Consagração das Famílias ao Coração de Jesus
Sagrado Coração de Jesus,
Rei e centro dos nossos corações e do nosso lar,
nós Te louvamos porque santificas o nosso amor
e nos ajudas a construir uma família cristã.
Nós somos e queremos continuar a ser teus.
Por isso, nós Te consagramos as nossas vidas,
o nosso amor, as nossas amizades,
o nosso trabalho e tudo o que somos e temos.
Reafirmamos o nosso empenho de fidelidade
ao amor familiar e aos compromissos da nossa fé,
vivendo em paz, na unidade, na alegria,
na santidade, no serviço e no dom de nós mesmos.
Comprometemo-nos a ser uma “Igreja Doméstica”,
onde o teu Coração, símbolo do teu amor,
seja reconhecido, amado, louvado e reparado.
Desejamos, Senhor Jesus, com a tua graça,
ser no meio do mundo e junto das outras famílias
testemunhas vivas do teu Reino
e construtores da civilização do amor.
Acolhe, Senhor Jesus, no teu Coração aberto,
esta nossa consagração, para glória de Deus Pai.
Amen.
Pais Maus?!...

Deus abençoe os "Pais maus!"
Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva um Pai, eu hei-de dizer-lhes:
Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado: “onde vão, com quem vão, e a que horas regressam a casa.”
Eu amei-vos o suficiente para ter insistido que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidade de a comprar de imediato.
Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio, para vos deixar descobrir que o vosso novo amigo não era boa companhia.
Eu amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que “tiraram” da mercearia e dizerem ao dono: “Eu roubei isto ontem e queria pagar”.
Eu amei-vos o suficiente para ter ficado de pé, junto de vós, 2 horas, enquanto limpavam o vosso quarto (tarefa que eu teria realizado em 15 minutos).
Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver a minha fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.
Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO quando eu sabia que me iriam odiar por isso.
Estou contente, venci. Porque afinal, vocês também venceram.
E, qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os Pais, vocês irão dizer-lhes, quando eles vos perguntarem se os vossos Pais eram maus... “que sim, eram maus, eram os Pais piores do mundo!”.
Os outros miúdos comiam doces ao pequeno-almoço, nós tínhamos de comer cereais, ovos, tostas...
Os outros miúdos bebiam Coca-Cola ao almoço e comiam batatas fritas, nós tínhamos de comer sopa, o prato e a fruta. E, não vão acreditar. Os nossos Pais obrigavam-nos a jantar à mesa e a horas, bem diferente dos outros Pais.
Os nossos Pais insistiam em saber onde nós estávamos todas as horas. Era quase uma prisão…
Eles tinham de saber quem eram os nossos amigos, e o que nós fazíamos com eles.
Eles insistiam que lhes disséssemos por quanto tempo íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram as leis de trabalho infantil. Tínhamos de lavar a loiça, fazer as camas, aprender a lavar a roupa, a cozinhar, a aspirar o chão, a esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis... Eu acho que eles nem dormiam a pensar em coisas para nos mandar fazer.
Eles insistiam sempre connosco para lhes dizermos a verdade, e apenas toda a verdade.
Na altura em que éramos adolescentes, eles conseguiam ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!
Os nossos Pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descermos. Tinham de subir, bater à porta, para eles os conhecerem.
Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16…
Por causa dos nossos Pais, nós perdemos imensas experiências da adolescência. Porém, nenhum de nós, alguma vez, esteve envolvido em roubos, actos de vandalismo, violação de propriedade, nem foi preso por algum crime. Foi tudo por causa deles.
Agora que já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor, para sermos “Pais maus”, tal como os nossos Pais foram...
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: Não há suficientes “Pais Maus!”
As 7 tentações dos Jovens
As sete tentações dos Jovens
Quem me avisa, meu amigo é. Sou amigo dos jovens. Por isso os quero pôr de sobreaviso contra o que julgo poder chamar as suas tentações maiores.
Primeira: Desperdiçar o tempo da juventude pelo desaproveitamento das oportunidades únicas de valorização intelectual, moral, social e até física, postas à disposição da generalidade dos jovens de hoje: na família e na escola, na catequese e aula de Religião, nos movimentos de juventude e grupos de reflexão, no desporto e na convivência amiga com outros jovens. Encarar tais oportunidades só pelos falsos critérios do divertimento e do menor esforço é lamentável tentação, de que só tarde demais se vem a dar conta.
Segunda: Entrar no jogo da competição, tudo fazendo por ultrapassar os outros: estudo desalmado, cunhas, lisonja, deslealdades. Quem guarda para si certos trunfos e se alegra com o fracasso dos que vão ficando para trás, cai numa das tentações mais típicas dos nossos dias: a de vencer na vida sem olhar aos meios.

Terceira: Comer, beber, divertir-se, procurar o prazer sem ter em conta o que há de profundamente deseducativo em não disciplinar os apetites e de profundamente injusto para os milhões de seres humanos que passam fome, sede, miséria e sofrimento, por lhes faltar o que sobra aos outros. Esta tentação, igualmente típica da nossa sociedade consumista e hedonista, está a atingir em cheio os jovens dos nossos dias.
Quarta: Reagir com impaciência e chegar mesmo à violência quando as coisas não correm bem, quando se não tem o que apetece, quando se sofre contestação ou afronta Esta tentação contra uma das mais importantes virtudes humanas, que é a paciência, própria dos espíritos fortes, leva às atitudes de rebeldia e aos grupos de pressão, tendentes a tudo querer resolver a ferro e fogo.
Quinta: O culto do sexo, em grande parte fruto duma falsa visão da sexualidade humana, que separa realidades de sua natureza indissociáveis: genitalidade e a afectividade, o amor humano e a família, a relação sexual e a transmissão da vida. Tal tentação afronta a dignidade humana, atenta contra a instituição familiar, esteriliza a sociedade. Radicada no desequilíbrio duma natureza humana decaída, esta tentação avoluma-se hoje com as modas da emancipação e destruição de "tabus", ao serviço, consciente ou inconscientemente, dos empórios comerciais do sexo, da pornografia, da prostituição, dos contraceptivos. Qual o ou a jovem que não a experimenta?
Sexta: A visão egoísta da vida que leva a pensar só ou sobretudo nos próprios interesses, insensível às necessidades dos outros e aos grandes movimentos de solidariedade. Tal tentação, que dá mais valor ao ter que ao ser alimenta a "moral" do mais forte, que tranquiliza a consciência perante os contrastes entre o mundo da riqueza e a da miséria... tal tentação já atingiu a juventude numa das suas mais belas virtudes, a generosidade.
Sétima: Finalmente, mas não menos grave, a tentação da auto-suficiência, do amor próprio, do menosprezo dos outros, até dos próprios pais, considerados menos cultos, menos espertos, menos aptos para as vitórias deste mundo competitivo. É tentação fundamental, subjacente a todas as outras, incapaz de compreender o valor da verdadeira humildade, a virtude sem a qual nada de sólido se pode construir no edifício moral de cada homem e de toda a sociedade.
D. Manuel Falcão, Bispo Emérito de Beja
A Morada do Céu

Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu. O anjo guardião, depois das boas-vindas, levou-o por várias alamedas e foi-lhe mostrando as casas e as moradias do Paraíso.
Passaram por uma linda casa, com belos jardins. O homem perguntou:
– “Quem é que mora aqui?” O anjo respondeu:
– “É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu no ano passado.”
O homem ficou a pensar: “Ena! O Raimundo tem uma casa destas! Aqui deve ser muito bom!...”
Logo a seguir, surgiu outra casa ainda mais bonita.
– “E aqui, quem mora?” – perguntou o homem.
O anjo respondeu:
– “Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira.”
O homem ficou a imaginar que, tendo os seus empregados magníficas residências, a sua morada deveria ser no mínimo um palácio. Estava ansioso por vê-la. Nisto, o anjo parou diante de um barracão construído com tábuas e disse:
– “Esta é a sua casa!”
O homem nem queria acreditar e gritou indignado:
– “Como é possível! Vocês sabem construir coisa muito melhor.”
– “Sabemos – respondeu o anjo – mas nós construímos apenas a casa. O material são vocês mesmos que o seleccionam e no-lo vão enviando lá de baixo. O senhor só enviou isso, o que aí está!...”
Moral da história:
Cada gesto de amor e de partilha é um tijolo com que vamos construindo a eternidade. Tudo se decide por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia.
Madre Teresa de Calcutá deixou-nos escrito este fantástico testemunho: “Só temos aquilo que damos.”
VIII Domingo do Tempo Comum - A
Hoje, a Liturgia dá-nos a oportunidade de contemplar a verdadeira imagem de Deus: é uma mãe carinhosa e um pai providente.
Na primeira Leitura, Deus é comparado a uma mãe carinhosa que jamais se esquece do seu filhinho.
«Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta e não ter compaixão do filho das suas entranhas? Mas ainda que ela se esqueça, Eu não te esquecerei.» (Is 49,14-15)
É a expressão bíblica mais profunda e eloquente da ternura maternal de Deus e do seu amor para com o homem.
Na segunda Leitura, S. Paulo não se perturba com aquilo que possam dele dizer ou pensar. Ele põe toda a confiança em Deus: «Cada um receberá da parte de Deus o louvor que merece.» (1Cor 4,1-5)
No Evangelho, Deus é comparado a um pai providente que cuida de todos os seus filhos, e provê às suas necessidades. Por isso, afirma: "não vos preocupeis com o dia de amanhã". (Mt 6,24-34)
Jesus adverte para o perigo do dinheiro e das vãs preocupações. Os cidadãos do Reino devem optar sempre entre os tesouros passageiros deste mundo e os tesouros do céu; entre Deus e o dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro.» O perigo dele se transformar em senhor paira constantemente sobre todos, ricos e pobres. Por isso, Jesus propõe servir ao Senhor, abandonando-se à Providência amorosa do Pai.
1.ª LEITURA (Is 49, 14-15)
Leitura do Livro do Êxodo
Sião dizia:
«O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim».
Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta
e não ter compaixão do filho das suas entranhas?
Mas ainda que ela se esqueça,
Eu não te esquecerei.
Salmo Responsorial – Salmo 61 (62)
Só em Deus descansa, ó minha alma.
Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
o meu abrigo, o meu refúgio está em Deus.
Povo de Deus, em todo o tempo ponde n’Ele a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações.
2.ª LEITURA (1 Cor 4, 1-5)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Todos nos devemos considerar como servos de Cristo
e administradores dos mistérios de Deus.
Ora o que se requer nos administradores é que sejam fiéis.
Quanto a mim, pouco me importa
ser julgado por vós ou por um tribunal humano;
nem sequer me julgo a mim próprio.
De nada me acusa a consciência,
mas não é por isso que estou justificado:
quem me julga é o Senhor.
Portanto, não façais qualquer juízo antes do tempo,
até que venha o Senhor,
que há-de iluminar o que está oculto nas trevas
e manifestar os desígnios dos corações.
E então cada um receberá da parte de Deus
o louvor que merece.
EVANGELHO (Mt 6, 24-34)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro,
ou se dedicará a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida,
com o que haveis de comer ou de beber,
nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu:
não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros;
o vosso Pai celeste as sustenta.
Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe,
pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário?
Olhai como crescem os lírios do campo:
não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo:
nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada ao forno,
não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo:
‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas.
Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça,
e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã,
porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações.
A cada dia basta o seu cuidado».
Jesus está a promulgar o programa do Reino dos Céus. É o Sermão da Montanha.

O primeiro dever do cristão, como membro da Igreja, é colaborar para o anúncio e instauração do Reino de Deus na História dos Homens. Para isso não pode viver demasiado as preocupações da riqueza, porque perde a disponibilidade de coração e a capacidade de entrega ao Reino; nem as preocupações do alimento ou do vestuário, pois tal ansiedade tira-lhe a paz interior indispensável para experimentar o amor que Deus lhe tem; nem as interrogações do dia de amanhã, pois entretanto perde o dia de hoje – e o Reino constrói-se cada dia. Por isso, Jesus ensinou a pedir apenas o pão de cada dia (Mt 6, 11).
Que fique claro, o Senhor Jesus não recomenda a preguiça nem desvaloriza o trabalho do homem. Apenas quer dizer: se tudo é de Deus e está em Suas mãos, procura primeiro o Seu Reino e a Sua vontade sem dramatismos nem ansiedades e, quanto ao resto,confia n'Ele. Deus cuida dos Seus filhos. Naturalmente, dando-lhes a capacidade para cuidarem de si naquilo que está ao seu alcance realizarem, se for para seu bem.
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Ressonâncias:
– Sou dos que querem servir a dois senhores? De qual dos dois me lembro mais: de Deus, ou do dinheiro (comida, vestuário, etc.)? A qual dos dois dedico eu mais tempo e energias?
– Encaro com ansiedade o problema do comer, do vestir, do dia de amanhã? Porquê? Essa ansiedade tem prejudicado a minha entrega ao serviço do Reino? Tem-me tirado a alegria de viver?
– Esforço-me por fazer tudo o que depende de mim e confio mais em Deus quanto ao resto que não depende de mim?
Meu Pai,
em ti me abandono.
Faz de mim o que te agradar.
Tudo o que fizeres de mim,
eu to agradeço.
Estou disposto a tudo,
aceito tudo.
Contanto que a tua vontade se cumpra em mim
e em todas as tuas criaturas,
não desejo mais nada, meu Deus.
Nas tuas mãos deponho a minha alma.
Dou-ta, meu Deus,
com todo o amor do meu coração,
porque te amo
e é para mim uma necessidade de amor
o dar-me
e o colocar-me nas tuas mãos sem condições,
porque tu és o meu Pai.
Beato Carlos de Foucauld