PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Domingo de Páscoa

RessuscitouCelebramos hoje com alegria a Ressurreição do Senhor e, com renovada esperança, a vida nova que Ele nos oferece. O Dia de Páscoa é o Domingo primordial, do qual derivam todos os outros domingos do ano. Cada domingo é uma Páscoa semanal, é o Dia do Senhor. Aleluia! Alegremo-nos e rejubilemos!

A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que "passou pelo mundo fazendo o bem" e que, por amor, se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este "caminho" a todos os homens.

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem, nunca, ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).

A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).


LEITURA I – Act 10,34.37-43
Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio,
porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez
no país dos judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n'O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo,
mas às testemunhas de antemão designadas por Deus,
a nós que comemos e bebemos com Ele,
depois de ter ressuscitado dos mortos.
Jesus mandou-nos pregar ao povo
e testemunhar que Ele foi constituído por Deus
juiz dos vivos e dos mortos.
É d'Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho:
quem acredita n'Ele
recebe pelo seu nome a remissão dos pecados.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)
Refrão: Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


LEITURA II – Col 3,1-4
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses

Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.


SEQUÊNCIA PASCAL

À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.

O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.

A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.

Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?

Vi o sepulcro de Cristo vivo
e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.

Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.

Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.


EVANGELHO – Jo 20,1-9
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.


Ressonâncias

O Evangelho que acabamos de escutar descreve-nos a reacção dos discípulos diante da descoberta do "sepulcro vazio".

Maria Madalena, no "primeiro dia da semana", "ainda escuro" procura no túmulo o Cristo morto. Diante do túmulo vazio, retira-se horrorizada pensando que tinam roubado o corpo do Senhor. Mas quando ela O encontra, a fé desponta no seu coração. É o encontro feliz com o Senhor Ressuscitado. Ela representa a comunidade dos discípulos, que sente a falta de Jesus.

Pedro, para quem a morte significava fracasso, recusava aceitar que a vida nova passasse pela humilhação da cruz. Para ele a Ressurreição de Jesus era uma hipótese absurda e sem sentido. Com surpresa, ele viu o túmulo vazio e os panos dobrados... Mas continuou "no escuro". Representa o discípulo que tem dificuldade em aceitar Jesus e a sua mensagem.

Ao contrário, João identificou-se com Jesus. Para ele, a ausência do corpo não o impediu que compreendesse que Jesus continuava vivo e presente. Para ele, fazia sentido que Jesus tivesse ressuscitado. Por isso, ele "viu e acreditou". Representa o discípulo ideal, que vive em comunhão com Jesus. É modelo do verdadeiro discípulo. Ele convida-nos à identificação com Jesus, à escuta atenta e comprometida dos seus valores e ao seu seguimento.

A Páscoa é o Triunfo da Vida.
- A Páscoa expressa o drama mais profundo da realidade humana: a luta permanente da vida que consegue reverter a dinâmica da morte. A Páscoa celebra o triunfo da vida sobre a morte, no momento em que a vida parece sucumbir e a morte parece vencer. A Ressurreição de Cristo garante-nos que Deus assumiu a causa da vida.

- A Páscoa não é apenas a comemoração de um facto passado; é sempre um novo apelo de Deus, que nos convida a morrermos com Cristo, a separarmo-nos do homem velho (do pecado), a fim de nos revestirmos do homem novo e ressurgir para uma vida nova na graça e na santidade.

- A Páscoa não é apenas um dia do ano, mas um processo dinâmico e permanente dentro de nós. Todos os dias, o cristão celebra a Páscoa, quando combate o homem velho do pecado, para se revestir, em Cristo, do homem novo.

Todos os Domingos, ao revivermos os mistérios pascais na celebração da Eucaristia, celebramos a Páscoa.

A Páscoa, que te desejo, não é a de um Cristo morto, perdido no passado, mas de um Cristo vivo, glorioso, actual, que faz vibrar o teu e o meu coração e nos dá um sentido novo para a vida. Uma Santa Páscoa!


S@nt@ P@sco@!

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sem quebrar na sua caminhada.
Que Jesus não seja apenas um ícone, um acessório,
uma ferramenta, um rodapé, um periférico,
um arquivo temporário,
mas o seu cabeçalho,
a barra de rodagem do seu caminhar.
Que Ele seja a fonte da graça
para a sua área de trabalho,
o paintbrush para colorir o seu sorriso,
a configuração da sua simpatia,
a nova janela para visualizar
o tamanho do seu amor,
o painel de controle
para cancelar os seus recuos,
compartilhar os seus biblioteca,
anexar corações nas suas amizades.
Copie tudo o que é bom,
delete ou apague todos os seus erros.
Não deixe à margem ninguém,
abra as bordas do seu coração,
remova dele o vírus do egoísmo.
Antes de sair,
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e a Sua Páscoa será atalho para a felicidade:
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e dará uma boa ajuda a qualquer destinatário.
E se isto for muito complicado para si,
Abra um atalho directo para Deus,
Que é o que interessa,
E tenha uma S@nt@ P@sco@!

Pe. José David Quintal Vieira, scj

Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor

Res206aA liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.

A primeira leitura apresenta-nos o Testemunho de Pedro. Convocado pelo Espírito, Pedro entra em casa de Cornélio, em Cesareia, expõe-lhe o essencial da fé e baptiza-o, bem como a toda a sua família.

O episódio é importante por dois motivos: Cornélio é o primeiro pagão a ser admitido ao cristianismo por um dos Doze, significa que a vida nova que nasce de Jesus é para todos os homens; o texto é uma composição do kerigma – o anúncio essencial da fé, o resumo da mensagem cristã, que leva a aceitação do Cristo e da sua mensagem, através do baptismo.

A segunda leitura dá o testemunho de S. Paulo. O baptismo introduz-nos numa dinâmica de comunhão com Cristo ressuscitado. Revestidos de Cristo pelo baptismo, os cristãos devem assim continuar a sua caminhada de vida nova até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta.


Primeira Leitura (Act 10,34a.37-43)
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio,
porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez
no país dos Judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo,
mas às testemunhas de antemão designadas por Deus,
a nós que comemos e bebemos com Ele,
depois de ter ressuscitado dos mortos.
Jesus mandou-nos pregar ao povo
e testemunhar que ele foi constituído por Deus
juiz dos vivos e dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho:
quem acredita n’Ele
recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».

Salmo Responsorial – Salmo 117 (118)
Refrão: Este é o dia que o Senhor fez: n’Ele exultemos e nos alegremos.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,Ress057a
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver,
para anunciar as obras do Senhor.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.

Segunda Leitura (Col 3,1-4)
Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Colossenses

Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes,
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
 


Sequência da Páscoa
À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.cordeiro1

O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.

A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto, vive e reina o Autor da vida.

Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?

Vi o sepulcro de Cristo vivo e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.

Ressuscitou Cristo,
minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.

Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.


Evangelho (Jo 20,1-9)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha,
ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
Ress018
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro,

e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,

mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.

Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Ressonâncias...

Cristo Ressuscitou! Aleluia!jesus_ressureicao

O anúncio Pascal ressoa hoje em toda a Igreja:
Cristo Ressuscitou!

Ele está vivo! Ele é Senhor dos vivos e dos mortos!

Na noite mais clara que o dia,
a Palavra de Deus chama a uma vida imortal o homem novo: Jesus Nazaré.
A Igreja nascida da Páscoa defende e testemunha
este anúncio e o transmite continuamente.

Domingo, Primeiro dia da Semana: O DIA DO SENHOR

– Não é o túmulo vazio que prova a Ressurreição do Senhor.
A vida não se prova com a ausência de um morto, mas com a presença de um VIVO.

– As aparições do Ressuscitado às mulheres e aos discípulos.
Aparições que foram testemunho de vida para os Apóstolos o centro da sua pregação: primeira parte do Evangelho a ser escrita.

– PÁSCOA, festa em que a esperança é transformada em certeza: dor que é Redenção; morte que é o preâmbulo de Ressurreição.
– PÁSCOA, tempo de anunciar esta certeza a toda a humanidade.

– PÁSCOA, aponta um caminho novo: testemunhar que Jesus está vivo!

Amigo, acolhe o dinamismo da Ressurreição!

Sai das tuas opiniões divisionistas
para entrares plenamente naquela fé que a Igreja se gloria de professar;

Sai do teu pecado que te envenena o coração
e encaminha-te para a novidade de Cristo...

Sai de casa, do calor das paredes do teu lar onde procuras esquecer
os problemas do teu irmão, e alarga o teu coração aos outros...

Sai da tua sede de domínio
e procura fazer da tua vida um serviço de amor. 

Sai para a vida
e toma o caminho do Evangelho!

Semeia a alegria gritando silenciosamente
com o teu comportamento que Cristo te fez feliz.

Grita com a tua vida que Cristo está vivo e que a Igreja
é o lugar e o espaço onde se testemunha que Ele é o Senhor Ressuscitado...

Amigo, não tenhas medo de fazeres teu este Aleluia Pascal.


ORAÇÃO UNIVERSAL

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo:
Neste dia santíssimo da Ressurreição do Senhor,
em que o Espírito nos faz homens novos,
oremos ao Pai para que a alegria da Páscoa se estenda
ao mundo inteiro, dizendo, com fé:

R/. Pela Ressurreição do vosso Filho, ouvi-nos, Senhor.

1. Pela Igreja católica e apostólica,
para que se alegre santamente nesta Páscoa
e proclame que o Senhor ressuscitou, oremos.

2. Por todos os que foram baptizados,
para que aspirem às realidades do alto
e dêem graças pelo seu novo nascimento, oremos.

3. Pela humanidade inteira,
para que acolha a Boa Nova e a Aliança
que Deus lhe oferece em Cristo ressuscitado, oremos.

4. Pelas famílias cristãs,
para que o Cordeiro pascal, que é a nossa vida,
as alimente com o seu Corpo e o seu Sangue, oremos.

5. Pela nossa comunidade paroquial,
para que cresça no amor a Jesus Cristo
e dê testemunho da sua Ressurreição, oremos.

6. Por todos os que sofrem as consequências da actual pandemia,
para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos,
Força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias
e a salvação a todos as vítimas mortais, oremos

Deus santo, Deus da vida, Deus salvador,
que na Ressurreição do vosso Filho
destes ao mundo a vitória sobre a morte,
fazei-nos viver ressuscitados com Ele,
deixando-nos conduzir pelo seu Espírito.
Por Cristo, nosso Senhor.


CRISTO Ressuscitou!  Aleluia!

Crer na Ressurreição
é caminhar para a frente;

Crer na Ressurreição
é olhar para o futuro com esperança; 

Crer na Ressurreição
é começar a agir hoje;

Crer na Ressurreição
é enfrentar os meus problemas;

Crer na Ressurreição
é construir um mundo mais justo;

Crer na Ressurreição
é levantar-se após cada tombo;

Crer na Ressurreição RESSUR1a
é nunca desistir de lutar;

Crer na Ressurreição
é nunca cruzar os braços;

Crer na Ressurreição
é acreditar no bom de cada homem;

Crer na Ressurreição
é nunca entregar-se ao pessimismo; 

Crer na Ressurreição...

Porque acreditamos na Ressurreição,
não percamos tempo

FELIZES FESTAS PASCAIS!

Pe. Alexandre Santos


«Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o outro discípulo que Jesus amava(Jo 20, 2)

Correria pascal

Há uma enorme correria no dia de Páscoa! Não me refiro às tradições à volta do Compasso ou da visita pascal que, em muitos lugares do nosso país, são uma feliz expressão da alegria em anunciar, de casa em casa, a ressurreição de Jesus. Nem a alguma azáfama do encontro de famílias ou do regresso de mais uns dias de férias. São os evangelhos que nos falam de Maria Madalena, de Pedro e de João, dos discípulos de Emaús numa agitação entre o assombro e o deslumbramento, a dúvida e a fé.Sepulcro_Vazio

Maria Madalena corre para ir dizer a Pedro e a João que o sepulcro está vazio. Vai de coração apertado. Não bastava todo o sofrimento da paixão para agora até o corpo de Jesus, o sinal da sua existência ter sido roubado? Não é um anúncio de fé ainda: pouco depois perguntará àquele que julga ser o jardineiro (e é Jesus) onde pôs o corpo do seu Senhor. Pedro e João correm ao sepulcro e se o primeiro fica no espanto daquilo do vazio que vê, o segundo vê e acredita. Vê o vazio e acredita que a vida ressuscitada de Jesus nenhum sepulcro a pode prender, nenhumas faixas a podem embalsamar. Correram então a contar aos outros? S. João diz-nos que será Maria Madalena a primeira a anunciar: “Eu vi o Senhor”. Uma mulher, cujo testemunho pouco valor legal teria naquele tempo, leva a feliz notícia que ecoará pela história: a vida e o amor venceram a morte!

Correram certamente os guardas quando viram que não tinham guardado bem o sepulcro. Temendo o castigo mas deslumbrados com o que tinham visto foram contar aos sumos-sacerdotes. E estes subornaram-nos para fazerem correr a mentira que desacreditaria a ressurreição: teriam sido os discípulos a roubar e esconder o corpo de Jesus. Quantos romances e “best-sellers” surgiram à volta dessa ideia! E de onde vinha a força que transformou nos discípulos o medo em confiança, a tristeza em alegria, a solidão em comunhão? A vida transformada e transformadora dos discípulos é um testemunho luminoso da ressurreição do Senhor. Ontem, hoje e sempre!

Da corrida matinal de coração apertado à viagem de regresso a Jerusalém dos discípulos de Emaús, já noite fechada, de coração a arder, decorre aquele primeiro dia. Nenhuma noite podia apagar a luz e o fogo que Jesus acendera no caminho e à mesa. O dia da ressurreição tinha começado e nenhum ocaso seria mais forte. Nem o ocaso da dor e da morte. Por isso aquele encontro tinha de ser comunicado. Estava revelada a missão da Igreja: comunicar o encontro com Jesus vivo, levar a todos esse incêndio que não destrói mas transforma e ressuscita.

Correr para anunciar, para ir ao encontro de outros, para descobrir com todos os sinais do Espírito de Jesus Ressuscitado na vida de cada dia, para celebrar a alegria da sua presença, não é agitação repetitiva nem esforço de contabilidade. É partilha de corações a arder, é acolher o céu que abraça a terra!

Pe. Vítor Gonçalves


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Que ele seja o seu modelo para formatar a sua vida:
Justifique-a e alinhe-a à direita e à esquerda,
sem quebrar na sua caminhada.
Que Jesus não seja apenas um ícone, um acessório,
uma ferramenta, um rodapé, um periférico,
um arquivo temporário,
mas o seu cabeçalho,
a barra de rodagem do seu caminhar.Res034a
Que Ele seja a fonte da graça
para a sua área de trabalho,
o paintbrush para colorir o seu sorriso,
a configuração da sua simpatia,
a nova janela para visualizar
o tamanho do seu amor,
o painel de controle
para cancelar os seus recuos,
compartilhar os seus biblioteca,
anexar corações nas suas amizades.
Copie tudo o que é bom,
delete ou apague todos os seus erros.
Não deixe à margem ninguém,
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Pe. José David Quintal Vieira, scj

Solenidade do Pentecostes

Esp122Celebramos neste Domingo a solenidade de Pentecostes, a festa conclusiva do tempo pascal.

O Pentecostes é uma festa judaica muito antiga, celebrada 50 dias depois da Páscoa. Inicialmente era uma festa agrícola em que se agradecia a colheita do trigo e ofereciam as primícias. Posteriormente passou a celebrar a chegada do Povo de Israel ao Sinai, onde o Povo do Senhor recebeu a Lei de Deus. Lucas quer assim afirmar que na festa judaica da Lei de Moisés, recebemos a Nova Lei de Cristo: o Espírito Santo. Por isso, descreve os mesmos fenómenos ocorridos no Sinai: trovões, vento forte, chamas de fogo, várias línguas... A Igreja é a grande família do Povo de Deus, sem barreiras de língua, raça ou nação. Se Babel é sinal do desentendimento e da desarmonia; o Pentecostes gera um movimento contrário: todos falam a língua que todos compreendem; formam uma única família, onde todos se entendem e se amam.

S. Lucas, na primeira leitura, descreve-o como um facto solene, acontecido na festa judaica da Lei, da Aliança, 50 dias depois da Páscoa. O Espírito Santo transforma profundamente os apóstolos e une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças, línguas e culturas.

A segunda leitura, recorda a actuação do Espírito Santo na Comunidade: o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

S. João, no Evangelho, situa a recepção do Espírito Santo ao anoitecer do dia de Páscoa: o "anoitecer", as "portas fechadas" e o "medo" revelam a situação de uma comunidade desorientada e insegura. Entretanto, Jesus aparece "no meio deles". Os discípulos redescobrem o seu ponto de referência e recuperam a sua identidade. Jesus dá-lhes "a paz". Significa serenidade, tranquilidade, confiança, para superarem o medo e a insegurança. Em seguida, Jesus "mostra-lhes as mãos e o lado". São os "sinais" da entrega total e amorosa de Jesus na cruz. Depois, comunica-lhes o Espírito Santo, com o gesto de soprar sobre os discípulos. Com o "sopro" de Deus, na criação, o homem de barro adquiriu vida; com este "sopro" de Jesus, nasce também o Homem Novo. Finalmente, Jesus envia os discípulos em missão: "Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».


Primeira Leitura (Act 2,1-11)
Leitura dos Actos dos Apóstolos

Quando chegou o dia de Pentecostes,
os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez se ouvir, vindo do Céu,
um rumor semelhante a forte rajada de vento,
que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo,
que se iam dividindo,
e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar outras línguas,
conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos,
procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu se
e ficou muito admirada,
pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam:
«Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós
falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia,
do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília,
do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene,
colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos,
cretenses e árabes,
ouvimo-los proclamar nas nossas línguas
as maravilhas de Deus».


Salmo Responsorial – Salmo 103 (104)

Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito
           e renovai a face da terra.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.


Segunda Leitura (1 Cor 12,3b-7.12-13)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor»
a não ser pela acção do Espírito Santo.
De facto, há diversidade de dons espirituais,
mas o Senhor é o mesmo.
Há diversas operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito
para o bem comum.
Assim como o corpo é um só e tem muitos membros
e todos os membros, apesar de numerosos,
constituem um só corpo,
assim também sucede com Cristo.
Na verdade, todos nós
- judeus e gregos, escravos e homens livres -
fomos baptizados num só Espírito,
para constituirmos um só Corpo.
E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.


Sequência

Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente,
acendei na terra vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições,
vinde encher de gozo nossos corações.Esp221

Benfeitor supremo em todo o momento,
habitando em nós sois o nosso alento.

Descanso na luta e na paz encanto,
no calor sois brisa, conforto no pranto.

Luz de santidade, que no Céu ardeis,
abrasai as almas dos vossos fiéis.

Sem a vossa força e favor clemente,
nada há no homem que seja inocente.

Lavai nossas manchas, a aridez regai,
sarai os enfermos e a todos salvai.

Abrandai durezas para os caminhantes,
animai os tristes, guiai os errantes.

Vossos sete dons concedei à alma
do que em Vós confia:

Virtude na vida, amparo na morte,
no Céu alegria. Amen, Aleluia!


EVANGELHO (Jo 20,19-23)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou,
também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».


Ressonâncias

Ouve, Senhor...
Precisamos do teu Espírito na Igreja:Esp033a
Para ser tuas testemunhas.
Para entender as tuas palavras.
Para viver com mais força o Evangelho.
Para viver em verdade a Verdade.
Para ser espirituais e viver segundo o Espírito.

Precisamos do teu Espírito no mundo:
Para viver em paz e semear a paz.
Para ser mais samaritanos para com os outros.
Para viver na justiça e na liberdade.
Para ser mais irmãos e mais solidários.

Precisamos do teu Espírito entre nós:
Para curar o nosso coração ferido de egoísmo.
Para nos abrirmos ao sofrimento que brada ao céu.
Para chamar irmão ao que passa ao nosso lado.
Para nos deixarmos guiar pelo teu Espírito.


ORAÇÃO UNIVERSAL
Caríssimos irmãos:
Neste dia santíssimo em que terminam as festas pascais,
oremos a Deus Pai todo-poderoso,
para que o dom do Espírito Santo renove toda a Igreja,
dizendo, com alegria:

R. Mandai, Senhor, o vosso Espírito.

1. Pela Igreja, presente em toda a terra,
para que proclame as maravilhas do amor de Deus
em todas as línguas e culturas do universo, oremos.

2. Pelo Papa, sucessor de Pedro, pelos bispos,
e por todos os párocos e suas comunidades,
para que o Espírito Santo lhes dê ardor e sabedoria, oremos.

3. Por todos aqueles que invocam a Deus como Pai
e receberam em seus corações o dom do Espírito Santo,
para que sejam testemunhas vivas do Evangelho, oremos.

4. Por cada homem que faz o bem e ama a justiça,
que luta e sofre pela liberdade e pela paz,
para que o Espírito Santo torne mais firme a sua esperança, oremos.

5. Pelos fiéis que receberam dons do Espírito
e exercem ministérios na nossa comunidade (paroquial),
para que em tudo agradem ao Senhor, oremos.

6. Por todos os que sofrem as consequências da actual pandemia,
para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos,
Força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias
e a salvação a todos as vítimas mortais, oremos.

Deus eterno e omnipotente,
que enviastes aos corações dos vossos fiéis
o Espírito Santo da manhã do Pentecostes,
tornai-nos testemunhas do Evangelho
e das maravilhas que realizastes pelos homens.
Por Cristo, nosso Senhor.


O segredo de Deus

Alguém veio dizer-me que o Espírito Santo é em nós, o que o açúcar é no chá. Acontece algumas vezes que não achamos bom o chá. Descobrimos então a causa disso quando se chega ao fundo da chávena: era o açúcar. Havia açúcar lá, mas estava todo no fundo. Teria sido necessário mexer. Talvez o que esteja a faltar à nossa vida também tenha ficado no fundo. A nossa vida talvez não tenha o sabor esperado porque não temos a coragem de ir ao fundo das coisas. Fazemos caretas como ao tomar o chá sem açúcar. Precisamos de fazer o esforço de mexer a vida, de tocar nos segredos de Deus em nós, para que o Seu Espírito possa adoçar o todo que somos.Esp099Assim o Espírito Santo é este segredo de Deus em nós. O Espírito está aí mas é preciso mexer.

O Patriarca Atenágoras escreveu que sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; o culto, uma velharia. Mas, no Espírito, o cosmos é enobrecido; Cristo torna-se presente; o Evangelho faz-se vida; a Igreja realiza a comunhão...

É preciso mexer o que Deus pôs dentro de nós.

Pe. José David Vieira

«Todos ficaram cheios do Espírito Santo
E começaram a falar outras línguas.»
  (Act 2, 4)

Vens, ó Espírito

Crias, recrias e inventas no suave bailado dos dias,
na aragem, no sorriso e na lágrima,
que soltam as torrentes interiores
da dor e da irmã alegria, e vens, ó Espírito,
desarrumar os nossos planos,
estes esquemas divinos à nossa medida,
cheios de aparência e tão vazios de Ti.

Despojas e despes as nossas roupagens
de brocados e atavios, discursos e fogos fátuos
que Te escondem e sufocam, e vens, ó Espírito,
maravilhar-nos com a nudez do que somos,
criados para tudo fazer com amor
e andar descalços, de mãos dadas com a verdade.

Espantas e acordas do sono e do desencantoEsp190a
os que sonhámos um dia que tudo podia ser novo
mas não levámos mais além
o brilho contagiante dos olhos, e vens, ó Espírito,
reavivar das cinzas o fogo
que ateia incêndios na burocracia da vida
e nos desertos revelas nascentes.

Ergues e elevas o abatido,
caído por si ou por nós na berma do caminho
por onde passas no Teu jeito alegre
aprendido com o Filho, próximo de todos,
sempre disposto a parar, e vens, ó Espírito,
confirmar a salvação como dom do Pai,
distante de leis e policiamentos,
porque cheia de esperança e festa.

Porque vens, ó Espírito,
não cruzaremos os nossos braços

para Te abraçar todos os dias!

Pe. Vítor Gonçalves


Homilia do Papa Francisco em Dia de Pentecostes

«Chega hoje ao seu termo o tempo de Páscoa, desde a Ressurreição de Jesus até ao Pentecostes: cinquenta dias caraterizados de modo especial pela presença do Espírito Santo. De facto, o Dom pascal por excelência é Ele: o Espírito criador, que não cessa de realizar coisas novas. As Leituras de hoje mostram-nos duas novidades: na primeira, o Espírito faz dos discípulos um povo novo; no Evangelho, cria nos discípulos um coração novo.

Um povo novo. No dia de Pentecostes o Espírito desceu do céu em «línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas» (At 2, 3-4). Com estas palavras, é descrita a ação do Espírito: primeiro, pousa sobre cada um e, depois, põe a todos em comunicação. A cada um dá um dom e reúne a todos na unidade. Por outras palavras, o mesmo Espírito cria a diversidade e a unidade e, assim, molda um povo novo, diversificado e unido: a Igreja universal. Em primeiro lugar, com fantasia e imprevisibilidade, cria a diversidade; com efeito, em cada época, faz florescer carismas novos e variados. Depois, o mesmo Espírito realiza a unidade: liga, reúne, recompõe a harmonia. «Com a sua presença e ação, congrega na unidade espíritos que, entre si, são distintos e separados» (Cirilo de Alexandria, Comentário ao Evangelho de João, XI, 11). E desta forma temos a unidade verdadeira, a unidade segundo Deus, que não é uniformidade, mas unidade na diferença.

Para se conseguir isso, ajuda-nos o evitar duas tentações frequentes. A primeira é procurar a diversidade sem a unidade. Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão - são os chamados guardiões da verdade. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se «adeptos» em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos «de direita ou de esquerda» antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja. Assim, temos a diversidade sem a unidade. Por sua vez, a tentação oposta é procurar a unidade sem a diversidade. Mas, deste modo, a unidade torna-se uniformidade, obrigação de fazer tudo juntos e tudo igual, de pensar todos sempre do mesmo modo. Assim, a unidade acaba por ser homologação, e já não há liberdade. Ora, como diz São Paulo, «onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17).

Então a nossa oração ao Espírito Santo é pedir a graça de acolhermos a sua unidade, um olhar que, independentemente das preferências pessoais, abraça e ama a sua Igreja, a nossa Igreja; pedir a graça de nos preocuparmos com a unidade entre todos, de anular as murmurações que semeiam cizânia e as invejas que envenenam, porque ser homens e mulheres de Igreja significa ser homens e mulheres de comunhão; é pedir também um coração que sinta a Igreja como nossa Mãe e nossa casa: a casa acolhedora e aberta, onde se partilha a alegria multiforme do Espírito Santo.

E passemos agora à segunda novidade: um coração novo. Quando Jesus ressuscitado aparece pela primeira vez aos seus, diz-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados» (Jo 20, 22-23). Jesus não condenou os seus, que O abandonaram e renegaram durante a Paixão, mas dá-lhes o Espírito do perdão. O Espírito é o primeiro dom do Ressuscitado, tendo sido dado, antes de mais nada, para perdoar os pecados. Eis o início da Igreja, eis a cola que nos mantém unidos, o cimento que une os tijolos da casa: o perdão. Com efeito, o perdão é o dom elevado à potência infinita, é o amor maior, aquele que mantém unido não obstante tudo, que impede de soçobrar, que reforça e solidifica. O perdão liberta o coração e permite recomeçar: o perdão dá esperança; sem perdão, não se edifica a Igreja.

O Espírito do perdão, que tudo resolve na concórdia, impele-nos a recusar outros caminhos: os caminhos apressados de quem julga, os caminhos sem saída de quem fecha todas as portas, os caminhos de sentido único de quem critica os outros. Ao contrário, o Espírito exorta-nos a percorrer o caminho com duplo sentido do perdão recebido e do perdão dado, da misericórdia divina que se faz amor ao próximo, da caridade como «único critério segundo o qual tudo deve ser feito ou deixado de fazer, alterado ou não» (Isaac da Estrela, Discurso 31). Peçamos a graça de tornar o rosto da nossa Mãe Igreja cada vez mais belo, renovando-nos com o perdão e corrigindo-nos a nós mesmos: só então poderemos corrigir os outros na caridade.

Peçamos ao Espírito Santo, fogo de amor que arde na Igreja e dentro de nós, embora muitas vezes o cubramos com a cinza das nossas culpas: «Espírito de Deus, Senhor que estais no meu coração e no coração da Igreja, Vós que fazeis avançar a Igreja, moldando-a na diversidade, vinde! Precisamos de Vós, como de água, para viver: continuai a descer sobre nós e ensinai-nos a unidade, renovai os nossos corações e ensinai-nos a amar como Vós nos amais, a perdoar como Vós nos perdoais. Amen».

Papa Francisco,
Roma, 4 de Junho de 2017

DOMINGO da ASCENSÃO -B

Ascensao7Celebramos hoje a festa da Ascensão do Senhor. A Ascensão faz parte do Mistério pascal do Senhor Jesus. Cristo terminou sua missão terrena elevando-se ao céu e é o ponto de partida para sermos testemunhas e anunciadores de Cristo exaltado, que voltou ao Pai para sentar-se à sua direita.

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projecto de Jesus.

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa "esperança" de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo "corpo" – e em comunhão com Cristo, a "cabeça" desse "corpo". Cristo reside no seu "corpo" que é a Igreja; e é nela que se torna, hoje, presente no meio dos homens.

No Evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projecto de salvação de Deus. De junto do Pai, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.


LEITURA 1- Act 1,1-11
Leitura do Livro dos Actos dos Apóstolos

No meu primeiro livro, ó Teófilo,
narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar,
desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu,
depois de ter dado, pelo Espírito Santo,
as suas instruções aos Apóstolos que escolhera.
Foi também a eles que, depois da sua paixão,
aparecendo-lhes durante quarenta dias
e falando-lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa,
mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém,
«da Qual - disse Ele - Me ouvistes falar.
Na verdade, João baptizou com água;
vós, porém, sereis baptizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias».
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar:
«Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?»
Ele respondeu-lhes:
«Não vos compete saber os tempos ou os momentos
que o Pai determinou com a sua autoridade;
mas recebereis a força do Espírito Santo,
que descerá sobre vós,
e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria
e até aos confins da terra».
Dito isto, elevou-Se à vista deles
e uma nuvem escondeu-O a seus olhos.
E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus se afastava,
apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco,
que disseram:
«Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?
Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu,
virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».


SALMO RESPONSORIAL - Salmo 46 (47)
Refrão: Por entre aclamações e ao som da trombeta, ergue-Se Deus, o Senhor.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra.

Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai.

Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado.


LEITURA II - Ef 1,17-23
Leitura da Epístola de S. Paulo aos Efésios

Irmãos:
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,
vos conceda um espírito de sabedoria e de luz
para O conhecerdes plenamente
e ilumine os olhos do vosso coração,
para compreenderdes a esperança a que fostes chamados,
os tesouros de glória da sua herança entre os santos
e a incomensurável grandeza do seu poder
para nós os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo,
que Ele ressuscitou dos mortos
e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania,
acima de todo o nome que é pronunciado,
não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô-l'O acima de todas as coisas
como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo,
a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos.


EVANGELHO - Mc 16,15-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos

Naquele tempo,
Jesus apareceu aos Doze e disse-lhes:
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo;
mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:
expulsarão os demónios em meu nome;
falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal;
e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles,
foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus.
Eles partiram a pregar por toda a parte
e o Senhor cooperava com eles,
confirmando a sua palavra
com os milagres que a acompanhavam.


Ressonâncias

O Evangelho de hoje apresenta-nos o papel dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. É um resumo das aparições de Jesus e da Missão da Comunidade cristã. Narra-nos três cenas:

1. Jesus ressuscitado define a missão universal dos Discípulos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura". A Palavra Evangelho na boca de Jesus, designa o anúncio do Reino que suscita a fé e o acolhimento da salvação. Para as comunidades cristãs, é o anúncio de um acontecimento: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino e ofereceu-lhes a vida definitiva. O anúncio do "Evangelho" obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta de Jesus chegará à vida plena e definitiva. A obra missionária será acompanhada de Sinais, que atestarão autenticidade e continuidade da acção libertadora do Mestre. E enumera sinais da presença do Mestre: Expulsarão demónios, falarão línguas novas, resistirão ao veneno das serpentes, curarão doentes impondo as mãos.

2. Jesus parte ao encontro do Pai. Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de Deus: Mostra a soberania de Jesus, como Senhor da História e do Universo. Não é o afastamento de Cristo, mas uma nova presença no mundo.

3. Os discípulos partem ao encontro do mundo a fim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou. "Os discípulos então partiram e pregaram por toda a parte..." Na acção missionária, os discípulos não estão sozinhos. O Senhor ajudava-os e confirmava sua palavra pelos sinais". A Igreja é essencialmente uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de Salvação e Libertação, que Jesus veio trazer.

A Ascensão de Jesus faz-nos lembrar a nossa ascensão: "Ele subiu não para se afastar da nossa humanidade, mas para nos dar a esperança de que um dia iremos ao seu encontro, onde ele nos precedeu..." (Prefácio)
A nossa vocação é missionária. A Igreja é uma "Comunidade Missionária", cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação, que Jesus veio trazer aos homens. E Nós, vivemos o ideal missionário, conscientes de que na Igreja de Cristo, todo baptizado é missionário. Cristo pode contar, hoje, com todos nós?


Corações ao alto

Há alguns anos atrás, ao participar em Roma, na instalação do Secretariado Mundial da Evangelização 2000, a Madre Teresa de Calcutá foi entrevistada.
– Madre Teresa, o que é para si evangelizar?

Com uma simplicidade e profundidade impressionantes, ela respondeu:
– Evangelizar é ter Jesus no Coração e levar Jesus ao coração dos irmãos.

Só moram no nosso coração os que são amados. Para Jesus morar no coração é preciso que se tenham criado laços de amor entre a pessoa e Jesus vivo. Que Jesus nos ama, é verdade! Que Ele nos amou primeiro, está comprovado! Que Ele ama a todos porque os quer salvar, é certo! Mas é preciso que nos sintamos amados por Ele, nos deixemos amar e sintamos que O estamos amando. Não basta ter Jesus na cabeça... É preciso tê-lo no coração. Só depois podemos levá-lo ao coração do irmão porque ninguém dá o que não tem. É preciso estar evangelizado para evangelizar e fazer Jesus acontecer no coração das pessoas.

Na Ascensão, Jesus eleva-se ao Céu. Deixou de estar connosco para estar em nós. Ele continua a evangelizar através de nós. Sursum corda, isto é, Corações ao alto! Que saibamos responder efectivamente que o nosso coração está em Deus porque Ele está no nosso coração.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


Bendizemos-Te, Pai,
com toda a força do nosso Espírito
pela glorificação do teu Filho e nosso irmão, Jesus Cristo.
Ele não subiu ao céu para Se alhear deste mundo,

mas, como nossa cabeça, precede-nos na glória eterna do teu reino.

Obrigado também, Pai,
porque Jesus confia-nos a sua missão
e quer precisar da nossa inteligência e do nosso coração,
das nossas mãos e dos nossos lábios,
dos nossos pés e do nosso tempo, a
o serviço da Boa Nova da salvação e de amor ao homem.

Não permitas, Senhor, que nos fechemos na comodidade,
na apatia, no egoísmo, em suma, na falta de fé.
Enche-nos da força do Espírito, e conta connosco.
Amen.


Louvado sejas, meu Senhor!

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas,
especialmente o irmão televisor
que preenche algumas horas do nosso dia
e que é belo, e grande esplendor irradia,
e de Ti, Altíssimo, traz-nos a mensagem.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã rádio
pela qual as notícias atravessam os céus
e o mundo fica mais perto de mim.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão jornal
que me informa sobre as nuvens e o sereno céu
das histórias humanas
e pelo qual dás sustento ao saber e à reflexão
de tantas criaturas Tuas.

Louvado sejas, meu Senhor,
por toda a espécie de informação
que presta muito serviço
quando é humilde, verdadeira e casta.

Louvado sejas, meu Senhor, pelos consumidores
graças aos quais iluminas as mentes
e dás alegria e força ao nosso coração,
quando eles servem a verdade com modéstia.

Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã
e mãe Terra que nos sustenta e nos governa
e produz variados frutos com coloridas
flores e verdura: ela é cada vez mais para nós
a casa comum que os media
nos fazem conhecer e amar.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelos que perdoam pelo Teu amor
e sofrem enfermidades e tribulações.
Felizes os que as suportarem em paz,
pois que por Ti, Altíssimo, hão-de ser coroados.

Sobretudo, louvado sejas por todos aqueles
que, servindo-se dos mass media,
souberem lembrar-se de que nada no mundo
vale mais que a pessoa humana.

Cardeal Martini

VI Domingo da Páscoa B

permaneceiA liturgia da Palavra deste Domingo convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por acção dos discípulos de Jesus.

Na primeira leitura Pedro na casa de Cornélio anuncia Jesus e a sua acção salvífica. Cornélio e toda a sua família acolhem o anúncio e são baptizados. A Salvação, oferecida por Deus através de Jesus Cristo e levada ao mundo pelos discípulos, não é um património dos judeus ou dos cristãos oriundos do judaísmo, mas é um dom destinado a todos os que tem um coração aberto às propostas de Deus.

A segunda leitura apresenta uma das mais profundas e completas definições de Deus: "Deus é amor". A vinda de Jesus ao encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza do amor de Deus pelos homens. Ser "filho de Deus" e "conhecer a Deus" é deixar-se envolver por este dinamismo de amor e amar os irmãos.

No Evangelho, Jesus define as coordenadas do "caminho" que os seus discípulos devem percorrer, ao longo da sua marcha pela história. Eles são os "amigos" a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Através desse testemunho, concretiza-se o projecto salvador de Deus e nasce o Homem Novo.


LEITURA I – Act 10,25-26.34-35.44-48
Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Pedro chegou a casa de Cornélio.
Este veio-lhe ao encontro
e prostrou-se a seus pés.
Mas Pedro levantou-o, dizendo:
«Levanta-te, que eu também sou um simples homem».
Pedro disse-lhe ainda:
«Na verdade, eu reconheço
que Deus não faz acepção de pessoas,
mas, em qualquer nação,
aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável».
Ainda Pedro falava,
quando o Espírito desceu
sobre todos os que estavam a ouvir a palavra.
E todos os fiéis convertidos do judaísmo,
que tinham vindo com Pedro,
ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo
se difundia também sobre os gentios,
pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus.
Pedro então declarou:
«Poderá alguém recusar a água do Baptismo
aos que receberam o Espírito Santo, como nós?»
E ordenou que fossem baptizados em nome de Jesus Cristo.
Então, pediram-lhe que ficasse alguns dias com eles.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)
Refrão: O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.


