O meu Sim
Tu me criaste Senhor, único e irrepetível.
Tu me amas assim como eu sou.
Deste-me a vida e uma família que me amou;
Deste-me o baptismo e uma comunidade cristã
que me ajudou a crescer na fé.
Tu me conheces e me chamas pelo meu nome.
Tu me confiaste uma missão:
ser Tua testemunha no lugar onde moro,
no meu trabalho, na minha vida de todos os dias.
Tu esperas que em mim brilhe sempre
a beleza do Evangelho da Alegria
e que seja sal e fermento do Teu Reino de amor.
Tu me chamaste e eu escutei a tua voz.
Tu me escolheste e me marcaste com a tua unção
e eu dei o meu SIM!
Senhor, dá-me a tua força para ser
testemunha da Tua misericórdia que perdoa;
testemunha da Tua paz que inquieta;
testemunha da Tua verdade que liberta;
testemunha de Jesus, Teu filho, nosso irmão;
testemunha da força do Teu Espírito Santo.
Aqui estou, Senhor, para fazer a Tua vontade!
AS
Tarde Te amei!
Tarde Te amei,
ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei!
Eis que habitávas dentro de mim e eu, lá fora, a procurar-Te!
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criaste.
Estávas comigo e eu não estava Contigo!
Retinha-me longe de Ti aquilo que não existiria,
se não existisse em Ti.
Porém, chamaste-me com uma voz tão forte
que rompeste a minha Surdez!
Brilhaste, cintilaste e logo afugentaste a minha cegueira!
Exalaste Perfume:
respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Ti.
Saboreei-Te e, agora, tenho fome e sede de Ti.
Tocaste-me e ardi no desejo da Tua Paz.
Santo Agostinho
S. Francisco e o Presépio
S. Francisco de Assis recriou, em Greccio – no Valle Santa, na província de Rieti, na Itália –, o ambiente do Nascimento de Jesus em Belém.
Segundo a tradição Franciscana, sabe-se que no Natal de 1223, três anos antes da sua morte e quinze dias antes da festa do Natal, Francisco foi ter com um senhor da aldeia de Greccio a quem manifestou o desejo de celebrar a noite de Natal com grande solenidade, pedindo-lhe para preparar tudo o que pudesse dar uma ideia do nascimento de Jesus em Belém. E acrescentou: «Quereria vê-lo com estes meus olhos, exactamente como ele esteve no presépio, deitado a dormir sobre a palha duma manjedoura, entre um boi e um jumento».
Fizeram-lhe a vontade. Mas note-se que S. Francisco, no cenário do que hoje chamamos um presépio, apenas refere a manjedoura com palha e os dois animais. O mais importante para ele era pôr em relevo a humildade e a pobreza, imaginar Jesus «tal como ele estava», em absoluta privação de tudo, no presépio da gruta de Belém. Pediu também ao proprietário de Greccio que convidasse para a solenidade toda a população local e arredores. Foram muitos os que aceitaram o convite e vieram, armados de archotes, tomar parte na festividade onde não faltava fervor, alegria e luz exterior e interior.
O Natal de Greccio foi um acontecimento único. O presépio de S. Francisco reduzia-se ao que ele, há muito tempo trazia no coração: celebrar de forma visível e impressionante a humildade do nascimento do Filho de Deus, o mistério da Encarnação. E para esse homem de Deus, cujo sonho era viver a pobreza de Jesus, contemplar a pobreza dum presépio ou curral de gado equivalia a contemplar o próprio Menino de Belém. É preciso nunca esquecer o pormenor: a manjedoura do curral de Greccio só tinha a palha que serviria de alimento aos animais. Não havia personagens vivas a representar Maria nem José, nem qualquer Menino de carne nem de barro. Nunca houve antes nem haverá jamais outro presépio como o de Greccio, feito apenas de desejo e de adoração interior.
S. Francisco não pretendeu apenas contemplar o ambiente dum presépio pobre e humilde; quis além disso, e mais do que isso, que lá fosse celebrada a Missa da meia-noite do Natal, realçando a importância da Missa e da relação que ele estabelecia entre a Missa e o Natal. Segundo a tradição, no fim da missa S. Francisco teve uma visão do Menino Jesus tendo-o tomado nos seus braços. Como explicar que tenha tido a visão do Menino especialmente no fim da missa? A explicação talvez ele mesmo a tenha dado numa das suas Exortações (Ex 1,15-18).
S. Francisco ensinou-nos a olhar para os nossos presépios tradicionais de forma diferente, não apenas com os olhos da cara mas também com o olhar do Espírito.
«Essa noite representou para ele o triunfo da simplicidade, da pobreza e da humildade. “Greccio transformou-se em nova Belém”. O Menino Jesus esteve lá presente, sim, na Fé e no Amor de Francisco.» (in Descobrir São Francisco de Assis, por Gerard Guitton
«Porque não reconheceis a verdade, acreditando no Filho de Deus? Vede como ele se humilha todos os dias, da mesma forma que quando baixou do seu trono régio a tomar carne no seio da Virgem: cada dia ele vem até nós em aparências de humildade; cada dia desce do seio do Pai sobre o altar para as mãos do sacerdote.» S. Francisco in Exortações (Ex 1,15-18)
Apenas passei para o outro lado do Caminho
«A morte não é nada. Eu só passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vós sois vós. O que eu era para vós, continuarei a sê-lo.
Dêem-me o nome que sempre me deram, falem comigo como sempre fizeram.
Vós continuais a viver no mundo das criaturas, eu agora vive no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que o meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou de tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos, agora que estou apenas fora do vosso olhar?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Tu que ficaste aí, vai em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.»
Henry Scott-Holland, in "Death the King of Terrors"
A morte não é nada.
Apenas passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.
Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa,
como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Porque estaria eu fora dos teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista?
Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.
Seca as tuas lágrimas e, se me amas,
não chores mais.
[Henry Scott-Holland, in "Death the King of Terrors" (adaptação)]
São José e o Papa Francisco
"Quando tenho um problema ou uma dificuldade, escrevo-o num papelinho e coloco-o debaixo da imagem de S. José, para que ele sonhe com isso." Papa Francisco
O Papa Francisco, no encontro que teve com as famílias filipinas em Manila, em 16 de Janeiro de 2015, revelou este segredo da sua vida: a devoção e confiança em S. José.
“Gostaria de confessar-vos algo muito pessoal. Tenho uma devoção muito especial a S. José porque é um homem forte e de silêncio. No meu escritório, tenho uma imagem de S. José a dormir e dormindo, ele cuida da Igreja. Quando tenho um problema ou uma dificuldade, escrevo-o num papelinho e coloco-o debaixo da imagem de S. José, para que ele sonhe com isso, para que ele reze por essa minha preocupação”.
Para evitar que o amor se perca, o papa pediu às famílias que nunca deixem de lado a capacidade de sonhar, e que estejam atentas a três atitudes: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria e ser voz profética. Ele destacou que Deus manifesta-se ao homem nos momentos de repouso e que é essencial encontrar tempo para rezar, no meio dos muitos afazeres diários.
“Esses momentos preciosos de repouso, de descanso com o Senhor na oração são momentos que gostaríamos, talvez, de prolongar. Mas, como São José, quando ouvimos a voz de Deus devemos despertar, levantarmo-nos e agir.”
A imagem de S. José a dormir foi um dos poucos pedidos que o Papa solicitou para que lhe enviassem da Argentina. O hábito de confiar ao patrono da Igreja as suas preces soma-se a outros sinais desta devoção. A paróquia do bairro Flores de Buenos Aires, onde o papa Francisco aos 17 anos se confessou (21-09-1953, dia de S. Mateus) e percebeu – pela primeira vez –, que Deus o chamava ao sacerdócio, é também ela dedicada a S. José. A Missa solene do início do seu pontificado foi providencialmente celebrada nesse dia (19-03-2013). E não foi por acaso que uma das suas primeiras decisões pontifícias foi que se acrescentasse na Oração Eucarística – após a intercessão da “Virgem Maria, Mãe de Deus” – a invocação a “S. José, seu esposo”.
Neste momento tão difícil e preocupante para o mundo, confiemo-nos à proteção de Deus e à intercessão do padroeiro da Igreja: S. José, rogai por nós!








