Oração de Santo Agostinho
«Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!
Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava;
com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava convosco.
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós.
Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez.
Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira.
Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós.
Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz.»
Quando a boca cala, o corpo grita!
A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma;
O resfriado escorre quando o corpo não chora;
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições;
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair;
O diabetes invade quando a solidão dói;
O corpo engorda quando a insatisfação aperta;
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam;
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar;
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável;
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas;
O peito aperta quando o orgulho escraviza;
A pressão sobe quando o medo aprisiona;
As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza;
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade;
Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra;
O cancro mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.
E as dores caladas? Como falam no nosso corpo?
A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.
O caminho para a felicidade não é recto, existem curvas chamadas Equívocos;
existem semáforos chamados Amigos;
luzes de precaução chamadas Família.
Ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão;
um potente motor chamado Amor;
um bom seguro chamado FÉ;
e um abundante combustível chamado Paciência.
Estás aqui, Senhor
Venceste a morte,
ressuscitaste, Senhor Jesus.
Por isso, estás aqui, vivo e actuante,
presente na Eucaristia – pão ressuscitado,
nos irmãos – vivos com a tua vida,
na Igreja, que fundaste sobre a rocha,
em mim próprio, tua viva imagem.
Ressuscitaste, Senhor,
e permaneces connosco através dos séculos,
como Rei e Senhor, como Irmão e Amigo,
como fonte de vida, de paz e de alegria.
Estás aqui presente no meio de nós,
quando nos amamos
e estamos reunidos em teu nome,
dispostos a dar a vida uns pelos outros.
Onde há amor, a tua presença é viva,
fonte de vida nova,
semente de mundo melhor.
Ressuscitaste, Senhor Jesus,
para nos dares vida, vida em plenitude,
renova todo o meu ser.
Perdão, Senho, perdão!

Senhor, como disse Pio XII, "o maior pecado do mundo actual é ter perdido o sentido do pecado", e eu sinto-me contagiado por esse pecado.
Senhor, vivo constantemente convencido que não tenho pecado, enganando-me a mim mesmo. Por isso a verdade não está em mim (1Jo 1,8.10).
Perdão, Senhor, porque também embarquei na ideia de que o pecado é apenas uma desobediência voluntária e livre às leis de Deus e da Igreja.
Perdão, Senhor, porque ainda tenho a ideia de pecado como um fazer ou não fazer coisas proibidas.
Perdão, Senhor, porque tenho esquecido que o pecado é tudo o que é ruptura, tudo o que são relações interrompidas, tudo o que é não comunhão.
Perdão, Senhor, porque esqueci que o pecado é uma agressão a mim próprio e aos outros, por ser destruição duma harmonia, por ser diminuição da comunhão, por ser desprezo e ódio por mim e pelos outros.
Perdão, Senhor, porque esqueci que o pecado é auto-destruição; é um falhanço, como o atirador falha o alvo; é um fracasso!
Perdão, Senhor, porque esqueci que a Lei é um apontar o caminho para o homem acertar o alvo, e eu a confundi com esse mesmo alvo. Ajuda-me, Senhor, a reatar a correcta relação entre as minhas aspirações e as leis que me apontam a meta.
Perdão, Senhor, porque também eu, como Adão e Eva, esqueci-me que a liberdade criadora do homem só pode exercer-se na comunhão com a fonte dessa liberdade criadora que és Tu.
Perdão, Senhor, não por faltar às leis..., mas por me ter afastado de Ti, e do Teu projecto. E que, como dizia S. Tomás de Aquino, Tu só és ofendido, por nós, na medida em que atentamos contra a nossa própria felicidade.
Senhor, o Teu Filho veio dizer-nos que desejas que sejamos perfeitos como Tu. Agora compreendo que o pecado não é outra coisa senão essa distância ou ausência da comunhão em que o homem se encontra com o que Tu queres, com o que Tu és. Perdão!
Perdão, Senhor, por me ter considerado bom, sem me ter confrontado com a Pessoa do Teu Filho, mas com os modelos de catálogos de mandamentos e proibições.

Senhor, reconheço-me pecador porque estou a sentir como é grande a distância que me separa de Ti e do Teu amor.
Agora percebo que o homem sem oração não consegue descobrir-se pecador. Perdão!
Agora, Senhor, compreendo as contínuas ânsias dos santos, por sentirem-se tanto mais pecadores, quanto mais experimentavam o Teu amor e a Tua perfeição.
Perdão, Senhor, porque ainda tenho a ideia que o sacramento da reconciliação é uma espécie de máquina de lavar para tornar a alma mais limpa, quando é, sobretudo, aquela ocasião de paragem para acertar as agulhas no caminho da perfeição.
Perdão, Senhor, porque também eu, muitas vezes, apresento-me ao sacerdote com uma lista de pecados para que sejam apagados e esqueço que tudo isso é devido ao facto de estar longe de Ti.
Senhor, Tu és...
Minha Luz, quando a noite nunca mais termina;
Meu caminho, quando as encruzilhadas são confusas;
Meu Sol, no céu dos dias cinzentos;
Meu Oásis, quando o caminho é poeirento;
Minha Fonte, quando o solo racha pela secura;
Minha Montanha, quando a profundidade dos vales me inquieta;
Meu Jardim, quando a cidade cresce muito depressa;
Minha Sabedoria, quando o coração anda à deriva;
Minha Loucura, quando a razão assalta o coração;
Minha Esperança, quando me canso de esperar;
Minha Salvação, quando me sinto perdido;
Meu Céu Azul, quando a terra tem a cor de sempre;
Minha Paz, quando eu faço guerra;
Minha Vida, quando o meu coração deixou de bater;
Meu Canto, quando as palavras me faltam;
Minha Juventude, quando o cansaço me oprime;
Minha Alegria, quando a tristeza se ri de mim;
Minha Aleluia, quando o pecado é pesado e duro;
Minha Brisa, quando me sinto abafado;
Minha Verdade, quando me sinto abalado;
Minha Clareira, quando as sombras me assaltam;
Meu Coração, quando não encontro o meu;
Meu Senhor, quando procuro tudo dominar;
Minha Vitória, quando tenho de lutar;
Meu Horizonte, quando os meus olhos estão nublados;
Meu Tudo, quando o nada é nada.
Uma missionária de Hong Kong








