PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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catequese

Eis o Coração

JC073

Eis o Coração... foi a maneira como Jesus se dirigiu aos homens para «suplicar» mais amor, mais companhia, mais amizade, mais tempo, mais oração, mais reparação, mais intensidade de resposta ao seu amor louco e apaixonado por nós.

Eis o Coração... foi a maneira que Jesus usou para nos dizer quanto nos ama, quanto faz por nós, quanto bem nos quer, quanto nos compreende, perdoa, acolhe, aceita, quanto deseja que tenhamos confiança n'Ele, o Salvador e Redentor.

Eis o Coração... foi o modo de colocar diante de nós o símbolo extraordinário do amor, um Coração sempre a jorrar torrentes de graça e de misericórdia, um Coração que é «bica a correr», manancial divino de graça e de santidade.

Eis o Coração... é convite a que aprendamos a ter um coração como o d'Ele, sempre aberto e rasgado, para amarmos como Ele amou, à sua semelhança, se necessário até à morte, ao dom da vida, como prova de amor.

Eis o Coração... é apelo constante a olharmos para Ele, a contemplar o Coração trespassado, meditando as divinas loucuras do seu amor infinito, não tirando os olhos da nossa alma do Coração d'Aquele que nos ama sem cessar.

Eis o Coração... é a palavra sedutora para nos conquistar o nosso coração, para nos seduzir por dentro a uma intimidade cada vez mais intensa, a uma comunhão cada vez maior, a uma troca de corações, de vidas, de amores.

Eis o Coração... é o modo de colocar diante de nós o Coração que, no Evangelho, se revelou Bom Pastor e Bom Samaritano, Vítima de amor até ao holocausto mais puro, Cordeiro imolado para remir e salvar.

Eis o Coração... que mendiga o nosso amor e o nosso próprio coração.

(Dário Pedroso)

X DOMINGO DO TEMPO COMUM - B

JC10A Palavra de Deus deste Domingo leva-nos a meditar sobre a nossa resposta de vida ao grande projecto de Deus para nós, na liberdade de optar pelo bem e pelo mal.

O Evangelho centra o nosso olhar na pessoa de Jesus, que os seus conterrâneos, entre eles tantos familiares, não aceitaram como enviado de Deus e não perceberam, até se opuseram, à vontade de Deus revelada em Jesus. Na caminhada da fé, cada um é livre de optar: ou ficar pelos dispersos sentidos de vida, ou permanecer na única família de Jesus, de «quem quiser fazer a vontade de Deus».

A segunda leitura realça que, para o cristão, viver só faz sentido na certeza da ressurreição, na caminhada de vida interior que se renova dia a dia em perspectiva da eternidade.
Neste horizonte neo-testamentário, meditemos em particular a primeira leitura que nos mostra, recorrendo à história mítica de Adão e Eva, o que acontece quando rejeitamos as propostas de Deus e preferimos caminhos de egoísmo, de orgulho e de auto-suficiência... Viver à margem de Deus leva, inevitavelmente, a trilhar caminhos de sofrimento, de destruição, de infelicidade e de morte.


LEITURA I – Gen 3, 9-15
Leitura do Livro do Génesis

Depois de Adão ter comido da árvore,
o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?»
Ele respondeu:
«Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim
e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus:
«Quem te deu a conhecer que estavas nu?
Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?»
Adão respondeu:
«A mulher que me destes por companheira
deu-me do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher:
«Que fizeste?»
E a mulher respondeu:
«A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente:
«Por teres feito semelhante coisa,
maldita sejas entre todos os animais domésticos
e todos os animais selvagens.
Hás-de rastejar e comer do pó da terra
todos os dias da tua vida.
Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher,
entre a tua descendência e a descendência dela.
Ela há-de atingir-te na cabeça
e tu a atingirás no calcanhar».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 129 (130)
Refrão: No Senhor está a misericórdia e abundante redenção.

Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.

Se tiverdes em conta os nossos pecados,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.

Eu confio no senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor
mais do que as sentinelas pela aurora.

Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.


LEITURA II – 2 Cor 4, 13 – 5, 1
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Diz a Escritura: «Acreditei, por isso falei».
Com este mesmo espírito de fé,
também nós acreditamos, e por isso falamos,
sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos há-de ressuscitar com Jesus
e nos levará convosco para junto d'Ele.
Tudo isto é por vossa causa,
para que uma graça mais abundante
multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos
para glória de Deus.
Por isso, não desanimamos.
Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando,
o homem interior vai-se renovando de dia para dia.
Porque a ligeira aflição dum momento
prepara-nos, para além de toda e qualquer medida,
em peso eterno de glória.
Não olhamos para as coisas visíveis,
olhamos para as invisíveis:
as coisas visíveis são passageiras,
ao passo que as invisíveis são eternas.
Bem sabemos que,
se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for desfeita,
recebemos nos Céus uma habitação eterna,
que é obra de Deus
e não é feita pela mão dos homens.


EVANGELHO – Mc 3, 20-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
Jesus chegou a casa com os seus discípulos.
E de novo acorreu tanta gente,
de modo que nem sequer podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus
puseram-se a caminho para O deter,
pois diziam: «está fora de Si».
Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam:
«Está possesso de Belzebu, e ainda:
«É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios».
Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas:
«Como pode Satanás expulsar Satanás?»
Se um reino estiver dividido contra si mesmo,
tal reino não pode aguentar-se.
E se uma casa estiver dividida contra si mesma,
essa casa não pode aguentar-se.
Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide,
não pode subsistir: está perdido.
Ninguém pode entrar em casa de um homem forte
e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar:
só então poderá saquear a casa.
Em verdade vos digo:
Tudo será perdoado aos filhos dos homens:
os pecados e blasfémias que tiverem proferido;
mas quem blasfemar contra o Espírito Santo
nunca terá perdão: será réu de pecado eterno».
Referia-Se aos que diziam:
«Está possesso dum espírito impuro».
Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos,
que, ficando fora, mandaram-n'O chamar.
A multidão estava sentada em volta d'Ele,
quando Lhe disseram:
«Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura».
Mas Jesus respondeu-lhes:
«Quem é minha Mãe e meus irmãos?»
E, olhando para aqueles que estavam à sua vota, disse:
«Eis minha Mãe e meus irmãos.
Quem fizer a vontade de Deus
esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».


Ressonâncias

O Evangelho de Marcos revela a nova relação entre o povo e Deus, que se estabelece através de Jesus. O que se vê é uma grande multidão de excluídos, seja dentre os gentios, seja da dispersão do judaísmo, que se reúne em torno da casa onde se encontra Jesus. Esta multidão diferencia-se do "pequeno resto", estabelecido na sinagoga e no Templo, gozando de privilégios e isolado da maioria do povo, considerada pecadora por infringir qualquer um dos 613 mandamentos da Lei, tendo como protótipo Eva, que infringiu a proibição do Criador (primeira leitura). Com Jesus temos uma nova realidade, destacada pelos evangelhos ao mencionarem cento e quarenta e nove vezes a "multidão" que se relaciona com Jesus. Esta relação é uma característica muito mais marcante da índole e da personalidade de Jesus do que as narrativas de seus milagres possam significar. É uma chave de leitura para compreendermos a presença de Jesus no mundo, em relação com todos os povos e culturas, não se limitando a grupos religiosos específicos.

Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles empenham-se em difamar Jesus, para afastar o povo dele. O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

A partir de uma referência à sua família de sangue, Jesus afirma: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?... Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". É a união em torno da prática da vontade de Deus que cria os novos laços familiares no Reino. Viver o amor, o serviço, a partilha, a misericórdia, solidariamente com os mais necessitados, é inserir-se na família de Jesus, quer seja por laços consanguíneos, quer não, certos da comunhão de vida eterna com Jesus (segunda leitura).

Senhor Jesus,
estás mesmo fora de Ti, porque aceitaste fazer parte de mim.
Arriscas vir ao encontro da minha débil entrega e fazer caminho comigo.

Senhor Jesus,
estás fora de Ti, porque encarnas permanentemente na minha história.

Arriscas experimentar as vicissitudes do meu tempo e da minha estrada.

Quero fazer da minha vontade a Tua, do meu desejo o Teu.
Quero fazer parte de Ti, da Tua família, meu Senhor e meu Deus!

SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DO SENHOR

euc071Na solenidade do Corpo de Deus, queremos recordar que os actos redentores de Cristo – que culminam na sua paixão, morte e ressurreição – actualizam-se na Eucaristia, celebrada pelo Povo de Deus e presidida pelo ministro ordenado. Por isso, redescobrir a Eucaristia na plenitude é redescobrir Cristo.
Queremos, por isso, hoje agradecer a Deus por este tão grande dom, que o Sehor deu à sua Igreja.

É ao redor do altar que se constrói a comunidade cristã e a vida comunitária. A Eucaristia é a síntese espiritual da Igreja, a plenitude de comunhão do homem com Deus, fonte dos valores eternos e experiência profunda do divino. Participar da eucaristia dominical é sinal inequívoco de identidade cristã e de pertença à Igreja. Por isso, a Missa é o momento privilegiado que possibilita o encontro com Deus a níveis de fé e de compromisso humano.

A leituras desta solenidade reflectem o sentido da Eucaristia.
A primeira leitura descreve o rito da Antiga Aliança. É uma premissa para entender o sentido da Eucaristia. Os antigos selavam um contrato de aliança com o sangue das vítimas oferecidas. Moisés lembra as palavras e a Lei de Deus e o povo compromete-se a pô-las em prática. Então, Moisés asperge o povo e o altar com o sangue das vítimas. O sangue, que é vida indica que a aliança é vital; derramando sobre o altar e o povo, indica que entre o povo e Deus há comunhão: na fidelidade à aliança, o povo vive da vida de Deus.

A segunda leitura fala-nos da Nova Aliança. O Sangue derramado de Cristo sela uma Aliança nova e definitiva entre Deus e a humanidade. Esta não precisará mais o sangue dos animais sacrificados. Será um sacrifício definitivo, que não se repetirá, só se actualizará continuamente na Eucaristia.

O Evangelho apresenta as características essenciais do Sacrifício de Cristo. Cristo, oferecendo-se para a imolação, opera a libertação integral e definitiva. Dá a sua vida como sacrifício da Nova Aliança e ratifica essa Aliança definitiva entre Deus e os homens através do seu sangue. Esta nova Aliança, selada com o sangue de Cristo, supõe uma novidade radical nas relações entre os homens e Deus, porque nova é a relação de Deus com os homens por Jesus Cristo. Esta relação é a religião do amor.


LEITURA I Ex 24, 3-8
Leitura do Livro do Êxodo

 

Naqueles dias,
Moisés veio comunicar ao povo todas as palavras do Senhor
e todas as suas leis.
O povo inteiro respondeu numa só voz:
«Faremos tudo o que o Senhor ordenou».
Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.
No dia seguinte, levantou-se muito cedo,
construiu um altar no sopé do monte
e ergueu doze pedras pelas doze tribos de Israel.
Depois mandou que alguns jovens israelitas
oferecessem holocaustos e imolassem novilhos,
como sacrifícios pacíficos ao Senhor.
Moisés recolheu metade do sangue,
deitou-o em vasilhas e derramou a outra metade sobre o altar.
Depois, tomou o Livro da Aliança
e leu-o em voz alta ao povo, que respondeu:
«Faremos quanto o Senhor disse e em tudo obedeceremos».
Então, Moisés tomou o sangue
e aspergiu com ele o povo, dizendo:
«Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco,
mediante todas estas palavras».


SALMO RESPONSORIAL - Salmo 115 (116)

 

Refrão: Tomarei o cálice da salvação
e invocarei o nome do Senhor.

Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.

Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.


LEITURA II Hebr 9, 11-15
Leitura da Epístola aos Hebreus

Irmãos:
Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros.
Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito,
que não foi feito por mãos humanas,
nem pertence a este mundo,
e entrou de uma vez para sempre no Santuário.
Não derramou sangue de cabritos e novilhos,
mas o seu próprio Sangue,
e alcançou-nos uma redenção eterna.
Na verdade, se o sangue de cabritos e de toiros
e a cinza de vitela,
aspergidos sobre os que estão impuros,
os santificam em ordem à pureza legal,
quanto mais o sangue de Cristo,
que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus
como vítima sem mancha,
purificará a nossa consciência das obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo! Por isso,
Ele é mediador de uma nova aliança,
para que, intervindo a sua morte
para remissão das transgressões cometidas
durante a primeira aliança,
os que são chamados
recebam a herança eterna prometida.


EVANGELHO Mc 14, 12-16.22-26
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

No primeiro dia dos Ázimos,
em que se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos perguntaram a Jesus:
«Onde queres que façamos
os preparativos para comer a Páscoa?».
Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes:
«Ide à cidade. Virá ao vosso encontro
um homem com uma bilha de água.
Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
«O Mestre pergunta:
Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa
com os meus discípulos?».
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior,
alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso».
Os discípulos partiram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito
e prepararam a Páscoa.
Enquanto comiam,
Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o,
deu-o aos discípulos e disse:
«Tomai: isto é o meu Corpo».
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho.
E todos beberam dele. Disse Jesus:
«Este é o meu Sangue,
o Sangue da nova aliança,
derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo:
Não voltarei a beber do fruto da videira,
até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».
Cantaram os salmos
e saíram para o monte das Oliveiras.


Ressonâncias

Cristo, oferecendo-se para a imolação, opera a libertação integral e definitiva. Dá a sua vida como sacrifício da Nova Aliança e ratifica essa Aliança definitiva entre Deus e os homens através do seu sangue.
Esta nova Aliança, selada com o sangue de Cristo, supõe uma novidade radical nas relações entre os homens e Deus, porque nova é a relação de Deus com os homens por Jesus Cristo. Esta relação é a religião do amor.

Agora sim podemos compreender que Deus é amor. Agora podemos estar seguros de uma coisa: que Deus é antes de tudo "aquele que nos ama sem medida". Agora devemos compreender que o cristianismo é a religião do amor, da caridade, da solidariedade.

A Eucaristia é a mais bela invenção do amor. Pelo seu amor para connosco, Jesus reuniu na Eucaristia um sinal provocado pela sua ausência e o realismo da sua divina e humana presença. Ele quis que o mesmo gesto de amor fosse oferecido a todos os homens de todos os tempos.

No sinal do Pão partido, está a realidade da pessoa de Cristo, crucificado e ressuscitado, verdadeiramente presente para nós. O seu poder e amor infinito não ficam reduzidos a um puro símbolo que lembra a sua passagem por este mundo. Ele quis permanecer sempre connosco no pão partido e no cálice consagrado da nova aliança.
No altar de todas as igrejas, no sacrário mais simples, no ostensório mais artístico, Jesus, o Salvador, o Senhor, está verdadeiramente presente. A Eucaristia é a mais bela invenção do amor de Cristo.

A Celebração da Eucaristia relembra a todos os peregrinos nesta terra, a festa eterna, que é preparada para o fim dos tempos, quando o Reino de Deus se manifestar com toda a sua plenitude.O pão do céu é a Palavra de Deus, a mensagem do Pai que Jesus veio trazer. Esta palavra é para os homens verdadeiro pão da vida.
Mas para que essa Palavra se transforme em vida, deve encarnar nas pessoas, deve tornar-se concreta e visível. A encarnação perfeita dessa Palavra é Jesus.


Quando nós comemos o pão material, ele é assimilado, torna-se parte de nós mesmos, transforma-se na nossa própria carne. Jesus diz-nos que o Pão é Ele mesmo. É a Sua pessoa que deve ser comida, que deve ser assimilada por nós.

 

Comungar Cristo significa, portanto, assimilar a realidade humana de Jesus e identificar-se com Ele no cumprimento da vontade do Pai; isto implica que ofereçamos o nosso ser, para que ele possa continuar a viver, a sofrer, a dar-se e a ressuscitar em nós.

O Pão da Eucaristia deve ser recebido com fé de modo a transformar-nos mais intimamente na pessoa de Jesus.
Adorar quer dizer colocar-se diante do pão partido, que nos torna presente a vida de Jesus, partido por amor para a humanidade. Só quando nos mantemos nesta disposição de nos deixar transformar na pessoa de Jesus, podemos realmente afirmar que toda a nossa vida está iluminada pela Eucaristia.

 


Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento
nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar
de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue
que sintamos continuamente os frutos da vossa redenção.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.

A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.

 

Na origem, a solenidade constituía uma resposta a heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.

Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa. Em alguns países, no entanto, a solenidade é celebrada no Domingo seguinte.

Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.

Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração. No século XII é introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento. A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante.

Do desejo primitivo de "ver a hóstia" passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na "Christianitas" medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens.

Nos séculos XVI e XVII, a resposta às negações do movimento protestante que se expressou na fé e na cultura - arte, literatura e folclore - contribuiu para avivar e tornar significativas muitas das expressões da piedade popular para com a Eucaristia.

A "comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa" (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo praticamente desaparecido a festa litúrgica do "Preciosíssimo Sangue", a 1 de Julho.

A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân 944, §1).

O cortejo processional da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo prolonga a Eucaristia: logo depois da missa, a hóstia nela consagrada é levada para fora do espaço celebrativo, a fim de que os fiéis dêem testemunho público de fé e veneração ao Santíssimo Sacramento.

A Igreja acredita que o Santíssimo Sacramento, ao passar no meio das cidades, promove expressões de amor e agradecimento por parte dos fiéis, sendo também para fonte de bênçãos.

À semelhança das procissões eucarísticas, a festa do "Corpus Christi" termina geralmente com a bênção do Santíssimo Sacramento.

Maria, a primeira evangelizadora

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Tu que foste a primeira evangelizadora,
porque a primeira a assumir na própria carne
e dar corpo ao Verbo de Deus, para, depois, dá-l'O aos homens.
Eis-me aqui a pedir-Te ajuda para que, como Tu,
eu possa dizer todos os dias:
«Faça-se em mim a vontade do Senhor!»
Para que, como em Ti, o Verbo de Deus encarne em nós,
e, contigo, possa dá-l'O aos homens, meus irmãos.

Os homens de hoje estão sedentos de Deus
e, como outrora, procuram-no onde Ele não está:
identificam-no com coisas, com cargos, com ídolos...

Desejo vê-l'O para indicá-l'O aos que ainda não O viram.
Desejo vivê-l'O para que Ele possa ser identificado.
Desejo amá-l'O para que Ele seja fecundo em mim.
Desejo assumi-l'O para que a Igreja seja realidade
e fermento do novo mundo que aspiramos.

Só por teu intermédio é que eu posso ir até Ele.
Só tendo o desejo de O encontrar
e de O ouvir é que O posso descobrir.
Só copiando a tua docilidade à acção
do Espírito é que O incarno em mim.
Só tendo um coração puro como o teu
é que posso amá-L'O.
Só sendo todo d'Ele, como tu,
é que O comunico aos outros.

Fica junto de mim e ensina-me
essa lição de ser fecundo de Deus.
Ensina-me a perder
para que outros tenham a vida.
Ensina-me a esconder-me para que
Cristo transpareça nos meus gestos e na minha vida.
Ensina-me a ser autêntico evangelizador,
à tua maneira, conforme o teu estilo!...

Assim, o teu Jesus nascerá no coração
de tantos homens que andam em busca
de realização, de felicidade e de paz.
Amen.

O Terço na vida do crente

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Na sua forma de oração vocal repetitiva, o terço pode parecer, numa primeira abordagem, apenas uma oração de súplica. E é belo suplicar à Mãe de modo incansável, como o desfiar de rosas que a seus pés vamos depositando. Mas o terço é bem mais do que uma simples oração vocal rotineira e mecânica. Rezado na sua dimensão vocal e contemplativa, ele é uma autêntica via, simples e segura de acesso ao mistério de Cristo.

É a meditação dos mistérios que alguém belamente designou "a alma do Terço", que lhe imprime uma dinâmica profunda de oração interior. Todo o mistério de Cristo é contemplado, absorvido nesta oração. E com os mistérios de Luz introduzidos ultimamente pelo Papa, o quadro ficou mais completo ainda.

Há quem diga que o terço é a Bíblia do povo. E é-o, certamente, na medida em que permite uma aproximação simples, mesmo familiar, da Mensagem Divina. Efectivamente, só em chave bíblica se pode fruir toda a profundidade e eficácia que esta oração encerra. A grande riqueza do Terço consiste, precisamente, em ligá-lo à meditação do texto bíblico. O conhecimento de cada mistério, a sua meditação, é necessária para que a oração do terço seja essa eficaz via de acesso ao mistério de Cristo. Aprofundado o mistério, o Terço poderia situar-se na etapa "contemplatio" da Lectio divina. E ao rezar assim, mergulhando na mensagem que o do mistério encerra, cada Ave Maria adquire uma tonalidade diferente. Como gosto de me ajoelhar em Nazaré, junto à Mãe, jovem simples e humilde, adorar o mistério da Encarnação, da Kenose do Verbo e a sua entrega humilde e confiante no Fiat, e assim prostrada em espírito, ir repetindo, nesse clima de profundidade e mistério: Ave Maria... E logo a seguir correr pelas Montanhas da Judeia, saltitar ao lado dela, sentir as vibrações do seu coração mergulhado no Verbo que nela toma corpo, e unida ao seu Magnificat, continuar a repetir, com júbilo: Ave Maria! E sucessivamente, em Belém, etc. Da mesma forma acompanhando os mistério da dor, etc, de tal modo que os sentimentos manifestados em cada mistério vão invadindo a alma que assim reza.

Deste modo, o terço é um entrar suavemente no mistério de Cristo. É um deixar-se envolver no anúncio do Reino que o Terço comunica através dos seus mistérios. Maria, a Serva humilde, acompanha o crente nesta caminhada e introdu-lo, maternalmente, no mistério de seu divino Filho. As Ave Marias são, então, como a chuva miudinha que vai penetrando na terra, fazendo que absorva a semente da mensagem evangélica compendiada nos mistérios do Rosário. Isto mesmo diz João Paulo II na carta apostólica Rosarium Virginis Mariae: "Contemplar o rosto de Cristo é contemplá-l'O com Maria".

Maria conhece bem os seus filhos. Ela sabe quanto esta oração é benéfica para cada um. E a sua insistência em recomendar esta oração é, certamente, não para seu proveito mas de todos nós. O Papa, conhecedor da eficácia santificadora desta oração, recomenda-a continuamente e consagra um ano ao Rosário. Oxalá aprofundemos na riqueza que ele encerra e a experimentemos na vida.

Ir. Albertina Azevedo

 

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