PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Sínodo de Lisboa - Guião 2

Sinodo2A CRISE DO COMPROMISSO COMUNITÁRIO

Invoco o Espírito Santo para que me inspire e me conduza, em liberdade e sem preconceitos, na leitura, na reflexão, na partilha e na concretização da Exortação Apostólica do Papa Francisco «A Alegria do Evangelho».

V/. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.
R/. E acendei neles o fogo do Vosso amor.

V/. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.

V/. Senhor nosso Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e que gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amen.

Leitura e reflexão pessoal
Leio integralmente o Capítulo II [n.50-109] da Exortação Apostólica «A Alegria do Evangelho». Nessa leitura pessoal sublinho o que mais me interpela ou chama a atenção e anoto as interpelações, as observações e as "luzes" que o texto do Papa Francisco me suscita – para mim, para o grupo cristão de que faço parte, para a Igreja diocesana de Lisboa e para a Igreja universal.

Diálogo em comunidade
Reúno-me em grupo de diálogo (família, movimento eclesial, grupo paroquial a que pertenço, comunidade religiosa, escola, associação, instituição cívica / social / profissional a que pertenço, grupo a constituir especificamente para este fim...) e partilho os sublinhados e as anotações que fiz na minha leitura pessoal. Escuto os outros com atenção. Reflito e levanto novas questões. Apresento propostas para o Sínodo debater, aprofundar e aclarar.

Para este diálogo em comunidade, terei em conta todo o 2.º capítulo da Exortação Apostólica e concorrerei para um debate amplo e aberto. Contudo, para melhor balizar o diálogo, posso servir-me da síntese e questões apresentadas de seguida.


«A Alegria do Evangelho»
Capítulo II: «Na crise do Compromisso Comunitário»

I. Alguns desafios do mundo atual
Assim como o mandamento "não matar" põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer "não a uma economia de exclusão e da desigualdade social". Esta economia mata. Em consequência desta situação, grandes massas da população vêem-se excluídas e marginalizadas. Os excluídos não são "explorados", mas resíduos, "sobras". [cf. n.53] A crise financeira que atravessamos faz-nos esquecer que, na sua origem, há uma crise antropológica pro- funda: a negação da primazia do ser humano. [cf. n.55] Por detrás desta atitude, escondem-se a rejeição da ética e a recusa de Deus. [cf. n.57] O dinheiro deve servir, e não governar! Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano. [cf. n.58]

Os mecanismos da economia actual promovem a desigualdade e a exclusão, vivendo-se cada vez mais num clima de globalização da indiferença. Responde às perguntas abaixo, tentando reflectir sobre as iniciativas concretas que a nossa comunidade pode/deve tomar para atenuar as desigualdades sociais e chegar aos excluídos:

• Somos capazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios? Procuramos cuidar do próximo ou assumimos que é responsabilidade de outrem?

• As nossas comunidades procuram não só acolher como ir ao encontro dos mais fracos, excluídos e marginalizados? Ou será que vive fechada sob si mesma, dificultando muitas vezes a aproximação dos que estão mais afastados?

• O que é que na nossa vida (individual e comunitária) é já expressão da procura por uma solidariedade desinteressada?

Evangelizamos também procurando enfrentar os diferentes desafios que se nos podem apresentar (Cf. Propositio 13). Reconhecemos que, numa cultura em que cada um pretende ser portador duma verdade subjectiva própria, torna-se difícil que os cidadãos queiram inserir-se num projecto comum que vai além dos benefícios e desejos pessoais. [cf. n.61] É necessário reconhecer que, se uma parte do nosso povo baptizado não sente a sua pertença à Igreja, isso deve-se também à existência de estruturas com clima pouco acolhedor em algumas das nossas paróquias ou comunidades, ou à atitude burocrática com que se dá resposta aos problemas, simples ou complexos, das vidas dos nossos povos. [cf. n.63] O individualismo pós-moderno e globalizado favorece um estilo de vida que debilita o desenvolvimento e estabilidade dos vínculos familiares. A acção pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva uma comunhão que cura, pro- move e fortalece os vínculos interpessoais [cf. n.67]. Torna-se necessária uma envangelização que ilumine os novos modos de se relacionar com Deus, com os outros e com o ambiente, e que suscite os valores funda- mentais. [cf. n.74]
Muitos são os obstáculos à evangelização nos dias de hoje: os ataques à liberdade religiosa; a indiferença relativista noutros (cf. n.61); a secularização que "tende a reduzir a fé e a Igreja ao âmbito do privado e do íntimo" (cf. n.64); os novos desafio inerentes aos meios urbanos. Responde às perguntas abaixo, tentando reflectir sobre as iniciativas concretas que a nossa comunidade pode/deve tomar para ultrapassar os desafios culturais e sociais que se colocam à evangelização:

• Quais são os desafios que sinto individualmente, e na minha comunidade, que mais dificultam uma evangelização eficaz: a crise cultural que afecta as famílias, a secularização da fé, a cultura dominante que dá primazia ao imediato, a relativização dos valores absolutos, os obstáculos que algumas paróquias e comunidades levantam aos fiéis ou o estilo de vida citadino? Sinto que a pastoral se preocupa em fazer face a estes desafios?

• Que iniciativas são já promovidas e vividas para responder a cada um destes cinco desafios? Que iniciativas nos parecem relevantes promover na nossa Igreja para "evangelizar as culturas e inculturar o Evangelho"?

• Que passos dar para que a nossa Igreja consiga "viver a fundo a realidade humana e inserir-se no coração dos desafios como fermento de testemunho, em qualquer cultura, em qualquer cidade"?

II. Tentações dos agentes pastorais
Sinto uma enorme gratidão pela tarefa de quantos trabalham na Igreja. [...] A nossa tristeza e vergonha pelos pecados de alguns membros da Igreja, e pelos próprios, não devem fazer esquecer os inúmeros cristãos que dão a vida por amor: ajudam tantas pessoas seja a curar-se seja a morrer em paz em hospitais precários, acompanham as pessoas que caíram escravas de diversos vícios nos lugares mais pobres da terra, prodigalizam-se na educação de crianças e jovens, cuidam de idosos abandonados por todos, procuram comunicar valores em ambientes hostis, e dedicam-se de muitas outras maneiras que mostram o imenso amor à humanidade inspirado por Deus feito homem (cf. n.76). [...] Apesar disso, como filhos desta época, todos estamos de algum modo sob o influxo da cultura globalizada atual, que, sem deixar de apresentar valores e novas possibilidades, pode também limitar-nos, condicionar-nos e até mesmo combalir-nos. [...] Ao mesmo tempo, quero chamar a atenção para algumas tentações que afectam, particularmente nos nossos dias, os agentes pastorais. (cf. n.77)

Responde às perguntas abaixo, tentando refletir sobre as iniciativas concretas que a nossa comunidade pode/deve tomar para ultrapassar os desafios culturais e sociais que se colocam à evangelização:

1. Sim ao desafio duma espiritualidade missionária
Hoje é possível notar em muitos agentes evangelizadores uma acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio do fervor (cf. n.78). Hoje desenvolve-se um relativismo prático, ou seja, age-se como se Deus não existisse. Até aqueles que aparentemente dispõem de sólidas convicções doutrinais e espirituais acabam, muitas vezes, por cair num estilo de vida que os leva a agarrarem-se a seguranças económicas ou a espaços de poder e de glória humana que se buscam por qualquer meio, em vez de dar a vida pelos outros na missão (cf. n.80).

• Nas nossas comunidades vive-se o desânimo do espírito do mundo ou a alegria que brota da espiritualidade missionária? Que fazer para que o Evangelho dê alma e forma à vida da comunidade e a torne mais missionária?

2. Não à acédia egoísta
Muitos leigos temem que alguém os convide a realizar alguma tarefa apostólica e procuram fugir de qualquer compromisso que lhes possa roubar o tempo livre [...]. Algo parecido acontece com os sacerdotes que se preocupam obsessivamente com o seu tempo pessoal [...]. Como se uma tarefa de evangelização fosse um veneno perigoso e não uma resposta alegre ao amor de Deus que nos convoca para a missão e nos torna completos e fecundos (cf. n.81). [...] Esta acédia pastoral pode ter origens diversas: alguns caem nela por se apegarem a alguns projetos ou a sonhos de sucesso cultivados pela sua vaidade; outros, por terem perdido o contacto real com o povo, numa despersonalização da pastoral que leva a prestar mais atenção à organização do que às pessoas; outros ainda caem na acédia, por não saberem esperar e quererem do- minar o ritmo da vida. A ânsia hodierna de chegar a resultados imediatos faz com que os agentes pastorais não tolerem facilmente um aparente fracasso, uma crítica, uma cruz (cf. n.82). Assim se [...] desenvolve a psicologia do túmulo, que pouco a pouco transforma os cristãos em múmias de museu. [...] Chamados para iluminar e comunicar vida, acabam por se deixar cativar por coisas que só geram escuridão e cansaço interior e corroem o dinamismo apostólico (cf. n.83).

• Sentimos que a nossa comunidade vive um dinamismo apostólico? O que nos falta para que haja mais entusiasmo pastoral?

3. Não ao pessimismo estéril
[...] O olhar crente é capaz de reconhecer a luz que o Espírito Santo sempre irradia no meio da escuridão, sem esquecer que, «onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20) [...] (cf. n.84). Uma das tentações mais sérias [...] é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre [...]. Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos. Embora com a dolorosa consciência das próprias fraquezas, há que seguir em frente, sem se dar por vencido, e recordar o que disse o Senhor a São Paulo: «Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza» (2 Cor 12, 9) (cf. n.85). [...] «No deserto, existe sobretudo a necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança». Em todo o caso, lá somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros. Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva (cf. n.86).
• As adversidades paralisam a nossa ação pastoral?

• Como ensaiar na nossa comunidade a formação e envio missionário para que haja cada vez mais «pessoas-cântaro» no meio da sociedade?

4. Sim às relações novas geradas por Jesus Cristo
O Evangelho convida-nos sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com o seu sofrimentos e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado. A verdadeira fé no Filho de Deus feito carne é in- separável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros. Na sua encarnação, o Filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura (cf. n.88). Mais do que o ateísmo, o desafio que hoje se nos apresenta é responder adequadamente à sede de Deus de muitas pessoas, para que não tenham de ir apagá-la com propostas alienantes ou com um Jesus Cristo sem carne e sem compromisso com o outro [...] (cf. n.89). As formas próprias da religiosidade popular brotaram da encarnação da fé cristã numa cultura popular. Por isso mesmo, incluem uma relação pessoal, não com energias harmonizadoras, mas com Deus, Jesus Cristo, Maria, um Santo. Têm carne, têm rostos. [...] Noutros sectores da nossa sociedade, cresce o apreço por várias formas de «espiritualidade do bem-estar» sem comunidade, por uma «teologia da prosperidade» sem compromissos fraternos ou por experiências subjetivas sem rostos, que se reduzem a uma busca interior imanentista (cf. n.90). [...] Faz falta aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros, na sua voz, nas suas reivindicações; aprender também a sofrer, num abraço com Jesus crucificado, quando recebemos agressões injustas ou ingratidões, sem nos cansarmos jamais de optar pela fraternidade (cf. n.91). Nisto está a verdadeira cura: de facto, o modo de nos relacionarmos com os outros que, em vez de nos adoecer, nos cura é uma fraternidade [...] que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convivência agarrando-se ao amor de Deus [...]. Não deixemos que nos roubem a comunidade! (cf. n.92)

• Diante de tantas propostas de esoterismo que não humanizam, nem dão glória a Deus e que atraem tantos dos nossos contemporâneos, será que encontramos na nossa Igreja uma espiritualidade que cure, liberte, encha de vida e de paz, e convide à comunhão solidária e à fecundidade missionária?

• Descubro Cristo no rosto do irmão da minha comunidade, mesmo naquele que me é mais incómodo? A relação com os irmãos cura-nos?

• Na nossa comunidade, as relações são fundadas em critérios meramente humanos ou são relações novas geradas por Cristo? Será que aqueles que olham para a comunidade cristã de fora podem dizer: «vede como eles se amam»?

5. Não ao mundanismo espiritual
O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal (cf. n.93). Este mundanismo pode alimentar-se sobretudo de duas maneiras profundamente relacionadas. Uma delas é uma fé onde a pessoa fica enclausurada na imanência da sua própria razão ou dos seus sentimentos. A outra maneira é a de quem só confia nas suas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado. É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar [...] (cf. n.94). Este mundanismo manifesta-se na pretensão de «dominar o espaço da Igreja». Nalguns, há um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas não se preocupam que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história. Assim, a vida da Igreja transforma-se numa peça de museu ou numa possessão de poucos. Noutros, o próprio mundanismo espiritual esconde-se por detrás do fascínio de poder mostrar conquistas sociais e políticas, ou numa vanglória ligada à gestão de assuntos práticos, ou numa atração pelas dinâmicas de au- to-estima e de realização autorreferencial. Ou então desdobra-se num funcionalismo empresarial, carregado de estatísticas, planificações e avaliações, onde o principal beneficiário não é o povo de Deus mas a Igreja como organização (cf. n.95). Entretemo-nos vaidosos a falar sobre «o que se deveria fazer» – o pecado do «deveriaqueísmo» – como mestres espirituais e peritos de pastoral que dão instruções ficando de fora. (cf. n.96).

• O «mundanismo asfixiante cura-se saboreando o ar puro do Espírito Santo, que nos liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus» (cf. n.97). O que marca mais a vida da nossa comunidade: o mundanismo asfixiante ou ar puro do Espírito Santo? Que caminhos somos convidados a percorrer para que a nossa ação pastoral seja cada vez mais marcada pela acção do Espírito Santo?

6. Não à guerra entre nós
Dentro do povo de Deus e nas diferentes comunidades, quantas guerras! No bairro, no local de trabalho, quantas guerras por invejas e ciúmes, mesmo entre cristãos! [...] Alguns deixam de viver uma adesão cordial à Igreja por alimentar um espírito de contenda. Mais do que pertencer à Igreja inteira, com a sua rica diversidade, pertencem a este ou àquele grupo que se sente diferente ou especial (cf. n.98). Aos cristãos de todas as comunidades do mundo, quero pedir-lhes de modo especial um testemunho de comunhão fraterna, que se torne fascinante e resplandecente. Como nos faz bem, apesar de tudo amar-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de nós é dirigida a exortação de Paulo: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem» (Rm 12, 21). Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização. (cf. n.101)

• O Papa alerta para a tentação da inveja, dizendo-nos que estamos no mesmo barco e vamos para o mesmo porto! Sentimos que nas nossas comunidades nos alegrarmos com os dons e os frutos alheios, que são de todos?
• A nossa comunidade é um testemunho de amor fraterno? É uma luz que ilumina, aquece e atrai? Que caminho podemos trilhar para que o ideal do amor fraterno habite cada vez mais nas nossas comunidades?

7. Outros desafios eclesiais
Apesar de se notar uma maior participação de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e económico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenhamento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral (cf. n.102).
É preciso ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque «o génio feminino é necessário em todas as expressões da vida social; por isso deve ser garantida a presença das mulheres também no âmbito do trabalho» e nos vários lugares onde se tomam as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais (cf. n.103). O sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão, mas pode tornar-se particularmente controversa se se identifica demasiado a potestade sacramental com o poder. O sacerdócio ministerial é um dos meios que Jesus utiliza ao serviço do seu povo, mas a grande dignidade vem do Baptismo, que é acessível a todos. A configuração do sacerdote com Cristo Cabeça – isto é, como fonte principal da graça – não comporta uma exaltação que o coloque por cima dos demais. Na Igreja, as funções «não dão justificação à superioridade de uns sobre os outros». Com efeito, uma mulher, Maria, é mais importante do que os Bispos [...] (cf. n.104).
Nas estruturas ordinárias, os jovens habitualmente não encontram respostas para as suas preocupações, necessidades, problemas e feridas [...]. A proliferação e o crescimento de associações e movimentos predominantemente juvenis podem ser interpretados como uma acção do Espírito que abre caminhos novos [...]. Todavia é necessário tornar mais estável a participação destas agregações no âmbito da pastoral de conjunto da Igreja (cf. n.105). Embora nem sempre seja fácil abordar os jovens, houve crescimento em dois aspectos: a consciência de que toda a comunidade os evangeliza e educa, e a urgência de que eles tenham um protagonismo maior. (cf. n.106)
Onde há vida, fervor, paixão de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas. [...] É a vida fraterna e fervorosa da comunidade que desperta o desejo de se consagrar inteiramente a Deus e à evangelização, especialmente se essa comunidade vivente reza insistentemente pelas vocações e tem a coragem de propor aos seus jovens um caminho de especial consagração (cf. n.107).

• Como entendemos os ministérios na Igreja? Como serviço ou como um poder que coloca os ministros acima dos demais?

• Na nossa Igreja há uma boa integração dos movimentos? Há uma pastoral de conjunto?

• Na nossa comunidade os jovens têm «espaço» de forma a que se sintam integrados na vida comunitária? Aceitamos ser interpelados pelos jovens, peregrinar com eles nas suas linguagens e dinamismos?

• A nossa comunidade é um "viveiro" vocacional? Como acompanhamos e cooperamos com a vida dos seminários diocesanos e religiosos? Temos coragem de propor aos jovens um caminho de especial consagração? A quem os apresentamos para acompanhamento/discernimento pessoal?

Convido as comunidades a completarem e a enriquecerem estas perspectivas [...]. Espero que, ao fazê-lo, tenham em conta que, todas as vezes que intentamos ler os sinais dos tempos na realidade atual, é conveniente ouvir os jovens e os idosos: os idosos fornecem a memória e a sabedoria da experiência, que convida a não repetir tontamente os mesmos erros do passado; os jovens chamam-nos a despertar e a aumentar a esperança, porque trazem consigo as novas tendências da humanidade e abrem-nos ao futuro, de modo que não fiquemos encalhados na nostalgia de estruturas e costumes que já não são fonte de vida no mundo atual (cf. n.108). Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança. Não deixemos que nos roubem a força missionária! (cf. n.109)

Alguma outra questão sobre este Capítulo II que se me tenha colocado e/ou tenhamos dialogado em grupo/ comunidade?

Síntese

O grupo de diálogo faz a síntese das respostas dadas a cada uma das questões anteriores, enriquecendo-a com outros contributos relevantes que tenham surgido no debate e na partilha, e responde ao questionário online até ao dia 31 de março de 2015 para o endereço de correio electrónico do Secretariado Geral do Sínodo Diocesano:
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Concretização / Compromisso / Acção
Depois de ter dado este primeiro "primeiro passo" – na oração, na leitura e no diálogo – rumo ao Sínodo diocesano, comprometo-me com um gesto concreto:
Anunciar e divulgar à minha volta e na minha rede de contactos esta caminhada sinodal que estou a viver, convidando outros – "de dentro" e "de fora" da Igreja – a também participarem.

Celebração
No ritmo e no dinamismo dos tempos litúrgicos próprios deste segundo trimestre preparatório [Quaresma e Páscoa], a comunidade encontra- rá formas de assinalar celebrativamente a caminhada sinodal, fazendo das celebrações litúrgicas, especialmente da Eucaristia, «fonte e cume» – isto é, ponto de partida e ponto de chegada – rumo ao Sínodo diocesano.

Oração pelo Sínodo

Maria, Mãe da Igreja,
ajudai-nos a dizer o nosso «sim».
Dai-nos a audácia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos
o dom da beleza que não se apaga.

Virgem da escuta e da contemplação,
intercedei pela nossa Igreja de Lisboa,
em caminho sinodal,
para que nunca se feche nem se detenha
na sua paixão por instaurar o Reino.

Estrela da nova evangelização,
ajudai-nos a resplandecer
com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa,
da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho
chegue até aos confins da terra
e nenhuma periferia fique privada da sua luz.

Mãe do Evangelho vivo,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Ámen.

 

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