PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM - B

JcNazare

A liturgia da Palavra deste Domingo mostra-nos que Deus chama continuamente pessoas para serem testemunhas do seu projecto de salvação.

Não interessa se elas são ou não frágeis e limitadas; a força de Deus manifesta-se, por isso Ele escolhe e envia: um profeta desterrado – Ezequiel; um carpinteiro, o filho de Maria – Jesus; e um que O perseguiu e que reconhece profundamente as suas fraquezas – Paulo.

A primeira leitura apresenta-nos um extracto do relato da vocação de Ezequiel. A vocação profética é aí apresentada como uma iniciativa de Javé, que chama um homem "normal", com os seus limites e fraquezas para ser, no meio do seu Povo que estava exilado na Babilónia, a voz de Deus.

Na segunda leitura, Paulo assegura aos cristãos de Corinto (recorrendo ao seu exemplo pessoal) que Deus actua e revela o seu poder no mundo através de instrumentos frágeis e limitados. Na acção do apóstolo manifesta-se ao mundo e aos homens a força e a vida de Deus.

O Evangelho, ao mostrar como Jesus foi recebido pelos seus conterrâneos em Nazaré, reafirma uma ideia que aparece também nas outras duas leituras deste domingo: Deus manifesta-Se aos homens na fraqueza e na fragilidade. Quando os homens se recusam a entender esta realidade, facilmente perdem a oportunidade de descobrir o Deus que vem ao seu encontro e de acolher os desafios que Ele lhes apresenta.


LEITURA I – Ez 2,2-5
Leitura da Profecia de Ezequiel

Naqueles dias,
o Espírito entrou em mim e fez-me levantar.
Ouvi então Alguém que me dizia:
«Filho do homem,
Eu te envio aos filhos de Israel,
a um povo rebelde que se revoltou contra Mim.
Eles e seus pais ofenderam-Me até ao dia de hoje.
É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado
que te envio, para lhes dizeres:
'Eis o que diz o Senhor'.
Podem escutar-te ou não
– porque são uma casa de rebeldes –,
mas saberão que há um profeta no meio deles».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 122 (123)
Refrão: Os nossos olhos estão postos no Senhor,
            até que Se compadeça de nós.

Levanto os olhos para Vós,
para Vós que habitais no Céu,
como os olhos do servo
se fixam nas mãos do seu senhor.

Como os olhos da serva
se fixam nas mãos da sua senhora,
assim os nossos olhos se voltam para o Senhor nosso Deus,
até que tenha piedade de nós.

Piedade, Senhor, tende piedade de nós,
porque estamos saturados de desprezo.
A nossa alma está saturada do sarcasmo dos arrogantes
e do desprezo dos soberbos.


LEITURA II – 2Cor 12,7-10
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça,
foi-me deixado um espinho na carne,
– um anjo de Satanás que me esbofeteia –
para que não me orgulhe.
Por três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim.
Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça,
porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder».
Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas,
para que habite em mim o poder de Cristo.
Alegro-me nas minhas fraquezas,
nas afrontas, nas adversidades,
nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo,
porque, quando sou fraco, então é que sou forte.


EVANGELHO – Mc 6,1-6
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
Jesus dirigiu-Se à sua terra
e os discípulos acompanharam-n'O.
Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga.
Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam:
«De onde Lhe vem tudo isto?
Que sabedoria é esta que Lhe foi dada
e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos?
Não é ele o carpinteiro, Filho de Maria,
e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?
E não estão as suas irmãs aqui entre nós?»
E ficavam perplexos a seu respeito.
Jesus disse-lhes:
«Um profeta só é desprezado na sua terra,
entre os seus parentes e em sua casa».
E não podia ali fazer qualquer milagre;
apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente.
E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.


Ressonâncias

Jesus está na sinagoga de Nazaré. O povo admira-se com a sua sabedoria e os seus milagres e, perplexo, pergunta-se: "Quem é este homem? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria?"
Este Jesus não podia, para eles, ser o Messias esperado. Aguardavam um guerreiro poderoso como David; sábio como Salomão – não um humilde carpinteiro! Conheciam bem o filho de Maria. Claro que não poderia ser Ele o enviado do Pai...

Para as gentes de Nazaré, Deus é demasiado grande para abaixar-se e falar através de um homem tão simples! Demasiado humano este Messias, demasiado banal o seu viver, demasiado frágil e pobre para um Deus! Não conseguem reconhecer em Jesus o Messias esperado e, por isso, rejeitam-n'O por ser um homem comum do povo.
Jesus, decepcionado com a incompreensão dos seus (até os próprios parentes o repudiam!), conclui: "Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa."

Quem é profeta? Todo cristão é pelo baptismo chamado a ser profeta de Deus. Não se espera dele que faça milagres ou preveja o futuro, mas que transmita a Palavra do Senhor. Deus não tem boca e precisa de alguém para ser a sua "Voz". Para isso, deve escutar a Sua mensagem e deixar que ela penetre até o íntimo do coração e só depois anunciá-la com entusiasmo e fidelidade.

Como desempenhar a missão de profeta? Ele deve estar em comunhão com Deus e atento à realidade humana. Intervém, em nome de Deus, para denunciar, para avisar, para corrigir.
A denúncia profética implica, muitas vezes, a perseguição, o sofrimento, a marginalização e, em muitos casos, até a própria morte...
Normalmente, Deus não se manifesta na força, no poder, nas qualidades que os homens admiram tanto. Ele vem ao nosso encontro na fraqueza, na simplicidade, nas pessoas mais humildes e modestas.
As nossas limitações humanas não podem servir de desculpa para não realizar a missão que Deus nos confia. Se Ele nos pede um serviço, também nos dará a força para superar os nossos limites e cumprir o que Ele nos propõe.

Jesus não fez milagres em Nazaré porque não acreditaram n'Ele. Hoje será diferente? Afirma-se: "Santos de casa não fazem milagres". Mas perguntamo-nos: porque será? A culpa será dele ou nossa? Notamos que há pessoas, ignoradas ou rejeitadas na própria casa/terra, mas fora daquele espaço fazem prodígios? Porque será? E tu, escutas a voz profética dos teus irmãos?

A Liturgia de hoje apresenta-nos três bonitos exemplos: Ezequiel, Paulo e Jesus. Diante das dificuldades, nenhum deles desistiu. Lutaram e venceram. Nós também podemo-nos sentir na mesma situação. O testemunho, que Deus nos chama a dar, realiza-se – não raras vezes – no meio de incompreensões e oposições. Frequentemente, sentimo-nos desanimados e frustrados porque não somos entendidos nem acolhidos. Temos a sensação de que estamos a perde tempo. A atitude de Jesus convida-nos a nunca desanimar nem desistir. Deus tem os seus projectos e sabe bem como transformar um fracasso em êxito.

Qual a nossa atitude? Aceitamos nós ser a "Voz" de Deus na comunidade, na família, no trabalho, mesmo diante das contrariedades e adversidades? Valorizamos as pessoas que actuam com dedicação na nossa comunidade, acolhendo-as como a "Voz" de Deus? Abramo-nos aos outros e dar-nos-emos conta que os "santos de casa" também podem fazer milagres!...


Sem Fronteiras

Um grupo de jovens partilhou a sua reflexão sobre a frase evangélica: "Ninguém é profeta na sua terra pois só é desprezado aí, entre os seus parentes e em sua casa..." Eis aqui o resultado deste trabalho:

— Esta frase vem confirmar que o profeta não deve casar porque senão seria desprezado lá em casa, comprometendo a sua acção.
— Porque o profeta não tem terra, não tem família, não é de ninguém: é só de Deus. Como deve viver despojado, o profeta não tem raízes fixas.
— Isto é para evitar a tentação de muitas pessoas que para os de fora são mel mas para os de dentro são fel.
— Porque ser profeta é ser peregrino, missionário ou enviado.
— Porque o conhecimento que os outros têm do profeta não pode sobrepôr-se ao conhecimento da palavra que ele proclama.
— Porque os da sua terra poderiam achar que têm mais direito do que ele a ser profeta.
— Para que ninguém possa concluir que a sua mensagem é uma questão de bairrismo.
— Para que uma terra possa ajudar outra e vice-versa, pois nenhuma é auto-suficiente.
— Para que seja mais livre e não esteja condicionado pelos laços familiares.
— Porque é preciso alargar fronteiras.
— Para lembrar que um profeta vem de fora: vem do Céu.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


 Ninguém é profeta na sua terra

Contigo, Pai, suporta-se melhor a incompreensão,
porque Tu fortaleces a nossa segurança,
curas-nos do desejo de aceitação
e fazes com que nos abandonemos à Tua missão.

Liberta-nos da ilusão de agradarmos a toda a gente,
da necessidade de aprovação de quem nos é próximo,
do desejo de aplauso de quem está longe,
e da tirania do prestígio pessoal.

Porque seguir-Te é ir contra a corrente
neste mundo sem Deus em que vivemos,
numa época de fatalismo e de desencanto
que apenas Tu podes revolucionar e de novo fazer sonhar.

E quando não nos entendem ou nos crêem loucos,
quando sentimos o temor dos inseguros,
e começamos a pensar se estarão certos...
seguir-Te renova-nos a esperança.

Tu, que tens um sonho de felicidade
para cada um de nós,
anima-nos a contá-lo, a promovê-lo, a contagiá-lo,
sugerindo-nos a forma certa de realizá-lo.

Impõe sobre nós as Tuas mãos que curam
para nos limpares dos desencantos,
dos medos e das nossas contínuas dúvidas,
e sermos como Tu, envolvendo os outros no Teu amor.

Amen.

XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM - B

TalitakumDeus ama a vida! Ele quer apenas a vida! "Deus criou o homem para ser incorruptível" (primeira leitura). Pelo seu Filho, salva-nos da morte: eis porque Lhe damos graças em cada Eucaristia. Na sua vida terrena, Jesus sempre defendeu a vida.

O Evangelho de hoje relata-nos dois episódios que assinalam a defesa da vida: Ele cura, Ele levanta. Ele torna livres todas as pessoas, dá-lhes toda a dignidade e capacidade para viver plenamente. Sabemos dizer-Lhe que Ele é a nossa alegria de viver?

Estamos em tempo de verão, início de férias... É uma ocasião propícia para celebrar a festa da vida! Este domingo celebra a vida mais forte que a morte, celebra Deus apaixonado pela vida. Convém, pois, que na celebração deste dia a vida expluda em todas as suas formas: na beleza das flores, nos gestos e atitudes, na proclamação da Palavra, nos cânticos e aclamações, na luz. No cântico do salmo e na profissão de fé, será bom recordar que é o Deus da vida que nós confessamos, as suas maravilhas que nós proclamamos. Durante toda a missa, rezando, mantenhamos a convicção expressa pelo Livro da Sabedoria: "Deus não Se alegra com a perdição dos vivos".


LEITURA I – Sab 1, 13-15; 2,23-24
Leitura do Livro da Sabedoria

Não foi Deus quem fez a morte,
nem Ele Se alegra com a perdição dos vivos.
Pela criação deu o ser a todas as coisas,
e o que nasce no mundo destina-se ao bem.
Em nada existe o veneno que mata,
nem o poder da morte reina sobre a terra,
porque a justiça é imortal.
Deus criou o homem para ser incorruptível
e fê-lo à imagem da sua própria natureza.
Foi pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo,
e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 29 (30)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.

Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.


LEITURA II – 2 Cor 8,7.9.13-15
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Já que sobressaís em tudo
– na fé, na eloquência, na ciência,
em toda a espécie de atenções
e na caridade que vos ensinámos –
deveis também sobressair nesta obra de generosidade.
Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo:
Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa,
para vos enriquecer pela sua pobreza.
Não se trata de vos sobrecarregar para aliviar os outros,
mas sim de procurar a igualdade.
Nas circunstâncias presentes,
aliviai com a vossa abundância a sua indigência
para que um dia
eles aliviem a vossa indigência com a sua abundância.
E assim haverá igualdade, como está escrito:
«A quem tinha colhido muito não sobrou
e a quem tinha colhido pouco não faltou».


EVANGELHO – Mc 5,21-43
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
depois de Jesus ter atravessado de barco
para a outra margem do lago,
reuniu-se grande multidão à sua volta,
e Ele deteve-Se à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo.
Ao ver Jesus, caiu a seus pés
e suplicou-Lhe com insistência:
«A minha filha está a morrer.
Vem impor-lhe as mãos,
para que se salve e viva».
Jesus foi com ele,
seguido por grande multidão,
que O apertava de todos os lados.
Ora, certa mulher
que tinha um fluxo de sangue havia doze anos,
que sofrera muito nas mãos de vários médicos
e gastara todos os seus bens,
sem ter obtido qualquer resultado,
antes piorava cada vez mais,
tendo ouvido falar de Jesus,
veio por entre a multidão
e tocou-Lhe por detrás no manto,
dizendo consigo:
«Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada».
No mesmo instante estancou o fluxo de sangue
e sentiu no seu corpo que estava curada da doença.
Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo.
Voltou-Se para a multidão e perguntou:
«Quem tocou nas minhas vestes?»
Os discípulos responderam-Lhe:
«Vês a multidão que Te aperta
e perguntas: 'Quem Me tocou?'»
Mas Jesus olhou em volta,
para ver quem O tinha tocado.
A mulher, assustada e a tremer,
por saber o que lhe tinha acontecido,
veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade.
Jesus respondeu-lhe:
«Minha filha, a tua fé te salvou».
Ainda Ele falava,
quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga:
«A tua filha morreu.
Porque estás ainda a importunar o Mestre?»
Mas Jesus, ouvindo estas palavras,
disse ao chefe da sinagoga:
«Não temas; basta que tenhas fé».
E não deixou que ninguém O acompanhasse,
a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga,
Jesus encontrou grande alvoroço,
com gente que chorava e gritava.
Ao entrar, perguntou-lhes:
«Porquê todo este alarido e tantas lamentações?
A menina não morreu; está a dormir».
Riram-se d'Ele.
Jesus, depois de os ter mandado sair a todos,
levando consigo apenas o pai da menina
e os que vinham com Ele,
entrou no local onde jazia a menina,
pegou-lhe na mão e disse:
«Talitha Kum»,
que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te».
Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar,
pois já tinha doze anos.
Ficaram todos muito maravilhados.
Jesus recomendou-lhes insistentemente
que ninguém soubesse do caso
e mandou dar de comer à menina.


Ressonâncias

O Evangelho que acabamos de escutar fala de duas histórias trágicas nas quais Jesus entra não para explicar a dor e a morte, mas para mostrar o coração de Deus, amante e senhor da vida.

"Talita Kum"
O importante chefe da sinagoga, Jairo, num gesto de desespero e humildade, atira-se aos pés do Mestre e, com insistência, pede-lhe que lhe cure a filha. Acto de fé ou de aflição? Não sei, mas bem-aventurados são todos os Jairos desta terra que intercedem e perturbam continuamente o Senhor por causa tua e minha! Que incomodam o Criador até que ele entre na nossa casa, na nossa vida, mudando-lhe o rumo.
Cada um de nós é aquela jovem, na casa das lágrimas, que Jesus pega pela mão dizendo: Talita Kum! Levanta-te! Atreve-te a acreditar e a esperar! Acorda a vida adormecida que há em ti! Retoma a descoberta do amor e a alegria de viver! Cada dia é dia de Páscoa, de ressurreição!

"Tocar nas suas vestes"
A mulher, sem nome nem títulos, aproxima-se no meio da multidão de Jesus apenas para "roubar" o milagre, esperando que ninguém a veja tocar as vestes da graça. Há 12 anos que se esvaía em sangue e em solidão. Na verdade, tantos se aproximam, mas só ela lhe toca o coração. E aquela que sofria da hemorragia social e sentimental, despida das carícias humanas, é curada por um toque! É no calor de um gesto que Jesus "rouba" o estéril anonimato à mulher e a enche de esperança. Agora é filha, pessoa amada e tocada, moldada novamente do barro frágil e ressuscitada para uma vida nova.

Um Deus apaixonado pela vida
Duas pessoas, duas condições e dois modos diferentes de se aproximar de Jesus: uma proclama abertamente a sua fé; a outra manifesta uma fé silenciosa. No fundo ambas estão unidas pela confiança de colocar a vida nas mãos de Jesus. E isso para Deus basta. Bastam os nossos fragmentos frágeis de fé para que o seu coração vibre. E quando pensarmos que tudo acabou, Ele nos sussurrará: o teu coração não morreu, apenas dorme! Porque a vida não morre, apenas adormece. O encanto não morre, apenas entorpece. Para Deus a morte é uma ilusão, nunca a realidade! Muito em nós dorme, se esvai em anonimato e desfalece a vida. Mas porque o amor não conhece limites, Deus é capaz de atravessar o limiar do sono e da morte para, com o seu instinto de vida, nos repetir: Filho meu, levanta-te! Levantemo-nos, caros amigos e amigas, porque o amor não foi criado para morrer, mas para viver! E isso é Evangelho!

Vou descobrir formas corajosas de tocar em Jesus e nos irmãos, para que a corrente de amor não se parta.


Deus procura sempre em nós a vida, as sementes de imortalidade, os frutos do amor, aquele mais de fé que alegra e embeleza a vida.
Podemos ser pobres e frágeis grãos, desfalecidos ou adormecidos, mas com Deus antecipamos um mundo novo. Todos somos capazes de verdadeiros milagres quando escutamos a sua voz e nos deixamos levantar pela sua mão.

Chamar por Deus

Naquele tempo vinham ter com Jesus de toda a parte e abeiravam-se pessoalmente... Em linguagem moderna, Deus prefere os encontros pessoais ao uso de telemóvel. Que sucederia se Cristo instalasse uma central de telemóveis no céu? Imagine-se alguém a rezar e ouvir a seguinte mensagem: "Central Celeste, por favor marque uma das seguintes opções: para pedidos marque 1; para queixas marque 2, para outro assunto marque 3... "

Ou então: "Neste momento os nossos anjos estão ocupados. Por favor deixe a sua mensagem no serviço de espera. Se deseja falar com o Anjo Gabriel marque 5, com outro Anjo marque 6." O pior seria: "A sua alma apresenta um saldo de tantos méritos. Deverá ser recarregada no próximo Domingo nas missa das 09H00." Por fim imaginemos outra resposta: "O número que marcou não está atribuído. Por favor, certifique-se da sua intenção ou então marque de novo sem distracções..."

Graças a Deus que nada disto acontece. Podemos chamar a Deus quantas vezes quisermos que somos sempre atendidos. A Sua linha nunca está ocupada. Ainda bem que nos responde pessoalmente e nos conhece antes mesmo de nos apresentarmos. Deus não deixa recados no gravador mas estende-nos imediatamente a sua mão.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

Creio em Ti, mas aumenta a minha fé

Senhor, sabes que pertenço ao Teu povo,
que creio em Ti e que fazes parte da minha vida,
mas muitas vezes vivo como se não existisses,
porque não confio em Ti inteiramente.

Quero ter a fé da mulher que tocou o Teu manto,
convencida de que a podias curar.
Tu convidas-me a que me erga,
a não me acomodar à mediocridade,
a viver uma vida apaixonante,
a trabalhar com a mesma fraternidade que Tu
e a confiar em Ti no desenrolar da minha história.

Tu dás-me impulso para acordar tudo o que em mim dorme,
ensinas-me que posso chegar mais longe,
fazes-me crescer como ser humano,
com toda a minha grandeza e fragilidade.

A fé em Ti, Senhor,
afasta-me de fatalismos e desesperanças,
porque me fazes confiar nas pessoas.
Há muita dor no nosso mundo
e a alguns de nós coube uma vida muito dura ...
Hoje peço-Te, Senhor,
que sussurres ao ouvido de cada um dos meus irmãos:

"A tua fé salvou-te, vai-te em paz ... "


Louvo-Te, Senhor porque Tu és um Deus misturado com a obra das tuas mãos.

Tu não és um distante e a tua criação não é operação por controle remoto...
Tudo está embebido da Tua presença; basta estender a mão para auferir o teu toque!
A brutal hemorragia do teu amor, estancou o derramamento da nossa esperança!
Senhor, socorre esta humanidade, campo onde a morte disputa com a vida.

E hoje espero-te para aceitar que me levantes, quero viver a tua vida, caminhar
no teu movimento e acompanhar-te na tua peregrinação pelo sofrimento humano.

À Virgem Santa Maria

Maria1521

Ó Maria, peregrina de bondade,
Vós caminhastes ao lado de Jesus
e fostes, em felicidade plena,
Mãe e serva do projecto de Deus.
A Vós confiamos a nossa vida
com a confiança serena
que aproxima cada filho
dos braços de sua Mãe.

Vigiai, ó Maria,
pelo crescimento de Cristo em nós
e nas nossas famílias:
cada uma das nossas casas
seja uma Casa Santa
e cada uma das nossas famílias
seja uma Família Santa,
habitada pela paz e pelo amor.

O «sim» pelo qual Vos tornastes
Mãe de Deus
e de todos os filhos de Deus,
ressoe em cada um de nós.
Ensinai-nos em cada dia
o vosso «sim», ó Maria,
para amar o Céu, vivendo sobre a terra,
para estar no mundo sem lhe pertencer,
para viver operosos e serenos
na esperança de chegar a casa convosco.
Amen.

Festa da Família da Vigararia de Oeiras,
Estádio do Jamor, 24-06-2012

Maria, Mãe dos viventes

Ó Maria, Maria12
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
a vós confiamo-vos a causa da vida:
olhai, Mãe, para o número
sem fim de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.

Fazei com que todos aqueles
que crêem no vosso Filho
saibam anunciar aos homens do nosso tempo,
com desassombro e amor, o Evangelho da vida.

Alcançai-lhes a graça de o acolher
como um dom sempre novo,
a alegria de o celebrar com gratidão
em toda a sua existência e a coragem
para o testemunhar com solícita constância,
para construírem,
juntamente com todos os homens de boa vontade,
a civilização da verdade e do amor,
para maior louvor e glória
de Deus criador e amante da vida.
Amen.

João Paulo II,
(Encíclica Evangelho da Vida, 25-03-1995, n.º 105)

 

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