PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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O Ano da Fé

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«Assim é pela fé em Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com toda a confiança [...], para que se fortifique em nós o homem interior e Cristo habite pela fé em nossos corações» (Ef 3, 12.16-17). É pela fé, como nos diz S. Paulo, que isto se pode realizar; na verdade, só a fé nos permite acolher Cristo em nossos corações!

O Papa Bento XVI, na sua Carta Apostólica "A Porta da Fé", ajuda-nos a compreender este dom quando diz: «A Fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos.» (A Porta da Fé, n.º 7)

Por isso, acreditar em Deus Pai, Filho e Espírito Santo é um dom concedido pelo próprio Deus a cada pessoa. Ter fé em Deus é:

– entregar-lhe tudo, porque somente n'Ele podemos confiar;

– viver o dia-a-dia na certeza que temos um Deus que nos ama, que cuida de nós, que pensa em nós, que se preocupa connosco e que se fez um de nós;

– ter confiança em Deus que Se revela para nós através de Seu Filho Jesus Cristo, isto permite-nos estar com Ele e n'Ele e este é o verdadeiro dom maior;

– ter a certeza que Jesus está em mim e eu n'Ele;

– pedir algo e logo de seguida saber agradecer, como se já tivéssemos obtido aquilo que lhe pedimos.

Na medida em que acreditamos, a fé cresce e revigora-se. Não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonarmo-nos nas mãos de Deus, que nos faz experimentar o Seu amor e a Sua ternura.

Ter fé é dizer todos os dias: Obrigado Senhor, porque confias em mim!

Oração para o Ano da Fé

Senhor, nosso Pai, nós Vos pedimos,anofe

concedei a todos os Vossos filhos
o dom de acolher a graça da fé num coração renovado,
para que saibam reconhecer em Vós o único Deus
e Aquele que Vós enviastes: Jesus Cristo.

Fazei com que se deixem guiar
pelo vosso Espírito Santo ao longo de todo este ano,
de modo a avançarem no caminho da fé
com um coração alegre
e a serem para os seus irmãos e irmãs
testemunhas do Vosso amor,
atraindo para Vós novos filhos.

Por Cristo Nosso Senhor.
Amen!

Em Dia de Reis

Mag037Obrigado, Senhor Jesus, porque vieste também para nós!

Obrigado porque nos arrancaste do poder das trevas
e nos fizeste encontrar o Deus vivo e verdadeiro!

Hoje, também nós vemos a luz
e somos convidados a seguir a estrela do Menino;

Hoje, também nós somos convidados a adorá-l'O,
presenteando-O com os nossos melhores dons:
– o ouro das nossas boas obras,
– a mirra do nosso coração,
– o incenso do nosso amor!

Para compreender esta festa da Epifania:
– É preciso pés novos,
para partir em demanda de outros horizontes,
abandonando as nossas rotinas e comodidade.

– É preciso olhos novos,
para descobrir, na terra e nos céus, as estrelas e os sinais
que nos guiam no encontro com o Deus na história.

– É preciso um coração novo,
para se encantar com o Deus-Menino,
e prostrar-se diante d'Ele em humilde adoração,
perante a rejeição dos senhores do Tempo e do Templo
e a indiferença dos "sábios" da corte.

– É necessário mãos novas,
que se abram em partilha e gratidão,
com presentes generosos e solidários...

– É preciso uma vontade nova,
que impele ao regresso do nosso interior
e ao coração dos irmãos por outro caminho:
o caminho da Fraternidade e da Paz, do Perdão e da Festa.

O silêncio, o grito e o canto

No mar vivem os peixes – e são mudos;gandhi21
os animais, na terra, gritam;
mas os pássaros, cujo espaço vital é o céu, cantam.

O homem, porém, participa de todos três:
tem em si a profundidade do mar,
o peso da terra
e a altitude do céu.

Por isso,
lhe pertencem também todas as três qualidades:
o silêncio, o grito e o canto.

Mahatma Gandhi

Quando (não) comer é uma oração

Na Quarta-feira [de Cinzas], os católicos começam um tempo de exercícios espirituais a que chamam Quaresma. Começam-no de uma forma, no mínimo, curiosa: com um dia de jejum (que voltam a replicar na Sexta-Feira Santa).

Ora, um dado muito objetivo é a urgência de as comunidades católicas reencontrarem o sentido desta prática. Hoje é patente a necessidade de ressignificar espiritualmente o jejum, e de fazê-lo numa linguagem compreensível, mas sem dispensá-lo. Só um cristianismo insípido pode liquidar o jejum como irrelevante ou achar que pode fazer equivaler a privação do alimento à privação de qualquer bem ou gasto supérfluo.

O que está em causa no jejum é a possibilidade de nos interrogarmos sobre algo mais fundo: aquilo que nos serve de alimento e a voracidade sonâmbula com que vivemos. Pois, como lembrava José Augusto Mourão, «há em nós um desejo de ser ou de viver que nenhum alimento do mundo pode saciar. O que é desejado em nós não são tanto os objetos de que parecia termos necessidade mas aquilo que subjaz ao fundo de que vivemos, o dom da vida».

É com isso precisamente que o jejum dialoga. Nos seus traços bíblicos e cristãos, o jejum não é uma simples desintoxicação da bulimia em que estamos mergulhados, mas um modo, ao mesmo tempo simbólico e real, de exprimir que o verdadeiro alimento da nossa vida é outro, está noutra parte. Desta forma, somos chamados a tomar o jejum como lugar de um reencontro espiritual autêntico — e isto através de uma aprendizagem da conversão. É na medida em que o crente aprofunda o amor indefetível de Deus que poderá aceitar o risco e a exigência de um compromisso assim vital.

Na sua simbólica política (que evidentemente tem, não o esqueçamos), o jejum é também uma contestação declarada a uma cultura que identifica no consumo a sua promessa de felicidade e que promove essa procura no modo egocêntrico mais básico. O jejum é um posicionamento face aos tráficos de desejo que cada um traz alojados dentro de si. A vida cristã é uma economia de resistência e de combate. O jejum deve tornar-se um compromisso ativo em vista de uma transformação das estruturas opressivas de um mundo que, por exemplo, na sua organização atual patrocina o desfrutamento devorante das fontes do planeta.

O jejum, porém, só encontra a sua legibilidade quando nos reaproxima dos outros, recolocando-nos a operar num horizonte comunitário e relançando as nossas competências relacionais. É na medida em que o crente solidamente ancora a sua prática na relação que poderá aceder verdadeiramente à significação do jejum: renúncia à atitude solipsista das várias tipologias de consumo em vista da sobriedade, da condivisão, da solidariedade e do dom.

O jejum tem de inspirar uma nova qualidade e um novo estilo de relação, afastando-nos quer das práticas predatórias e suas quotidianas insinuações, quer da indiferença determinada pela busca obsidiante do proveito próprio. Lembra o monge português Carlos Maria Antunes, num oportuníssimo livro agora publicado («Só o Pobre Se Faz Pão», Paulinas Editora, 2013):
«O jejum deixa-nos indefesos, confrontados com a nossa nudez, libertando-nos da tirania das máscaras e expondo a pobreza radical que habita cada ser humano. Revela que a nossa fome não é só de pão e que o nosso desejo mais profundo é sempre desejo do outro.
Ampliando o nosso espaço interior, transforma-se numa forma singular de hospitalidade, que permite o acolhimento de si próprio e do outro, na sua mais genuína originalidade verdade».

Pe. José Tolentino Mendonça,
in Revista [Expresso], 2 de fevereiro de 2013

 

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