Residência Paroquial Senhora da Rocha
28 de Maio de 1822, um pequeno grupo de adolescentes do vale do Jamor depara-se com um coelho que lhes surge no caminho. Tentando alcançá-lo, rapidamente se dão conta que os seus esforços são infrutíferos. A agilidade e rapidez deste roedor em alcançar esconderijo, leva-os a descobrirem uma gruta ali tão perto e tão bem protegida de silvado. Uma vez lá dentro, deparam-se com uma grande lapa funerária contendo uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição. A ribeira do Jamor passa a ser pólo de tantas atenções, tornando-se local de peregrinação para muitos crentes do Patriarcado de Lisboa.
É deveras surpreendente como um achado destes tenha originado tanta veneração, desde as pessoas mais simples, ao clero, aos nobres e até à casa real. Porém, o local não é propicio a tais manifestações de fé. É urgente resolver esta situação. E a 27 de Julho de 1822, o rei faz publicar uma portaria que retira a veneranda imagem da lapa do Jamor, para a trasladar para a Sé Patriarcal. local mais condigno para se lhe prestar um mais solene culto público. E é assim que, a 5 de Agosto de 1822, festa da Senhora das Neves, a imagem da Senhora é transportada, com as maiores honrarias, para a Catedral de Lisboa onde aí permanece durante 61 anos.
Tomás Ribeiro, grande impulsionador e defensor da construção de um Santuário para a Senhora, consegue ao fim de todos estes anos que a Imagem regresse ao seu local de origem. A 24 de Agosto de 1883, por decreto régio, é autorizada a trasladação da imagem da Senhora para a Igreja de S. Romão de Carnaxide. E, uma vez concluídas as obras de construção deste Santuário, a Imagem regressa, definitivamente, ao seu local. Em 28 de Maio de 1893, com a presença da Família Real. inaugura-se oficialmente o novo templo.
A Irmandade de Nossa Senhora da Conceição da Rocha, constitui-se em 1883, tendo a seu cargo a difusão do culto e a gestão de todo o património ligados à Imagem da Senhora da Rocha. Sendo necessária uma residência para o Capelão do Santuário, Tomás Ribeiro, membro da Irmandade, angaria fundos que possibilitam a construção da mesma, que se conclui em 1904.
Esta situação manteve-se até à segunda metade da década de 1970, altura em que os Sacerdotes do Coração de Jesus – Dehonianos – assumem a zona pastoral de Carnaxide (que vai dar origem às paróquias de Linda-a-Velha, Queijas, e Outurela), bem como o próprio Santuário. É também tomada a decisão de os mesmos residirem, em comunidade, na antiga casa do Capelão.
Após as obras de restauro, reformulação e ampliação, efectuadas entre 2006 e 2007, a 15 de Novembro de 2007 estas novas instalações foram benzidas e inauguradas, contando com a presença de Sua Excelência Rev.ma D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa; Dr Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Pe. Manuel Barbosa, Superior Provincial dos SCJ; Dr. Zorro Mendes, Juiz da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição da Rocha, e demais membros da Irmandade; Pe. João Nóbrega, Pe. Alexandre Santos e Pe. Carlos Silva, respectivamente párocos de Carnaxide, Queijas e Alfragide, e os membros das fabriqueiras das duas primeiras comunidades paroquiais; juntaram-se, ainda, outras individualidades civis e religiosas. Após o momento dedicado aos discursos, o Município a todos presenteou com um abundante lanche almoçarado no pátio do jardim desta Residência Paroquial.
Estas novas instalações, património do Santuário, continuam a acolher uma comunidade sacerdotal dos Dehonianos (Sacerdotes do Coração de Jesus) que servem toda esta zona pastoral.
Pe. Alexandre Francisco Ferreira dos Santos