PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Reavivar a memória de Madre Clara

Madre ClaraIrmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição iniciam ano jubilar
No passado dia 15 de Julho, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC) iniciaram um ano jubilar para celebrar o 175º aniversário do nascimento da fundadora, a beata Maria Clara do Menino Jesus.

Este acontecimento ocorreu na Igreja matriz de Queijas e contou com a presença de D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa, que presidiu à celebração.

É uma congregação que “nasceu em Lisboa e para Lisboa” e que tem a hospitalidade como carisma.

“Temos agora uma boa notícia para vos dar: trata-se de uma prenda espiritual. O Papa Francisco, a pedido do nosso Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, concede a Indulgência Plenária às pessoas que visitarem o túmulo da Beata Maria Clara, desde agora até ao dia 15 de junho de 2018”. A informação foi dada pela superiora geral da CONFHIC, irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, durante a Missa de abertura do ano jubilar que esta congregação fundada em Lisboa vai viver até ao próximo ano. Nesta celebração, que decorreu na igreja paroquial de Queijas, em Oeiras, na manhã do passado dia 15 de julho, a religiosa brasileira explicou depois o que é a indulgência plenária. “A indulgência devolve-nos o estado de harmonia, uma nova disposição para amar o Senhor, os irmãos e irmãs, todas as criaturas que nos rodeiam. Faz crescer em nós o desejo do Bem, aumenta a disposição para o realizar e para construir a Paz”, referiu a irmã Maria da Conceição, convidando os cristãos de Lisboa a visitarem a sede geral da congregação, em Linda-a-Pastora, e a rezarem na cripta, onde está o túmulo da beata Maria Clara: “A indulgência que nos foi concedida é plenária e, por isso, atinge toda a nossa história de generosidade e inconstância, de graça e de pecado. Ela fortalecerá a nossa disposição para respirar o ar de Primavera, que o Espírito do Senhor sopra nos nossos corações, fazendo-nos renascer! Nós, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, convidamos todos aqui presentes e aqueles e aquelas que o desejarem, a virem à cripta da nossa casa, em Linda-a-Pastora, para visitar o túmulo da Bem-aventurada Maria Clara e receber a Indulgência Plenária”.

Itinerário
A irmã Elisa Cortês é conselheira geral da CONFHIC, fazendo parte do governo geral da congregação desde 2013, e refere ao Jornal VOZ DA VERDADE que o ano jubilar, que tem como lema ‘Vigilante na noite sob o olhar providente de Deus’, vem “na linha da beatificação” de madre Clara, ocorrida em Lisboa, em 2011 (ver caixa), e que foi “um marco muito significativo para a congregação, para o Patriarcado e também para a vida da Igreja portuguesa”. “A congregação tem o desejo de dinamizar, cada vez mais, esta vida da nossa fundadora que não morreu e não ficou lá no tempo em 1899, e que nos dias de hoje está muito viva e muito presente. Com este ano jubilar pretendemos motivar e reavivar a memória da nossa fundadora e o carisma da hospitalidade, trazê-lo mais para a sociedade de hoje, lembrar o que foi a vida da nossa Mãe Clara, o que ela fez no seu tempo e o que faz ao motivar-nos, ao inspirar-nos nos nossos dias, ao falar-nos daquilo que ela foi. Ela é, hoje, uma referência muito viva para nós, mas também para tantos leigos que a conhecem e a vão procurando conhecer cada vez mais. O ano jubilar é também para abraçar todas estas pessoas que conhecem a vida da nossa Mãe Clara, que partilham da sua espiritualidade, que simpatizam com o jeito de ser e de viver da nossa fundadora”, frisa a irmã Elisa.

Esta religiosa, que realizou a profissão temporária em 1971 e a profissão perpétua sete anos mais tarde, em 1978, revela que a congregação preparou um itinerário, de quatro passos, a realizar na sede da CONFHIC, em Linda-a-Pastora. “É um itinerário preparado para os peregrinos que nos visitem durante o ano jubilar e inicia-se no átrio da sede geral, prossegue no Santuário da Imaculada Hospitaleira, depois na cripta e finalmente nas fontes de água”, descreve. O itinerário, que é oferecido a quem visitar a sede geral da congregação, lembra que as condições para obter a indulgência plenária, para além da visita à cripta, preveem a confissão sacramental em dia próximo da visita, a Sagrada Comunhão e a oração pelas intenções do Santo Padre.

Resposta às carências
As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição têm a particularidade de ser uma congregação fundada em Lisboa, há quase 150 anos, pela beata Maria Clara do Menino Jesus e pelo padre Raimundo dos Anjos Beirão. “A congregação nasceu em Lisboa e para Lisboa, em primeiro lugar. Do coração da Mãe Clara – que era um coração cheio de caridade, uma caridade viva e atuante – nasceu a congregação aberta a todos, no dia 3 de maio de 1871, numa casa provisória no Convento de São Patrício, em Lisboa, que depois passou para o Convento das Trinas, onde hoje funciona o Instituto Hidrográfico, da Marinha. A Mãe Clara era extremamente simples, e imprimiu essa maneira de ser às suas seguidoras, era próxima dos pequenos e necessitados e era capaz de se adaptar a todas as circunstâncias, como se encontrava a sociedade”, conta a conselheira geral da congregação, salientando que a CONFHIC “surgiu como resposta evangélica às inúmeras carências do povo português, nos meados do século XIX”.

No tempo de madre Clara foram abertas 27 casas em Lisboa, entre 1871 e 1899. “Quanta dedicação a esta carência que estava muito situada em Lisboa”, frisa esta religiosa, destacando igualmente “as muitas vocações nessa época”. “Quando a Mãe Clara faleceu, a congregação tinha mais de 500 religiosas e mais de 100 casas, espalhadas pelo país e também em Angola, Índia, Cabo Verde… Tudo o que era miséria, tudo o que era pobreza, tudo o que era mal-estar na sociedade, o coração da Mãe Clara dilatou-se de tal maneira que respondia a todas estas necessidades”, resume a irmã Elisa. Nos dias de hoje, as religiosas seguem o lema dos fundadores: ‘Onde houver o bem a fazer, que se faça’.

A CONFHIC tem atualmente cerca de 1220 irmãs, espalhadas por Portugal (em Lisboa, Ferreira do Alentejo, Fátima, Leiria, Vila Nova de Gaia, Porto, Paredes-Lousada, Braga, Caminha, Vila Real, Lamego, Oleiros) e em vários países, como Espanha, Itália, Brasil, México, Estados Unidos, Índia, Filipinas, Timor, Guiné, São Tomé, Angola, Moçambique. “A congregação tem como fim específico tornar visível no mundo a misericórdia divina, servir a humanidade e, de preferência, os mais pobres, exercendo para com eles as obras de misericórdia”, refere a irmã Elisa Cortês.

Presença em Lisboa
No Patriarcado de Lisboa, as irmãs dão apoio na comunidade paroquial de Queijas, “em especial na catequese, no grupo coral e na Capela de São João, em Linda-a-Pastora, onde uma irmã anima a liturgia dominical”. Uma religiosa colabora também na Paróquia de Outurela. “Uma nossa irmã é como que a tesoureira, trata das alfaias, dos arranjos da igreja… dá muito apoio e é a nossa presença em locais da diocese que são muito significativos”, aponta. Na Obra Social Madre Maria Clara, situada ‘paredes meias’ com a sede geral, as irmãs dispõem de berçário e pré-escolar, com cinco salas no total e uma média de 20 a 25 crianças por sala e onde estão mais três religiosas. A escola de Laveiras tem quatro salas de berçário e três de pré-escolar e, em Algés, as irmãs prestam apoio no centro de dia – com 80 utentes, onde colaboram nas atividades, nos passeios, na ginástica, na informática ou no canto – e no apoio domiciliário a 24 pessoas carenciadas, “apesar de só ter acordo com a Segurança Social para 16”. “Temos ainda quatro irmãs no Hospital de Jesus, em Lisboa, onde estamos desde 1895”, frisa.

‘Um cantinho do Céu’
Em Linda-a-Pastora está situada, desde há 27 anos, a sede geral da CONFHIC. “Esta é uma comunidade de acolhimento, que acolhe as irmãs que vêm do estrangeiro. Temos 14 irmãs na comunidade e mais cinco religiosas no governo geral da congregação, que presta todo o apoio e toda a animação”, salienta. Esta é uma casa que está “aberta a outras atividades, mesmo da diocese”, como reuniões de sacerdotes, grupos para fazer retiros, seminaristas, casais, jovens, religiosas de outras congregações. “Quem cá vem encontra um ambiente favorável para fazer a experiência e o aprofundamento da sua vida de comunhão com Deus”, justifica.

Praticamente todos os dias esta casa da CONFHIC recebe peregrinos que querem ir rezar à cripta, junto ao túmulo de madre Clara. “É raro o dia em que não passa aqui ninguém. Há pessoas que já são da casa e que vêm, sozinhas ou em pequenos grupos, com algum amigo ou familiar, para rezar à Mãe Clara e pedir graças ou agradecer graças”, saliente a irmã Elisa. Para as peregrinações, “que acontecem, em média, entre 20 a 30 vezes por ano”, as irmãs têm mais de 50 quartos disponíveis. “As peregrinações são constituídas por grupos de 50 a 70 pessoas e acontecem já com marcação. As pessoas que cá vêm dizem que este espaço é ‘um cantinho do Céu’. Neste silêncio, nesta comunhão, as pessoas sentem-se muito bem”, sublinha a irmã Elisa Cortês, referindo que “quem queira visitar a casa basta tocar à campainha”. “Se for a primeira vez que cá vem, alguma irmã vai acompanhar, dar alguma informação que seja necessária; se forem pessoas que habitualmente já frequentam a casa, seguem sozinhas e estão o tempo que querem. A casa está aberta para todos”, garante a conselheira geral da CONFHIC.

A “destreza” de madre Clara
Na Missa de abertura do ano jubilar das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. José Traquina lembrou o testemunho de vida da beata Maria Clara. “Mulher jovem, de coração convertido, assume a vida na fé e em pobreza evangélica; consegue ver o mundo com os olhos de Deus, aceita as sugestões com discernimento e manifesta destreza e capacidade de decisão. Identificada com a Igreja, inspirada em São Francisco e Santa Clara de Assis, assume a sua consagração de Religiosa como uma desposada com Cristo. Assim ela o indica igualmente a todas as Irmãs suas discípulas e seguidoras”, referiu o prelado, na celebração na igreja paroquial de Queijas, no passado dia 15 de julho. D. José Traquina salientou depois que “o Amor de Deus é criativo”. “A Madre Maria Clara, conjugando oração e trabalho, bondade e firmeza, humildade e coragem, contra todas as dificuldades sociais e políticas, inventava forma de chegar aos pobres: ‘Esta é que é a minha gente’, dizia ela”, referiu o Bispo Auxiliar de Lisboa.

A primeira (e até agora única) beatificação em Lisboa
Foi a 21 de maio de 2011 que Lisboa recebeu a primeira beatificação na diocese: madre Maria Clara do Menino Jesus, fundadora das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, era elevada aos altares, com o então Cardeal-Patriarca D. José Policarpo a apontar a santidade como “a meta da vocação cristã”. No Estádio do Restelo, mais de dez mil pessoas – entre as quais a miraculada, Georgina Troncoso Monteagudo, espanhola então com 83 anos, que ficou curada de um pioderma gangrenoso em 2003 e que ainda hoje é viva – testemunharam a primeira beatificação na cidade de Lisboa.

Diogo Brandão, In VOZ da VERDADE, 23-07-2017, pp. 1-3

 

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