PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Quarta-Feira de Cinzas

QuaresmaPartilha, oração e esmola.
Iniciamos hoje a Quaresma. À semelhança do Povo de Deus que demorou 40 anos a atravessar o deserto e de Cristo que, no deserto, rezou e fez penitência durante quarenta dias, também nós somos convidados a intensificar, durante este período, a nossa partilha, oração e jejum.

Qual vai ser o meu plano quaresmal? Que me proponho a fazer ao longo desta Quaresma? O que me pede o Senhor?

Estas e outras perguntas devem dispor a nossa alma e o nosso coração para uma vivência quaresmal intensa. É tempo de conversão e de mudança interior. A nossa oração, partilha e jejum devem levar-nos ao arrependimento e à conversão.

Colocar o Evangelho em prática, traduzir na vida a Palavra de Deus, morrer ao homem velho para nos deixarmos revestir do homem novo.


Leitura da profecia de Joel (Jl 2,12-18)
Diz agora o Senhor:

«Convertei-vos a Mim de todo o coração com jejuns,
lágrimas e lamentações.
Rasgai o vosso coração e não os vossos vestidos.
Convertei-vos ao Senhor, vosso Deus,
porque Ele é clemente e compassivo, paciente e misericordioso,
pronto a desistir dos castigos que promete.
Quem sabe se Ele não vai reconsiderar e desistir deles,
deixando atrás de Si uma bênção,
para oferenda e libação ao Senhor, vosso Deus?
Tocai a trombeta em Sião, ordenai um jejum,
proclamai uma reunião sagrada.
Reuni o povo, convocai a assembleia,
congregai os anciãos, reuni os jovens e as crianças.
Saia o esposo do seu aposento e a esposa do seu tálamo.
Entre o vestíbulo e o altar, chorem os sacerdotes,
ministros do Senhor, dizendo:
'Perdoai, Senhor, perdoai ao vosso povo
e não entregueis a vossa herança à ignomínia e ao escárnio das nações.
Porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?'».
O Senhor encheu-Se de zelo pela sua terra
e teve compaixão do seu povo.


Leitura da segunda Epístola de S. Paulo aos Coríntios (2Cor 5,20-6,2)

Irmãos:
Nós somos embaixadores de Cristo;
é Deus quem vos exorta por nosso intermédio.
Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus.
A Cristo, que não conhecera o pecado, identificou-O Deus
com o pecado por amor de nós,
para que em Cristo nos tomássemos justiça de Deus.
Como colaboradores de Deus,
nós vos exortamos a que não recebais em vão a sua graça.
Porque Ele diz: «No tempo favorável, Eu te ouvi;
no dia da salvação, vim em teu auxílio».
Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação.


Evangelho segundo S. Mateus (Mt 6,1-6.16-18)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Tende cuidado em não praticar as vossas boas
obras diante dos homens, para serdes vistos por eles.
Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.
Assim, quando deres esmola,
não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas,
nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens.
Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita,
para que a tua esmola fique em segredo;
e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando rezardes, não sejais como os hipócritas,
porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas
e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto,
fecha a porta e ora a teu Pai em segredo;
e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio,
como os hipócritas, que desfiguram o rosto,
para mostrarem aos homens que jejuam.
Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que os homens não percebam que jejuas,
mas apenas o teu Pai, que está presente em segredo;
e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».


Senhor Jesus,
Vós apresentai-nos um belo programa quaresmal
neste início do tempo santo da Quaresma,
que hoje iniciamos com o rito das Cinzas.
Ajudai-nos a praticá-lo:
estendendo as mãos a quem necessita de ajuda,
colocando Deus no centro da nossa vida,
e abstendo-nos daquilo que mata a alegria.
Amen.


O significado das Cinzascinza

As cinzas são o resultado da combustão pelo fogo das coisas ou das pessoas. Este símbolo emprega-se logo na primeira página da Bíblia, quando se nos conta que "Deus modelou o homem com o pó da terra" (Gn 2,7). É isso que o nome Adão significa. E recorda-se, de seguida, que esse é precisamente o seu fim: "até que voltes para a terra, pois dela fostes tirado" (Gn 3,19). Por extensão, portanto, representa a consciência do nada, da nulidade da criatura em relação ao Criador, segundo as palavras de Abraão: "Atrevo-me a falar ao meu Senhor, embora eu seja pó e cinza" (Gn 18,27).

Isto leva-nos a todos a assumir uma atitude de humildade (vem de húmus, terra): "os homens são apenas terra e cinza" (Sir 17,27), "todos vão para o mesmo lugar: vêm do pó e voltam para o pó" (Ecl 3,20), "todos eles expiram, voltando a ser pó" (Sl 194,29). Portanto, a cinza significa também o sofrimento, o luto, o arrependimento. Em Job, é explicitamente sinal de dor e de penitência (Jb 42,6).

Nos primeiros séculos, a imposição das cinzas, marcava o caminho quaresmal dos penitentes, ou seja, do grupo de pecadores que desejavam receber a reconciliação na Quinta-Feira Santa, às portas da Páscoa. Vestidos com hábito penitencial e com cinza que eles mesmo punham na cabeça, apresentavam-se diante da comunidade e expressavam assim a sua conversão.

No século XI, desaparecida a instituição dos penitentes como grupo, viu-se que o gesto da cinza era bom para todos e, assim, no início da Quaresma, este rito começou a ser feito por todos os cristãos, de modo que toda a comunidade se reconhecia pecadora, disposta a empreender o caminho da conversão quaresmal.

O que fazer na Quaresma?

Desde os tempos antigos, considerou-se a Quaresma como um período de renovação da própria vida. As práticas a cumprir eram sobretudo três: oração, luta contra o mal e jejum. A oração para pedir a Deus a força para se converter e para acreditar no Evangelho. A luta contra o mal para dominar as paixões e o egoísmo. Finalmente, o jejum. Para seguir o Mestre, o cristão deve ter a força de se esquecer de si mesmo, de não pensar nos próprios interesses, mas só no bem do irmão. Assumir uma constante atitude de generosidade desinteressada é realmente duro. Isto é o jejum.

Mas poderá o sofrimento ser uma coisa boa? Como pode ser agradável a Deus o nosso sofrimento? Não, Deus não quer que o homem sofra. Mas, para ajudar a quem está em dificuldades, é com frequência necessário renunciar ao que agrada e isso custa. Não é o jejum em si mesmo que é bom (às vezes é feito por motivos que nada têm a ver com a religião: há quem coma pouco simplesmente para se manter em forma, elegante, para gozar de boa saúde). O que agrada a Deus é que, com o alimento que se consegue poupar no jejum, seja aliviada, pelo menos por um dia, a fome dum irmão.

Um livro antiquíssimo, muito lido pelos primeiros cristãos, o Pastor de Hermas, explica assim a relação entre o jejum e a caridade: «Eis como deves praticar o jejum: no dia de jejum, comerás só pão e água; depois calcularás quanto gastarias para o teu alimento nesse dia e oferecerás este dinheiro a uma viúva, a um órfão ou a um pobre. Assim privar-te-ás de alguma coisa para que o teu sacrifício sirva para alguém se alimentar. Essa pessoa rezará por ti ao Senhor. Se tu jejuares assim, o teu sacrifício será agradável a Deus».

Um dos grandes papas dos primeiros tempos da Igreja, chamado Leão Magno, dizia numa das suas homilias: «Nós vos prescrevemos o jejum para vos lembrar não só a necessidade da abstinência, mas também das obras de misericórdia. Assim, o que poupardes das vossas despesas ordinárias transforma-se em alimento para os pobres.»

 

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