estava edificada,
a fim de O precipitarem dali abaixo.
Mas Jesus, passando pelo meio deles,
seguiu o seu caminho.


HINO AO AMOR
«O amor é paciente, a amor é benigno;

não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse;
não se irrita, não guarda ressentimento;
não se alegra com a injustiça,
mas alegra-se com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
O Amor não acaba nunca.»
(S. Paulo 1 Cor 13, 4-8)


 

III Domingo do Tempo Comum - C

Nazar05A liturgia deste Domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é, verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstracta, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.

Na 1.ª leitura, Deus convoca o Povo para escutar a Palavra e renovar a Aliança do Sinai. No retorno do exílio da Babilónia, Esdras e Neemias tentam reconstruir o país, recuperar a memória do passado e conservar a própria identidade como povo. O instrumento encontrado para essa obra foi a Palavra de Deus. Exemplifica-se, assim, como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.

No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.

Na 2.ª leitura Paulo, falando dos carismas "Corpo de Cristo" (Igreja), sublinha que a Comunidade cristã é gerada e alimentada, na unidade, pela Palavra de Deus, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.


LEITURA I – Ne 8,2-4a.5-6.8-10
Leitura do Livro de Neemias

Naqueles dias,
o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei
perante a assembleia de homens e mulheres
e todos os que eram capazes de compreender.
Era o primeiro dia do sétimo mês.
Desde a aurora até ao meio dia,
fez a leitura do Livro,
no largo situado diante da Porta das Águas,
diante dos homens e mulheres
e todos os que eram capazes de compreender.
Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei.
O escriba Esdras estava de pé
num estrado de madeira feito de propósito.
Estando assim em plano superior a todo o povo,
Esdras abriu o Livro à vista de todos;
e quando o abriu, todos se levantaram.
Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus,
e todos responderam, erguendo as mãos:
«Amen! Amen!».
E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor.
Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus
e explicavam o seu sentido,
de maneira que se pudesse compreender a leitura.
Então o governador Neemias,
o sacerdote e escriba Esdras,
bem como os levitas, que ensinavam o povo,
disseram a todo o povo:
«Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus.
Não vos entristeçais nem choreis».
– Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –.
Depois Neemias acrescentou:
«Ide para vossas casas,
comei uma boa refeição, tomai bebidas doces
e reparti com aqueles que não têm nada preparado.
Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor;
portanto, não vos entristeçais,
porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 18 B (19)
Refrão: As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida.

A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.

Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.


LEITURA II – 1 Cor 12,12-30
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Assim como o corpo é um só e tem muitos membros,
e todos os membros do corpo, apesar de numerosos,
constituem um só corpo,
assim sucede também em Cristo.
Na verdade, todos nós
– judeus e gregos, escravos e homens livres –
fomos baptizados num só Espírito
para constituirmos um só corpo
e a todos nos foi dado a beber um só Espírito.
De facto, o corpo não é constituído por um só membro,
mas por muitos.
Se o pé dissesse:
«Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo»,
nem por isso deixaria de fazer parte do corpo.
E se a orelha dissesse:
«Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo»,
nem por isso deixaria de fazer parte do corpo.
Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido?
Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfacto?
Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros,
segundo a sua vontade.
Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo?
Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo.
O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti»;
nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós».
Pelo contrário, os membros do corpo que parecem fracos
são os mais necessários;
os que nos parecem menos honrosos
cuidamo-los com maior consideração;
e os nossos membros menos decorosos
são tratados com maior decência:
os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados.
Deus organizou o corpo,
dispensando maior consideração ao que dela precisa,
para que não haja divisão no corpo
e os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros.
Deste modo, se um membro sofre,
todos os membros sofrem com ele;
se um membro é honrado,
todos os membros se alegram com ele.
Vós sois corpo de Cristo e seus membros,
cada um por sua parte.
Assim, Deus estabeleceu na Igreja
em primeiro lugar apóstolos,
em segundo lugar profetas, em terceiro doutores.
Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência,
de governar, de falar diversas línguas.
Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores?
Todos farão milagres? Todos terão o poder de curar?
Todos falarão línguas? Todos terão o dom de as interpretar?


EVANGELHO – Lc 1,1-4;4,14-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Já que muitos empreenderam narrar os factos
que se realizaram entre nós,
como no-los transmitiram os que, desde o início,
foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
também eu resolvi,
depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens,
escrevê-las para ti, ilustre Teófilo,
para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado.
Naquele tempo,
Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito,
e a sua fama propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado.
Segundo o seu costume,
entrou na sinagoga a um sábado
e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías
e, ao abrir o livro,
encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu
para anunciar a boa nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se.
Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».


A Bíblia, o segundo livro de Deus

Interpretar a Bíblia, sem olhar a realidade da vida, é o mesmo que manter o sal fora da comida, a semente fora da terra, a luz debaixo da mesa; é como o galho sem tronco, olhos sem cabeça, o rio sem leito.

Pois a Bíblia não é o primeiro livro que Deus escreveu para nós, nem o mais importante. O primeiro livro é a natureza criada pela palavra de Deus; os factos, os acontecimentos, a história, tudo o que existe e acontece na vida do povo, é a realidade que nos envolve. Deus quer comunicar-se connosco através da vida que vivemos. Por meio dela Ele transmite-nos a sua mensagem de amor e justiça.

Mas nós homens, por causa dos nossos pecados, organizamos o mundo de tal maneira e criamos uma sociedade tão torta, que já não é possível perceber claramente a voz de Deus nessa vida que vivemos. Por isso Deus escreveu um segundo livro, que é a Bíblia. O segundo livro não veio substituir o primeiro. A Bíblia não veio ocupar o lugar da vida. A Bíblia foi escrita para nos ajudar a entender melhor o sentido da vida e perceber a presença da palavra de Deus dentro de nossa realidade.

Santo Agostinho resumiu tudo isso da seguinte maneira: «A Bíblia, o segundo livro de Deus, foi escrita para nos ajudar a decifrar o mundo, para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e para transformar toda a realidade numa grande revelação de Deus.»

Por isso, quem lê e escuta a Bíblia, mas não olha a realidade do povo oprimido nem luta pela justiça e pela fraternidade, é infiel à Palavra de Deus e não imita Jesus Cristo. Ele é semelhante aos fariseus que conheciam a Bíblia de cor, mas não a praticavam.

Carlos Mesters, in Flor sem defesa, Ed. Vozes, 1983


A Palavra de Deus

A Palavra de Deus é alimento da nossa vida;
Ela reconforta a alma.

A Palavra de Deus sustenta a fé;
Ela é fonte da nossa alegria.

A Palavra de Deus é convite à conversão;
Ela transforma e alegra a nossa vida.

A Palavra de Deus é verdade que liberta;
Ela é esperança nos momentos difíceis da vida;

A Palavra de Deus é luz que brilha na escuridão da noite;
Ela torna-nos livres e responsáveis.

A Palavra de Deus é amparo nas tristezas e fracassos;
Ela orienta-nos pelo caminho do bem.

A Palavra de Deus é fortaleza para vencer a tentação;
Ela conduz-nos a Jesus: Caminho, Verdade e Vida.

A Palavra de Deus torna-nos dóceis e amáveis;
Ela ensina-nos a perdoar as ofensas do irmão.

A Palavra de Deus ensina-nos a amar;
Ela sara as nossas feridas.

A Palavra de Deus gera fraternidade e comunhão;
Ela faz-nos percorrer caminhos de paz.

A Palavra de Deus é beleza que enobrece o coração;
Ela conduz-nos a uma vida santa.

A Palavra de Deus é tesouro a ser partilhado;
Ela é farol para os nossos passos e luz para os nossos caminhos.

A Palavra de Deus é viva e eficaz;
Ela dá sentido à nossa vida.

A Palavra de Deus é Jesus Cristo, a Palavra do Pai!

P.A.S.


O Catecismo da Igreja Católica afirma:
«A Sagrada escritura dá suporte e vigor à vida da Igreja. É para os seus filhos firmeza da fé, alimento e fonte de vida espiritual. É a alma da teologia e da pregação pastoral... A Igreja exorta por isso à frequente leitura da Sagrada Escritura, porque a ignorância das escrituras é ignorância de Cristo.» (CIC 24)

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado