OUSAR A PAZ!
 O Coliseu de Roma foi ontem (28.10.2025) lugar de encontro fraterno, que reuniu vários líderes religiosos, sob o tema ‘Ousar a Paz’ – "Encontro Internacional pela Paz - as Religiões e as Culturas em diálogo."
O Coliseu de Roma foi ontem (28.10.2025) lugar de encontro fraterno, que reuniu vários líderes religiosos, sob o tema ‘Ousar a Paz’ – "Encontro Internacional pela Paz - as Religiões e as Culturas em diálogo."
Celebrou-se, assim, o 60º aniversário da declaração conciliar “Nostra Aetate” – sobre a relação da Igreja e as religiões não cristãs – que foi aprovada pelos padres conciliares. A Igreja passou a olhar para as outras religiões com respeito, reconhecendo nelas o que é “verdadeiro e santo”, afirmando, ainda, que todas as religiões podem refletir “um raio da verdade que ilumina todos os homens”.
No decorrer do encontro, o papa Leão XIV alertou com voz firme que “a guerra nunca é santa! somente a paz é santa, porque é desejada por Deus!” E, na presença de representantes cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, hindus, jainistas, sikhis, zoroastras, confucionistas, taoistas, xintoístas e outras manifestações religiosas, declarou que “o mundo tem sede de paz: precisa de uma verdadeira e sólida era de reconciliação, que ponha fim à opressão, às demonstrações de força e à indiferença à justiça. Chega de guerras, com seu doloroso tributo de morte, destruição e exílio!”
Destacou ainda, que “por causa do próprio Evangelho a Igreja não tolera o antissemitismo e o combate!”. Xenofobia e racismo não se compaginam com a nossa fé, nem com qualquer outra manifestação religiosa. A paz começa no coração de cada homem!
Hoje, juntos, disse ainda o Santo Padre, demonstramos não apenas o nosso firme desejo pela paz, mas também a consciência de que a oração é uma grande força de reconciliação. Quem não reza, afirmou, abusa da religião, até mesmo para matar. A oração é um movimento do espírito, não às palavras gritadas nem ao comportamento de ostentação, muito menos slogans religiosos usados contra as criaturas de Deus. "Temos fé que a oração muda a história dos povos. Os lugares de oração devem ser tendas de encontro, santuários de reconciliação, oásis de paz", acrescentou.
 Para o Papa Leão, a cultura da reconciliação poderá superar a atual globalização da impotência, através do diálogo, da negociação e da cooperação. "Este é o apelo que nós, líderes religiosos, dirigimos de todo o coração aos governos. Fazemos eco do desejo de paz dos povos. [...] Devemos ousar buscar a paz! E se o mundo estiver surdo a este apelo, temos a certeza de que Deus ouvirá as nossas preces e os lamentos de tantos que sofrem. Porque Deus deseja um mundo sem guerra. Ele nos libertará deste mal!"
Para o Papa Leão, a cultura da reconciliação poderá superar a atual globalização da impotência, através do diálogo, da negociação e da cooperação. "Este é o apelo que nós, líderes religiosos, dirigimos de todo o coração aos governos. Fazemos eco do desejo de paz dos povos. [...] Devemos ousar buscar a paz! E se o mundo estiver surdo a este apelo, temos a certeza de que Deus ouvirá as nossas preces e os lamentos de tantos que sofrem. Porque Deus deseja um mundo sem guerra. Ele nos libertará deste mal!"
Renovar o ardor missionário!
 «No início de um novo ano pastoral, ainda no ritmo do Jubileu e já na iminência de recomeçar as visitas pastorais, o Senhor chama-nos a renovar o ardor missionário e a redescobrir a beleza de sermos Igreja que vive, anuncia e testemunha o Evangelho no meio do mundo. Não é outra a missão da Igreja senão evangelizar, ou seja, fazer brilhar a luz do Evangelho em todas as dimensões da vida humana.
«No início de um novo ano pastoral, ainda no ritmo do Jubileu e já na iminência de recomeçar as visitas pastorais, o Senhor chama-nos a renovar o ardor missionário e a redescobrir a beleza de sermos Igreja que vive, anuncia e testemunha o Evangelho no meio do mundo. Não é outra a missão da Igreja senão evangelizar, ou seja, fazer brilhar a luz do Evangelho em todas as dimensões da vida humana.
Também nós, como comunidade diocesana, queremos deixar-nos guiar pelo Espírito para sermos uma Igreja missionária, capaz de escutar, anunciar e convidar à conversão. […]
O Senhor chama-nos a ser uma Igreja que escuta com fé, anuncia com alegria e convida à conversão com esperança. Só assim nos tornaremos realmente missionários, fermento de Evangelho no meio do mundo. Peço-vos que, em cada paróquia, comunidade, movimento, família e grupo, façais destes três verbos – escutar, anunciar, converter – a bússola deste ano pastoral.»
D. Rui Valério, 
Carta ao clero e comunidades cristã,16-09-2025
Escutar, Anunciar e Convidar à conversão
 Carta do Patriarca de Lisboa ao clero e comunidades cristãs no início do ano pastoral 2025/2026
Carta do Patriarca de Lisboa ao clero e comunidades cristãs no início do ano pastoral 2025/2026
No início de um novo ano pastoral, ainda no ritmo do Jubileu e já na iminência de recomeçar as visitas pastorais, o Senhor chama-nos a renovar o ardor missionário e a redescobrir a beleza de sermos Igreja que vive, anuncia e testemunha o Evangelho no meio do mundo. Não é outra a missão da Igreja senão evangelizar, ou seja, fazer brilhar a luz do Evangelho em todas as dimensões da vida humana. Também nós, como comunidade diocesana, queremos deixar-nos guiar pelo Espírito para sermos uma Igreja missionária, capaz de escutar, anunciar e convidar à conversão.
A missão começa sempre pela escuta. Antes de falar, é necessário aprender a escutar: a Deus na oração, a Sua Palavra nas Escrituras e os irmãos no concreto das suas vidas. A Sagrada Escritura mostra-nos como a escuta é o primeiro passo da fé: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único!» (Dt 6, 4). No entanto, quando somos convidados a escutar o Senhor, damo-nos conta de que, em primeiro lugar, foi Ele, como Pai de Amor, que nos escutou, que esteve atento aos anseios mais profundos do nosso coração: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor» (Ex 3, 7). Deste modo, a dinâmica da escuta torna-se constitutiva da vida de fé, não como exercício exterior, mas como entrada numa dinâmica que nos introduz na vida divina. A primeira ouvinte da Palavra que nos aparece como modelo de acolhimento é a Virgem Maria, que «conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19). Todos os discípulos de Cristo são chamados à escuta, como o Senhor Jesus indica: «As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me» (Jo 10, 27). Deste modo, se queremos constituir-nos em estado permanente de missão (cf. Francisco, Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 25), somos chamados a crescer na escuta da Palavra, na escuta da oração e na escuta das pessoas — sobretudo dos que mais sofrem ou se encontram afastados.
Da escuta da Palavra, nasce um segundo passo: «nós acreditamos e por isso falamos» (2 Cor 4, 13). Da escuta brota o anúncio. Quem escuta verdadeiramente a Palavra não pode guardá-la para si, mas sente a urgência de a partilhar: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16). O nosso anúncio deve ser feito com palavras, mas sobretudo com gestos, com vida coerente, com testemunho de caridade, na busca da santidade. Uma Igreja missionária não se fecha nas suas estruturas, mas abre-se ao mundo para levar a todos a alegria do Evangelho, correspondendo ao mandato que recebeu de Jesus: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15). Deve-se tornar algo incontornável na vida de qualquer cristão, como experimentavam os primeiros cristãos: «Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos» (At 4, 20).
Chegamos, assim, ao terceiro passo, que nasce da escuta e da evangelização: o anúncio autêntico não deixa ninguém indiferente. Provoca uma resposta, chama à conversão. Não pode ser algo só teórico, mas é uma resposta que envolve toda a vida, tudo o que somos e queremos. Por isso, há a centralidade do convite à conversão de forma clara, desde o início da vida pública de Jesus: «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). A conversão é a condição de possibilidade do acolhimento da vida divina, como proclamava o Apóstolo Pedro no dia de Pentecostes: «Convertei-vos e peça cada um o batismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo» (At 2, 38). Deste modo, a conversão não é ato de um momento só, mas uma realidade contínua, como indica o Apóstolo Paulo: «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito» (Rm 12, 2). Converter-se é voltar-se para Deus com todo o coração, deixar que Cristo renove a vida e assumir o caminho da santidade e da missão. Como pastor, convido toda a Diocese a este caminho: conversão pessoal, conversão pastoral e conversão missionária.
Queridos irmãos e irmãs, este é o tempo favorável. O Senhor chama-nos a ser uma Igreja que escuta com fé, anuncia com alegria e convida à conversão com esperança. Só assim nos tornaremos realmente missionários, fermento de Evangelho no meio do mundo. Peço-vos que, em cada paróquia, comunidade, movimento, família e grupo, façais destes três verbos – escutar, anunciar, converter – a bússola deste ano pastoral. Confio-vos à intercessão da Virgem Maria, Mãe da Igreja e primeira discípula missionária, e desejo a todos vós um bom e santo ano pastoral.
Lisboa, 16-09-2025
+ D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa
Vigília de Oração e Rosário pela Paz
Jubileu da Espiritualidade Mariana [na presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima]
 de Nossa Senhora de Fátima]
Queridos irmãos e irmãs
Esta tarde, juntamente com Maria, a Mãe de Jesus, estamos reunidos em oração, tal como costumava fazer a Igreja primitiva de Jerusalém (cf. Act 1, 14). Todos juntos, perseverantes e concordes, não nos cansamos de interceder pela paz, dom de Deus que deve tornar-se nossa conquista e nosso compromisso.
Autêntica espiritualidade mariana
Neste Jubileu da espiritualidade mariana, o nosso olhar de cristãos busca na Virgem Maria a guia para a nossa peregrinação na esperança, contemplando as suas virtudes humanas e evangélicas, cuja imitação constitui a mais autêntica devoção mariana (cf. Lumen Gentium, 65.67). Como Ela, a primeira entre os fiéis, queremos ser o ventre que acolhe o Altíssimo, «tenda humilde do Verbo, movida apenas pelo sopro do Espírito» (S. João Paulo II, Angelus, 15 de agosto de 1988). Como Ela, a primeira discípula, suplicamos o dom de um coração que escuta e se torna fragmento de um universo que acolhe. Por meio d’Ela, Mulher dolorosa, forte, fiel, rogamos que nos conceda o dom da compaixão para com cada irmão e irmã que sofre e para com todas as criaturas.
Olhemos para a Mãe de Jesus e para aquele pequeno grupo de mulheres corajosas que estão junto à Cruz a fim de que também nós aprendamos a permanecer, do mesmo modo que elas, junto às infinitas cruzes do mundo, onde Cristo ainda está crucificado nos seus irmãos, para levar-lhes conforto, comunhão e ajuda. Reconhecemo-nos n’Ela, que é irmã da humanidade e dizemos-lhe, com as palavras de um poeta:
«Mãe, vós sois cada mulher que ama; Mãe, vós sois cada mãe que chora um filho morto, um filho traído. Esses filhos que nunca cessam de serem mortos» (D. M. Turoldo).
À vossa proteção recorremos, Virgem da Páscoa, junto com todos aqueles em quem continua a realizar-se a paixão do vosso Filho.
Fazei o que Ele vos disser
No Jubileu da espiritualidade mariana, a nossa esperança é iluminada pela luz suave e perseverante das palavras de Maria que o Evangelho nos transmite. E, entre todas, são preciosas as últimas pronunciadas nas bodas de Caná, quando, indicando Jesus, Ela diz aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2, 5). Depois disso, não voltará a falar. Portanto, estas palavras, que são quase um testamento, devem ser muito estimadas pelos filhos, como qualquer testamento de uma mãe.
Tudo o que Ele vos disser. Ela tem a certeza de que o Filho falará, pois a sua Palavra não terminou e ainda cria, gera, opera, enche o mundo de primaveras e as ânforas da festa de vinho. Maria, como um sinal que indica o caminho, orienta para além de si mesma, mostra que o ponto de chegada é o Senhor Jesus e a sua Palavra, o centro para o qual tudo converge, o eixo em torno do qual giram o tempo e a eternidade.
 Obedeçais a sua Palavra, recomenda. Realizai o Evangelho, transformai-o em gesto e corpo, sangue e carne, esforço e sorriso. Realizai o Evangelho, e a vida se transformará, de vazia em plena, de apagada em acesa.
Obedeçais a sua Palavra, recomenda. Realizai o Evangelho, transformai-o em gesto e corpo, sangue e carne, esforço e sorriso. Realizai o Evangelho, e a vida se transformará, de vazia em plena, de apagada em acesa.
Fazei tudo o que Ele vos disser: todo o Evangelho, a palavra exigente, a carícia consoladora, a repreensão e o abraço. O que compreendeis e também o que não compreendeis. Maria exorta-nos a ser como os profetas: a não deixar que nenhuma das suas palavras se perca em vão (cf. 1 Sm 3, 19).
E entre as palavras de Jesus que queremos que não caiam no esquecimento, uma ressoa de modo particular hoje, nesta vigília de oração pela paz: aquela que dirigiu a Pedro no horto das oliveiras: «Mete a espada na bainha» (cf. Jo 18, 11). Desarma as mãos, mas sobretudo o coração. Como já tive a oportunidade de recordar noutras ocasiões, a paz é desarmada e desarmante. Não é dissuasão, mas fraternidade; não é ultimato, mas diálogo. Não virá como fruto de vitórias sobre o inimigo, mas como resultado da disseminação da justiça e do perdão corajoso.
Mete a espada na bainha é uma palavra dirigida aos poderosos do mundo, aos que conduzem o destino dos povos: tenhais a audácia de se desarmar! Ao mesmo tempo, é dirigida a cada um de nós, para nos tornar cada vez mais conscientes de que não podemos matar por nenhuma ideia, fé ou política. O primeiro a ser desarmado é o coração, porque se não há paz em nós, não daremos paz.
Entre vós não seja assim
Ouçamos ainda o Senhor Jesus: os grandes deste mundo constroem impérios com poder e dinheiro (cf. Mt 20, 25; Mc 10, 42), «convosco, não deve ser assim» (Lc 22, 26). Deus não faz desse modo: o Mestre não tem tronos, mas cinge-se com uma toalha e ajoelha-se aos pés de cada um. O seu império é aquele pequeno espaço suficiente para lavar os pés dos seus amigos e cuidar deles.
É também o convite a adotar uma perspetiva diferente, a fim de observar o mundo desde baixo, com os olhos de quem sofre, e não com a ótica dos grandes; considerar a história sob o prisma dos pequenos, e não com o dos poderosos; interpretar os acontecimentos da história a partir do ponto de vista da viúva, do órfão, do estrangeiro, da criança ferida, do exilado, do fugitivo. Com o olhar de quem naufraga, do pobre Lázaro, jogado à porta do rico epulão. Caso contrário, nada nunca mudará, e não surgirá um tempo novo, um reino de justiça e paz.
Assim faz também a Virgem Maria no cântico do Magnificat, quando fixa o seu olhar nas fraturas que marcam a humanidade, onde ocorre a distorção do mundo no contraste entre humildes e poderosos, entre pobres e ricos, entre saciados e famintos. E escolhe os pequenos, permanece ao lado dos últimos da história, para nos ensinar a imaginar e, com Ela, sonhar novos céus e uma nova terra.
Felizes sois vós
Fazei tudo o que Ele vos disser. E nós comprometemo-nos a fazer nossa carne e paixão, história e ação, a grande palavra do Senhor: «Felizes os pacificadores» (cf. Mt 5, 9).
Felizes sois vós: Deus dá alegria àqueles que produzem amor no mundo, alegria àqueles que, em vez de vencer o inimigo, preferem a paz com ele.
Coragem, sigam em frente, vós que criais as condições para um futuro de paz, na justiça e no perdão; sede mansos e determinados, não desanimeis. A paz é um caminho e Deus caminha convosco. O Senhor cria e difunde a paz através dos seus amigos pacificados no coração, que se tornam, por sua vez, pacificadores, instrumentos da sua paz.
Reunimo-nos esta tarde em oração em torno de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, como os primeiros discípulos no cenáculo. A ela, mulher profundamente pacificada, rainha da paz, nos dirigimos:
Rezai connosco, Mulher fiel, ventre sagrado do Verbo. Ensinai-nos a ouvir o clamor dos pobres e da mãe Terra, atentos aos apelos do Espírito no segredo do coração, na vida dos irmãos, nos acontecimentos da história, no gemido e no júbilo da criação. Santa Maria, mãe dos viventes, mulher forte, dolorosa, fiel, Virgem esposa junto à Cruz onde se consuma o amor e brota a vida, sede Vós a guia do nosso compromisso em servir.
Ensinai-nos a permanecer convosco junto às infinitas cruzes onde o vosso Filho ainda está crucificado, onde a vida está mais ameaçada; a viver e testemunhar o amor cristão acolhendo em cada homem um irmão; a renunciar ao egoísmo opaco para seguir Cristo, verdadeira luz do homem.
Virgem da paz, porta de esperança segura, Aceitai a oração dos vossos filhos!
Papa Leão, 11 de outubro de 2025
Brasão do Papa LEÃO XIV
 O brasão do Papa Leão XIV consiste num escudo dividido em dois sectores, cada um transportando uma mensagem profunda.
O brasão do Papa Leão XIV consiste num escudo dividido em dois sectores, cada um transportando uma mensagem profunda.
No lado esquerdo, sobre fundo azul, destaca-se um lírio branco estilizado, símbolo tradicional de pureza e inocência. Esta flor, frequentemente associada à Virgem Maria, evoca imediatamente a dimensão mariana da espiritualidade do Papa.
Não se trata de um chamamento puramente devocional, mas de uma indicação precisa da centralidade que Maria ocupa no caminho da Igreja: um modelo de escuta, humildade e doação total a Deus.No lado direito do escudo, sobre fundo branco, está representado o Sagrado Coração de Jesus, trespassado por uma flecha e deitado sobre um livro fechado.
Esta imagem, intensa e cheia de significado, remete para o mistério do sacrifício redentor de Cristo, um coração trespassado pelo amor à humanidade, mas também à Palavra de Deus, representada pelo livro fechado. Este livro fechado sugere que a verdade divina é, por vezes, velada e deve ser acolhida com fé, mesmo quando não é totalmente revelada.
É um convite à confiança e ao abandono, a perseverar na busca do sentido profundo da Escritura, mesmo nos momentos de escuridão.O lema escolhido pelo Papa Leão XIV, “In Illo uno unum” – retirado de um comentário de Santo Agostinho ao Salmo 127 – resume o cerne da sua mensagem: 
“Nele que é Um, nós somos um.”
Estas palavras reflectem o ideal de uma Igreja unida, apesar das diferenças e tensões que inevitavelmente a atravessam. É uma expressão de comunhão fundada não na uniformidade, mas no encontro no amor de Cristo, que torna possível a fraternidade e a reconciliação mesmo nos contextos mais complexos.
Não é por acaso que, na sua saudação à Igreja e ao mundo, o Papa Leão XIV falou precisamente disto: de uma Igreja como ponte, chamada a superar as divisões, a fazer-se espaço de encontro, de escuta e de misericórdia.Em última análise, através do seu brasão e lema, o novo Pontífice propõe uma visão de uma Igreja missionária e mariana, profundamente enraizada no amor de Cristo.
Uma Igreja disposta a sofrer e a comprometer-se inteiramente ao serviço do povo de Deus, consciente de que só na unidade com o Senhor toda a diversidade pode encontrar harmonia".
Padre David Spinelli
 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
														
															 
														
										 
 