LEITURA II – 1 Jo 4,7-10
Leitura da Primeira Epístola de São João

Caríssimos:
Amemo-nos uns aos outros,
porque o amor vem de Deus
e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
Quem não ama não conhece a Deus,
porque Deus é amor.
Assim se manifestou o amor de Deus para connosco:
Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito,
para que vivamos por Ele.
Nisto consiste o amor:
não fomos nós que amámos a Deus,
mas foi Ele que nos amou
e enviou o seu Filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados.


EVANGELHO – Jo 15,9-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Disse Jesus aos seus discípulos:
«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor,
Assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai
e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas,
para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento:
que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor
do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas chamo-vos amigos,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes;
fui eu que vos escolhi e destinei,
para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça.
E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».


Ressonâncias

O texto deste Evangelho faz parte do discurso da despedida na última Ceia. É o último discurso de Jesus aos discípulos, antes de ser preso. São as últimas recomendações aos seus "amigos", antes de partir. Deus tinha dado aos hebreus, através de Moisés, 10 mandamentos no Sinai. Mas os rabinos criaram 613 mandamentos e milhares de prescrições e proibições, todas gravemente vinculadoras, que tornavam praticamente impossível a sua observância. Jesus resume toda a lei do Antigo Testamento em dois mandamentos: amor a Deus e ao próximo. E, no fim da sua vida terrena - durante a Última Ceia -, depois de ter lavado os pés aos discípulos, fala de um só mandamento: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Por isso todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros." (Jo 13, 34-35)

O Evangelho de hoje não é apenas um discurso para os apóstolos reunidos no cenáculo para a última ceia, mas um discurso que o Ressuscitado dirige hoje do céu para todos os discípulos. É um resumo, uma síntese de muitas coisas em poucas palavras. Mas se quisermos resumir num pensamento central, poderíamos dizer que todas se reduzem ao AMOR.

Os discípulos são "amigos" de Jesus: "Já não vos chamo servos, mas amigos." Amigo é muito mais de que um servo, um colaborador, é um confidente, com o qual existe uma comunhão de vida, de planos e ideais. Um Deus com sentimentos humanos nobres e profundos.

A iniciativa é de Jesus: "Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi". O Amor partiu dele, não de nós. Desse amor, nasce a vitalidade e a amplidão da sua Missão. Baseada nisso, a resposta dos discípulos torna-se fecunda em frutos duradouros. Consequentemente, a oração deles ao Pai também será ouvida, porque feita em nome de Cristo.

A Igreja é a "comunidade de amigos", que acolhem o convite de Jesus e colaboram na missão de testemunhar ao mundo o Amor do Pai, com alegria e entusiasmo. O melhor testemunho em Deus em quem acreditamos e da Boa nova que anunciamos é nossa comunhão.

Os "amigos de Jesus" devem amar como Ele amou. A prova concreta que amamos é a observância dos Mandamentos: "Quem me ama, guarda os meus mandamentos. [...] Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei". Amar como Ele, é tornar em nós visível o amor de Deus; amar como Ele, é amar também os "amigos" de Jesus; Seremos "amigos de Jesus", quando formos testemunhas desse mundo novo que Deus quer oferecer aos homens e que Jesus anunciou através dos seus gestos e palavras. Aqui reside a "identidade" dos discípulos de Jesus.

O Amor é a base e o fundamento do cristão; sem amor não há cristão.

O amor fundado em Cristo supera as divergências, anula as distâncias, elimina o egoísmo, as rivalidades, as discórdias. Esse amor dá aquela fecundidade apostólica, que Jesus espera dos seus discípulos. Só quem vive no amor pode levar ao mundo o fruto precioso do Amor.

As nossas comunidades são, realmente, cartazes vivos que anunciam o amor, ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses, de realização de projectos egoístas?

Concluamos com uma verdade muito consoladora: Deus é amor e nós somos amados por Ele! Por isso convida-nos a permanecermos no seu amor "amando-nos uns aos outros como Ele nos amou!"; pois, "onde existe o amor e a caridade, aí habita Deus!"


Tal pai tal filho...

Um miúdo foi ao barbeiro e, ao ser interrogado como queria que lhe cortassem o cabelo, respondeu prontamente:
– Careca, como o meu pai.

E todos os presentes disseram em coro:
– Tal pai tal filho...

Este garoto revia-se no pai e não tinha dificuldade em fazer dele o seu melhor amigo e o modelo a imitar.

Quem ama, copia os gestos da pessoa amada, assume os seus critérios de vida, imita-lhe as expressões. O amor leva sempre à identificação com o outro. Cada um é aquilo que ama. Se ama a terra será terra também, mas se ama a Deus torna-se divino. É por isso que Jesus Cristo diz no Evangelho de hoje:
– Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei...É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.

Em primeiro lugar Ele assume a dinâmico do amor do Pai, identificando-se com Ele. Depois convida os seus discípulos a fazerem o mesmo.

Segundo a nossa lógica humana, Jesus devia dizer: Eu amei-vos, agora deveis amar-Me na mesma medida. Mas a lógica de Deus é diferente: eu amei-vos, agora fazei o mesmo aos outros. Só assim provareis que me tendes amor, se vos amardes tal como vos amei.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


Obrigado, Senhor Jesus,
porque gratuitamente nos aceitas como Teus amigos
que conhecem os Teus segredos e cumprem os Teus mandamentos com alegria,
superando a relação senhor/escravo.

Tu nos escolheste e nos destinaste para que demos fruto duradouro
e para que a tua alegria esteja connosco e chegue à plenitude.

O caminho para esta felicidade completa é AMAR como Tu nos amas,
porque somente devolvendo aos outros o amor com que Tu nos amas,
dando vida e alegria, estas se possuem e se aumentam.
Dá-nos, Senhor, uma boa dose de amor e de alegria no Espírito.

Precisamos com urgência delas para permanecermos unidos a Jesus
e darmos fruto abundante de fé, paz e alegria.
Amen.

 

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