SER FELIZ!
Nascemos para amar, nascemos para ser felizes.
A felicidade é o grande desejo que Deus concede ao homem. A nossa vida não pode resumir-se às coisas e/ou bens que possuímos. A lógica dos bens materiais não realiza ninguém, apenas ocupa o coração sem dar respostas ao sentido da vida.
Esta bonita mensagem de Augusto Cury convida-nos para o desafio de «ser feliz!». E se “querer é poder” deixa-te guiar pela força destas palavras:
«Podes ter defeitos, estares ansioso e viveres irritado algumas vezes, mas não te esqueças que a tua vida é a maior empresa do mundo. Só tu podes evitar que ela vá em decadência.
Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.
Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminho sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem decepções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também reflectir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar actor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta.
É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.
É ter ousadia para dizer ‘perdoa-me’.
É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti!’.
É ter capacidade de dizer ‘amo-te!’.
Que a tua vida se torne um jardim de oportunidades para seres feliz…
Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.
Que nos teus invernos sejas amigo da sabedoria.
E que quando te enganares no caminho, comeces tudo de novo.
Pois assim serás mais apaixonado pela vida.
E podes facilmente encontrar novamente que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas….
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível!»
Augusto Cury, in Dez Leis para Ser Feliz, Pergaminho, 2011
Oração de Santa Faustina
Ajuda-me, Senhor,
para que os meus olhos sejam misericordiosos,
de modo que eu jamais desconfie
ou julgue as pessoas segundo as aparências,
mas procure o belo na alma do meu próximo
e acuda a ajudá-lo;
Ajuda-me, Senhor,
para que os meu ouvidos sejam misericordiosos,
para que eu tenha em conta às necessidades do próximo
e não me permitais permanecer indiferente
diante de suas dores e lágrimas;
Ajuda-me, Senhor,
para que a minha língua seja misericordiosa,
de modo que eu nunca fale mal do próximo;
que eu tenha para cada um deles
uma palavra de conforto e de perdão;
Ajuda-me, Senhor,
para que as minhas mãos sejam misericordiosas
e estejam cheias de boas obras,
para que eu saiba fazer ao próximo unicamente o bem
e carregue as tarefas mais difíceis e penosas.
Ajuda-me, Senhor,
para que os meus pés sejam misericordiosos,
para que sempre me apresse a socorrer o meu próximo,
vencendo a minha própria fadiga e o meu cansaço;
o repouso verdadeiro está no serviço ao próximo.
Ajuda-me, Senhor,
para que o meu coração seja misericordioso,
para que eu seja sensível a todos os sofrimentos do próximo»
Que eu não recuse o meu coração a ninguém.
Que seja sincera mesmo com aqueles
que abusaram da minha bondade.
E que eu mesma me encerre no misericordioso coração de Jesus.
Suportarei os meus próprios sofrimentos em silêncio.
Que a Tua misericórdia, Senhor, repouse sobre mim.
[…] Ó Meu Jesus transforma-me em Ti, que tudo podes!
Jesus, eu confio em vós!
Felizes os Misericordiosos
Senhor, quando eu tiver fome,
dai-me alguém que precise de comida!
Quando tiver sede,
dai-me alguém que precise de água.
Quando sentir frio,
dai-me alguém que precise de ser aquecido.
Quando estiver ferido,
dai-me alguém a consolar.
Quando a minha cruz se tornar pesada,
dai-me a cruz do outro a partilhar.
Quando me achar pobre,
conduzi-me a alguém necessitado.
Quando não tiver tempo,
dai-me alguém que possa ajudar por um instante.
Quando sofrer uma humilhação,
dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desencorajada,
dai-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando sentir necessidade da compreensão dos outros,
dai-me alguém que precise da minha.
Quando sentir necessidade de que cuidem de mim,
dai-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesma,
voltai minha atenção para outra pessoa!
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir os nossos irmãos
que vivem e morrem pobres e com fome, no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia,
e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Beata Teresa de Calcutá
Misericórdia é o teu nome, Senhor
«Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação.
Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade.
Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida.
Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.» (Papa Francisco, Bula Misericordiae Vultus)
Disse Jesus: «Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai e dar-se-vos-á. Colocarão nos vossos braços uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. Porque a mesma medida que usardes para os outros será usada para vós.» (Lc 6, 36-38)
1. O que são as obras de misericórdia?
«As obras de misericórdia são acções caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais (cf Is 58, 6-7); Hb 13, 3). Instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como também o são perdoar e sofrer com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem especialmente em dar de comer a quem tem fome, albergar quem não tem casa, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos (cf Mt 25, 31-46). Entre estes gestos, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus (cf. Mt 6, 2-4).» (Catecismo da Igreja Católica, 2447)
«É meu vivo desejo que o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporais e espirituais. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida diante do drama da pobreza e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos.
Redescubramos as obras de misericórdia corporais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas desagradáveis, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
Não podemos escapar às palavras do Senhor, com base nas quais seremos julgados: se demos de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede; se acolhemos o estrangeiro e vestimos quem está nu; se reservamos tempo para visitar quem está doente e preso (cf. Mt 25, 31-45). De igual modo ser-nos-á perguntado se ajudamos a tirar da dúvida, que faz cair no medo e muitas vezes é fonte de solidão; se fomos capazes de vencer a ignorância em que vivem milhões de pessoas, sobretudo as crianças desprovidas da ajuda necessária para se resgatarem da pobreza; se nos detivemos junto de quem está sozinho e aflito; se perdoamos a quem nos ofende e rejeitamos todas as formas de ressentimento e ódio que levam à violência; se tivemos paciência, a exemplo de Deus que é tão paciente connosco; enfim se, na oração, confiamos ao Senhor os nossos irmãos e irmãs. Em cada um destes "mais pequeninos", está presente o próprio Cristo.
A sua carne torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga ... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós. Não esqueçamos as palavras de São João da Cruz: "Ao entardecer desta vida, examinar-nos-ão no amor".» (Papa Francisco, Bula Misericordiae Vultus, 15).
2. Quais são as obras de misericórdia?
Há catorze obras de misericórdia: sete corporais e sete espirituais.
Obras de misericórdia corporais:
1) Dar de comer a quem tem fome;
2) Dar de beber a quem tem sede;
3) Vestir os nus;
4) Dar pousada aos peregrinos;
5) Visitar os enfermos;
6) Visitar os presos;
7) Enterrar os mortos;
Obras de misericórdia espirituais:
1) Dar bons conselhos;
2) Ensinar os ignorantes;
3) Corrigir os que erram;
4) Consolar os tristes;
5) Perdoar as injúrias;
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
As obras de misericórdia corporais, na sua maioria, surgem de uma lista feita por Jesus Cristo na sua descrição do Juízo Final (Mt 25, 35-45). A lista das obras de misericórdia espirituais foi elaborada pela Igreja a partir de outros textos que se encontram ao longo da Sagrada Escritura e de atitudes e ensinamentos do próprio Jesus: o perdão, a correcção fraterna, o consolo, o suportar o sofrimento, bem como outras atitudes do género.
3. Significado da palavra Misericórdia
Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pelo infortúnio ou pela miséria alheia. A etimologia desta palavra provém do latim misere (miséria, necessidade) e cor/cordis (coração) e identifica-se em ter um coração solidário para com os que têm necessidade; ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente – aproximar o coração dos sentimentos do outro, daí associar-se frequentemente com o perdão e a compaixão.
Para os judeus a misericórdia surge da confluência de duas atitudes: compaixão e fidelidade. Por isso, não é de estranhar que as traduções mais correntes oscilem entre amor, ternura, piedade, compaixão, clemência, bondade e até mesmo graça e dom de Deus, oferecendo-nos assim um conceito bem mais amplo. De facto, Deus manifesta a sua ternura e compaixão perante a miséria humana convidando-nos também a esta mesma atitude para com o irmão: "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso!" (Lc 6, 36).
A morte passou por aqui?
A Páscoa judaico-cristã relembra e celebra a passagem da escravidão para a liberdade, é ressurreição, reencontro, perdão, é vida nova. Como Cristo venceu a morte e está vivo no meio de nós para sempre, também eu acredito que a morte não existe. Existe, sim, a partida da vida.
A MORTE PASSOU POR AQUI?
Estar vivo é tão real, palpável, verdadeiro, presente e omnipresente como não o estar.
A morte não existe porque, em boa verdade, acredito que o que acontece é o deixar de estar físico nesta vida que nos une. Por laços bem apertados familiares, profissionais, sociais, universais.
A morte não existe! O que existe é a partida da vida. Da mesma maneira que a escuridão não existe, o que existe é a ausência de luz. O mal não existe, o que existe é a ausência do bem. O ódio e a ira não existem, o que existe é a ausência do amor, da compreensão, da alegria, da aceitação de si mesmo e dos outros.
Pois aquela que passou por aqui e tentou fazer-me acreditar, convencer, e que me bateu à porta, não existe. Eu não a abri porque ela não existe. Não conversei com ela. Não negociei com ela. Ofereci-lhe um NÃO redondo. Tu não existes! Em tudo o que depender de mim, não entras. E o Pai de amor e bondade, os meus Anjos guardiães, vão-me ajudar a tirar do meu bolso mais fundo, mais forte e poderoso, o instinto de sobrevivência para enfrentar, com bondade, aquele frio por todo o corpo que tudo congela e que a partida daquela vida me possa fazer sentir. É permitir-me o não abrir a porta que leva essa mesma vida e me deixa plantado à mesa-de-cabeceira de quem amo. É evitar ter que me despedir de uma vida tão linda, tão bela, mas que não me pertence, não te pertence, é dela e só dela. Não permito que te instales confortável na beira da cama daquele cuja vida vieste, se existisses, tentar abraçar. Tal mãe, pai, irmão, amigo... que vela, que a tudo recorre para confortar aquele que mais ama, cujo sofrimento corrói, não fora o entrar de um pingo da luz Divina, já instalada no seu íntimo.
Citando um dos maiores escritores de língua portuguesa de sempre, o brasileiro João Guimarães Rosa, permitam-me acrescentar – após rever o filme da sua existência- que "As pessoas não morrem. Voltam a ficar encantadas". O que acontece, quando dizem que a morte passou por aqui, foi afinal apenas a vida que embarcou. E nessas alturas temos mesmo que dizer até breve, até já ou até lá.
Àqueles que dizem que a morte bateu à porta, respondo: Só a vida existe. Só ela é geradora da energia que nos faz compreender que cada ser tem o seu código de barras e, mesmo que clonado, é um segundo código genético que é gerado e vem de lá, estará aqui e para lá irá voltar.
Raciocinar. Descobrir que estamos aqui para crescer, com uma missão – a de evoluir, compreender, questionar e estudar, sempre.
Que responsabilidade esta! Que alegria profusa, mas confusa, esta. Porque afinal SIM, algo existe: a saudade que fica quando a vida parte! As lágrimas que correm, ou não, quando a vida parte! O abandono do corpo que nele habita, quando a vida parte.
A morte não passou por aqui. O que passou foi a mensagem da responsabilidade de procurar esta e outras verdades, ou mentiras, que são a ausência de umas outras tantas verdades. Ir cada qual no seu lugar e caminhar, tal transformação na natureza, uma caminhada lenta, mas segura, com olhos postos na sua meta, na sua VERDADE para aceitar, a de cada um.
Tentar compreender que a mentira não é mais que a ausência de uma verdade.
Que a fome não é mais que a ausência de alimento.
Que a guerra é só mesmo a ausência da paz.
Que a ganância é principalmente a ausência de consciência da existência do outro.
Que a doença é a ausência da saúde que se previne e combate.
Que a dor é a ausência de harmonia.
Que a falta de entendimento é só mesmo a falta de estudo.
Que o silêncio é a falta de som.
Que a solidão é a falta de diálogo.
Que a revolta e a discussão é só o eu perdido a tentar encontrar-se a si e aos outros.
Que a morte não passa por aqui pois é a vida, mesmo que seja uma parte da nossa vida, que parte.
Mas que a SAUDADE fica... Ai isso, FICA!
Miguel dos Anjos Simões