PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Papa Francisco e os Dehonianos

Francisco134Discurso do Santo Padre aos membros do XXIII Capítulo Geral SCJ

Às 12.00 horas do dia 5 de Junho de 2015, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, o Santo Padre, Papa Francisco, recebeu em Audiência os participantes no Capítulo Geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), a quem entregou o discurso que aqui se publica:
Caros Sacerdotes do Coração de Jesus, é com prazer que vos recebo por ocasião do Capítulo Geral, que constitui um momento privilegiado de aprofundamento e crescimento da vossa Família religiosa, e de bom grado aproveito o ensejo para felicitar o novo Superior Geral, Pe. Heiner Wilmer, pela missão que lhe foi confiada pela confiança dos confrades.

Em vós saúdo todos os Dehonianos, que trabalham, muitas vezes em condições difíceis, nas diversas partes do mundo, encorajando-os a prosseguir com generosa fidelidade no desempenho do seu compromisso apostólico.

Durante os trabalhos capitulares, centrastes a vossa reflexão sobre a comunidade, chamada a viver reconciliada, para poder partilhar a vida e o Evangelho com todos, especialmente com os marginalizados. Daí o tema do vosso Capítulo: "Misericordiosos, em comunidade, com os pobres". Gostaria, então, de dar-vos algumas sugestões para realizar a vossa ação pastoral:

"Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7). A vida religiosa é apresentada como vida plenamente evangélica, uma vez que realiza de forma concreta as bem-aventuranças. Portanto, como religiosos, sois chamados a ser misericordiosos. Trata-se, antes de mais, de viver em profunda comunhão com Deus na oração, na celebração da Eucaristia, para que toda a nossa vida seja um caminho de crescimento na misericórdia de Deus. Na medida em que tomamos consciência do amor gratuito do Senhor e o acolhemos em nós mesmos, crescem também a nossa ternura, a nossa compreensão e a nossa bondade para com as pessoas que vivem ao nosso lado. O esforço de renovação do vosso Instituto e da vossa missão no mundo abraça necessariamente a solicitude amorosa com a situação de cada religioso, para que a sua consagração possa tornar- se cada vez mais fonte de encontro vivificante e santificador com Jesus, cujo Coração trespassado é fonte de consolação, paz e salvação para todos os homens.

A vida religiosa é uma convivência de crentes que se sentem amados por Deus e procuram amá-l'O. Precisamente nesse comum empenho podeis encontrar a razão mais profunda da vossa sintonia espiritual. Na experiência da misericórdia de Deus e do seu amor encontrareis também o ponto de harmonização das vossas comunidades. Isso implica o empenho de saborear cada vez mais a misericórdia que os confrades têm para convosco e oferecer-lhes a riqueza da vossa misericórdia. Em tudo isso, vos serve de exemplo e ajuda o testemunho do vosso Fundador, grande apóstolo do Coração de Jesus.

A misericórdia é a palavra-síntese do Evangelho; podemos dizer que é o "rosto" de Cristo, o rosto que Ele manifestou quando ia ao encontro de todos, quando curava os doentes, quando se sentava à mesa com os pecadores e, sobretudo, quando, pregado na cruz, perdoou: temos aí o rosto da divina misericórdia. E o Senhor chama-nos a ser "canais" desse amor, em primeiro lugar com os últimos, os mais pobres, que, a seus olhos, são os privilegiados. Deixai-vos constantemente interrogar pelas situações de fragilidade e pobreza com que contactais, e procurai oferecer, nas formas adequadas, o testemunho da caridade que o Espírito infunde nos vossos corações (cf. Rm 5,5). O estilo da misericórdia faça com que prontamente vos abrais às necessidades atuais e sejais ativamente presentes nos novos areópagos da evangelização, privilegiando, mesmo que isso comporte sacrifícios, a abertura às realidades de extrema necessidade, que são sintomáticas das doenças da sociedade hodierna.

A história da vossa Congregação está marcada e tornou-se fecunda por tantos vossos confrades que dedicaram generosamente a sua vida ao serviço do Evangelho, vivendo em dócil comunhão com os Pastores, com coração indiviso para Cristo e em espírito de pobreza. A sua opção evangélica ilumine o vosso empenho missionário e vos encoraje a prosseguir com renovado fervor apostólico na vossa peculiar missão na Igreja. No sulco desses testemunhos, podereis dar novo impulso à animação missionária nos diversos contextos em que estais inseridos.

Faço votos para que as orientações elaboradas pelo Capítulo Geral guiem o Instituto a prosseguir com generosidade no seu caminho, seguindo o rumo traçado pelo Fundador. Com estes sentimentos e invocando a celeste proteção da Virgem Maria, a todos vós e à inteira família dehoniana concedo uma especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 5 de Junho de 2015
Papa Francisco

Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Mass Media

Francisco50Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor

Celebramos no próximo dia 17 de Maio o Domingo da Ascensão e o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O Papa Francisco publicou uma bela mensagem para este dia: «Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor.»
Aqui ficam apenas oito pontos e, logo de seguida, a Mensagem na íntegra para saborear, viver e comunicar com amor.

1. A família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar.

2. O ventre que nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e contacto corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe.

3. Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é o espaço onde se aprende a conviver na diferença.

4. Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra... é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação.

5.Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.

6. Num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção.

7. Abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível.

8. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.


Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor

O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista.

Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre"» (vv. 41-42).

Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a lin-guagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e contacto corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.

Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é «o espaço onde se aprende a conviver na diferença» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na «língua materna», ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.

A experiência do vínculo que nos «precede» faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.

Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra... é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.

Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.

Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.

Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer «agora basta»; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.

Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificul-tar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que «o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo» (Bento XVI, Mensagem do XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contacto com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este «início vivo», saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.

Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direcção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.

No fim de contas, a própria família não é um objecto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma «comunidade comunicadora». Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reco-nhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstracto que se há-de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há-de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.

A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos.

Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.

Papa Francisco
Vaticano, 23 de Janeiro de 2015.

A vida consagrada ao serviço do Reino de Deus

Voc076«Que seria do mundo se não existissem os religiosos?»1. Deixando de lado as avaliações superficiais de funcionalismo, sabemos que a vida consagrada é importante precisamente por ser superabundância de gratuidade e de amor, o que se torna ainda mais verdadeiro num mundo que se arrisca a ficar sufocado na vertigem do efémero.

«Sem este sinal concreto, a caridade que anima a Igreja inteira correria o risco de refrear-se, o paradoxo salvífico do Evangelho de atenuar-se, o "sal" da fé de diluir-se num mundo em fase de secularização»2. A vida da Igreja e a própria sociedade têm necessidade de pessoas capazes de se dedicarem totalmente a Deus e aos outros por amor de Deus.

A Igreja não pode absolutamente renunciar à vida consagrada, porque esta exprime de modo eloquente a sua íntima essência «esponsal». Nela encontra novo impulso e vigor o anúncio do Evangelho a todo o mundo. Na verdade, há necessidade de quem apresente o rosto paterno de Deus e o rosto materno da Igreja, de quem ponha em jogo a própria vida, para que outros tenham vida e esperança. A Igreja precisa de pessoas consagradas que, ainda antes de se empenharem nesta ou naquela causa nobre, se deixem transformar pela graça de Deus e se conformem plenamente com o Evangelho.

A Igreja inteira encontra nas suas mãos este grande dom e, numa atitude de gratidão, dedica-se a promovê-lo com o seu apreço, a oração, o convite explícito a acolhê-lo. É importante que Bispos, presbíteros e diáconos, convencidos da excelência evangélica deste género de vida, trabalhem para descobrir e amparar os gérmenes de vocação, com a pregação, o discernimento e um sábio acompanhamento espiritual. A todos os fiéis, pede-se uma oração constante pelas pessoas consagradas, para que o seu fervor e a sua capacidade de amar aumentem continuamente, contribuindo para difundir, na sociedade atual, o bom perfume de Cristo (cf. 2 Cor 2,15). Toda a Comunidade cristã — pastores, leigos e pessoas consagradas — é responsável pela vida consagrada, pelo acolhimento e amparo prestado às novas vocações3.

João Paulo II, in Exortação Apostólica Vita consecrata, n. 105, [25-03-1996]

Atendendo aos desafios da Exortação apostólica Vita consecrata procuremos responder à seguinte questão: Vida Consagrada: o que se fez, o que se faz, o que importa fazer?


1 S. TERESA DE JESUS, Livro da vida, c. 32, 11.
2 PAULO VI, Exort. ap. Evangelica testificatio (29 de Junho de 1971), 3: AAS 63 (1971), 498.
3 Cf. Propositio 48.

Cardeal-Patriarca em Queijas

Manuel55"O bem precioso do Matrimónio e da Família – novos desafios"

A Paróquia de Queijas vai acolher no próximo dia 27 de Abril – às 21h30, no seu Auditório, uma conferência do Senhor Cardeal-Patriarca subordinada ao tema "O bem precioso do Matrimónio e da Família – novos desafios".

D. Manuel Clemente tem vindo a comparecer e a partilhar, em diversas ocasiões, a sua agenda e disponibilidade junto das muitas paróquias da nossa diocese, mas este será certamente mais um momento privilegiado de recolhermos do nosso Bispo as orientações e interpelações relacionadas com duas temáticas tão decisivas para nós católicos e, neste tempo em que nos preparamos para o Sínodo diocesano de 2016, uma oportunidade para reflectirmos em conjunto este tema tão crucial aos nossos dias.

Vem! Contamos com a tua presença e participação!

Patriarca de Lisboa e as Vocações

ManuelClemente2CARTA AOS DIOCESANOS, NA SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

Caríssimos irmãos e irmãs do Patriarcado de Lisboa
Com toda a corresponsabilidade e muita estima, dirijo-vos estas palavras em plena Semana de Oração pelas Vocações. Corresponsabilidade, pois foi a todos nós que Jesus mandou pedir ao Senhor da Messe que mande trabalhadores para a sua messe. Estima, pois tudo acontece numa causa necessária, que vivemos em comunhão e afecto.

Trata-se de algo fundamental e que nos compromete a todos. Porque faltam ministros ordenados, especialmente sacerdotes, para servirem as comunidades como sacramentos visíveis de Cristo Pastor; e porque faltam irmãos e irmãs que, pelos votos e pela vida, sejam sinais convincentes do absoluto de Deus e da entrega total ao seu serviço. Do mundo para Deus e de Deus para a missão, é este o arco completo da vocação cristã. E particularmente daquela que o Papa Francisco, na sua Mensagem para o 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (26 de Abril de 2015), designa muito sugestivamente como «vocação de especial dedicação ao serviço do Evangelho».

Mas há algo de urgente, nisto que vos digo com o Papa Francisco. Na verdade, e falando em geral, diluiu-se a dimensão vocacional da existência cristã. Na sensibilidade comum, a vida é encarada mais como realização à escolha do que como resposta a um apelo de Deus e dos outros, que nos esperam. Mais como da vida para mim, insaciavelmente, do que de mim para a vida do mundo, disponivelmente. E o pior é que ficamos tristes por não termos tudo, quanto só seríamos felizes se nos fizéssemos tudo para todos, segundo a vontade de Deus.

Creio que muita "iniciação" cristã não se realiza, de facto, porque não descobre nem desenvolve a dimensão vocacional da vida. – Quantos dos nossos adolescentes e jovens são estimulados a ouvir o chamamento divino, que lhes indicaria o que Deus espera deles e absolutamente os realizaria? Quando Paulo ouviu este chamamento e lhe correspondeu por inteiro, pôde escrever assim: «Nós fomos feitos por Deus, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (Ef 2, 10). Mas é triste verificarmos como muita existência ficou por realizar, por não se descobrir o que Deus lhe oferecia, como apelo e missão. E porque na família e na comunidade nem sempre se acolhem, nem acompanham devidamente, os sinais de tal vocação...

Por isso falo de urgência, neste tempo forte de oração pelas vocações. Em cada família e comunidade cristã, a dimensão vocacional de tudo o que se faça é básica e diz respeito a todos. Temos de tomá-la tão a sério como à própria realização feliz de cada destino humano, só em Deus garantido.

Agradeço muitíssimo a quem se dedica directamente ao trabalho vocacional, nos seminários e no pré-seminário, nos institutos e comunidades, nos movimentos e grupos. Sei que é um trabalho árduo e que vai muitas vezes "contra a corrente" da sensibilidade ambiental a que acima aludi. Na verdade, leva a sair de si, num constante êxodo para Deus e para o mundo, em escuta e serviço. Mas é esta precisamente a vida de Cristo em nós, tal como Ele a viveu e a propôs.

Por isso reitero o reconhecimento e o estímulo aos que trabalham na pastoral vocacional e na formação sacerdotal, bem como de todas as vocações de especial consagração – ou especial "dedicação", como escreve o Papa Francisco. É um trabalho indispensável, para que a missão de Jesus, que sempre chamou para sempre enviar, continue viva e salvadora na Igreja e no mundo.

Convosco, na escuta e na missão,
+ Manuel, Cardeal-Patriarca
Lisboa, 19 de Abril de 2015

 

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