Eis o Coração

Eis o Coração... foi a maneira como Jesus se dirigiu aos homens para «suplicar» mais amor, mais companhia, mais amizade, mais tempo, mais oração, mais reparação, mais intensidade de resposta ao seu amor louco e apaixonado por nós.
Eis o Coração... foi a maneira que Jesus usou para nos dizer quanto nos ama, quanto faz por nós, quanto bem nos quer, quanto nos compreende, perdoa, acolhe, aceita, quanto deseja que tenhamos confiança n'Ele, o Salvador e Redentor.
Eis o Coração... foi o modo de colocar diante de nós o símbolo extraordinário do amor, um Coração sempre a jorrar torrentes de graça e de misericórdia, um Coração que é «bica a correr», manancial divino de graça e de santidade.
Eis o Coração... é convite a que aprendamos a ter um coração como o d'Ele, sempre aberto e rasgado, para amarmos como Ele amou, à sua semelhança, se necessário até à morte, ao dom da vida, como prova de amor.
Eis o Coração... é apelo constante a olharmos para Ele, a contemplar o Coração trespassado, meditando as divinas loucuras do seu amor infinito, não tirando os olhos da nossa alma do Coração d'Aquele que nos ama sem cessar.
Eis o Coração... é a palavra sedutora para nos conquistar o nosso coração, para nos seduzir por dentro a uma intimidade cada vez mais intensa, a uma comunhão cada vez maior, a uma troca de corações, de vidas, de amores.
Eis o Coração... é o modo de colocar diante de nós o Coração que, no Evangelho, se revelou Bom Pastor e Bom Samaritano, Vítima de amor até ao holocausto mais puro, Cordeiro imolado para remir e salvar.
Eis o Coração... que mendiga o nosso amor e o nosso próprio coração.
Maria, Mãe dos viventes
Ó Maria, 
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
a vós confiamo-vos a causa da vida:
olhai, Mãe, para o número
sem fim de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles
que crêem no vosso Filho
saibam anunciar aos homens do nosso tempo,
com desassombro e amor, o Evangelho da vida.
Alcançai-lhes a graça de o acolher
como um dom sempre novo,
a alegria de o celebrar com gratidão
em toda a sua existência e a coragem
para o testemunhar com solícita constância,
para construírem,
juntamente com todos os homens de boa vontade,
a civilização da verdade e do amor,
para maior louvor e glória
de Deus criador e amante da vida.
Amen.
(Encíclica Evangelho da Vida, 25-03-1995, n.º 105)
À Virgem Santa Maria

Ó Maria, peregrina de bondade,
Vós caminhastes ao lado de Jesus
e fostes, em felicidade plena,
Mãe e serva do projecto de Deus.
A Vós confiamos a nossa vida
com a confiança serena
que aproxima cada filho
dos braços de sua Mãe.
Vigiai, ó Maria,
pelo crescimento de Cristo em nós
e nas nossas famílias:
cada uma das nossas casas
seja uma Casa Santa
e cada uma das nossas famílias
seja uma Família Santa,
habitada pela paz e pelo amor.
O «sim» pelo qual Vos tornastes
Mãe de Deus
e de todos os filhos de Deus,
ressoe em cada um de nós.
Ensinai-nos em cada dia
o vosso «sim», ó Maria,
para amar o Céu, vivendo sobre a terra,
para estar no mundo sem lhe pertencer,
para viver operosos e serenos
na esperança de chegar a casa convosco.
Amen.
Estádio do Jamor, 24-06-2012
Meu Senhor, minha única esperança
Meu Senhor,
minha única esperança,
faz que, cansado, eu não cesse de Te buscar,
mas procure o Teu rosto sempre com ardor.
Dá-me força para Te procurar.
Tu que te sabes fazer encontrar,
e me deste a esperança
de Te encontrar sempre.
Diante de Ti está a minha força
e a minha debilidade:
conserva aquela, cura esta.
Diante de Ti está a minha ciência
e a minha ignorância;
onde me abri, acolhe o meu entrar;
onde me fechei, abre-me quando bater.
Faz que me lembre sempre de Ti,
que Te escute, que Te ame! Amen
Falecidos, não mortos
Celebramos no dia 2 de Novembro a memória dos Fiéis Defuntos, dos nossos falecidos, daqueles que estiveram connosco e hoje estão na eternidade, os "finados", aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. Portanto, não estão mortos, estão vivos, mais até do que nós, na vida que não tem fim, "vitam venturi saeculi". Sua vida não foi tirada, mas transformada. Por isso, o povo costuma dizer dos falecidos: "passou desta para a melhor!" Olhemos, portanto, a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero pensando que tudo acabou. Uma nova vida começou eternamente.
Os pagãos chamavam o local onde colocavam os seus defuntos de necrópole, cidade dos mortos. Os cristãos inventaram outro nome, mais cheio de esperança, "cemitério", lugar dos que dormem. É assim que rezamos por eles na liturgia: "Rezemos por aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem no sono da paz".
Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: "Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal. Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade. A estes não fará mal a segunda morte". "É morrendo que se vive para a vida eterna!". Santo Agostinho nos advertia, perguntando: "Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?"
Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha o Apóstolo São Paulo: "Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos" (Gl 6, 10). "Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo" (Fil 1, 21.23). "Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa" (1Cor 7, 29-31).
Diz o célebre livro A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos: "Que prudente e ditoso é aquele que se esforça por ser tal na vida qual deseja que a morte o encontre!... Não confies em amigos e parentes, nem deixes para mais tarde o negócio de tua salvação; porque, mais depressa do que pensas se esquecerão de ti os homens. Melhor é fazeres oportunamente provisão de boas obras e enviá-las adiante de ti, do que esperar pelo socorro dos outros" (Imit. I, XXIII). O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.
Três coisas pedimos com a Igreja para os nossos falecidos: o descanso, a luz e a paz. Descanso é o prémio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu, oposto ao reino das trevas que é o inferno. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que todos os que nos precederam descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém








