DIA DA MÃE – ELEVAR O CORAÇÃO

O Dia da Mãe deve, necessariamente, situar-nos no projeto do Ano Santo. Com a Igreja universal, queremos ser peregrinos de esperança. Sempre imbuídos de uma espiritualidade sinodal, desejamos que a vida, em todas as suas dimensões, se torne uma verdadeira peregrinação.
Despedimo-nos com profunda gratidão, nestes dias, do Papa Francisco. Com a nossa oração e comunhão acompanhámo-lo no seu peregrinar para a Casa de Deus Pai, ao encontro do regaço de Maria, nossa Mãe, a quem sempre amou.
O Papa Francisco, a partir da sua própria experiência, ensinou-nos que a mãe é aquela que, quotidianamente, e para com todos, vive uma proximidade marcada por “elevar o coração”, sempre e de modo igual para todos. Não precisa de ser uma supermulher, desejando tudo fazer, nem pretender dar aos filhos o prazer das coisas materiais, viagens e afins. Sabe que erra, mas ousa pedir desculpa, sem medo nem ressentimentos. Oferece abraços e ternura – tudo coisas importantes e essenciais. Mas a mãe é, sobretudo, a heroína que eleva o coração do marido, dos filhos, dos netos, hoje, amanhã e sempre, nos momentos de alegria, assim como na angústia e na tempestade. A força do seu coração chega a todos, impercetivelmente ou com gestos, silenciosamente ou com palavras.
Neste dia, mas com repercussões para toda a vida, procuremos manifestar gratidão pelo amor materno e asseguremos às nossas mães, vivas ou falecidas, que, com elas, aprendemos e que, também nós, iremos trabalhar esta arte de elevar o coração. O Papa Francisco, na sua quarta encíclica, Dilexit Nos, sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus, não deixa dúvidas: “Neste mundo líquido, é necessário voltar ao coração; indicar onde cada pessoa, de qualquer classe e condição, faz a própria síntese; onde os seres concretos encontram a fonte e a raiz de todas as suas outras potências, convicções, paixões e escolhas. Movemo-nos, porém, em sociedades de consumidores em série, preocupados só com o agora e dominados pelos ritmos e ruídos da tecnologia, sem muita paciência para os processos que a interioridade exige.”
Às mães maltratadas ou desprezadas, às que perderam um filho, às que vivem sem aconchego, às que sentem a solidão – seja na velhice ou até mesmo na juventude –, às cansadas e sem amparo, saibamos mostrar-lhes que todo o seu empenho em elevar o coração não ficará sem recompensa.
Peregrinos de esperança, ousemos, na família, manifestar que “a coisa no mundo mais parecida com os olhos de Deus são as mães”, como reflete o Cardeal Tolentino Mendonça. Elas veem e amam como Deus. E, tal como elas, na proximidade das nossas vidas, também desejamos elevar o coração dos outros. Neste mundo, e neste tempo de insensibilidade, aproveitemos o Dia da Mãe para parar. Parar para pensar e reconhecer que a esperança acontece quando a semeamos, intuindo as inspirações do coração nas nossas relações com os outros, numa verdadeira abrangência universal, mas, sobretudo, nos circuitos da vida familiar.
Neste Ano Jubilar, não peregrinaremos às Igrejas Jubilares só e apenas com o intuito de lucrar a indulgência. Como peregrinos de esperança, somos convidados a penetrar em todos os âmbitos existenciais. A peregrinação, mais do que um deslocamento exterior, deve tornar-se um movimento interior, um renovar contínuo da fé, da entrega e do compromisso.
A família é o espaço privilegiado para sentir e vivenciar as mais variadas interpelações. Ela é, na verdade, o primeiro campo onde cada membro se deve tornar um cultivador diligente desta semente da esperança.
A esperança não surge como algo adquirido; precisa de ambientes favoráveis. Não devemos ser pessimistas nem alarmistas, mas sabemos, tantas vezes por experiência pessoal, que, em muitos espaços familiares, a esperança não é cultivada e, muito menos, oferecida. Aí, todos os seus membros são chamados, sempre, mas particularmente neste ano, a serem “cultivadores diligentes da semente do Evangelho”, de modo a fermentar quotidianamente a humanidade. Na verdade, não basta desejar um mundo melhor; é preciso começar pelo nosso próprio lar, fazendo dele um lugar onde a esperança possa florescer.
Obrigado, mães. Convosco, viveremos a proximidade cristã, ajudando, sempre, a elevar o coração.
Mensagem para o Dia da Mãe da Comissão Episcopal do Laicado e Família
22 de Abril de 2025
Mensagem para o Dia da Mãe - 2024
No primeiro Domingo deste mês de maio celebramos o Dia da Mãe. A todas as Mães levamos o nosso apreço e a nossa gratidão.
Para nós cristãos católicos, o Dom da Maternidade surge do coração de Deus, Ele que é Pai e Mãe, e modelou na Virgem Maria de Nazaré toda a beleza e ternura da Maternidade Divina. Através d’Ela, Deus tornou-se próximo de cada um de nós, fez-se um de nós. Por isso, na maternidade de cada mulher podemo-nos encontrar com a nascente da vida e com o autor da Vida. No Amor de cada Mãe aproximamo-nos de modo eloquente do Amor de Deus por cada um de nós. Não duvidamos que o Amor de Mãe é a mais perfeita metáfora do Amor de Deus.
Celebrar o Dia da Mãe, no mês de maio, mês das flores e do coração, é lembrar Maria, aquela que acolheu sempre as preces de todas as Mães sofridas pelos desgostos da vida – dias de sal – ou exultantes pelas alegrias que ao longo do caminho surgem como flores de Esperança – dias de sol! Todas as Mães têm direito ao apoio de todos. Se tivéssemos que sublinhar o acréscimo de apoio a algumas Mães, evidenciaríamos as mais pobres, as mais sós, aquelas que têm de ser mãe e pai.
Como não admirar as Mães que tiveram de enfrentar todas as dificuldades sem a presença responsável e comprometida dos Pais? Como não valorizar a Mães que por adoção deram vida por filhos não biológicos mas de coração? Como não exaltar a heroicidade das Mães que pela morte de seu cônjuge ou companheiro, enfrentaram na solidão a criação e educação dos seus filhos? Em tempos de Paz frágil ou mesmo de países em guerra, lembramos com intensa solidariedade, todas as Mães em territórios exacerbados de violência, em campos de refugiados, em fugas de emergência, em migração forçada e, pior ainda, em luto por filhos perdidos neste contexto desumano.
Ao celebrarmos os cinquenta anos da “Revolução dos Cravos”, com todas a Mães crentes, agradecemos a Deus, por meio da Mãe de Jesus, pelo Dom da Paz que continuamos a experimentar no nosso País. Que as Mães renovem nos corações valores de respeito, tolerância e Paz, e que nos demonstrem pelo seu exemplo e afeto que todos somos filhos, portanto, irmãos. Que prossigam na defesa da dignidade de cada Ser Humano na riqueza das suas diferenças e na diversidade das suas raças, culturas, credos e talentos.
A todas as Mães a nossa renovada gratidão. Pedimos à Mãe das Mães a sua intercessão a fim de as auxiliar na grandeza da sua Missão e para que em todos os filhos desperte a correspondência do reconhecimento e do compromisso no Bem das suas extremosas Mães.
Comissão Episcopal do Laicado e Família, Mensagem para o Dia da Mãe. [26-04-2024]
A arte de ser mãe
Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família para o Dia da Mãe
As mães sabem que não basta dar filhos ao mundo, mas é preciso também dar um mundo aos filhos. Um mundo cheio de valores, de esperança e sonhos.
As mães sabem que ser mãe não é ter, é ser. Ser-se quem se é nos filhos e pelos filhos. As mães são aquelas que amam antes de serem amadas. São aquelas que respondem antes de serem chamadas. São aquelas que beijam antes de serem beijadas. São aquelas que correm para o abraço esquecendo o cansaço. Como ninguém, as mães são capazes de se doar, de perdoar, de compreender, de aceitar e não julgar.
Nenhuma mãe tem em si todas as qualidades humanas e, menos ainda, vive sem erros, mas, apesar de tudo, abraça os filhos tal como são, por poucas qualidades que tenham, por maiores que sejam os seus erros. Uma mãe perdoa sempre. Ainda que de coração sacrificado, prefere pensar que a culpa é sua e não de quem, por vezes, assim a crucifica.
A mãe ensina os filhos a serem mais fortes que os medos, não tanto através de discursos inspirados, mas pela grandeza e humildade do seu exemplo. É capaz de lhes oferecer o mar com um só sorriso e a vida inteira com uma só lágrima, que não será mais que uma gota do imenso mar do seu amor.
Neste tempo de incerteza, confiamos as mães a Maria, que é a mãe de todas as mães. Recordamos as mães que deram à luz durante a pandemia, mães que perderam o emprego ou rendimentos, mães que perderam filhos e estão de luto, mães que lutaram e lutam pela saúde da sua família, mães cuidadoras de idosos e de pessoas com deficiência.
Maria é mãe da esperança, ela que viveu com esta palavra de Simeão: “Uma espada de dor trespassará a tua alma” (Lc 2, 35). Essa alma, por ser toda amor, era infinitamente vulnerável. Quando Maria, durante três dias, andou à procura do seu Filho adolescente, tendo Ele ficado em Jerusalém, quando o seguiu durante a sua vida pública, vendo-o confrontar-se com as incompreensões ou hostilidade de muitos, e – sobretudo – quando o acompanhou no caminho do Calvário, sofreu mais do que qualquer outra mãe.
Contudo, no próprio âmago do seu sofrimento, ela guardou uma confiança inquebrantável. Para lá do seu sofrimento, ela tinha a certeza de que era amada por Deus, mantendo a confiança nele. Maria, que conhece e compreende melhor do que ninguém, os sofrimentos das mães, ensina a viver em paz.
Que as mães não esqueçam que os seus filhos também são filhos de Maria. Com elas, Maria partilha a sua responsabilidade materna, carrega os sofrimentos e as dificuldades dos seus filhos. Com as mães – e ainda mais do que elas – ela deseja a sua felicidade.
Ser mãe é ser feliz somente por ser mãe. Ser mãe é ser amor e amor que ninguém esquece, mas que sempre se agradece.
Que a celebração de mais um Dia da Mãe junte, em coro, as nossas vozes para manifestarmos todo o amor e gratidão para com as nossas mães!
Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família
24 horas para o Senhor
Consagração da Ucrânia e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
A Conferência Episcopal Portuguesa está em plena sintonia com o Santo Padre, que vai consagrar a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria a 25 de março, durante a Celebração da Penitência às 16h00 na Basílica de São Pedro. O Papa Francisco enviará a Fátima, como Legado Pontifício, o Cardeal Konrad Krajewski, Esmoler Apostólico, o qual fará o ato de consagração na Capelinha das Aparições, também às 16h00, durante a oração do Rosário. Em profunda comunhão com o Santo Padre, os Bispos portugueses procurarão estar presentes nesta celebração em Fátima.
Pede-se que todas as paróquias, comunidades, institutos de vida consagrada e outras instituições eclesiais assumam esta intenção de consagração nas celebrações desse dia, nomeadamente nas Vias-Sacras, nas Eucaristias, na Oração do Rosário e no itinerário “24 horas para o Senhor” que se inicia na tarde desse dia.
Por intercessão do Imaculado Coração de Maria, Rainha da Paz, continuemos a rezar pelo povo ucraniano, perseguido na sua terra e disperso pelo mundo, para que o Senhor atenda as nossas preces e os esforços das pessoas de boa vontade, e lhe conceda a paz e o regresso a suas casas.
Lisboa, 18 de março de 2022
Secretariado Geral da CEP
Uma maioria espiritualmente surda
D. João Marcos, bispo de Beja, na celebração que assinalou os 250 anos da restauração da Diocese (12-07-2020), apelou à transmissão e vivência da fé católica, para ir ao encontro de "uma maioria espiritualmente surda” da comunidade alentejana.
“Anunciar o Evangelho, mais do que transmitir uma doutrina, mais do que comunicar uma moral, mais do que iniciar a uma liturgia, é transmitir a vida de Jesus, filho de Deus. Essa vida não é uma abstração, não é um ideal, é a vida da Igreja, ou seja, a vida que o Espírito Santo suscita e alimenta numa comunidade concreta de irmãos”.
“Sem vida comunitária, ninguém pode evangelizar, porque o seu cristianismo não é autêntico. […] Dos muitos milhares de pessoas batizadas na Igreja Católica, a grande maioria não escuta a Palavra de Deus. Vivem como pagãos. E quando participam num funeral ou num casamento, as palavras de quem preside não são recebidas por essa maioria espiritualmente surda”.
Para D. João Marcos, muitos são “católicos de religião, mas não de fé”, que vivem de forma “superficial” e estão “centrados em si mesmos”. “Estão na Igreja, mas temem a comunidade e vivem profundamente sozinhas, com os seus problemas, que não comunicam a ninguém”.
Dirigindo-se aos participantes na Eucaristia, deixou uma interpelação: “Há uma divisão profunda entre as orações que dizeis e as obras que praticais”.
O bispo de Beja defendeu que, à imagem de Jesus Cristo, a comunidade católica recorra à “ linguagem das parábolas”, um convite que “deixa as pessoas à entrada da porta, na alegria de quem se sente amado por poder escutar, mas na humildade de quem está fora do sentido pleno daquilo que escuta, e precisa de perguntar pela chave necessária para entrar nesse mistério”.
Frisou: “ainda que a situação social não seja, aparentemente, muito favorável, se somos Igreja viva, se o amor a Cristo e ao seu Evangelho nos move, precisamos de lavrar esta terra e de a preparar para produzir uma nova seara. Poderá dar muito ou pouco, mas se não semearmos, seguramente nada produzirá”.
E concluiu afirmando que “Cristo nosso Senhor, a Palavra que desceu do Céu à terra para realizar a sua missão libertadora e regressar ao Pai, Aquele que proclamamos estar no meio de nós, é a Luz do mundo, que resplandece nas trevas. Deixemo-nos guiar por essa Luz! Ela transforma os que a seguem em luzeiros brilhantes no meio das trevas”.








