As Bem-Aventuranças
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os que repartem os bens
com alegria e generosidade;
Bem-aventurados os que conservam liberdade interior
perante o dinheiro e a riqueza;
Bem-aventurados os que reconhecem
e aceitam as próprias limitações e fraquezas.
Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que sabem ser
ponte de concórdia e de união;
Bem-aventurados os que à ofensa
respondem com o perdão;
Bem-aventurados todos aqueles
cuja única arma é o Amor.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os que são sensíveis à dor
e ao sofrimento dos outros;
Bem-aventurados os que vivem solidários
com os oprimidos e explorados;
Bem-aventurados os que gastam a vida
servindo os pobres e marginalizados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os que lutam
por um mundo mais humano e mais fraterno;
Bem-aventurados os que fazem do poder
serviço desinteressado à comunidade;
Bem-aventurados os que entregam a vida
para serem voz da gente sem voz.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os que odeiam o pecado,
mas amam o pecador;
Bem-aventurados os que compreendem as
quedas e os fracassos dos outros;
Bem-aventurados os que se dão,
sem esperar qualquer recompensa.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os simples
que agem sem segundas intenções;
Bem-aventurados os que não exploram o sexo,
nem banalizam o amor;
Bem-aventurados os que não pactuam
com a desonestidade e a mentira.
Bem-aventurados os construtores da paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que constroem a paz,
promovendo a justiça e a liberdade;
Bem-aventurados os que constroem a paz,
pelos caminhos da verdade e do amor;
Bem-aventurados os que constroem a paz
à luz da Boa Nova de Jesus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa justiça,
porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os perseguidos
porque incomodam os grandes e os poderosos;
Bem-aventurados os perseguidos
por falarem de Jesus de Nazaré;
Bem-aventurados os perseguidos
por amarem sem medida os seus irmãos.
Oração do Apóstolo
Senhor, fazei que eu ande!
Libertai as minhas pernas da preguiça,
afastai do meu corpo a vontade de acomodar-se.
Desatai o meu coração das amarras
que o prendem às coisas sem importância.
Soltai o meu espírito da desgraça do egoísmo e da indiferença.
Fazei com que eu me disponha a ir ao encontro da humanidade
que ainda não encontrou o rumo da salvação.
Senhor, que eu não adormeça
no meu barco ancorado num mar de tranquilidade,
que eu não fique acomodado numa “dolce vita” de cristão
convencido de possuir o “passaporte” para o reino dos céus;
mas que eu sinta, como o apóstolo Paulo,
o desejo de dar e a grande inquietação missionária:
“Ai de mim se não evangelizar”.
Senhor, que eu vá ao encontro daquele que sofre,
daquele a quem ainda ninguém estendeu a mão;
ao encontro daquele que chora,
porque ainda ninguém o amou;
ao encontro daquele que caminha nas trevas,
porque ninguém lhe mostrou o caminho da luz.
Senhor, que eu seja capaz da gratuidade
de uma fatia de pão e um copo de água:
o pão do calor humano e a água da vida.
Que em vez de maldizer,
eu seja capaz de acenar para uma luz que conduz ao bem comum.
Que eu seja capaz de ser a esperança
que desperte a fé e encaminhe as pessoas para o amor.
Senhor, que eu ande sempre,
mas não me deixes partir sozinho e de mãos vazias.
Fazei que eu leve comigo o suave peso da vossa presença.
Dai-me, todos os dias,
a vontade de ser alguém ao serviço do vosso amor.
Fala-me de Deus
Disse à amendoeira: Fala-me de Deus! E a amendoeira floriu.
Disse ao pobre: Fala-me de Deus! E o pobre ofereceu-me o seu manto.
Disse ao sonho: Fala-me de Deus! E o sonho tornou-se realidade.
Disse à família: Fala-me de Deus! E abriu-se a porta.
Disse a um menino: Fala-me de Deus!
E o menino sentou-se no meu colo.
Disse a um camponês: Fala-me de Deus!
E o camponês ensinou-me a lavrar.
Disse à natureza: Fala-me de Deus!
E a natureza vestiu-se de Primavera.
Disse ao amigo: Fala-me de Deus!
E o amigo ensinou-me a amar.
Disse a uma criança: Fala-me de Deus! E a criança sorriu.
Disse ao rouxinol: Fala-me de Deus! E o rouxinol pôs-se a cantar.
Disse a um guerreiro: Fala-me de Deus! E o guerreiro depôs as armas.
Disse à dor: Fala-me de Deus! E a dor tornou-se em agradecimento.
Disse à fonte: Fala-me de Deus! E a fonte deu-me água fresca.
Disse à minha mãe: Fala-me de Deus! E minha mãe beijou-me o rosto.
Disse a mão: Fala-me de Deus! E a mão converteu-se em serviço.
Disse ao inimigo: Fala-me de Deus! E o inimigo estendeu-me a mão.
Disse à voz: Fala-me de Deus! E a voz não encontrou palavras.
Disse a Jesus: Fala-me de Deus! E Jesus rezou o Pai-Nosso.
Disse ao Sol poente: Fala-me de Deus!
E o Sol escondeu-se sem me dizer nada.
Mas no dia seguinte, ao amanhecer, quando abri a janela,
o Sol despertou-me a sorrir.
Quem é bom
Quem é bom, suporta a ofensa;
quem ama, esquece-a.
Quem é bom, compadece-se;
quem ama, ajuda.
Quem é bom, faz o que pode;
quem ama, pode o que parece impossível.
Quem é bom, revela os erros;
quem ama, não deixa errar.
Quem é bom, ajuda quando está perto;
quem ama, está sempre perto para ajudar.
Quem é bom, atende as necessidades;
quem ama, tem necessidade de atender.
Quem é bom, não faz mal a ninguém;
quem ama, faz o bem a quem faz mal.
Quem é bom, vê as condições para dar;
quem ama, dá sem condições.
Quem é bom, é como Deus o fez;
quem ama, faz como Deus quer.
Quem é bom, às vezes se cansa;
quem ama, nunca descansa.
Quem é bom, vê o homem que pede;
quem ama, vê no homem Deus que pede.
Quem é bom, também ama;
quem ama, é sempre bom.
Ensina-me a rezar
Quando eu estiver só, perdido no meio da multidão,
que eu diga: Pai Nosso que estais no céu.
Quando tudo for negro à minha volta, nos momentos de desânimo
e incerteza, que eu diga: Santificado seja o vosso nome.
Quando me sentir ultrajado e humilhado, quando for perseguido
e destronado, que eu diga: Venha a nós o vosso reino.
Quando for tocado pelo orgulho
e me fizer mais do que aquilo que sou, que eu diga:
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
Quando atravessar o deserto estéril,
quando desfalecer sem razões de viver,
que eu diga: O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Quando me sentir ofendido e injustamente maltratado,
quando a ira me invadir e o ódio me vencer,
que eu diga: Perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Quando fizer do prazer um direito e do ódio uma desculpa,
que eu diga:
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.