PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Halloween ou HOLYween?

HolyWeenQue os cristãos celebrem a Festa de Todos os Santos e não fiquem a reclamar do «Halloween», afirma o Pe. Andrea, fundador dos Sentinelas do amanhã, um dos pioneiros, há seis anos, do «HOLYween», festa que a cada ano faz mais sucesso.

Era o ano de 834, quando o papa Gregório IV decidiu mudar a festa do Dia de Todos os Santos do 13 de Maio para o 1.º de Novembro. Foi uma escolha pensada. O objectivo era, de facto, o de tirar os restos do paganismo de alguns povos que culminavam justamente na noite do 31 de Outubro, com o ano novo Céltico. A festa foi assim chamada de «All Allows Even», ou seja, que tudo é permitido, até mesmo que os mortos retornassem à vida.
Hoje, séculos depois desse gesto de Gregório IV, parece ser que o paganismo está a voltar com força. O mau gosto, o horripilante, o excesso triunfam com a festa de «Halloween», que nada mais é do que uma reproposição em chave moderna e consumística das degenerações do ano novo celta.
Parece novamente necessário derrubar estes costumes macabros, consagrando a primeira noite de Novembro aos Santos em vez de às bruxas, vampiros e zumbis. Durante anos, o Pe. Andrea Brugnoli e a comunidade que ele fundou, os «Sentinelas do amanhã», fazem desse desafio uma realidade concreta que adoptou o nome de «HOLYween». Uma iniciativa direccionada a trazer de volta o rosto dos Santos, expondo as imagens nas janelas na noite do 31 de Outubro.

Zenit: Pe. Andrea, qual é o balanço desses 6 anos de actividade da iniciativa HOLYween?
Pe. Andrea Brugnoli: O resultado é mais do que positivo. Parece-me que tenha sido muito difundida a ideia de que os cristãos devam celebrar a sua festa de Todos os Santos, mais do que ficar a reclamar que o «Halloween» se está a espalhar entre os jovens e adultos. São muitas as paróquias que adoptaram essa ideia e organizam todo o tipo de iniciativas com este nome: «HOLYween». O nosso site, onde em cada ano pode baixar imagens de santos para pendurar nas janelas, foi literalmente invadido: nestes dias temos mais de 10 visitantes por segundo, um número extraordinário. Muitas escolas prepararam actividades educativas sobre os santos e eu acho que ninguém é contrário à beleza de mostrar esses rostos, em lugar dos monstros terríveis dos pagãos. Em suma, o sucesso de «HOLYween» superou todas as expectativas iniciais.

Zenit: Qual é a mensagem que o rosto de um Santo transmite para um jovem de hoje?
Pe. Andrea Brugnoli: Os santos são a melhor parte da nossa terra. São pessoas comuns que se comprometeram em deixar o mundo um pouco "melhor" e não se resignaram aos problemas das pessoas, que eram tão graves ontem como hoje. Os santos são "belos", porque têm uma beleza que vem do coração. Colando os seus rostos nas janelas e nas portas de casa, um jovem rodeia-se de pessoas belas e isso transmite a mensagem de que também ele pode conquistar esta beleza. Valem as palavras que pronunciou Santo Agostinho: "Se este, se aquele... porque também não eu?".

Zenit: Este ano, a iniciativa foi ampliada ainda mais, é verdade?
Pe. Andrea Brugnoli: Sim, de facto , fizemos propostas para as escolas e para as crianças da catequese. Já no ano passado, muitas realidades tinham aderido enviando-nos o seu material fotográfico e as suas crónicas. A fantasia é realmente grande: por exemplo, em Milão, alguns jovens de uma paróquia decidiram levar comida aos sem tecto vestidos de santos. Noutros lugares colaram fotografias imensas de santos com mais de 6 metros nas fachadas das Igreja. Esta redescoberta dos santos é realmente a resposta das pessoas à necessidade que temos hoje de redescobrir as nossas melhores raízes.

Zenit: Em Roma, uma iniciativa semelhante à vossa, chamada "A Noite dos Santos", teve um grandíssimo sucesso. Coisas assim chegam-nos de toda a Itália. É encorajador. Como alimentar esses desejos positivos dos jovens?
Pe. Andrea Brugnoli: Eu acho que todos nós temos que ter muita confiança nos jovens. Não é verdade que são atraídos pelo mal, pelas cabeças vazias, pelo horror. O problema é que não têm outras alternativas. Mas, quando lhes é apresentado um ideal de vida de entrega aos outros, heroicamente dedicado ao bem, como foi no caso dos santos, eles sentem-se atraídos, porque no coração de cada jovem há uma irresistível paixão por deixar uma marca, por ser "alguém". Ainda hoje nos lembramos dos santos – embora bem jovenzinhos – por causa da sua alegria contagiante. Temos que, portanto, pedir aos jovens muito e propor-lhes uma medida alta de vida cristã.

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Palavras do Papa:
«Queridos amigos, temos esta beleza! É uma realidade nossa, de todos, que nos faz irmãos, que nos acompanha no caminho da vida e nos faz encontrar de novo no céu. Sigamos por este caminho com confiança, com alegria.
Um cristão deve ser alegre, com a alegria de ter tantos irmãos baptizados que caminham com ele; apoiado pela ajuda dos irmãos e das irmãs que fazem este caminho para ir para o céu; e também com a ajuda dos irmãos e das irmãs que estão no céu e rezam a Jesus por nós. Avante por este caminho com alegria!»

Papa Francisco, Audiência Geral de 30-10-2013.

Halloween vs Dia de Todos os Santos

halloweenO Cardeal Tarcisio Bertone, antigo Secretário de Estado do Vaticano, lamentou que a Europa do terceiro milénio troque os seus "símbolos mais queridos" pelas "abóboras" do Halloween. O Cardeal Bertone comentava assim, em 2009, a decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que define a presença do crucifixo nas escolas como uma violação da liberdade religiosa dos alunos e como contrária ao direito dos pais em educarem os filhos segundo as suas convicções.

Claro que, subjacente à expansão do Halloween, está o tentar ofuscar a celebração de "Todos os Santos": o ofuscar da Luz, da Vida, da Ressurreição, de Deus!
Celebrar o Halloween é celebrar a morte; celebrar Todos os Santos é celebrar a Vida!

No contexto de campanhas publicitárias da promoção da festa de Halloween, cada vez mais agressivas, a Conferência Episcopal Francesa, já no distante ano de 2003, publicou um comunicado para explicar o sentido da Festa de Todos os Santos e do Dia dos Fiéis Defuntos.

Com a Festa de 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos, a Igreja deseja "honrar os santos anónimos, muito mais numerosos que os canonizados pela Igreja, que com frequência viveram na discrição ao serviço de Deus e dos seus contemporâneos", recorda o texto. Neste sentido, declaram os bispos, a Festa de Todos os Santos é a festa de "todos os baptizados, pois cada um está chamado por Deus à santidade". Constitui, portanto, um convite a "experimentar a alegria daqueles que puseram Cristo no centro de suas vidas".

A 2 de Novembro, dia de oração pelos defuntos, é proposta uma prática que se iniciou com os primeiros cristãos: a ideia de convocar uma jornada especial de oração pelos falecidos, continuação de Todos os Santos, surgiu no século X: "A 1 de Novembro, os católicos celebram na alegria a festa de Todos os Santos; no dia seguinte, rezam de maneira geral por todos os que morreram», afirma o documento.
Deste modo, a Igreja quer dar a entender que «a morte é uma realidade que se pode e que se deve assumir, pois constitui o passo no seguimento de Cristo ressuscitado." Isto explica as flores com que nestes dias se adornam os túmulos, "sinal de vida e de esperança", concluem os prelados.

A tradição diz que, em Portugal, no Dia de Todos os Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o Pão por Deus de porta em porta. Em tempos, as crianças, quando pediam o Pão por Deus, recitavam versos e recebiam como oferenda pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos. É costume, em algumas regiões, os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o 'Dia dos Bolinhos'.

E o Halloween? Esta festa chegou dos Estados Unidos da América e, hoje, é celebrada em toda a Europa no 31 de Outubro. Esta comemoração veio dos antigos povos bárbaros Celtas, que habitavam a Grã-Bretanha há mais de 2000 anos. Estes povos realizavam as colheitas nesta época do ano e, segundo um antigo ritual, para eles os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante nessa noite, e queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Então, os Celtas costumavam vestir-se com máscaras assustadoras para afastar esses espíritos. Este episódio era conhecido como o "Samhaim". Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, e os povos que aí viviam converteram-se ao Evangelho, transformando este ritual pagão numa festa religiosa. Em lugar de se honrar espíritos e forças ocultas, este povo começou a honrar os santos.

A tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de Todos os Santos, os não convertidos ao Cristianismo celebravam, também, a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e abundância de comida. A noite era chamada de "All Hallows Evening": veio o Halloween!

Que todos nós, cristãos, celebremos a Vida e não a Morte; não nos deixemos enganar nem seduzir pela cultura de morte dos que vivem sem Deus!
Fonte: Comunidade Cristo de Betânia

Queres saber mais curiosidades sobre a festa do Halloween? Clica aqui.

Festa de S. Miguel Arcanjo: 29 Setembro

Mig002A Paróquia de Queijas tem como padroeiro São Miguel Arcanjo. Sabes qual é a origem desse nome e o que isso significa?

Miguel, em hebraico Mi-ka-El, significa “Quem como Deus?”. Na linguagem antiga, o nome designava a vocação e missão da pessoa, Miguel, portanto, é aquele que a todos lembra que ninguém nem nada deve igualar-se a Deus. Quem como Deus?

Quer no Antigo, quer no Novo Testamento, São Miguel foi sempre muito amado e venerado pelo povo de Deus. O Senhor o constituiu guarda e protector do Povo de Israel, como se lê no Profeta Daniel: “Surgirá Miguel, o grande Príncipe, que guardará o teu povo.” (Dan 12, 1)

As intervenções de São Miguel, em favor do Povo de Deus, motivaram da parte da Igreja – desde o princípio – uma veneração muito especial por este Arcanjo que ela sempre considerou e honrou, com um culto especial, como guarda e protector da Igreja.

A nossa devoção a São Miguel leva-nos não só a pedir a sua intercessão mas, também, a imitá-lo à nossa maneira e na nossa medida. Nós, também a título da devoção que lhe temos, somos convidados a ouvir Miguel e a colaborar com ele: ninguém e nada pode ocupar o lugar de Deus, na história e na nossa vida. Quem como Deus?

Com Deus, tudo temos; sem Deus, não temos nada; O pouco com Deus é muito, e o muito sem Deus é nada! – Diz o ditado da sabedoria popular, que é afinal a mensagem de São Miguel.

Respeitemos o lugar de Deus nas nossas vidas e na sociedade. E, quais devotos de São Miguel, colaboremos com o nosso Padroeiro, proclamando sobretudo com as nossas vidas, com o nosso testemunho, que só em Deus o nosso coração e a humanidade, encontrarão descanso e paz.

É esta a maneira de ser sal, luz e fermento, a vocação e missão que nos deu Nosso Senhor, a nossa vocação e missão de baptizados; a razão do nosso ser Igreja, comunidade de São Miguel de Queijas.

São Miguel Arcanjo, rogai por nós!

Pe. Alexandre Santos, scj

Lamento de um avô

maos145“Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9)

Pára! Olha para mim e dá-me os bons dias!
Porque não me dás um pouco do teu tempo?
Escuta-me, tenho tanto para te contar...
Sabes, também já fui como tu: enérgico, forte, alegre e feliz.

Já sonhei, já amei, já corri e dancei.
Tal e qual como tu!
Construi o meu lar, tive os meus filhos...
Vivi para eles e tirei tantas vezes
da minha boca para lhes dar.
Esqueci-me de mim… e dei-lhes tudo!

O tempo passou, a minha pele enrugou
e os meus olhos foram perdendo a vista.
Hoje, até já me dizem que não ouço bem…
As minhas pernas e as minhas mãos começam a vacilar.
Por isso, estou aqui... ouve-me!

Sabes, às vezes eu estou tão só.
Olho para trás e as lembranças soltam-se do coração,
e recordo, e recordo, e recordo…
Onde estão todos eles?
A família, os amigos, os filhos e os netos?

Por favor, não me deixes só!
Preciso tanto de cada um de vós para viver o resto dos meus dias.

Por isso, pára e olha para mim!

Solenidade do Pentecostes

Esp122Celebramos neste Domingo a solenidade de Pentecostes, a festa conclusiva do tempo pascal.

O Pentecostes é uma festa judaica muito antiga, celebrada 50 dias depois da Páscoa. Inicialmente era uma festa agrícola em que se agradecia a colheita do trigo e ofereciam as primícias. Posteriormente passou a celebrar a chegada do Povo de Israel ao Sinai, onde o Povo do Senhor recebeu a Lei de Deus. Lucas quer assim afirmar que na festa judaica da Lei de Moisés, recebemos a Nova Lei de Cristo: o Espírito Santo. Por isso, descreve os mesmos fenómenos ocorridos no Sinai: trovões, vento forte, chamas de fogo, várias línguas... A Igreja é a grande família do Povo de Deus, sem barreiras de língua, raça ou nação. Se Babel é sinal do desentendimento e da desarmonia; o Pentecostes gera um movimento contrário: todos falam a língua que todos compreendem; formam uma única família, onde todos se entendem e se amam.

S. Lucas, na primeira leitura, descreve-o como um facto solene, acontecido na festa judaica da Lei, da Aliança, 50 dias depois da Páscoa. O Espírito Santo transforma profundamente os apóstolos e une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças, línguas e culturas.

A segunda leitura, recorda a actuação do Espírito Santo na Comunidade: o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

S. João, no Evangelho, situa a recepção do Espírito Santo ao anoitecer do dia de Páscoa: o "anoitecer", as "portas fechadas" e o "medo" revelam a situação de uma comunidade desorientada e insegura. Entretanto, Jesus aparece "no meio deles". Os discípulos redescobrem o seu ponto de referência e recuperam a sua identidade. Jesus dá-lhes "a paz". Significa serenidade, tranquilidade, confiança, para superarem o medo e a insegurança. Em seguida, Jesus "mostra-lhes as mãos e o lado". São os "sinais" da entrega total e amorosa de Jesus na cruz. Depois, comunica-lhes o Espírito Santo, com o gesto de soprar sobre os discípulos. Com o "sopro" de Deus, na criação, o homem de barro adquiriu vida; com este "sopro" de Jesus, nasce também o Homem Novo. Finalmente, Jesus envia os discípulos em missão: "Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».


Primeira Leitura (Act 2,1-11)
Leitura dos Actos dos Apóstolos

Quando chegou o dia de Pentecostes,
os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez se ouvir, vindo do Céu,
um rumor semelhante a forte rajada de vento,
que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo,
que se iam dividindo,
e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar outras línguas,
conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos,
procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu se
e ficou muito admirada,
pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam:
«Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós
falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia,
do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília,
do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene,
colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos,
cretenses e árabes,
ouvimo-los proclamar nas nossas línguas
as maravilhas de Deus».


Salmo Responsorial – Salmo 103 (104)

Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito
           e renovai a face da terra.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.


Segunda Leitura (1 Cor 12,3b-7.12-13)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor»
a não ser pela acção do Espírito Santo.
De facto, há diversidade de dons espirituais,
mas o Senhor é o mesmo.
Há diversas operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito
para o bem comum.
Assim como o corpo é um só e tem muitos membros
e todos os membros, apesar de numerosos,
constituem um só corpo,
assim também sucede com Cristo.
Na verdade, todos nós
- judeus e gregos, escravos e homens livres -
fomos baptizados num só Espírito,
para constituirmos um só Corpo.
E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.


Sequência

Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente,
acendei na terra vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições,
vinde encher de gozo nossos corações.Esp221

Benfeitor supremo em todo o momento,
habitando em nós sois o nosso alento.

Descanso na luta e na paz encanto,
no calor sois brisa, conforto no pranto.

Luz de santidade, que no Céu ardeis,
abrasai as almas dos vossos fiéis.

Sem a vossa força e favor clemente,
nada há no homem que seja inocente.

Lavai nossas manchas, a aridez regai,
sarai os enfermos e a todos salvai.

Abrandai durezas para os caminhantes,
animai os tristes, guiai os errantes.

Vossos sete dons concedei à alma
do que em Vós confia:

Virtude na vida, amparo na morte,
no Céu alegria. Amen, Aleluia!


EVANGELHO (Jo 20,19-23)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou,
também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».


Ressonâncias

Ouve, Senhor...
Precisamos do teu Espírito na Igreja:Esp033a
Para ser tuas testemunhas.
Para entender as tuas palavras.
Para viver com mais força o Evangelho.
Para viver em verdade a Verdade.
Para ser espirituais e viver segundo o Espírito.

Precisamos do teu Espírito no mundo:
Para viver em paz e semear a paz.
Para ser mais samaritanos para com os outros.
Para viver na justiça e na liberdade.
Para ser mais irmãos e mais solidários.

Precisamos do teu Espírito entre nós:
Para curar o nosso coração ferido de egoísmo.
Para nos abrirmos ao sofrimento que brada ao céu.
Para chamar irmão ao que passa ao nosso lado.
Para nos deixarmos guiar pelo teu Espírito.


ORAÇÃO UNIVERSAL
Caríssimos irmãos:
Neste dia santíssimo em que terminam as festas pascais,
oremos a Deus Pai todo-poderoso,
para que o dom do Espírito Santo renove toda a Igreja,
dizendo, com alegria:

R. Mandai, Senhor, o vosso Espírito.

1. Pela Igreja, presente em toda a terra,
para que proclame as maravilhas do amor de Deus
em todas as línguas e culturas do universo, oremos.

2. Pelo Papa, sucessor de Pedro, pelos bispos,
e por todos os párocos e suas comunidades,
para que o Espírito Santo lhes dê ardor e sabedoria, oremos.

3. Por todos aqueles que invocam a Deus como Pai
e receberam em seus corações o dom do Espírito Santo,
para que sejam testemunhas vivas do Evangelho, oremos.

4. Por cada homem que faz o bem e ama a justiça,
que luta e sofre pela liberdade e pela paz,
para que o Espírito Santo torne mais firme a sua esperança, oremos.

5. Pelos fiéis que receberam dons do Espírito
e exercem ministérios na nossa comunidade (paroquial),
para que em tudo agradem ao Senhor, oremos.

6. Por todos os que sofrem as consequências da actual pandemia,
para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos,
Força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias
e a salvação a todos as vítimas mortais, oremos.

Deus eterno e omnipotente,
que enviastes aos corações dos vossos fiéis
o Espírito Santo da manhã do Pentecostes,
tornai-nos testemunhas do Evangelho
e das maravilhas que realizastes pelos homens.
Por Cristo, nosso Senhor.


O segredo de Deus

Alguém veio dizer-me que o Espírito Santo é em nós, o que o açúcar é no chá. Acontece algumas vezes que não achamos bom o chá. Descobrimos então a causa disso quando se chega ao fundo da chávena: era o açúcar. Havia açúcar lá, mas estava todo no fundo. Teria sido necessário mexer. Talvez o que esteja a faltar à nossa vida também tenha ficado no fundo. A nossa vida talvez não tenha o sabor esperado porque não temos a coragem de ir ao fundo das coisas. Fazemos caretas como ao tomar o chá sem açúcar. Precisamos de fazer o esforço de mexer a vida, de tocar nos segredos de Deus em nós, para que o Seu Espírito possa adoçar o todo que somos.Esp099Assim o Espírito Santo é este segredo de Deus em nós. O Espírito está aí mas é preciso mexer.

O Patriarca Atenágoras escreveu que sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; o culto, uma velharia. Mas, no Espírito, o cosmos é enobrecido; Cristo torna-se presente; o Evangelho faz-se vida; a Igreja realiza a comunhão...

É preciso mexer o que Deus pôs dentro de nós.

Pe. José David Vieira

«Todos ficaram cheios do Espírito Santo
E começaram a falar outras línguas.»
  (Act 2, 4)

Vens, ó Espírito

Crias, recrias e inventas no suave bailado dos dias,
na aragem, no sorriso e na lágrima,
que soltam as torrentes interiores
da dor e da irmã alegria, e vens, ó Espírito,
desarrumar os nossos planos,
estes esquemas divinos à nossa medida,
cheios de aparência e tão vazios de Ti.

Despojas e despes as nossas roupagens
de brocados e atavios, discursos e fogos fátuos
que Te escondem e sufocam, e vens, ó Espírito,
maravilhar-nos com a nudez do que somos,
criados para tudo fazer com amor
e andar descalços, de mãos dadas com a verdade.

Espantas e acordas do sono e do desencantoEsp190a
os que sonhámos um dia que tudo podia ser novo
mas não levámos mais além
o brilho contagiante dos olhos, e vens, ó Espírito,
reavivar das cinzas o fogo
que ateia incêndios na burocracia da vida
e nos desertos revelas nascentes.

Ergues e elevas o abatido,
caído por si ou por nós na berma do caminho
por onde passas no Teu jeito alegre
aprendido com o Filho, próximo de todos,
sempre disposto a parar, e vens, ó Espírito,
confirmar a salvação como dom do Pai,
distante de leis e policiamentos,
porque cheia de esperança e festa.

Porque vens, ó Espírito,
não cruzaremos os nossos braços

para Te abraçar todos os dias!

Pe. Vítor Gonçalves


Homilia do Papa Francisco em Dia de Pentecostes

«Chega hoje ao seu termo o tempo de Páscoa, desde a Ressurreição de Jesus até ao Pentecostes: cinquenta dias caraterizados de modo especial pela presença do Espírito Santo. De facto, o Dom pascal por excelência é Ele: o Espírito criador, que não cessa de realizar coisas novas. As Leituras de hoje mostram-nos duas novidades: na primeira, o Espírito faz dos discípulos um povo novo; no Evangelho, cria nos discípulos um coração novo.

Um povo novo. No dia de Pentecostes o Espírito desceu do céu em «línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas» (At 2, 3-4). Com estas palavras, é descrita a ação do Espírito: primeiro, pousa sobre cada um e, depois, põe a todos em comunicação. A cada um dá um dom e reúne a todos na unidade. Por outras palavras, o mesmo Espírito cria a diversidade e a unidade e, assim, molda um povo novo, diversificado e unido: a Igreja universal. Em primeiro lugar, com fantasia e imprevisibilidade, cria a diversidade; com efeito, em cada época, faz florescer carismas novos e variados. Depois, o mesmo Espírito realiza a unidade: liga, reúne, recompõe a harmonia. «Com a sua presença e ação, congrega na unidade espíritos que, entre si, são distintos e separados» (Cirilo de Alexandria, Comentário ao Evangelho de João, XI, 11). E desta forma temos a unidade verdadeira, a unidade segundo Deus, que não é uniformidade, mas unidade na diferença.

Para se conseguir isso, ajuda-nos o evitar duas tentações frequentes. A primeira é procurar a diversidade sem a unidade. Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão - são os chamados guardiões da verdade. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se «adeptos» em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos «de direita ou de esquerda» antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja. Assim, temos a diversidade sem a unidade. Por sua vez, a tentação oposta é procurar a unidade sem a diversidade. Mas, deste modo, a unidade torna-se uniformidade, obrigação de fazer tudo juntos e tudo igual, de pensar todos sempre do mesmo modo. Assim, a unidade acaba por ser homologação, e já não há liberdade. Ora, como diz São Paulo, «onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17).

Então a nossa oração ao Espírito Santo é pedir a graça de acolhermos a sua unidade, um olhar que, independentemente das preferências pessoais, abraça e ama a sua Igreja, a nossa Igreja; pedir a graça de nos preocuparmos com a unidade entre todos, de anular as murmurações que semeiam cizânia e as invejas que envenenam, porque ser homens e mulheres de Igreja significa ser homens e mulheres de comunhão; é pedir também um coração que sinta a Igreja como nossa Mãe e nossa casa: a casa acolhedora e aberta, onde se partilha a alegria multiforme do Espírito Santo.

E passemos agora à segunda novidade: um coração novo. Quando Jesus ressuscitado aparece pela primeira vez aos seus, diz-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados» (Jo 20, 22-23). Jesus não condenou os seus, que O abandonaram e renegaram durante a Paixão, mas dá-lhes o Espírito do perdão. O Espírito é o primeiro dom do Ressuscitado, tendo sido dado, antes de mais nada, para perdoar os pecados. Eis o início da Igreja, eis a cola que nos mantém unidos, o cimento que une os tijolos da casa: o perdão. Com efeito, o perdão é o dom elevado à potência infinita, é o amor maior, aquele que mantém unido não obstante tudo, que impede de soçobrar, que reforça e solidifica. O perdão liberta o coração e permite recomeçar: o perdão dá esperança; sem perdão, não se edifica a Igreja.

O Espírito do perdão, que tudo resolve na concórdia, impele-nos a recusar outros caminhos: os caminhos apressados de quem julga, os caminhos sem saída de quem fecha todas as portas, os caminhos de sentido único de quem critica os outros. Ao contrário, o Espírito exorta-nos a percorrer o caminho com duplo sentido do perdão recebido e do perdão dado, da misericórdia divina que se faz amor ao próximo, da caridade como «único critério segundo o qual tudo deve ser feito ou deixado de fazer, alterado ou não» (Isaac da Estrela, Discurso 31). Peçamos a graça de tornar o rosto da nossa Mãe Igreja cada vez mais belo, renovando-nos com o perdão e corrigindo-nos a nós mesmos: só então poderemos corrigir os outros na caridade.

Peçamos ao Espírito Santo, fogo de amor que arde na Igreja e dentro de nós, embora muitas vezes o cubramos com a cinza das nossas culpas: «Espírito de Deus, Senhor que estais no meu coração e no coração da Igreja, Vós que fazeis avançar a Igreja, moldando-a na diversidade, vinde! Precisamos de Vós, como de água, para viver: continuai a descer sobre nós e ensinai-nos a unidade, renovai os nossos corações e ensinai-nos a amar como Vós nos amais, a perdoar como Vós nos perdoais. Amen».

Papa Francisco,
Roma, 4 de Junho de 2017

 

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