PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4
Pascoa16 catequese

O maior afrodisíaco

O maior afrodisíacoAnselmo_Borges1

Ainda Papa, J. Ratzinger disse o que é decisivo: "Nós somos a Igreja; a Igreja não é uma estrutura; nós, os próprios cristãos juntos, todos nós somos o Corpo vivo da Igreja. Naturalmente, isto é válido no sentido de que o 'nós', o verdadeiro 'nós' dos crentes, juntamente com o 'Eu' de Cristo, é a Igreja."

Continuar... O maior afrodisíaco

O primeiro Angelus

A importância da misericórdia e do perdãoPapaFrancisco6

"O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca. Somos nós que nos cansamos de pedir-lhe perdão.

Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão", afirmou o sucessor de Pedro na missa celebrada na igreja de Santa Ana. 

O Papa Francisco rezou a missa esta manhã na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, antes de recitar pela primeira vez a oração do Angelus. Francisco disse aos fiéis que para ele a mensagem mais forte é a misericórdia.

Bem-disposto, o Papa Francisco celebrou a missa como se tratasse de uma missa paroquial. A homilia, apesar de curta, foi directa ao assunto.
Falou num povo que procurava Jesus "de coração aberto, sedento da Palavra de Deus" e de outros que "não ouviam nada, não podiam ouvir", que lhe apresentaram uma mulher acusada de adultério e a queriam condenar. "A mensagem de Jesus é esta: a misericórdia", acrescentou.

O Papa argentino deixou críticas à hipocrisia dos que se julgam acima de qualquer falha e disse que a misericórdia de Deus é "um abismo incompreensível", porque não condena ninguém.
"O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca. Somos nós que nos cansamos de pedir-lhe perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão", sublinhou o Papa Francisco.

Ainda paramentado, como se fosse no final de uma missa de domingo, o Papa Francisco saudou os fiéis que iam saindo, um por um.

Entretanto, na Praça de São Pedro, o ambiente é de festa. Milhares têm os olhos postos na janela de onde o Papa Francisco recitará pela primeira vez a oração do Angelus

RR, 17-03-2013


 

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO
V Domingo de Quaresma, 17 de Março de 2013

Considero isto muito belo! Primeiro, Jesus sozinho no monte a rezar: rezava sozinho (cf. Jo 8, 1). Depois, foi de novo para o templo, e todo o povo ia ter com Ele (cf. v. 2): Jesus no meio do povo. E, no fim, deixaram-No sozinho com a mulher (cf. v. 9). Esta solidão de Jesus é uma solidão fecunda: tanto a da oração com o Pai, como a solidão tão bela – é precisamente a mensagem da Igreja, hoje – da sua misericórdia com esta mulher.

Mas, entre o povo, também havia diferenças: aparece o povo inteiro que ia ter com Ele e Ele sentou-se e pôs-Se a ensiná-lo: o povo que queria ouvir as palavras de Jesus, o povo de coração aberto, necessitado da Palavra de Deus. E temos outros, que não ouviam nada, não podiam ouvir: eram aqueles que acompanhavam aquela mulher: Ouve, Mestre! Esta mulher é uma daquelas que... Com este tipo de mulher, devemos fazer o que nos prescreveu Moisés (cf. vv. 4-5).

Penso que nós também somos este povo que, por um lado, quer ouvir Jesus, mas, por outro, às vezes agrada-nos malhar nos outros, condenar os outros. Ora a mensagem de Jesus é sempre a mesma: a misericórdia. A meu ver – humildemente o afirmo –, é a mensagem mais forte do Senhor: a misericórdia. Ele próprio o disse: Eu não vim para os justos; os justos justificam-se sozinhos – alto lá, bendito Senhor! Se Tu podes fazê-lo, eu não posso! – Sim, mas eles acreditam que o podem fazer. Eu vim para os pecadores (cf. Mc 2, 17).

Pensai nas críticas que Lhe fizeram, depois de chamar Mateus: Ele convive com os pecadores! (cf. Mc 2, 16). Sim, Ele veio para nós, se nos reconhecermos pecadores; mas, se formos como aquele fariseu à frente do altar – «eu Vos dou graças, Senhor, por não ser como o resto dos homens, nem como aquele que está ali à porta, como aquele publicano...» (cf. Lc 18, 11-12) – não conhecemos o coração do Senhor e nunca teremos a alegria de sentir esta misericórdia! Não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus, porque se trata de um abismo incompreensível. Mas devemos fazê-lo! «Oh padre, se conhecesses a minha vida, não me falarias assim!» «Porquê? Que fizeste?» «Oh, fi-las grandes e graves!» «Melhor! Vai ter com Jesus; Ele gosta que Lhe contes essas coisas!». Ele esquece; Ele tem uma capacidade especial de esquecer. Esquece, beija-te, abraça-te e apenas te diz: «Também Eu não te condeno! Vai, e doravante não tornes a pecar» (Jo 8, 11). Este é o único conselho que te dá. Passado um mês, estamos nas mesmas condições... Voltemos ao Senhor! O Senhor nunca Se cansa de perdoar, nunca! Somos nós que nos cansamos de Lhe pedir perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão, porque Ele jamais Se cansa de perdoar. Peçamos esta graça!

+ Papa Francisco
Igreja Paroquial de Santa Ana, Roma

 


O primeiro Angelus

 

"O Senhor nunca se cansa de perdoar"

O Papa Francisco presidiu hoje pela primeira vez à recitação do Angelus, perante dezenas de milhares de pessoas, e sublinhou a "misericórdia" de Deus evocando uma passagem da imagem da Senhora de Fátima por Buenos Aires.
"Deus nunca se cansa de nos perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão", disse, na sua catequese, desde a janela do apartamento pontifício sobre a Praça de São Pedro.

O Papa argentino recordou a este respeito passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima por Buenos Aires, em 1992, e a conversa que teve com uma 'avó', uma idosa com mais de 80 anos, a respeito dos pecados.
"O Senhor perdoa tudo. Se o Senhor não perdoasse tudo, o mundo não existiria", referiu.

Francisco retomou a ideia central da homilia que tinha apresentado horas antes na missa dominical a que presidiu na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, sobre a misericórdia de Deus.
"O rosto de Deus é o de um Pai misericordioso, que tem sempre paciência. Já pensaram na paciência de Deus, na paciência que tem com cada um de nós?", perguntou.

A intervenção papal, com várias passagens improvisadas, partiu do episódio relatado pelos Evangelhos sobre uma mulher adúltera que Jesus salva da morte.
"Não ouvimos palavras de desprezo, de condenação, mas apenas palavras de amor, de misericórdia, que convidam à conversão", explicou.

O novo Papa começou por desejar 'bom dia' aos presentes e destacou a sua ligação particular à Itália, a começar pelas raízes familiares, por ser filho de emigrantes transalpinos na Argentina, cujo padroeiro, São Francisco de Assis, o inspirou a escolher o nome para o seu pontificado.

"Obrigado pelo vosso acolhimento e pelas vossas orações. Rezai por mim, peço-vos", apelou.
Os cumprimentos estenderam-se aos que acompanharam através dos meios de comunicação social.

Francisco deixou elogios a um livro do cardeal Walter Kasper, antigo responsável pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, sobre a "misericórdia", uma palavra que "muda tudo".
"Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo", disse, depois de ter convidado os fiéis a serem "misericordiosos com todos".
O Papa gracejou ainda com a citação da obra do cardeal Kasper: "Não pensem que faço publicidade aos livros dos meus cardeais".

Francisco começara por afirmar que os cristãos devem "encontrar-se, cumprimentar-se, falar-se" ao domingo, "dia do Senhor", para sublinhar a especificidade deste dia.
Na despedida, o Papa Francisco desejou um "Bom domingo e bom almoço".

Ecclesia, 17-03-2013

Discurso do Papa Francisco aos Mass Media

"Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!"papaFrancisco4 
Discurso do Papa Francisco no encontro com os representantes dos meios de comunicação social

Queridos amigos,

É para mim uma alegria poder, no início do meu ministério na Sé de Pedro, encontrar-vos, a vós que estivestes empenhados aqui em Roma num período tão intenso como este que teve início com o inesperado anúncio do meu venerado Predecessor Bento XVI, no dia 11 de Fevereiro passado. Saúdo cordialmente a cada um de vós.

Ao longo dos últimos tempos, não tem cessado de crescer o papel dos mass media, a ponto de se tornarem indispensáveis para narrar ao mundo os acontecimentos da história contemporânea. Por isso, vos dirijo um agradecimento especial a todos pelo vosso qualificado serviço – trabalhastes... e muito! – nos dias passados, quando os olhos do mundo católico e não só se voltaram para a Cidade Eterna, nomeadamente para este território que tem como «centro de gravidade» o túmulo de São Pedro. Nestas semanas, tivestes ocasião de falar da Santa Sé, da Igreja, dos seus ritos e tradições, da sua fé e, de modo particular, do papel do Papa e do seu ministério.

Um agradecimento particularmente sentido dirijo a quantos souberam olhar e apresentar estes acontecimentos da história da Igreja, tendo em conta a perspectiva mais justa em que devem ser lidos: a perspectiva da fé. Quase sempre os acontecimentos da história reclamam uma leitura complexa, podendo eventualmente incluir também a dimensão da fé. Certamente os acontecimentos eclesiais não são mais complicados do que os da política ou da economia; mas possuem uma característica fundamental própria: seguem uma lógica que não obedece primariamente a categorias por assim dizer mundanas e, por isso mesmo, não é fácil interpretá-los e comunicá-los a um público amplo e variado. Realmente a Igreja, apesar de ser indubitavelmente uma instituição também humana e histórica, com tudo o que isso implica, não é de natureza política, mas essencialmente espiritual: é o Povo de Deus, o Povo santo de Deus, que caminha rumo ao encontro com Jesus Cristo. Somente colocando-se nesta perspectiva é que se pode justificar plenamente aquilo que a Igreja Católica realiza.

Cristo é o Pastor da Igreja, mas a sua presença na história passa através da liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referimento, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam, nem teriam razão de ser. Como repetidamente disse Bento XVI, Cristo está presente e guia a sua Igreja. O protagonista de tudo o que aconteceu foi, em última análise, o Espírito Santo. Ele inspirou a decisão tomada por Bento XVI para bem da Igreja; Ele dirigiu na oração e na eleição os Cardeais.

É importante, queridos amigos, ter em devida conta este horizonte interpretativo, esta hermenêutica, para identificar o coração dos acontecimentos destes dias.

Destas considerações nasce, antes de mais nada, um renovado e sincero agradecimento pelas canseiras destes dias particularmente árduos, mas também um convite para procurardes conhecer cada vez mais a verdadeira natureza da Igreja e também o seu caminho no mundo, com as suas virtudes e os seus pecados, e conhecer as motivações espirituais que a norteiam e que são as mais verdadeiras para entendê-la. Podeis estar certos de que a Igreja, por sua vez, presta grande atenção ao vosso precioso trabalho; é que vós tendes a capacidade de identificar e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, de oferecer os elementos necessários para uma leitura da realidade. O vosso trabalho requer estudo, uma sensibilidade própria e experiência, como tantas outras profissões, mas implica um cuidado especial pela verdade, a bondade e a beleza; e isto torna-nos particularmente vizinhos, já que a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, a Bondade e a Beleza «em pessoa». Deveria resultar claramente que todos somos chamados, não a comunicar-nos a nós mesmos, mas esta tríade existencial formada pela verdade, a bondade e a beleza.

Alguns não sabiam por que o Bispo de Roma se quis chamar Francisco. Alguns pensaram em Francisco Xavier, em Francisco de Sales, e também em Francisco de Assis. Deixai que vos conte como se passaram as coisas. Na eleição, tinha ao meu lado o Cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo emérito de São Paulo e também prefeito emérito da Congregação para o Clero: um grande amigo, um grande amigo! Quando o caso começava a tornar-se um pouco «perigoso», ele animava-me. E quando os votos atingiram dois terços, surgiu o habitual aplauso, porque foi eleito o Papa. Ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: «Não te esqueças dos pobres!» E aquela palavra gravou-se-me na cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis. Em seguida pensei nas guerras, enquanto continuava o escrutínio até contar todos os votos. E Francisco é o homem da paz. E assim surgiu o nome no meu coração: Francisco de Assis. Para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação; neste tempo, também a nossa relação com a criação não é muito boa, pois não? [Francisco] é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre... Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres! Depois não faltaram algumas brincadeiras... «Mas, tu deverias chamar-te Adriano, porque Adriano VI foi o reformador; e é preciso reformar...». Outro disse-me: «Não! O teu nome deveria ser Clemente». «Mas porquê?». «Clemente XV! Assim vingavas-te de Clemente XIV que suprimiu a Companhia de Jesus!». São brincadeiras... Amo-vos imensamente! Agradeço-vos por tudo o que fizestes. E, pensando no vosso trabalho, faço votos de que possais trabalhar serena e frutuosamente, conhecer cada vez melhor o Evangelho de Jesus Cristo e a realidade da Igreja. Confio-vos à intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, Estrela da Evangelização. Desejo o melhor para vós e vossas famílias, para cada uma das vossas famílias. E de coração a todos concedo a minha bênção. Obrigado.

Disse que de coração vos daria a minha bênção. Uma vez que muitos de vós não pertencem à Igreja Católica e outros não são crentes, de coração concedo esta bênção, em silêncio, a cada um de vós, respeitando a consciência de cada um, mas sabendo que cada um de vós é filho de Deus, Que Deus vos abençoe!

Roma, 16 de Março de 213, in Zenit

Os primeiros dias do Papa Francisco

PapaFrancisco3

"Foram buscar-me ao fim do mundo"
Cardeal Jorge Bergoglio é o Papa das estreias: é o primeiro Francisco, o primeiro sul-americano, o primeiro jesuíta, o primeiro a rezar com o povo na sua apresentação.

No discurso que fez na varanda da Basílica de São Pedro, pediu que se rezasse por Bento XVI, a quem já telefonou.

Veio do outro lado do Atlântico. O recém-eleito Papa Francisco, o jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, foi a supreendente escolha do colégio cardinalício. Da varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi o próprio que o reconheceu. "Irmãos e irmãs, boa noite. Como sabeis, o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma, mas os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo", afirmou.

"Agradeço-vos o acolhimento. À comunidade diocesana de Roma, agradeço. Antes de mais, gostaria de fazer uma oração pelo Bispo Emérito Bento XVI. Façamo-lo todos juntos para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o proteja", disse. Depois, surgiu algo inédito na primeira aparição pública de um Papa: rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria em conjunto com os milhares de fiéis que o aclamavam na Praça.

"Agora começamos este caminho, Bispo e povo, Bispo e povo, pelo caminho da Igreja de Roma que preside na caridade a todas as igrejas, um caminho de fraternidade, amor e confiança entre nós", referiu o Papa Francisco antes de começar a orar. "Rezemos uns pelos outros, pelo mundo, para que exista uma grande fraternidade. Que este caminho da Igreja que começamos hoje seja um impulso para a evangelização desta tão bela cidade", referiu, num apelo à união da Igreja.

"Gostava de vos dar a bênção, mas peço-vos primeiro que rezem ao Senhor para que me abençoe, que abençoe o seu Bispo. Façamos silêncio neste momento de oração de vós por mim", acrescentou, inclinando-se para a multidão.

Depois, a Praça de São Pedro fez então silêncio. Uns momentos depois, o Papa abençoou os fiéis com a oração "Urbi et Orbi", que concede a indulgência plenária não só aos fiéis presentes, mas a todos que acompanham pela rádio ou televisão. "Agora dou vos a bênção e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade. Que os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em cujo poder e autoridade temos confiança, intercedam por nós junto ao Senhor. Amen."

De seguida, deixou um "até já". "Agradeço-vos muito. Rezem por mim, vemo-nos brevemente. Vou rezar a Nossa Senhora. Boa noite e bom descanso".

Por fim, o novo Papa, que até então se tinha mantido sério, esboçou um grande sorriso.

RR, 13-03-2013

 


A Igreja sem Cristo "torna-se uma ONG piedosa"

 

Novo Papa falou de improviso na sua primeira homilia. "As coisas não são assim tão fáceis", alertou. "Porque no caminhar, construir, confessar, às vezes há tropeços, há movimentos que não ajudam o caminho, são movimentos que nos puxam para trás."

Da primeira homilia do recém-eleito Papa Francisco, proferida na Capela Sistina durante a missa solene de encerramento do Conclave, ficam três palavras-chave: caminhar, edificar, confessar. "Podemos caminhar o que quisermos, edificar o que queremos, mas se não confessarmos Jesus Cristo, as coisas não avançam. Tornamo-nos como uma ONG piedosa, mas não Igreja esposa de Cristo. Quando não se edifica, o que acontece? Acontece o que acontece com as crianças na praia - criam castelos na areia, tudo vem abaixo, sem consistência", apontou o Papa.

"Caminhar, construir, confessar", voltou a frisar o Papa nesta sua primeira homilia como líder da Igreja Católica. "Mas as coisas não são assim tão fáceis", alertou. "Porque no caminhar, construir, confessar, às vezes há tropeços, há movimentos que não ajudam o caminho, são movimentos que nos puxam para trás."

A homilia do Papa Francisco veio como um desafio. "Este Evangelho prossegue com uma situação especial - é que mesmo Pedro, que tinha confessado Cristo, disse 'sim, Tu és Filho de Deus e sigo-te', mas não falou de cruz. Quando caminhamos sem cruz, construímos sem cruz, confessamos Cristo sem cruz, não somos discípulos do Senhor."

Sem cruz, sublinhou o Papa, "somos mundanos". "Somos bispos, padres, cardeais, Papas, tudo, mas não discípulos do Senhor". "Gostaria que nós, depois destes dias de graça, tenhamos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a cruz do Senhor, de edificar a Igreja sobre o sangue derramado na cruz e assim caminharmos. Assim a Igreja vai em frente."

O Papa falou de improviso, sem texto preparado, sobre o caminho da Igreja e viu algo em comum nas três leituras da missa: "o movimento". "Na primeira leitura, o movimento do caminho. Na segunda, a edificação da Igreja. Na terceira, o Evangelho do movimento da confissão. Caminhar, edificar, confessar", resumiu.

Elaborando a homilia sobre estas três ideias, o Papa Francisco começou por falar, em primeiro lugar, sobre caminhar. "Caminhai na luz do Senhor, isto foi o que em primeiro lugar Deus disse a Abraão, caminha na minha presença. A nossa vida é um caminho e, quando paramos, as coisas não vão bem. Caminhar sempre na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver na irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão."

Em segundo lugar, edificar, construir. "Edificar a Igreja. Fala-se de pedras. As pedras têm consistência, são pedras vivas, benzidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, esposa de Cristo sobre a pedra angular que é Nosso Senhor. É outro movimento da nossa vida, edificar", disse.

Em terceiro lugar, "confessar". "Podemos caminhar o que quisermos, edificar o que queremos, mas se não confessarmos Jesus Cristo, as coisas não avançam", apontou o Papa, antes de tomar emprestada uma citação de Leon Bloys. "Quem não confessa Deus, confessa o Diabo, a mundanidade do Diabo", referiu.

RR, 14-03-2013

 


Dez gestos inesperados de um Papa surpreendente

 

Simples, humilde, descontraído, espontâneo. Assim é o Papa Francisco.

Francisco, o Papa, não tem só no nome uma grande e inesperada originalidade. Em muitos dos seus gestos vem provando ser radicalmente diferente de outros Papas e, sobretudo, muito informal e com um grande à-vontade.

Alguns apontam-lhe um minimalismo cheio de profundidade. E quem o conhece diz que ele é mesmo assim. Já quando era o cardeal Bergoglio se sentia mortificado com qualquer pompa e circunstância.

Simples, humilde, descontraído, espontâneo. Assim é o Papa Francisco.

1. Não me venham ver a Roma. Usem com os pobres o dinheiro que gastariam

Na noite em que foi eleito, o novo Papa ligou ao núncio apostólico em Buenos Aires para lhe pedir que comunicasse aos bispos, e estes depois aos fiéis argentinos, que não se deslocassem a Roma para a inauguração do Pontificado no próximo dia 19. Sugeriu antes que o dinheiro das viagens fosse canalizado para os pobres, em gestos de solidariedade e caridade.

Quem conhece o Papa diz que esta não é uma atitude extraordinária nele, é antes natural no seu comportamento, faz parte do seu estilo. O Papa obviamente não quer impedir os argentinos de vir a Roma, mas prefere aconselhá-los a mostrar o seu carinho de uma outra forma.

Já em Fevereiro de 2001, quando foi feito cardeal por João Paulo II, Jorge Mario Bergoglio tinha pedido exactamente o mesmo aos católicos que gostariam de o acompanhar. Resultado: o então cardeal argentino tinha uma das mais pequenas delegações presentes nesse consistório.

2. Posso sentar-me?

Ainda alojado na Casa de Santa Marta, enquanto o apartamento Papal é preparado, toma as refeições com os outros cardeais. Quando chega mais tarde, simplesmente procura um lugar livre numa mesa para se sentar, tal como todos os outros.

3. Eu vou de autocarro

Depois de ter saudado o povo na varanda da basílica de São Pedro, já como Papa Francisco, recusa o carro oficial. O cardeal Timothy Dolan descreve assim esse momento à cadeia de televisão americana CBS: "Há cinco ou seis autocarros para levar os cardeais de volta à Casa Santa Marta. Via ali o carro do Santo Padre e a escolta, a segurança, as motas. Pensei que tudo tinha voltado à normalidade, que o carro do Papa teria voltado ao serviço. Nós fomos de autocarro. Outros cardeais esperaram para saudar o Papa. E quando chega o último autocarro, adivinhem quem desce? O Papa Francisco. E imagino-o a dizer ao motorista: 'Sem problemas, eu vou com os rapazes de autocarro'".

Esta sexta-feira de manhã, depois da audiência, voltou a seguir de autocarro, com todos os outros cardeais, como provam as fotografias tirada no interior do veículo.

Também quando saiu pela primeira vez do Vaticano, esta quinta-feira, para se deslocar à Basílica de Santa Maria Maior, dispensou a segurança apertada e o aparato de viaturas habitual. Não quis uma comitiva e seguiu num carro simples, preterindo o que é disponibilizado pela gendarmeria, a polícia do Vaticano.

4. Queria pagar a conta, por favor

No regresso ao Vaticano depois da sua primeira iniciativa como Papa - rezar a Nossa Senhora - quis fazer uma paragem no caminho. Foi à Casa do Clero, onde esteve hospedado, para ir buscar as suas malas e pagar a conta. Segundo o porta-voz do Vaticano, queria dar o exemplo daquilo que todos os padres e cardeais devem fazer.

5. Como está a sua família?

Uma vez na Casa do Clero fez questão de cumprimentar todos os funcionários. Este é o sítio onde costuma estar hospedado sempre que vem a Roma, por isso ali conhece as pessoas há vários anos. Quem assistiu ao momento descreve-o como muito comovente. O Papa Francisco lembrava-se dos nomes de cada um e a todos foi perguntando pelas suas famílias e situações pessoais.

6. Um abraço e dois beijos

No encontro com todos os cardeais, esta sexta-feira de manhã, foi muito caloroso, afectuoso e, sobretudo, descontraído. A certa altura tropeçou nos degraus da Sala Clementina, mas continuou tranquilamente a audiência, sem parecer incomodado com o percalço.

Os cardeais alinhavam-se em fila para o cumprimentar, mas, no caso dos cardeais da China e do Vietname, foi o Papa que lhes beijou os anéis, em sinal de respeito pelo sofrimento dos católicos naqueles países. Abraçou também alguns cardeais e cumprimentou a maioria com dois beijos.

Quando o cardeal sul-africano Napier lhe ofereceu uma pulseira de borracha amarela e verde, de uma campanha da Igreja daquele país, colocou-a de imediato no pulso direito. Aceitou tirar uma fotografia com D. José Policarpo, o Patriarca de Lisboa, e outros dois cardeais.

7. Que Deus vos perdoe por me terem escolhido

Também junto dos cardeais, a quem chama "irmãos" e aos quais se refere como "uma comunidade baseada na amizade", brinda nestes termos depois da eleição, ao jantar: "Que Deus vos perdoe pelo que fizeram".

8. Dispenso o ouro e os sapatos vermelhos

Continua a usar os sapatos pretos que trouxe de casa, não adoptou o calçado vermelho habitual e disponível no seu tamanho no momento em que se preparou para aparecer vestido de branco depois da eleição. Continua a utilizar a cruz simples de metal que usava ainda antes de ser bispo, recusou a cruz de ouro e pedras preciosas.

9. Improviso

Em todos os momentos públicos em que falou, improvisou sempre. Improvisou na primeira homilia, na Capela Sistina. Uma homilia muito simples, acessível e em italiano, ao contrário de Bento XVI, que fez a sua em latim. E de pé, no ambão, não na cadeira Papal. Voltou a improvisar na homilia da missa desta manhã, na Capela de Santa Marta, e no encontro com os cardeais.

10. Curvo-me perante a vossa oração

Logo quando é anunciado como Papa e aparece perante os fiéis na Praça de São Pedro, começa por dar alguns sinais de que o seu comportamento não será igual ao de outros chefes da Igreja Católica. Não usou a capa vermelha dos pontífices e estava simplesmente de branco, tal como São Pio V, o Papa dominicano que não quis trocar o hábito branco da sua ordem e assim deu início à tradição das vestes brancas papais.

Quis ter ao seu lado o cardeal vigário de Roma na varanda, algo inédito, não falou formalmente em latim. Também de forma original, pediu que rezassem por ele enquanto se inclinava perante a multidão. Pôs toda a gente a rezar as orações primárias da Igreja: um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória.

RR, 15-03-2013

 


Francisco, nome de Assis, de paz e dos pobres

 

O sucessor de Pedro frisou que a Igreja e o Papa não são o mais fundamental. O fundamental é Cristo: Ele é o centro.

Mais de seis mil jornalistas participaram no primeiro encontro público do Papa, este sábado de manhã, no Vaticano. Um encontro em que o Papa Francisco fez algumas confidências aos profissionais de comunicação social, nomeadamente sobre a escolha do nome.

"Francisco é homem da paz e assim surgiu o nome no meu coração. Francisco de Assis é para mim o homem da pobreza, da paz, que ama e respeita a Criação. Neste momento, em que temos uma relação menos boa com a Criação, o homem que nos dá o espírito da paz, o homem pobre, para uma Igreja pobre e para os pobres", afirmou aos jornalistas.

O Papa Francisco lembrou o trabalho dos jornalistas, sublinhando tratar-se de uma profissão que "precisa de estudo, sensibilidade e experiência como qualquer outra profissão, mas exige uma particular atenção no que se refere à verdade, bondade e beleza e isto torna-nos particularmente próximos, porque a Igreja existe para comunicar exactamente isto: a verdade, a bondade e a beleza em pessoa".

No discurso que durou quase 15 minutos, o Papa disse ainda que "os eventos eclesiais não são certamente mais complicados do que os políticos. Estes porém têm uma característica particular: respondem a uma lógica que corresponde à chamada categoria mundana".

"E é por isso que não é fácil comunicá-la e interpretá-la a um público mais vasto e variado." Com efeito, destacou, a "Igreja, apesar de ser uma instituição humana, histórica - com tudo o que isso implica -, não tem uma natureza política, mas essencialmente espiritual".

O sucessor de Pedro frisou que a Igreja e o Papa não são o mais importante: "O fundamental é Cristo. É Ele o centro. Sem ele nem Pedro, nem a Igreja existiriam", sublinhou.

A Santa Sé informou, em comunicado divulgado ao final da manhã, que o Papa decidiu manter todos os actuais administradores da hierarquia do Vaticano, pelo menos por enquanto. Uma situação que se manterá, acrescenta o comunicado, enquanto o Papa Francisco reflecte sobre o que será necessário alterar.

Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI ao quinto escrutínio do Conclave, após pouco mais de 24 horas de votações à porta fechada, na Capela Sistina.

RR, 16-03-2013

 


"Agradecimento especial" aos media

 

Numa audiência, perante os milhares de jornalistas que acompanharam a sua eleição, o novo Bispo de Roma disse que "os holofotes devem estar virados para Cristo" e não para ele.

O Papa Francisco recebeu em audiência os mais de 5.600 jornalistas que estiveram a acompanhar o Conclave e agradeceu o trabalho dos media.

"Um agradecimento especial aos jornalistas aqui presentes pelo vosso trabalho qualificados nestes últimos dias. E se trabalharam, e se trabalharam", disse o Papa com sentido de humor, acompanhado com palmas pelos presentes.

Estando perante jornalistas, o Papa fez um paralelismo com a profissão. "O vosso trabalho precisa de estudo, sensibilidade e experiência, como qualquer profissão, mas exige uma particular atenção no que se refere à verdade, à bondade e à beleza e isto torna-nos particularmente próximos porque a Igreja existe para comunicar exactamente isto".

O Papa Francisco acrescentou ainda que "os holofotes devem estar virados para Cristo" e não para ele.

Jorge Bergoglio, o Papa Francisco, decidiu, no final, dar a bênção em silêncio, em respeito por todos os que ali estavam que não eram católicos.

RR, 16-03-2013

Habemus Papam!

Habemus Papam!Papa_Francisco2
Vaticano, 13 de Março de 2013

Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam: Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum Georgium Marium Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglioqui sibi nomen imposuit Franciscum.

Continuar... Habemus Papam!

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado