Pastoral Vocacional
A palavra vocação vem do latim vocare que significa chamamento. Todos nós somos chamados, de uma forma ou de outra à fazer algo. Antigamente este termo significava qualquer espécie de aptidão. Por exemplo: aptidão para a medicina, ensino, música, artes, etc.. Depois, ele foi adquirindo um significado mais preciso passando a designar o "chamamento de Deus".
Vocação sempre indica sempre chamamento. E quem chama deseja sempre uma resposta da pessoa que é chamada.
Deus não age de forma diferente. Só que, ao chamar, Deus, antes de pedir Ele dá. Deus ao chamar o homem dá-lhe a vida, a existência e, com a vida, dá-lhe também a liberdade. Porém, Deus torna a chamá-lo, porque há muitas coisas que Deus deseja fazer no mundo através de cada um de nós. Poré, Ele não quer agir sozinho; por isso, quando Deus chama uma pessoa, é para pedir-lhe alguma coisa, confiar-lhe uma missão. O chamamento de Deus é sempre um desafio para quem o recebe.
– Ao sermos chamados à vida, comprometemo-nos em cumprir uma determinada missão que o mundo seja melhor.
– Ao sermos chamados à fé, pelo baptismo, comprometemo-nos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e a colaborar com os homens na busca da verdade e do bem, vivendo como irmãos.
– Ao sermos chamados a qualquer estado de vida (matrimonial, sacerdotal, religiosa ou missionária), assumimos um compromisso específico com a comunidade humana, de ajudá-la a encontrar a felicidade.
Para que isso aconteça é indispensável que cada um faça desabrochar e fortificar a vocação que está em seu interior (Mt 25,14-30).
As capacidades e dons que temos devem estar voltados para as necessidades dos outros. Quanto mais o homem está voltado para o outro, mais realizado e feliz ele será. O verdadeiro amor é o que busca a felicidade do outro e não a própria.
Podemos assim dizer que a vocação é a oferta divina que exige uma resposta e um compromisso com Deus. Nesta definição percebemos três aspectos: oferta (chamamento) de Deus; resposta do homem; compromisso com Deus e com o irmão.
A resposta do homem deve ser constantemente reassumida. É no dia-a-dia que se deve ir fazendo caminho e assumindo os riscos do nosso SIM.
Vocação é descoberta do próprio ser pessoal. Todo homem é chamado a aperfeiçoar a bondade que existe, em gérmen no seu interior, a descobrir a sua vocação, a construir um mundo fraterno onde haja "sol" para todos, vida para todos.
A vida não é feita só de momentos claros, nos quais se percebe perfeitamente a vontade de Deus. Muitas vezes é necessário seguir por caminhos escuros e até incomuns. Muitos devem lutar duramente para seguir sua vocação. "A Palavra de Deus não dispensa ninguém de pensar, de tatear, de buscar, de tomar decisões".
Vocação é convite pessoal que Deus dirige a cada um. Cada ser humano tem algo de pessoal, e uma maneira pessoal de realizá-lo. Ao descobrir a sua vocação, o homem vai-se descobrindo a si mesmo. Daí a necessidade de permanecer atento, para compreender o que é que Deus quer de nós.
– Pessoalmente e pelo nome;
– Pelos valores que nos atraem;

– Pela comunidade;
– Pelas necessidades do mundo e da Igreja;
– Através de mediadores directos.
A Vocação tem como finalidade a plena realização da pessoa humana; é um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem; é um dom, é uma graça, é uma eleição cuidadosa, apontando para construção do Reino de Deus; é um chamamento para fazer algo, para cumprir uma missão.
Toda pessoa é vocacionada, pois ela é eleita por Deus a ser feliz e a tornar os outros felizes.
Catequese de Adultos

Ao ver Jesus que passava, [João] disse:
«Eis o Cordeiro de Deus.»
Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam,
perguntou-lhes: «Que procurais?»
Eles disseram-lhe:
«Rabi – que quer dizer Mestre – onde moras?».
Ele respondeu-lhes: «Vinde e vede.»
Então, eles foram e viram onde Ele morava,
e permaneceram com Ele nesse dia.
(Jo 1, 38-39)
Já alguma vez pensaste, ou conheces alguém que tenha partilhado contigo estas afirmações:
– A catequese que tive em criança já lá vai!
– Gostava de conhecer melhor Jesus...
– Gostava de aprender a rezar...
– Gostava de preparar-me para a Primeira Comunhão, mas agora nesta idade...
– Gostava de ser Baptizado. Será que ainda me aceitam?
– Gostava de fazer o Crisma…
– Os meus pais acharam que eu devia decidir quando fosse grande...
– Como devo fazer agora? Já não tenho idade...
Gostavas de conversar com outras pessoas estas coisas da fé...
As nossas reuniões são semanais: 5ª Feira, às 21h00.
Contacta a Secretaria da Igreja: 214 254 100
Objectivos Específicos da Catequese de Adultos:
– Anunciar a salvação, iluminando dificuldades e pontos obscuros;
– Propor a fé na sua integridade, segundo a compreensão da Igreja;
– Iniciar na oração e na leitura crente da Sagrada Escritura;
– Promover o amadurecimento da vida no Espírito do Ressuscitado;
– Discernir os valores e atitudes convenientes pela avaliação das transformações sócio-culturais;
– Esclarecer as actuais questões religiosas e morais;
– Clarificar a distinção e interacção entre a acção temporal e eclesial;
– Desenvolver os fundamentos racionais da fé, através de uma pastoral da cultura cristã, evitando o integrismo e subjectivismo;
– Preparar para a aceitação de responsabilidades na missão da Igreja;
– Formar em ordem ao testemunho na sociedade.
(Cf. Directório Geral da Catequese, 175)
VII Domingo do Tempo Comum - A

A liturgia deste sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o “caminho cristão” é um caminho nunca acabado, que exige de cada um de nós um compromisso sério e radical - feito de gestos concretos de amor e de partilha - com a dinâmica do “Reino”. Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem.
A primeira leitura apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige de nós o ser santo... E isto passa fundamentalmente pelo amor ao próximo.
No Evangelho, no contexto do “sermão da montanha”, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade. Convida-nos que aceitemos inverter a lógica da violência e do ódio – pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte – e pede-nos, um amor que não marginaliza nem discrimina ninguém – nem mesmo os inimigos. É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e a todos nós – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela. Para que isso aconteça, devemos renunciar à “sabedoria do mundo” e optarmos pela “sabedoria de Deus”, que é dom da vida, amor gratuito e total.
1.ª LEITURA (Lv 19, 1-2.17-18)
Leitura do Livro do Levítico
O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes:
‘Sede santos,
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos,
mas corrigirás o teu próximo,
para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás,
nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo.
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor».
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 102 (103)
Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Como Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor Se compadece dos que O temem.
2.ª LEITURA (1 Cor 3, 16-23)
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Não sabeis que sois templo de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá.
Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões.
Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo,
faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus,
como está escrito:
«Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda:
«O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens.
Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro,
o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras.
Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.
EVANGELHO (Mt 5, 38-48)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Ouvistes que foi dito aos antigos:
‘Olho por olho e dente por dente’.
Eu, porém, digo-vos:
Não resistais ao homem mau.
Mas se alguém te bater na face direita,
oferece-lhe também a esquerda.
Se alguém quiser levar-te ao tribunal,
para ficar com a tua túnica,
deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha,
acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir
e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito:
‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos:
Amai os vossos inimigos
e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus;
pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus
e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos,
que fazeis de extraordinário?
Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos,
como o vosso Pai celeste é perfeito».
Ressonâncias...
1. Também eu sou chamado a dar testemunho da vida de Deus diante dos meus irmãos e a ser um sinal vivo de Deus, do seu amor, da sua perfeição, da sua santidade, no meio do mundo.
– Aceito esse desafio e estou disposto a corresponder-lhe?
2. A dinâmica do “Reino” implica, não o cumprimento de ritos ou de leis, mas uma atitude nova, que resulta de um compromisso interior com Deus verdadeiramente assumido, e manifestado em atitudes concretas. Exige a superação de uma religião feita de leis, de gestos externos e o viver em comunhão com Deus, de tal forma que a vida de Deus encha o coração do crente e transborde em gestos de amor para com os irmãos.
– O que é que define a minha atitude religiosa: o cumprimento dos ritos, a letra da lei, ou a comunhão com Deus que enche o meu coração de vida nova e que depois se expressa em atitudes de amor radical para com os irmãos?
3. Jesus pede a superação de uma lógica de vingança, de responder na mesma moeda, e o assumir uma atitude de não resposta às provocações, que inverta a espiral de violência e inaugurando um novo espírito nas relações entre os homens. Não é esta a lógica do mundo.
– Como é que eu vejo a questão da violência, do terrorismo, da guerra? O que é que é mais interpelador e transformador: a violência das armas, ou a violência desarmada do amor?
4. Jesus pede-nos o amor a todos, inclusive aos inimigos, subvertendo assim a lógica do mundo.
– Como é que eu me situo face a isto? A minha atitude é a de quem não exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo aqueles que assumem atitudes opostas a tudo em que eu acredito?
A Eucaristia que hoje celebramos é de facto um convite ao perdão
e à comunhão com Deus e com os irmãos.
Bom Domingo e boa semana!
Pe. Alexandre Santos