PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4

A palavra convence, a beleza atrai

Patriarca5Intervenção do Cardeal Patriarca de Lisboa no encerramento da 3.ª sessão do ciclo "Eis o Homem", sobre «A Beleza»


«Há na linguagem cristã duas palavras-chave que acabam por influenciar a acção pastoral da Igreja: "convencer" e "atrair". Convencer é o objectivo da palavra, da inteligência racional, da força probativa que leva à convicção. Atrair é, inevitavelmente, o efeito da beleza. A palavra convence, a beleza atrai.
Foi por ser atraente, irresistivelmente atraente, que Jesus Cristo era seguido.

Na missão da Igreja, os dois verbos têm o seu lugar. Mas sempre que a Igreja privilegia ou se limita a tentar convencer, perde parte da sua acutilância e da sua capacidade de trazer pessoas ao Mistério. Está aqui também a resposta a um dos porquês aqui levantados: porque é que os templos são belos? porque é que a Liturgia deve ser bela? Porque é que esta noite foi bela? É porque a Igreja nem sempre se limitou a tentar convencer. Percebeu sempre que era preciso atrair.

Isto realça, inevitavelmente, a relação entre a beleza e a verdade. Há várias abordagens desta questão, desde a época clássica, em que a beleza produzida na arte humana era considerada parte das imagens fugitivas, que não podiam exprimir a verdade que pertencia ao mundo das ideias divinas, até João Paulo II que referindo-se ao bem, ao amor que era praticado pelos cristãos lhe chamou o Esplendor da Verdade – "Veritatis Splendor".

A palavra e a beleza são duas linguagens da abordagem do mistério, da revelação do mistério. A palavra revela, a beleza desvela.

Foi dito que a verdade acaba sempre por relativizar, denunciar as formas humanas de beleza produzidas pelos artistas. É sobretudo a verdade captada no Mistério da Revelação – verdade, mistério e beleza – que interpela inevitavelmente todas as formas finitas, já produzidas, de beleza, para que vão mais longe e que, a partir da luz, que nelas já brilha, uma luz maior possa brilhar.

A beleza é sempre um raio de luz que toca no coração dos homens e é sempre, mesmo que não se saiba, uma experiência de eternidade, uma experiência do divino.

Muito obrigado a todos por terem participado nestas nossas sessões. Muito obrigado aos artistas, aos músicos que nos acompanharam, ajudando a criar uma experiência concreta de beleza. Obrigado aos intervenientes desta noite, que foram realmente mãos santas com corações de sábio. Muito obrigado.»

Sé Patriarcal de Lisboa, 24-05-2007
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

[in Vida Católica, n.º 26]

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado