XVII Assembleia de Párocos Dehonianos
MENSAGEM FINAL
De 15 a 17 de Fevereiro de 2016, realizou-se no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, a XVII Assembleia de Párocos Dehonianos. Participaram 30 religiosos scj, na sua maioria empenhados pastoralmente em paróquias, capelanias, vindos das mais variadas proveniências – das dioceses do Algarve, Angra do Heroísmo, Aveiro, Funchal, Lisboa e Porto – e, num ambiente familiar e fraterno, refletiram sobre o tema "Paróquia e Pastoral da Misericórdia – desafios pastorais".
Em sintonia com as propostas do Papa Francisco, para este Jubileu Extraordinário da Misericórdia, iniciámos com a reflexão "Paróquia e Pastoral da Misericórdia". O Cón. Luís Manuel Silva, a partir de pequenos flashes, ajudou-nos a alargar o horizonte da pastoral da misericórdia. Sugeriu-nos que ela deve ser o "pão nosso de cada dia"; ela é a síntese de toda a história da salvação e o verdadeiro rosto de Deus. Daí a urgência em redescobrir a centralidade do Mistério Pascal de Cristo morto e ressuscitado, porque é da Páscoa que brota toda a força redentora do Senhor. Chamou ainda a atenção para os sacramentos de cura e para as exéquias, apelando para a função do ministro como pastor e pai e não de juiz íntegro que julga e condena, aludindo para a necessidade de promover a misericórdia nas nossas comunidades como o rosto da Igreja.
Frei Bernardo Almeida apresentou-nos o olhar bíblico sobre a misericórdia, como arquitrave da Igreja: ela é fonte de alegria, serenidade e paz; é condição da nossa salvação; é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade; é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro; é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros; é o caminho que une Deus e o homem.
Perante este primado da misericórdia, deixou-nos alguns desafios: passar do auto-referenciamento ao outro; do preconceito à aceitação livre e responsável; do evitamento e da negação da realidade ao que somos realmente; da história passada e do futuro que virá à vivência do presente com sentido; das ações automáticas sem consciência a um modo de ser e de estar presente; da confusão, discussão, imposição à paz, ao diálogo franco, à comunhão; das atividades esgotantes às atividades felizes e motivadoras em realização; do não contacto real com a verdade libertadora ao encontro quotidiano com Deus, que nos ama e motiva a sermos felizes e a ajudarmos os outros.
Estes desafios despertam-nos para o valor do silêncio, da escuta da Palavra e do exercício do perdão como atitudes e caminhos fundantes da misericórdia.
O painel da tarde sublinhou a nossa missão de pastores da misericórdia - na disponibilidade junto dos que vivem situações limite na prisão, no hospital e diante da morte. A nossa missão é assim re-ligar, levar a salvação, a alegria e a paz. Portanto, a nossa presença transfigura-se em sinais de acolhimento e de amor.
Os trabalhos de grupo apelaram para a urgência das comunidades converterem-se em lugares de misericórdia, acolhendo o outro como irmão e rosto de Cristo.
O Pe. Agostinho Pinto apresentou as obras de misericórdia praticadas e vividas nas comunidades cristãs como testemunho vivo e eficaz do Evangelho: humanizam a sociedade e emprestam-lhe as impressões digitais do próprio Cristo que lava os pés da humanidade; transformam o homem numa nova criação restituindo-lhe a liberdade e a vida. Desta constante obra de Deus todos nós fomos investidos como Dehonianos e como pastores para anunciarmos as obras do Senhor e sermos misericordiosos como o Pai: "Vai e faz tu também o mesmo!" (Lc 10, 37).
Alfragide, 17 de fevereiro de 2016
Comissão Provincial da Pastoral Paroquial