Chegaram as férias!
Estamos em tempo de Férias. A necessidade e o direito a um tempo de descanso proporcionam-nos e ajudam-nos a humanizar mais o nosso tempo. O período de férias é por isso tão importante e abençoado!
Não é por acaso que a Sagrada Escritura conclui o seu admirável relato da criação colocando o descanso ao sétimo dia da semana (Gn 2,3), originando ainda o ano sabático, bem como o ano jubilar. Este relato da criação é umas das páginas mais belas da literatura mundial.
Já no Novo Testamento, é o próprio Jesus que chama os seus discípulos para descansarem: “Vinde comigo e descansai um pouco” (Mc 6,31). As férias poderão ser, portanto, uma oportunidade de estarmos mais connosco, com Deus, com a família e com amigos.
A Palavra de Deus coloca o descanso como retorno à condição divina, de serenidade e de paz, de plenitude e de harmonia, de gozo e de comunhão. As primeiras páginas da Sagrada Escritura mostram assim, e de uma forma tão subtil, este ponto de chegada que Deus tem para o homem: o descanso permanente na plenitude da vida.
O período das férias, além de ser um tempo oportuno para renovar o corpo e a mente, poderá ser um bom momento para renovarmos a nossa vida espiritual: leitura de um bom livro, meditação do Evangelho quotidiano, participação na Eucaristia diária, oração do terço, momentos de oração e de contemplação da natureza – sentirmos mais a presença do Senhor nas nossas atitudes do dia-a-dia e no encontro com os irmãos. Ocasiões não faltarão!
As férias são uma grande oportunidade que nos leva a perceber o amor gratuito de Deus e a vivê-lo com redobrada alegria.
Pe. Alexandre Santos
Partilho, com a devida vénia, esta bela oração do Pe. Tolentino
Oração pelas férias
Dá-nos, Senhor,
depois de todas as fadigas
um tempo verdadeiro de paz.
Dá-nos,
depois de tantas palavras
o dom do silêncio
que purifica e recria.
Dá-nos,
depois das insatisfações que travam
a alegria como um barco nítido.
Dá-nos,
a possibilidade de viver sem pressa,
deslumbrados com a surpresa
que os dias trazem pela mão.
Dá-nos
a capacidade de viver de olhos abertos,
de viver intensamente.
Dá-nos
de novo a graça do canto,
do assobio que imita
a felicidade aérea
dos pássaros,
das imagens reencontradas,
do riso partilhado.
Dá-nos
a força de impedir que a dura necessidade
esmague em nós o desejo
e a espuma branca dos sonhos
se dissipe.
Faz-nos
peregrinos que no visível
escutam a melodia secreta
do invisível.
José Tolentino Mendonça