Pai, não me dês tudo o que te peço
– Não me dês tudo o que te peço.
Às vezes os meus pedidos querem apenas ser um teste,
para ver o quanto posso pedir.
– Não grites comigo
Eu respeito-te menos, quando o fazes
e ensinas-me a gritar também, e eu não quero fazer isso.
– Cumpre as promessas que fazes, boas ou más.
Se me prometes um prémio, deves concedê-lo;
assim como um castigo.
– Não me compares a ninguém.
Se me colocas acima deles, alguém vai sofrer;
se me colocas abaixo, eu é que sofro.
– Deixa que eu faça, acertando ou errando…
Se fazes tudo por mim, serei um eterno dependente.
– Nunca pregues uma mentira, nem me peças que eu o faça.
Isso criará em mim um mal-estar e me fará
perder a confiança em tudo o que afirmas.
– Quando te enganas em alguma coisa, admite-o francamente.
Isso não te diminuirá aos meus olhos, pelo contrário,
te fará crescer e eu aprenderei a assumir as minhas faltas.
– Nunca me ordenes fazer uma coisa
quando tu mesmo não a fazes.
Eu aprendo a fazer apenas aquilo que tu fazes
e não aquilo que tu dizes.
Obrigado, meu Pai!
PAI…
Pai, é linguagem de criança.
Pai, é palavra de filho.
Pai, paizinho, papá!
Meu pai, nosso pai,
O pai dos outros, os pais de todos!
PAI NOSSO, que estás nos céus!
O pai está no meu coração.
Os pais estão em todos os corações!
Porque todos os corações têm pai.
Todos os pais do mundo;
Os pais dos pais, sempre pais.
Pais de muitas gerações, de todas.
Todos os filhos têm seus pais nos corações!
PAI NOSSO, ABENÇOA OS NOSSOS PAIS.
Bênção, pai, todos os dias!
PAI DO CÉU, abençoa o meu bom pai.
O pai dos outros, também;
Hoje e sempre. Amém!
Palavra do PAI:
“Este é meu Filho muito amado. Escutai o que Ele diz”! (Mt 17,7)
Amén, de coração, Pai do céu!
Escolhe e lança à terra boas sementes
O resfriado acontece
quando o corpo não sabe chorar.
A dor de garganta inflama
quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde
quando as raivas não conseguem sair.
A diabetes invade
quando a solidão dói.
O corpo engorda
quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime
quando as duvidas aumentam.
O coração desiste
quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece
quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram
quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta
quando o orgulho escraviza
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe
quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam
quando a nossa infantilidade tiraniza.
A febre escalda
quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Não ignores!
A sementeira é livre, a colheita, obrigatória...
Presta atenção àquilo que estás esta a semear, pois a colheita será fruto daquilo que semeaste!
Cuida bem de ti! A saúde e tua vida dependem das tuas escolhas!
Escolhe ser feliz! Lança à terra boas sementes!
«Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.» (Mário Quintana)
Perdão, Senhor!
Perdão, Senhor!
Embora bem intencionado, nem sempre acertei...
Eu queria ser flor, e fui espinho;
queria ser um sorriso, e fui mágoa;
queria ser luz, e fui trevas;
queria ser estrela, e fui eclipse;
queria ser contentamento, e fui tristeza;
queria ser amigo, e fui adversário;
queria ser força, e fui fraqueza;
queria ser o amanhã, e fui o ontem;
queria ser paz, e fui guerra;
queria ser vida, e fui morte;
queria ser sol, e fui escuridão;
queria ser a calma, e fui o tumulto;
queria ser sobrenatural, e fui terreno;
queria ser lenitivo, e fui flagelo;
queria ser AMOR, e fui decepção
Recebe Senhor, em tuas mãos de misericórdia
e de perdão infinito, o gosto amargo
e contrito desta minha oração.
(Roque Schneider)
Oração: falar e ouvir
Aprende-se a rezar, rezando. Não há regra, para os cristãos, de quantas vezes ao dia devem fazer oração. O Evangelho fala-nos da «obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). «É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação, dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo Nosso Senhor» – ouvimos no Prefácio de todas as celebrações da Eucaristia. Dar graças é uma das formas mais nobres de oração, talvez demasiado esquecida e pouco praticada. Certo é que devemos rezar todos os dias. Sirva-nos de estímulo e de critério o exemplo de Jesus e a oração do Pai-Nosso, que Ele nos ensinou.
Mais que o «quanto tempo», importa o modo como se reza. Importa que a oração seja fonte e raiz para uma relação minha mais profunda, mais viva, mais constante, com Jesus. É preciso que nos habituemos a ela, até que se torne imprescindível no nosso quotidiano. Custa a começar, mas sentimos que faz bem. É um exercício que exige esforço, mas vale a pena, porque dá frutos.
Rezar é falar com Deus. Podemos dizer-Lhe tudo, queixar-nos, protestar, insistir. Mas aprendamos também a aguardar resposta. À medida que se vai progredindo na oração, cada vez mais esta passa a consistir mais em ouvir do que em falar. Reflictamos, diante de Deus, em quanto Lhe devemos, em quanto recebemos de graça, porque Ele pensou/pensa em mim, porque é meu amigo e me ama. Ouvi-Lo, também significa recorrer mais e mais às palavras e mensagens do Evangelho, em que aprendemos a chamar a Deus nosso Pai: um Pai misericordioso, presente, atento, carinhoso. Falar com Ele e escutá-Lo, serena a nossa alma, acalma as nossas iras e impaciências, torna-nos compreensivos e disponíveis.
Se rezamos todos os dias, Deus ouve-nos; nós sentimos os efeitos da oração; os outros dar-se-ão conta de que rezar é indispensável e modifica as pessoas, para bem dos que rezam e de quem convive com elas.
Margarida Fonseca
Rasgai os vosos corações
Rasgai os vossos corações, e não os vossos vestidos, como era usual fazerem os judeus em sinal de penitência ou de reprovação perante qualquer mal, sobretudo a blasfémia, é o convite contínuo do profeta durante a Quaresma.
Rasgai os vossos corações, é a interpelação que nos chega hoje aos ouvidos, ao nosso interior, pois continuamos homens e mulheres de coração duro, rancoroso, vingativo, impaciente, injusto, cheio de iniquidade.
Rasgai os vossos corações, é apelo veemente perante a fome de milhões de seres humanos, perante as actuais guerras e a ameaça de outras, perante o ódio que gera morte, que ceifa vidas humanas.
Rasgai os vossos corações, é convite a que deixemos que o amor de Deus encha, por dentro, o nosso ser, para que tenhamos obras de misericórdia, de bondade, de caridade cada vez mais perfeita e mais evangélica.
Rasgai os vossos corações, é toque de trombeta para nos fazer estar alerta sobre o nosso egoísmo e comodismo, nossos apegos desordenados, nossas sensualidades desenfreadas, nossos comportamentos consumistas.
Rasgai os vossos corações, é o convite feito aos esposos, aos pais e aos filhos, para que a família seja verdadeiro «lar», verdadeira igreja doméstica, onde a paz, a unidade, a concórdia, o mútuo amor tenham cada vez maior lugar.
Rasgai os vossos corações, é apelo a nos revestirmos da misericórdia do Bom Pastor, da solicitude do Bom Samaritano, da caridade que vai até ao extremo, ao dom da vida, na alegria de fazer os outros mais felizes.
Rasgai os vossos corações, para terdes um coração à semelhança de Jesus Cristo, Coração rasgado e aberto, para a todos acolher com amizade e carinho, com delicadeza e atenção, com renovada e sempre actual misericórdia.
Rasgai os vossos corações, acolhei em vós todos os homens e mulheres, de todas as cores, raças, credos políticos ou religiosos, com um coração cada vez mais universal, sem deixar ninguém excluído do vosso amor.
Rasgai os vossos corações...
(Dário Pedroso)