
DECÁLOGO PARA BEM ENVELHECER
1. Ama a vida, de cada dia, até ao fim dos teus dias, na esperança viva da Vida que não tem fim.
2. Mantém desperto o grande tesouro da tua memória: o agradecimento.
Recorda, agradecido e vive agradecendo.
Recorda com gratidão, e sem ressentimento, o teu passado.
Recorda os teus momentos de riso e de pranto, de cómico e de dramático.
Em vez de chorares os anos passados, vive sempre contente, simplesmente pelo milagre de estares vivo.
3. Aprende a rires de ti mesmo, a aceitares, com humor, as tuas falhas, os teus defeitos, os teus sonhos que ficaram por realizar.
Deixa crescer em maturidade e em doçura os frutos da tua existência, para que nada aí se misture de ácido ou de amargo.
Não leves tudo demasiado a sério. Até Deus sorrirá das tuas desventuras.
Tem confiança: Deus penetra na tua vida, pela brecha das tuas fragilidades.
4. Não penses que és insubstituível, onde quer que seja.
É uma tolice julgares-te indispensável. A sabedoria, a paciência e a prudência, são virtudes que mais podes cultivar e partilhar com os outros.
5. Avança, apesar do peso da idade e das doenças. E não passes a vida a queixar-te, nem a molestar os outros, com as tuas maleitas.
Se te falta a vista, sobrar-te-á tempo para reflectires e a noite em pleno dia, será ainda mais longa para pensares na vida.
Se te falta o ouvido, será maior o teu sossego.
Se te faltam as pernas, será mais curto o teu caminho.
A velhice não é um peso. É uma dignidade.
6. Mantém o teu espírito activo.
Aproveita o tempo que te sobra para a oração, a meditação, o recolhimento, se possível, para a leitura, para o convívio, de modo que o espírito forte vença a carne fraca.
7. Ajuda naquilo que puderes. Colabora com os teus filhos, na educação dos netos.
Aceita o passar dos anos a pensar mais nos outros, do que em ti.
Muda o que deve ser mudado. Aceita o que não pode ser mudado. E cultiva a sabedoria de distinguires uma coisa da outra.
8. Aprende a desligares-te progressivamente das coisas e dos afazeres.
Saberes retirar-te na hora certa é uma virtude da sabedoria.
Recuar não há-de ser, para ti, uma humilhação. É como o movimento das águas de uma maré, que recuam, para deixar ver os tesouros que as águas cobriam;
9. Sê testemunha e guardião da tradição, transmitindo aos mais novos, saberes e sabores mais antigos; partilha com os teus descendentes a alegria serena da tua fé, a confiança segura da tua esperança na ressurreição, o amor pela tua terra e pela Tua Igreja.
10. Acolhe a Tua morte, como um regresso feliz ao seio materno de Deus,
como uma abandono confiante àquela Vida plena que não tem fim.
Alegra-te: não estás mais perto do fim.
Estás mais perto de Deus. Estás no limiar do mistério.
Mantém-te atento, vigilante, em expectativa, aguardando em jubilosa esperança a Promessa da Vida e do Amor, que não acaba nunca.