PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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catequese

Consagração a Nossa Senhora de Fátima

Papa Francisco FatimaBem-Aventurada Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz à de todas as gerações
que te dizem bem-aventurada.

Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que nunca se cansa de se inclinar com misericórdia sobre a humanidade,
atormentada pelo mal e ferida pelo pecado,
para a guiar e salvar.

Acolhe com benevolência de Mãe
o acto de entrega que hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem a nós tão querida.

Temos a certeza que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada te é desconhecido de tudo o que habita os nossos corações.
Deixamo-nos alcançar pelo teu olhar dulcíssimo
e recebemos a carícia confortadora do teu sorriso.

Guarda a nossa vida entre os teus braços:
abençoe e fortalece qualquer desejo de bem;
reacende e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.

Ensina-nos o teu mesmo amor de predilecção
pelos pequeninos e pelos pobres,
pelos excluídos e sofredores,
pelos pecadores e os desorientados;
reúne todos sob a tua protecção
e recomenda todos ao teu dilecto Filho, nosso Senhor Jesus.
Amém.


Papa Francisco

Acto de Consagração a Nossa Senhora de Fátima no final da Missa por ocasião da Jornada Mariana
(Praça de São Pedro, 13 de outubro de 2013)

Semana Santa

SemSanta

> Domingo- de Ramos: 10h30 - bênção dos Ramos junto ao Mercado de Queijas;
> Segunda
feira Santa: 21h00 - Confissões;
> Quinta-feira Santa: 21h30 - Missa da Ceia do Senhor e Adoração até às 24h00;
> Sexta-feira Santa:  10h00 - Ofício divino;
                                    15h00 - Adoração da Cruz;
                                    21h00 - Via-sacra pelas ruas de Queijas;
> Sábado Santo: 22h00 - Vigília Pascal (baptismo dos catecúmenos);
> Domingo de Páscoa: 10h30 - Missa de Ressurreição; (9h30: Linda-a-Pastora)
.


A SEMANA SANTA é o ponto culminante de todo o ano litúrgico. Nela celebramos os acontecimentos mais importantes do Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus. Inicia-se com a recordação da entrada triunfante do Senhor em Jerusalém (Domingo de Ramos), continua com a bênção das Santos óleos e a evocação da instituição do Sacramento da Eucaristia (Quinta-feira Santa), seguindo-se a celebração do Mistério da Cruz (Sexta-feira Santa), culminando com a celebração sacramental do Baptismo e da Eucaristia que são o centro da Vigília Pascal e a meta de toda a Quaresma.

É por isso importante que os fiéis tenham consciência do profundo significado que têm para as suas vidas os mistérios que se celebram nestes dias, dispondo-se a viver intensamente a Páscoa de Cristo.

1. Domingo de Ramos da Paixão do SenhorRam05a

A Liturgia deste Domingo reveste-se de dois aspectos, à primeira vista contraditórios. Fala-nos de triunfo e glória, para, logo a seguir, nos falar em sofrimento e paixão.

Reunindo acontecimentos tão contrastantes, a Liturgia não tem outro intento senão apresentar-nos a figura de Jesus, no seu aspecto de Rei messiânico e, ao mesmo tempo, de Servo do Senhor. Na verdade, a entrada triunfal em Jerusalém conduz à Paixão do Salvador. Mas, por outro lado, a Paixão só é plenamente compreendida por aquele que reconhece o carácter messiânico de Jesus Cristo.

A partir de agora, ficamos, pois, a saber que o Mistério Pascal, pelo qual conhecemos a purificação do pecado e a reconciliação com Deus, tem dois momentos – um de sofrimento, outro de glória. A morte é apenas um aspecto do Mistério total da Páscoa: não é um termo, mas uma passagem para a vida. O caminho, pelo qual o Servo do Senhor se dirige a Jerusalém, com efeito, está já iluminado pelos clarões da Ressurreição.

Mas ficamos  também a saber que Jesus se encaminha para a morte, voluntariamente, numa total liberdade, em amorosa entrega aos homens.

2. O Sagrado  Tríduo Pascal

Desde os primeiros séculos, a Igreja celebra o mistério da salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do ano litúrgico.JC5f41a

Este Tríduo Pascal começa com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa, tem o seu momento mais alto na Vigília Pascal e termina com as vésperas do Domingo da Ressurreição.

Deste modo, não podemos identificar a Páscoa apenas com o Domingo da Ressurreição. Isso seria mutilar uma realidade extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões. O plano divino da Salvação em Cristo não pode fragmentar-se, mas deve ser considerado como um todo único.

Compreende-se,  portanto, a importância deste Tríduo Pascal, quer na liturgia, quer na vida da Igreja. Dele derivam todas as outras solenidades, que não são senão reflexo, ecos deste acontecimento salvífico, de modo que o culto cristão é um culto pascal. Nele tem o seu centro de convergência e de irradiação a vida da Igreja, pois «ao Mistério cristão culmina e compendia-se no Mistério Pascal, que dá cumprimento à História da Salvação e à missão d e Israel, enquanto inaugura, com os tempos messiânicos, a existência histórica da Igreja» (Dalmais).

O Tríduo Pascal, pelo qual se aplica aos homens a perene eficácia do Mistério da Redenção, deve ser vivido plenamente. Nestes três dias, unidos ao Salvador, percorramos o seu itinerário tornando-nos solidários com ele na Paixão e na Morte, para o sermos na Ressurreição.

3. Quinta-feira Santa – Missa Crismalchrisma

Toda a eficácia dos Sacramentos deriva do Sacrifício de Cristo (SC 62), que se renova e continua pela Eucaristia. Por isso, a Igreja consagra o Santo  Crisma para as unções do Baptismo e da Confirmação e benze os Óleos tradicionalmente chamados dos catecúmenos e dos enfermos, na Missa celebrada pelo Bispo, na igreja catedral, na manhã de Quinta-Feira Santa.

É este um rito próprio do Bispo, como sucessor dos Apóstolos e o primeiro servidor da Igreja local, em volta do qual se reúnem, para com ele celebrar a Eucaristia, os Sacerdotes dos diversos lugares e ministérios da Diocese, numa prova de unidade eclesial. Através dos Santos Óleos, por ele benzidos nesta Missa Crismal e pelos Sacerdotes levados para todas as paróquias, o Bispo «fundamento da unidade da sua Diocese» (LG 23), estará presente ao Baptismo, à Confirmação, à Unção dos Enfermos. Unidos no único Sacerdócio de Jesus Cristo, Bispos e Sacerdotes são, porém, simples instrumentos, «servos do Mistério». Quem, por intermédio deles, age na Igreja é o Espírito de Jesus, o Espírito Santo, como o sublinha toda a liturgia da Missa Crismal. Renovando, na Missa Crismal, o seu compromisso de serviço à comunidade dos crentes, os Sacerdotes reafirmam o seu desejo de fidelidade ao Espírito Santo, que receberam com a imposição das mãos.

4. Quinta-feira  Santa  –  Ceia do Senhor

Seguindo um rito evocdd108aativo das grandes intervenções salvíficas de Deus, os Apóstolos celebravam a Ceia pascal, sem pressentirem que a nova Páscoa havia chegado.

 Essa Ceia, contudo, s  erá a última, pois Jesus, tomando aquela simbólica refeição ritual, dá-lhe um sentido novo, com a instituição da Eucaristia.

Misteriosamente antecipa ndo o Sacrifício que iria oferecer dentro de algumas horas, Jesus põe fim a todas as “figuras” converte o pão e o vinho no Seu Corpo e Sangue, apresenta-Se como o ve rdadeiro cordeiro pascal – o «Cordeiro de Deus» (Jo 1,29).

O Sacrifício da Cruz, c om o qual se estabelecerá a nova Aliança, não ficará, pois, limitado a um ponto geográfico ou a um momento da história pelo Sacrifício Eucarístico, perpetuar-se-á, “pelo decorrer dos séculos até Ele voltar” (SC 47). Comendo o Seu Corpo imolado e bebendo o Seu Sangue, os discípulos de Jesus farão a sua oferenda de amor e beneficiarão da graça, por ela alcançada aos homens. “Pela participação no Sacrifício eucarístico, fonte e centro de toda a vida cristã, oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela” ( LG 11).

Para que este mistério de amor se pudesse realizar, Jesus ordena aos Apóstolos que, até ao Seu regresso, à Sua semelhança e por Sua autoridade, operem esta transformação ficando assim participantes do Seu mesmo Sacerdócio.

Nascido da Eucaristia, o Sacerdócio tornará portanto actual, até ao fim dos tempos, a obra redentora de Cristo. Sendo a Eucaristia a obra prima do amor de Jesus, a prova suprema do Seu amor (Jo 13,1), compreende-se agora bem porque é que Ele escolheu a última Ceia para fazer a proclamação solene do Seu mandamento, o de «nos amarmos uns ao outros», o mandamento novo, «que resume toda a lei».

5. Sexta-feira SantaPaix127a 

A paixão do Senhor, que não pode tomar-se isoladamente como um facto encerrado em si mesma, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da Páscoa, só pode compreender-se, interpretar-se à luz da Palavra divina. Por isso, a Liturgia começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de S. João, no mistério do sofrimento e morte de Jesus.

A essa luz, a Paixão do Servo sofredor aparece-nos como uma obra de expiação em favor da humanidade, realizada com plena, total e soberana liberdade. E Jesus surge-nos não apenas como Vítima inocente e sofredora, mas também como Sacerdote. A sua morte tem valor sacrificial, é acto de mediação universal e causa de salvação. Não é tragédia, mas glorificação. A sua Cruz não é objecto de ignomínia, mas trono de glória.

Na posse do significado salvífico da Paixão, a assembleia cristã sente necessidade de se unir a esse acto sacerdotal de expiação e intercessão. Assim, a Liturgia da Palavra encerrar-se-á com uma solene oração, que abrange a humanidade inteira, pela qual Cristo morreu – uma oração verdadeiramente missionária.

A Cruz, “sinal do amor universal de Deus” (NA 4), símbolo do nosso resgate, domina a segunda parte da Celebração.
Levada, processionalmente até ao altar, a cruz é apresentada à veneração de toda a humanidade pecadora, representada pela assembleia cristã. Nela, nós adoramos Jesus Cristo, Aquele que foi suspenso na Cruz, Aquele que foi, que é “salvação do mundo”.
É a Ele também que exprimimos o nosso reconhecimento, quando beijamos o instrumento da nossa reconciliação.
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É a Ele que pedimos, neste momento, a força para levarmos a nossa cruz: “Suportando a morte por todos nós, ensina-nos, com o seu exemplo, qu e também devemos levar a cruz que a carne e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça” (GS 38).

Depois da contemplação do mistério da Cruz (primeira  parte), depois da adoração de Cristo crucificado (segunda parte), a Liturgia vai introduzir-nos no mais íntimo do Mistério Pascal, vai pôr-nos em contacto com o próprio «Cordeiro Pascal».

Não se celebrou hoje a Eucaristia. No entanto, pela Comunhão do Pão que dá a Vida, consagrado em Quinta-Feira Santa, somos baptizados no Sangue de Jesus, somos mergulhados na Sua morte.
Assim unidos à fonte mesma da vida sobrenatural ficamos cheios de força para passarmos da morte do pecado à alegria da ressurreição.
Através do Corpo sacramental do Senhor crucificado e ressuscitado ficamos também mais unidos ao Seu Corpo Místico, isto é a Cristo que sofre e morre nos Seus membros.
Como o Senhor Jesus
 , também nós, devemos dar a vida pelos nossos irmãos (1Jo 3,16).

6. cirio_queijasVigília Pascal na Noite Santa  

A  celebração anual da Morte e Ressurreição do Senhor tem o seu ponto culminante na Vigília Pascal, coração da liturgia cristã, centro do ano litúrgico, a mais antiga, a mais sagrada, a mais rica de todas as celebrações, “a mãe de todas as vigílias” (Santo Agostinho).

Nesta “noite de vigília em honra do Senhor” (Ex 12,42) os cristãos reúnem-se para celebrarem, na esperança e na alegria, o grande acontecimento da salvação, pelo qual Je sus, depois do Seu aniquilamento voluntário, foi constituído “filho de Deus em todo o Seu poder” (Rom 1, 4), “Senhor da Glória” (1Cor 2,8), “Chefe e Salvador” (Act 5,31).

O Mistério Pascal não é, porém, estático, mas dinâmico. Não é um estado de Cristo, mas uma passagem, um movimento, em que é envolvido todo o Povo de Deus.

Por conseguinte, a espera dos cristãos, nesta noite santa, não se reduz à expectativa da comemoração dum facto histórico, objectivo e real. É a espera de Alguém. É a espera do Senhor, que volta, para nos levar a fazer a Sua passagem, a Sua Páscoa com Ele.

Misteriosa mente presente no meio da assembleia cristã, o Senhor Jesus renova, nesta grande acção sacramental, que é a Vigília, o Seu Mistério Pascal, inserindo-nos nele fazendo-nos assim passar com Ele das “trevas à Sua luz admirável” (1Ped 2, 9).baptismo2

Esta passagem da morte do pecado à vida da graça realiza-se, em primeiro lugar, pelo Baptismo. Ser baptizado é, na verdade, morrer com Cristo, para ressuscitar com Ele. “A água do Baptismo é o Mar Vermelho, que traga as forças do mal e liberta o Povo de Deus; é o sepulcro do Calvário, onde é deposto o homem corruptível e donde sai, vivo, o homem novo”.

Por isso, a Igreja, desde a mais alta antiguidade, pensou que o melhor meio de celebrar o Mistério Pascal era baptizar, nesta noite, os seus catecúmenos e levar os baptizados a reviver a própria ressurreição e a tomar consciência do seu nascimento como Povo de Deus.

Esta nova criação, surgida das águas do Baptismo, só no último dia, na Vinda do Senhor, passará da sua forma actual e perecível à forma definitiva e gloriosa. Por isso, nesta Vigília, os cristãos, conservando nas suas mãos as lâmpadas acesas (Lc 12,35ss), orientam, também, a sua espera para o momento do encontro com o Esposo, que vem (Mt 25, 13). 

7. Domingo de PáscoaDSC_0035bb

Cristo ressuscitou! Hoje é a Festa das Festas, o dia por excelência de Cristo Senhor, em que Ele, depois de ter passado pela morte, para conhecer tudo o que ela encerra de dor e humilhação, triunfou das trevas da morte para nunca mais morrer! 

Neste «dia que o Senhor fez», tem o seu termo, a sua coroação as grandes intervenções de Deus, as Suas diversas páscoas (passagens), ao longo da História da Salvação. 

Mas, ao mesmo tempo, tem início a nova criação. Com efeito, a palavra omnipotente de Deus, que chamou à vida imortal Jesus de Nazaré, Filho de Deus e Filho de Maria, fez surgir o homem novo, redimido pelo Cordeiro Pascal.

Com a Páscoa, nasce, portanto, o novo Povo de Deus, a Igreja, pela qual Cristo, entrado agora num novo modo de existência continua presente no meio do mundo, especialmente pela acção pascal dos Sacramentos e pelo dom do Espírito Santo. 

Com a Páscdd095oa, os cristãos animados pela vida nova, surgida no seio da “noite mais clara do que o dia”, vêem-se já transformados pela força mesma da Ressurreição. Apesar das  misérias e sofrimentos da humanidade, sabem que o nosso mundo tem um destino maravilhoso, o de ser Reino de Deus.

A Páscoa é assim fonte de  alegria, de optimismo e de esperança para o cristão. 

Abrindo perspectivas novas à nossa vida, introduzindo-nos já no mundo, cuja glória só se revelará, plenamente, na Vinda do Senhor, a Páscoa, porém, não nos faz sair do tempo e do espaço da realidade terrena.gir146

Pelo contrário, a Páscoa comunica ao cristão novas forças para trabalhar pela  construção dum mundo, em que o homem viva liberto não só do pecado, mas de todas as outras opressões: a fome, a doença, a ignorância, o fanatismo, o ódio, a guerra e todas as misérias.


 

Horário da Semana Santa

SemanaSantaA Semana Santa é o ponto culminante de todo o ano litúrgico. Nela celebramos os acontecimentos mais importantes do Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Inicia-se com a recordação da entrada triunfante do Senhor em Jerusalém (Domingo de Ramos), continua com a bênção das Santos óleos e a evocação da instituição do Sacramento do Amor (5.ª Feira Santa), seguindo-se a celebração do Mistério da Cruz (6.ª Feira Santa), culminando com a celebração sacramental do Baptismo e da Eucaristia que são o centro da Vigília Pascal e a meta de toda a Quaresma.

É por isso importante que todos tenhamos consciência do profundo significado que tem para as nossas vidas os mistérios que celebraremos nestes dias, dispondo-nos a viver intensamente a Páscoa de Cristo.

Boa Semana Santa!

Novembro, o mês das Almas

Cemiterio1"Bem-aventurados os que morrem no Senhor, que repousem dos seus trabalhos, porque as suas obras os acompanham (Ap 14,13)"

No mês de Novembro encontramo-nos em pleno Outono, esta estação do ano que tanto me fascina, pelo encanto da natureza que se recolhe para o Inverno, das folhas que se revestem dos mais belos tons antes de caírem, como a mostrar a nobreza do entardecer da vida, que se recolhe e se despede serenamente antes de repousar no silêncio do mistério!... E mesmo o nevoeiro denso que em muitos dias de Outono nos envolve, também isso é um convite ao recolhimento, mesmo ao mistério que diz a nossa existência.

Talvez tenha sido por isso que a Igreja, na sua admirável pedagogia da fé que respeita os ritmos da natureza, tenha escolhido o mês de Novembro para nos recordar o mistério da morte, com a celebração dos fiéis defuntos logo no início, a 2 de Novembro, e dedicando todo o mês à meditação da morte e à contemplação do purgatório.

Novembro é o mês das almas! É assim que o recordo, desde a minha infância: 'mês das almas'. A missa era muito cedo, lá pelas quatro ou cinco da manhã, para que também os lavradores pudessem participar antes de irem para o leite. Meditava-se na vida eterna. Era tema de conversas ao serão. As almas do Purgatório!...

Recordo-me da minha tia muito velhinha que, mais tarde, quando já estava no seminário, me ia visitar sempre, e dela aprendi o que nunca esqueci sobre o que ela dizia com aquela fé e aquela convicção que vinham do fundo do tempo: «Eu tenho uma grande devoção pelas almas do purgatório!... E tu quando fores Padre nunca deixes de rezar por elas!... Elas conseguem-nos muitas graças!...»

E aqui estava toda aquela teologia simples da minha tia Alexandrina sobre aquilo que a teologia designa como escatologia intermédia. E esta teologia ainda me recorda a minha Mãe, com os seus noventa e sete anos, repetindo-me vezes sem conta aquelas coisas de que nunca se esqueceu: «Isto nunca mais me esqueceu!...». E, segurando-me pela mão, aquela mãozinha terna que a sinto sempre e que me quer levar com ela neste regresso ao Futuro... : «A gente não deve esquecer nunca o que os nossos pais nos ensinaram...», e daquelas coisas que ela também nunca se esqueceu, foi a 'devoção às almas do Purgatório'. A esta devoção volto, quando a crítica teológica me insinua alguma hesitação.

É bom rezar pelos defuntos, pelas almas do purgatório, esse espaço de derradeira purificação antes da visão de Deus. E faz parte da nossa tradição crente a convicção da fé de que ninguém vai directo ao paraíso, se antes não passar por esta purificação pelo fogo do amor divino, aquilo que os místicos já intuíam como a purificação passiva do espírito, desses restos de apego de si a si mesmo, para que então finalmente Deus seja Deus em nós mesmos.

O Purgatório é então o 'lugar' de purificação dos restos de pecado, deste apego último às criaturas e que impede o mergulho no fundo oceânico e abissal do mistério de Deus. Porque só o amor purifica, então o Purgatório será esse espaço de tempo sem tempo e mesmo assim distinto da visão beatífica em que o fogo do amor divino purifica o nosso ser e, neste caso, o nosso coração e o nosso olhar para a visão da Trindade.

Só os mártires por causa da fé ou os santos que viveram a heroicidade das virtudes, que fizeram da vida um autêntico purgatório, um tempo de purificação existencial pela intensidade do amor de Deus acolhido, é que a Igreja declara que na morte as suas almas acedem logo à visão beatífica, à contemplação de Deus face a face, na qual consiste a bem-aventurança eterna.

Quanto ao resto, quanto a nós que esperamos, como dizia uma das minhas irmãs já falecida, mas que recordo como se fosse hoje, encontrar um lugarzinho de esperança no purgatório de modo que possamos estar nem que seja ao entrar da porta do Paraíso (Deus nos livre da perdição eterna!...), temos todos de passar por essa purificação passiva do espírito, que poderá ser mais intensa e temporalmente atenuada se for apoiada e suportada pela oração da Igreja. Todos os dias a Igreja recorda na sua oração as almas dos fiéis defuntos.

Mas é bom que nenhum de nós esqueça e por isso a Igreja mantém o bom costume da celebração da missa pelos defuntos: as missas exequiais, do sétimo, do trigésimo dia; as missas aniversárias, os trintários gregorianos. E o costume de os que as pedem oferecerem um donativo, para ajudar os sacerdotes que as celebram, muitos dos quais, sobretudo em terras de missão, mas mesmo entre nós, de pouco mais dispõem para poderem sustentar as suas vidas e se dedicarem ao serviço da Igreja.

E assim se juntam duas coisas: a oração e a esmola, como exercício da espiritualidade cristã, numa sadia e tão simples vivência da comunhão dos santos, nas diversas fases em que se encontram: os que vivem ainda na condição de peregrinos, entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus, com os que já se encontram em lugar de esperança, mas que contam com a nossa oração; e os que se encontram na glória a interceder por nós, para que assim como eles, mantenhamos, apesar de tudo e em todas as circunstâncias, o nosso coração em Deus: bem-aventurados os que morrem no Senhor, porque as suas obras os acompanham!

Que bom seria que o mês de Novembro voltasse a ser o que tem sido desde o séc. IX: um tempo de meditação e de pausa, crepuscular, sobre o outono da vida, da qual faz parte a morte e as realidades últimas que nos esperam. Não seria oportuno mobilizar todas as comunidades cristãs para uma pedagogia pastoral do "mês das almas", como tempo oportuno de celebrar a 'comunhão dos santos', também segundo aquela máxima dos antigos de que a meditação sobre a morte – 'memento mori'-, sobre aquelas coisas que se não devem esquecer, é fonte de vida e de sabedoria, daquela que o mundo de hoje tanto precisa?

P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj

Famosos, mediáticos e outros que tais

mao45Vivemos numa sociedade em que se valoriza muito pouco o que de facto tem valor, valorizando-se mais o que é mediático, mesmo que pouco valor tenha.

Hoje a comunicação social tem um poder avassalador, mesmo sobre o poder real, diria mesmo que a comunicação social é o primeiro poder. A comunicação social tem o poder de transformar o mau em bom e o bom em mau. E não é por mero acaso que o poder económico já há muito viu na comunicação social um meio excelente para chegar ao poder político e eliminar a concorrência. Por exemplo, a televisão hoje, em pouquíssimo tempo consegue transformar um desconhecido num ídolo, consegue que uma pessoa normal se transforme numa famosa.

E eu perguntaria como e porquê?!

Só por aparecer no ecrã muitas vezes, dizer meia dúzia de larachas... E já está construída uma pessoa famosa?!
Tenho outros juízos de valor pelos quais me rejo e penso que são os mais corretos e acertados. Entendo por famosa, uma pessoa que, devido à sua idoneidade sempre fez algo pelos outros que ao longo da sua vida a tornaram conhecida no país ou no mundo e a levaram a atingir um estatuto de famosa; ou alguém que pela sua inteligência se destacou do comum dos mortais, esses sim, poder-se-ão considerar famosos.

Hoje, a estrutura cultural da nossa comunicação social é tão baixa que chega a meter dó. Qualquer novo-rico é famoso, ou porque tem um carro de marca cara ou casas com piscina ou roupas extravagantes, etc... Os critérios de fama são hoje banais.

No meu dicionário de língua portuguesa da Porto Editora encontro: - "famoso-adj. Que tem fama; notável; célebre; muito bom; excelente...". Será que os famosos que a comunicação social constrói de um momento para o outro possuem todos estes adjectivos?! Duvido.

Mas porque foirecente, e é uma exceção à regra, é de toda a justiça prestar homenagem ao universal "mito Eusébio". Foi ele que pela sua humildade, simplicidade, bondade, honestidade... granjeou a grande homenagem e gratidão do povo português após a sua morte. Mas foi ele próprio que se tornou e se fez notável, célebre, muito bom...
Quanto ao mediatismo, é uma coisa impressionante, qualquer jogador de futebol dos três clubes principais deste país é uma pessoa mediática, qualquer ator de novelas é uma pessoa mediática, qualquer vigarista envolvido em negócios escuros ou em corrupções é mediático.

Aqueles que com o seu esforço e o seu trabalho constroem o mundo e o fazem mover, esses é que deveriam merecer todas as famas e todos os mediatismos, esses são os eternamente esquecidos.

É o mundo que temos, é o mundo que ajudamos a construir. Um dia havemos de parar para refletir e então iremos aperceber-nos de quão injustos fomos e somos, mas já será tarde, as injustiças já aconteceram. Podemos é dizer basta!

Miguel dos Anjos Simões

 

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