PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4

A Sociedade da Informação e o Cristianismo

PaulNogueiraCa'Fé e uma conversa improvável com Paulo Nogueira

No passado dia 11 de janeiro de 2015, tarde de Domingo, a comunidade paroquial de São Miguel Arcanjo de Queijas teve o privilégio de receber, no seu renovado auditório, o jornalista da SIC Paulo Nogueira. Católico assumido, Paulo Nogueira, licenciado em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, iniciou a sua carreira profissional na Rádio Renascença em 1984, onde permaneceu 5 anos, chegando à categoria de editor-chefe de Informação Diária. Tendo entretanto passado pela RTP, em 1992 integrou o grupo fundador da SIC, onde desempenha atualmente funções de coordenação na Edição da Manhã.

Coube ao Grupo de Jovens da Paróquia de Queijas a iniciativa de organizar a 2.ª edição de "Ca'Fé e uma conversa improvável com...", após o êxito da sua 1.ª edição (Junho de 2014) que contou com a presença do Professor Marcelo Rebelo de Sousa com quem se dialogou sobre "A Fé na Justiça e na Sociedade".
Com o apoio permanente do seu Pároco, P. Alexandre Santos scj, o Grupo de Jovens de Queijas procura – para além do crescimento individual e comunitário dos seus membros – uma participação ativa na vida da comunidade local e, deste modo, na Sociedade. Nesse sentido, a promoção do debate de temas da atualidade tem merecido a sua atenção. Para este "Ca'Fé e uma conversa improvável com Paulo Nogueira" o tema escolhido foi "A Sociedade da Informação e o Cristianismo".

Num registo informal e descontraído, numa conversa moderada por três jovens e que envolveu de forma ativa toda a assistência, começou-se inevitavelmente por se abordar o modo como a Igreja comunica nos dias de hoje, concretamente no que se refere ao recurso às redes sociais. Sendo um facto que as novas tecnologias promovem uma aproximação da Igreja – sobretudo aos mais jovens, não se sentirão afastados os mais idosos e tradicionalistas? Paulo Nogueira destacou que as redes sociais trazem efetivamente consigo o grande risco da superficialidade e do distanciamento físico, ou seja, de um mundo cada vez mais global onde cada um está progressivamente mais isolado. Ainda assim, referiu que são grandes as suas vantagens e que estas deviam ser bem aproveitadas em prol da juventude e de todos quantos delas queiram tirar proveito sem, no entanto, a Igreja perder a capacidade de fazer chegar a sua mensagem a todos. Neste contexto, o efeito "Papa Francisco" foi tema incontornável.

Outro assunto focado foi o do Sínodo dos Bispos sobre a Família. Numa Sociedade em que a Família é necessariamente a sua célula fundamental, Paulo Nogueira considera que este Sínodo é bem-vindo, pois o amor é intrínseco à própria humanidade e às relações que se estabelecem na sociedade. Referiu ainda sentir que, como possível herança do Império Romano, a nossa sociedade tem a necessidade – possivelmente exagerada ou, até, expiatória de algumas responsabilidades próprias – de se reger por regras e preceitos. Mais do que pensar se indivíduos divorciados podem ou não comungar ou se os homossexuais podem ter um papel ativo na vida da Igreja, importa sim refletir que o amor que Jesus nos legou através da Sua Igreja não exclui ninguém. Jesus condena o pecado, nunca o pecador – afirmou.

PauloNogueiraA perseguição aos cristãos do Médio Oriente foi outro dos temas abordados. Paulo Nogueira exaltou a coragem dos que não têm medo de dizer sim a Cristo num contexto tão conturbado e hostil e de viver segundo o Seu exemplo.

No contexto de liberdade subjacente, o atentado da passada semana à redacção do jornal satírico francês "Charlie Hebdo" mereceu o seu comentário. Considerando o homicídio o exponente máximo da crueldade humana, Paulo Nogueira condena o sentimento de incompreensão e vingança que rapidamente emergiu perante os autores do atentado. A falta de amor – referiu – é tudo o que pode explicar um crime tão bárbaro. Todos nós somos responsáveis para que o amor exista no meio que nos rodeia.

Houve ainda espaço para questões como a compatibilidade entre as convicções de um jornalista e que aquilo que este noticia diariamente. Se na Rádio Renascença esses aspectos se sobrepunham, na RTP e depois na SIC, a clivagem acentuou-se, embora – refira – nunca se lhe tenha colocado nenhum dilema que tivesse incompatibilizado a ética profissional com as suas convicções pessoais.

Após uma ou outra questão – a que o nosso convidado respondeu dando-nos sempre o seu alento e marca de esperança – e, volvidas duas horas de conversa improvável, todos voltámos a casa com a alegria de uma tarde bem passada e proveitosa para o nosso crescimento intelectual e espiritual.

São Paulo atesta-nos que "tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Rom 15,4) e, ainda, "que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus" (Fil 1,6). Hoje, mais do nunca, temos necessidade dessa eficácia. Com o crescente pluralismo religioso do nosso mundo, como cristãos devemos privilegiar uma comunicação propriamente eficaz e consistente, que faça de nós verdadeiros mensageiros do Evangelho.

João Borba Martins
Queijas, 12 de Janeiro de 2015

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado